Orestespf escreveu:
Será? Já se perguntou se não é você mesmo que não está dando o devido valor ao que realmente tem valor no atual momento? Acho que o amigo está se prendendo a coisas que não contam, nem hoje, nem no passado recente. Se me permite a franqueza, tipicamente oriunda de quem é amigo, bem, está procurando tesouro em terras erradas; se não fui claro, insisto, busca compreender as coisas sob óticas que ninguém adota; se ainda não me fiz entender, bem, o amigo torce por um produto para, enquanto vários torcem pelo País independentemente do produto.
Santiago escreveu:Desculpa amigo Orestes, mas esse argumento é inválido e digamos, viciado. Não é por ter uma preferência pessoal distinta, que se torce em detrimento do país. Torcer dessa forma é uma postura de fanáticos e eu não me incluo nesse rol. Já expliquei que não possuo os elementos para julgar as propostas. Por isso não posso afirmar qual é a melhor.
Quanto a política....a arte de dissimular...na imprensa tem saido de tudo e para todos os gostos. Na realidade não sabemos o que exatamente ocorre nos bastidores nas diversas instâncias negociais do F-X2. Possuo sim, argumentos para especular com base em meus conhecimentos e no que sai na imprensa. Aliás tenho evitado participar desse tipo de debate. Apenas acho que deve-se ter consciência e separar opiniões pessoais do que de fato ocorre.
Acredito (repito, acredito) que você ainda não compreendeu o que disse. Em momento algum disse que torcer para caças americanos é torcer contra o Brasil, na verdade tudo que disse passa muito longe disso. O que afirmei, tanto que citei esta parte novamente, é que você e vários aqui estão se apegando a "ficha técnica" dos caças e nesta altura do campeonato, o jogo é outro, muitíssimo diferente desta linha de pensamento "purista".
O que esta sendo desenhado é um novo rumo que o Brasil pretende seguir, ele já pratica tais coisas, mas de forma muito tímida. Assim, quando disse "torcer pelo País" quis dizer que devemos estar pensando as coisas neste sentido, analisando se o caminho esboçado é o melhor ou não, criticar quando for o caso, etc. E tudo isto sempre se apresenta com um símbolo, que neste caso se traduz como a compra dos caças em meu entendimento. Os diplomatas e chanceleres adoram tais coisas e não é por modismo e/ou vaidade, é o jeito de se expressarem. Portanto, compreender tais coisas é mais do que importante, é revelador e pode mostrar claramente o que pretendemos ser, não ser, ou se vamos continuar sendo a mesma coisa, ou seja, nada!
Sobre o que disse sobre política, imprensa, etc., deixemos assim, visto que discordo, mas nem por isso devo impor minhas idéias, até porque sinto que faço isso algumas vezes, mesmo evitando a todo custo (é o que chamo de "às vezes é que dá nos nervos".
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Santiago escreveu:Nesse caso significa que vejo o problema sob uma ótica distinta da sua e não uma limitação pessoal em compreender essa questão. Fui certamente muito simplista e resumido, mas na essência cada um convive com o que quer ver; e nem todos precisam concordar com as visões alheias. Resumindo, eu vejo um horizonte e você outro. Não necessariamente antagônicos, mas distintos.
Discordar é essencial, Jacques, então não há problema algum em se fazer isso. O que disse tinha o significado de mostrar-lhe (sem insinuar que sei mais, longe disso) que você tem se perdido em alguns posts que não parecem relevantes neste momento. Mas deixo claro que seus post, mesmos os mais técnicos, são ótimos, só não explicam qual o caça mais adequado para o Brasil. Espero ter sido mais claro agora.
Santiago escreveu:Mais uma vez discordamos. Os modelos mudam. Modelos ficam ultrapassados. Podemos adotar novos. Podemos criar os nossos ao invés de importá-los. Não obstante, há coisas que citei que ocorrem com uma certa independencia da ação do governos de turno e que a longo prazo geralmente moldam as alianças e as relaçòes entre os países.
Totalmente equivocado, Jacques, modelos não mudam, aperfeiçoam e é isto que está acontecendo no momento, um "ajuste" no modelo praticado durante décadas. Dou-lhe um exemplo singelo e ingênuo: imagine um indivíduo que foi vegetariano durante boa parte de sua vida, digamos que por 30 anos. Suponha que este indivíduo decidiu se alimentar com todo tipo de carne de uma hora para outra. Alguém imagina que este corpo não sofreria fortes reações com uma alimentação tão distinta? Assim sendo, pra mudar tem que ser aos poucos e não radicalmente.
Orestespf escreveu:O que está em jogo é: aconteceu ou não? Se sim, não merece mais comentários; se não, que se prove o contrário, visto haver provas cabais demonstrando o passado de "horror" em relação a nós. Não perco tempo procurando demonstrações, provas, etc. sobre tais coisas, apenas busco demonstrações irrestritas, passado ou presente, demonstrando o contrário. Estou farto de mais do mesmo. Sou brasileiro, não sou americano, não sou francês, não sou sueco, não sou russo, não sou...
Santiago escreveu:Que nem eu!
Tem certeza???
Santiago escreveu:Se não há análise técnica, fico realmente curioso com o que a FAB tem feito há algum tempo.
Acho que as propostas de última hora dizem respeito a garantias envolvendo aspectos sensíveis das propostas (ToT, armas, licenças, etc.) e obviamente a pressão política.
A fase da análise técnica já passou, assim vejo as coisas. Não disse que isto não aconteceu, pelo contrário, afirmo sem medo de errar, houve sim e durou um bom tempo. Só que no momento já não importa mais, assim é que vejo as coisas. Ou alguém ainda imagina que se dilatou o prazo do anúncio por mais um mês para se tirar dúvidas sobre fichas técnicas??? Claro que não, pows!!!
Santiago escreveu:Não acho a lista desbaratada. Estão presentes os 2 caças com maior viés multifuncional e um projeto em andamento. A multifuncionalidade é uma necessidade da FAB, haja visto que teoricamente esse caça será o vetor único dela no futuro. Quanto a dimensão política, não há a menor dúvida de que ela será decisiva. Nunca disse o contrário. Apenas creio que ela tem limites. Assim como tem limites uma suposta escolha da FAB.
Não disse que a lista tríplice (ou short list) é desbaratada, disse que os caças são muito distintos entre si. Você fala sobre caça multi-funcional, ok, mas qual caça na atualidade não é? A multi-funcionalidade do caça nem deveria ser cogitado, até porque viria de um jeito ou de outro. Os três caças são símbolos distintos para propostas distintas, tanto do ponto de vista técnico (dos caças) quanto das políticas "embutidas" nas mesmas (os tais modelos). Cada caça tem um "desenho" específico, o que a FAB fez ao criar a lista tríplice, foi deixar a decisão de tal "modelo" para o MD/Governo, sendo ele o responsável por escolher o símbolo que deseja. Se o Governo não quiser tais coisas, fica a FAB totalmente responsável por dizer o que realmente prefere, mas de tudo que sai na imprensa, o que vejo é que o Governo não quer abrir mão de sua prerrogativa. Assim sendo, a fase da análise técnica já passou, pois este papel não cabe ao Governo, até porque disso ele não entende nada.
Forte abraço,
Orestes