alex escreveu: Sex Mai 04, 2018 11:01 pmEssa noticia não é surpresa nenhuma só esclarece mais ainda os problemas da MB. Mas não fiquem preocupados pois nem o almirantado está deixando de dormir com estas noticias. Na verdade o almirantado está usando esta situação para a aquisição de suas desejadas Tamandarés tentando jogar pressão no cada dia mais cadavérico governo Temer. Se estes senhores estivessem preocupados eles teriam sugerido a aquisição de 04 NPaOC que custariam praticamente o valor de uma Tamandaré e até este patético governo já teria aprovado. Se fossem mais preocupados as missões do Líbano já teriam se encerrado diminuindo os custos e as degradações das fragatas. Senhores, é só o jogo de pressão para ganhar seus navios. O de sempre. Agora o que estarrece é que não se desenvolveram soluções nacionais para substituição de equipamentos (principalmente eletrônicos) destas velhas naves. E não digo soluções sofisticadas apenas a criação de equipamentos eletrônicos com microprocessadores para substituição de equipamento similar dos anos 80 (como na Type 22). Eu imagino se uma Type 22 fosse adquirida por Israel, por exemplo, se ela estaria nas mesmas condições das nossas. Eu não entendo esta apatia de não fazer nada, ficando só procurando peças usadas na Europa e quando caras não comprar. Eu vejo marinhas menores escolhendo um navio para testes de equipamento para outros navios,homologando seus equipamentos e depois vendendo para outros países.
O quadro de engenheiros é tão fraco assim ? Não se pode fazer convenios e promover Pesquisa e Desenvolvimento com universidades? Por favor não digam que é falta de dinheiro porque esta desculpa já não serve para todas nossas perguntas.
Uma tentativa de resposta.
O quadro de engenheiros é tão fraco assim ?
Temos bons engenheiros em diversas áreas. Mas como sempre, o Brasil deixa a dever no processo como um todo. De que forma? Começa errado no ensino básico, quando a maioria dos alunos chega ao 3o ano sem saber ler, escrever e interpretar corretamente, e pior, não saber o básico de matemática. Para não falar de química, física. Aí segue para o ensino superior sem a formação necessária e encontra outra formação meia boca na maioria dos casos. Nas poucas IFES com algum crédito na área as vagas são disputadas a tapa e existe pouca possibilidade de acesso, além do que, os níveis de desistência e abandono, além de reprovação, continuam altos. Depois disso o mercado é instável, e oferece poucas oportunidades. As empresas não costumam investir em qualificação de mão de obra e menos ainda em novas tecnologias. Ser engenheiro no Brasil ainda é considerado condição de status social, mas nada que diga muito respeito a realidade. Por fim, formamos poucos engenheiros no país, e a nossa capacidade de P&D na área pode ser considerada pouco expressiva, se comparada a outros países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Não se pode fazer convênios e promover Pesquisa e Desenvolvimento com universidades?
Isso é feito, mas a conta gotas. Não pouquíssimas as IFES que conseguem sair dos seus casulos e abrir-se para o mundo real.
Ademais, o relacionamento - e a colaboração - entre ffaa's e IFES no que tange P&D é algo relativamente recente, que vem se fortificando com o advento do MD. Vai demorar muitos anos ainda para chegarmos no nível de outros países desenvolvidos ou em vias de. Por enquanto o discurso ainda é de "olha lá o comunista e maconheiro do seu professor...!!!" e "abaixo a repressão" ditadura nunca mais" Lula Livre!!"
Por favor não digam que é falta de dinheiro porque esta desculpa já não serve para todas nossas perguntas.
Alex, dinheiro nunca foi problema, sempre houve. O que não há é consciência, responsabilidade e valorização. Defesa no Brasil não dá voto. E como não vamos a nenhuma guerra semana que vem, é sempre complicado explicar para o populacho investir em tanques, navios e caças, com o verdadeiro esculacho que é educação, saúde e segurança neste país.
Precisamos reformar muitas coisas nas ffaa's também em termos organizacionais antes do orçamentário.
Não adianta somente colocar mais dinheiro, temos de gastar bem o que temos. Do contrário, daqui a dez anos vamos estar falando dos problemas de sempre.
abs.