http://cinema.uol.com.br/noticias/reute ... -norte.htm
Esta tática foi usada na Guerra Fria pela CIA, contra a então Alemanha Oriental.
http://www.psywarsoc.org/FallingLeaf/balloons.php

Wingate
Moderador: Conselho de Moderação
A doença do Brasil
29/04/2015 0:00
Gastamos muito, erramos muito mas, acima de tudo, continuamos a imaginar a centralização como a saída para todos os problemas nacionais
O Brasil é doente, diagnosticou o insuspeito ex-presidentre do Uruguai José Mujica, numa entrevista à BBC que O GLOBO repercutiu na sua edição do dia 24 do corrente. Para Mujica, com 80 anos e muitos quilômetros rodados na vereda política e tendo como norte a irmandade esquerdista latino-americana, a patologia nacional brasileira tem como centro o “tráfico de influência” que seria uma “tradição” do nosso sistema político.
Concordo em gênero, número e grau com Mujica.
Ele não leu o que tenho reiterado em livros e neste espaço, mas é exatamente isso que afirmo quando entendo que toda a cosmologia do Brasil se fundamenta nas relações pessoais e como essas relações são administradas.
A lógica do dar e receber (ou do dar para receber) é o coração do “favor”. Se eu te faço um favor, se eu te devo favores, esses favores nem sempre se encaixam nas divisões ideológicas e jurídicas que regem o Brasil como país.
José Mujica discerne o problema quando acentua que conseguir a maioria parlamentar no Brasil em nível local ou nacional é muito dificil porque “o Brasil é um macramé”. Ora, o macramé, como esclarece o dicionário, é uma colcha de retalhos. Em sociologuês, di-ser-ia — como elaborei num livro publicado em 1979 (“Carnavais, malandro e heróis”) — que é uma conjunto de elos imbricados, constituídos a partir de simpatias e antipatias pessoais, num palco demarcado por papéis institucionais. Se o macramé fala de liames pessoais, o lado legal do sistema demanda que ele se dobre ou venha a romper-se pelos deveres impostos pelos papéis institucionais. Um presidente de estatal não pode nomear somente companheiros de partido. Ele é obrigado pelo papel que ocupa a escolher pelo mérito. Entre esses dois impulsos ou obrigações, situa-se o que chamei de “dilema brasileiro”. Um dilema vigente em todas as democracias inspiradas nos ideias universalistas de 1789.
Num nível tudo parece muito simples: gastamos muito, erramos muito mas, acima de tudo, continuamos a imaginar a centralização como a saída para todos os problemas nacionais, esquecendo a força dos velhos costumes, os quais têm o poder das velhas tecelagens, como revela Mujica.
Tanto no plano econômico quanto no político, as regras são claras e formais. Mas o mundo das “influências” advindas da casa, uma ética da reciprocidade interfere com a do Estado e distorce o chamado “espirito do capitalismo”. Nessa tecelagem, a empresa não visa ao lucro, mas ao emprego para os amigos e recursos para o partido.
O Brasil se diferencia da Europa Ocidental, dos Estados Unidos e da América Latina porque ele não teve republicanismo e, até 1888, foi uma monarquia fundada no trabalho escravo. Na transição entre esses regimes, os conflitos foram reprimidos precisamente pela ética dos elos pessoais entre monarquistas, escravistas, republicanos e protocapitalistas que jamais abandonaram seus hábitos aristocráticos. Todos nós temos todas as coragens, menos a de negar o pedido de um amigo, conforme dizia Oliveira Vianna num ensaio de 1923.
Neste mundo marcado pela transparência eletrônica, esse hóspede não convidado pelo nosso mulatismo cultural e avesso ao confronto, as contradições surgem claramente no laço entre riqueza e poder. Entre as demandas de quem gerencia a economia (cujas regras são digitais: “não posso gastar mais do que tenho!”); e as da política, as quais incluem não apenas os jeitinhos ou “pedaladas”, mas sobretudo as relações pessoais mescladas ou não de ideologia, as quais são infinitas.
Mujica aponta que confundimos governar com mandar. E adverte: não se pode misturar a vontade de ter dinheiro com política. Se fizermos isso, complementa, estamos fritos. “Quem gosta muito de dinheiro tem que ser tirado da política”. A corrupção brasileira tem um sinal: ela se funda na apropriação de cargos por pessoas que, mesmo quando são eleitas debaixo de uma bandeira populista ou socialista, acabam bilionárias. É impossível resistir aos amigos, mas é muito mais difícil liquidar essas sobras aristocráticas que são, a meu ver, a marca mais forte e permanente do nosso republicanismo: cargos que impedem punição, crimes que prescrevem, responsabilidades que não são cobradas. Num certo sentido, não temos noção da tal “coisa pública” — esse conceito imprescindível para uma vida igualitária e democrática — republicana.
Fonte do artigo
Roberto DaMatta é antropólogo
PT promove a parasitagem do Estado em todas as classes, diz humorista
RICARDO MIOTO
EDITOR-ADJUNTO DE "COTIDIANO"
04/05/2015 02h00
O humorista Marcelo Madureira, 56, acha que o PT promove no país a vitória da parasitagem do Estado: a classe média quer um emprego público, os pobres querem bolsas assistencialistas e os ricos querem "Bolsa BNDES".
Enquanto isso acontece, os artistas, que ficaram reféns de dinheiro público, se omitem, afirma. "Em um momento como este, cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?"
Madureira é um entusiasta dos protestos contra o PT e esteve nos eventos de março e abril, inclusive discursando aos manifestantes.
Ele, que foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na juventude, diz que a esquerda contemporânea tem "formação política tabajara" e não tem senso de humor. Leia, abaixo, a entrevista concedida à Folha.
Ricardo Borges - 12.abr.15/Folhapress
Folha - Existe agora uma nova direita no país?
Marcelo Madureira - Não dá para limitar a discussão aos termos esquerda e direita. A pergunta é que tipo de sociedade queremos. Aí eu digo: certamente não é a que o PT quer. Certamente não é aquelas que as pessoas que se dizem de esquerda propugnam, mesmo porque elas não sabem bem o que querem. É muito estranho. Hoje as pessoas se dizem de esquerda, mas não sabem dizer se são a favor ou contra a propriedade privada dos meios de produção.
Uma crítica comum é que existe uma "esquerda de Facebook", que não se dedicou muito à leitura...
Sim, é toda uma geração politicamente despreparada. A esquerda de hoje tem uma formação política tabajara. Você precisa perceber algo: o que as pessoas querem é ser legais, parecer legais, querem ser do bem. Na minha época era mais fácil. A direita era o mal, a esquerda era o bem.
Mas isso não existe mais. O mundo se apresentou muito mais complexo. Essa tentação de ter resposta para tudo não convence mais.
Mas sempre houve a noção de que os fins justificam os meios
Mas os fins serem a conta bancária da cunhada? [risos]
Sua crítica maior ao PT é a corrupção?
Não. Muito pior que a roubalheira, é a incompetência. A questão na Petrobras não é só roubar, é a gestão desastrosa. O que nos alivia é: embora tenham batido os recordes, talvez sejam incompetentes para roubalheira também.
O pior é que o PT reforça a vitória do atraso. Que sociedade é essa que você quer construir em que o sonho das pessoas se limita a, se for da classe média, passar em um concurso público; se for pobre, arranjar Bolsa Família; e, se for rico, conseguir uma "Bolsa BNDES"? Todo mundo passa a querer ser parasita do Estado. Não há país que dê certo assim.
Mas, enquanto isso foi acontecendo, o que se viu na oposição foi certo silêncio.
A oposição deixou a desejar? Deixou. Foi omissa, em alguns momentos até cooptada. O preço disso está sendo pago.
Há muita crítica ao papel do PSDB neste momento.
Eu votei no Aécio, até fiz um videozinho para a campanha. O PSDB tem certo reconhecimento de que há uma perplexidade, essa complexidade nas coisas. Há discussões densas que têm de ser feitas, as soluções não são simples, precisamos pensar também no longo prazo.
Mas, sim, eu vejo uma parcela grande da juventude querendo fazer política, e com frequência eles não encontram representação. Em alguns casos, o que acaba surgindo entre eles é até uma ideia meio exagerada de política liberal, de Estado mínimo. Eu não comungo totalmente com isso. É algo que precisa ser discutido com calma.
Talvez seja um pouco uma reação pendular, uma maneira de reforçar a oposição ao pensamento estatista.
Sim, é um movimento pendular, você vai em busca de um oposto, mas neste caso me parece oposto demais.
Essa é uma contradição que a esquerda aponta: nas manifestações recentes, tem o liberal de Chicago, o conservador cristão, até o cara que pede a volta dos militares.
Vejo isso como pluralismo, acho até admirável, desde que se respeite as regras da democracia. Eu não tenho nada contra os cristãos, contra o pessoal do quartel. Mas acho suprema ignorância pedir a volta dos militares.
Você se incomoda de ser chamado de coxinha?
Eu não. Meu único ponto é que as coxinhas de São Paulo são muito melhores do que as do Rio. Vou mandar trazer um monte e fazer uma "Coxinha's Party". Quem não tem senso de humor, não sabe rir de si mesma, é a esquerda.
Como ficou sua relação com o meio artístico quando você criticou a esquerda, declarou voto no Aécio?
Eu não frequento muito o meio artístico, prefiro ficar em casa lendo, vendo filme. Mas é lamentável o papel da classe artística. É digno de pena. Em um momento como esse, os artistas completamente omissos. Cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?
Muitos artistas e até jornalistas têm hoje situação muito complicada de dependência de dinheiro público, não?
Sim, e não foi só a classe artística. Foi o meio acadêmico, uma parcela dos intelectuais. Veja o MST [Movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra] também. Está todo mundo imbricado de verbinhas. A explicação? Bom, no fundo, como sempre, basta seguir o dinheiro.
No nível pessoal, creio que tenha perdido oportunidades de trabalho, de comerciais. Não vou aqui falar apontando nomes, mas acontece isso de "não, o Madureira não".
Influenciou sua relação com os colegas do "Casseta"?
Não, nesse caso não. Alguém inventou que tínhamos brigado. Nada disso. Sempre fomos pluralistas e, para falar a verdade, o pessoal lá não pensa muito diferente de mim, não...
Vocês fizeram piada com vários governos.
Sim, embora não se faça muita piada política no Brasil. Eu atribuo o fato de o "Casseta & Planeta" ter saído do ar à pouca disposição da TV Globo de deixar a gente fazer piada política.
Mas vocês fizeram isso por quase 20 anos.
Sim, mas aí começaram cortes, cortes e mais cortes de conteúdo. Não acho que isso seja censura, veja bem. Cada empresa tem suas regras. Se você não concorda, você pede demissão. Censura vem do Estado.
Mas, de qualquer forma, o programa foi perdendo "punch", aquela verve crítica, que era vital. Mas isso é uma decisão dos empresários.
Você foi militante do PCB. É inevitável ser de esquerda na juventude?
Posso falar do meu caso. Eu fui procurando ao longo do tempo pensar, ter senso crítico, falar "pô, eu tô errado". Já defendi até o Partido Comunista da União Soviética. E agora? Não vou ficar aqui fazendo revisionismo histórico da minha própria vida.
Na época, era o que parecia mais certo. Não faço, digamos, que nem "O Globo" fez, aquele papel ridículo. [Em 2013, o jornal publicou que apoiar o golpe de 1964 tinha sido um erro.]
Fonte.
Agentes eram informantes dos Estados Unidos no Brasil, revela historiador
Bem antes da espionagem de Edward Snowden e da era da internet, os Estados Unidos já tinham métodos para obter informações de outros países. Quase ninguém sabe, mas durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, o Brasil passou sofrer uma espécie de acompanhamento da CIA.
O governo americano enviou ao país diplomatas conhecidos como adidos trabalhistas que fiscalizavam sindicatos e até a Assembleia de São Paulo.
Com sonoplastia de Reginaldo Lopes e reportagem de Thiago Uberreich, a Jovem Pan conta uma história praticamente desconhecida dos brasileiros.
Um passado que os brasileiros desconhecem, mas que agora vem à tona depois da análise de nove mil documentos do Departamento de Estado americano. O trabalho incansável de pesquisa foi feito pelo historiador da Unesp Eduardo José Afonso, em trabalho de doutorado para a Universidade de São Paulo (USP).
Veja todos os detalhes dos documentos acima aqui
Em plena Era Vargas, um caso de espionagem internacional. "Eu descobri que havia uma forma de o governo americano ter um certo controle sobre os comunistas e indiretamente também sobre a sociedade brasileira, por meio de representantes do governo americano chamados adidos trabalhistas", explica Afonso.
Em 1943, o mudo acompanhava a Segunda Guerra Mundial e o Estado Novo de Getúlio Vargas era motivo de preocupação para os americanos. "O chefe das forças armadas e o general Dutra eram bem simpáticos ao modelo fascista. Então isso provocava um certo temor pela hegemonia capitalista do hemisfério."
Carta do embaixador americano para o presidente Truman sobre Getúlio se opõe à ideia de atacar Vargas "como (Spruille) Braden atacou (Juan Domingo) Perón" - então presidente argentino. "Vargas é um ditador", diz o relato, mas fez a imprensa livre e prometeu eleições "sob discreto encorajamento desta embaixada". "Enquanto Vargas seguir nessa direção, um quieto encorajamento pela democracia parece ser a melhor política. Se ele mudar o curso ou fizer algo violento, podemos re-examinar a posição", diz o documento. "Se Vargas concorrer, todas as classes mais baixas e alguns da superior votarão nele. Seu governo é quase tão corrupto quanto o da Pensilvânia, é inadequado economicamente, mas fez mais pelas massas que seus predecessores", diz o texto. "Ele tem a confiança do povo brasileiro". (Harry Truman Library - Confidential File - BHT)
Quem eram os adidos trabalhistas que espionavam sindicatos, políticos comunistas e até agiam dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo? "Eles estavam aqui para registrar tudo o que fosse necessário para o conhecimento do governo americano, fizesse referência não só a partidos, mas que também tinha entrada e circulação tranquila entre sindicatos".
De acordo com o historiador Eduardo José Afonso, os adidos circulavam em todas as esferas, inclusive dentro do próprio governo de Getúlio Vargas. "(O adido) dizia: 'hoje eu estive com Vargas, apresentei minhas credenciais'. Isso se transformava em um documento que ia ao secretário de estado, era comunicado ao presidente dos EUA e, depois, havia um retorno, ou seja, de que maneira isso que está discutido nesses relatórios resultava em alguma ação no Brasil".
As pesquisas feitas por quase cinco meses por Eduardo José Afonso nos Estadso Unidos indicaram que os espiões tinham até um manual de conduta. "A CIA produziu um manual para os agentes: como entender e se portar como os brasileiros. Por exemplo, é habito entre os brasileiros, depois do almoço, palitar os dentes".
Bem antes da internet, as informações colhidas no Brasil eram repassadas quase em tempo real para os Estados Unidos. "Eles sabiam das coisas mais prementes no mesmo dia, porque as informações eram dadas através de telegramas".
O professor Eduardo José Afonso explica que os adidos fizeram uma radiografia minuciosa nos tempos em que estiveram no Brasil. "Nesses relatórios dos adidos, eles tinham preços de mercadorias, custo de vida, aumento dos produtos, tudo, tudo, tudo, tudo".
O trabalho de doutorado de Eduardo José Afonso sobre a espionagem praticada pelos adidos trabalhistas abrange o período de 1943 a 1952.
No entanto existem relatos de que os adidos estiveram no Brasil até o regime militar, a partir de 1964.
A história é pouco conhecida, mas agora começa a ganhar destaque e ajuda a entender a preocupação dos Estados Unidos com os demais países.
"Nos permite desenvolver como isso era desenvolvido e que tipo de informação era dada ao presidente dos EUA e ao secretário de Estado", explica. Era um raio-x perfeito".
Fonte.
exatamente...esse "textículo...serve mais para essa geração mais nova....os mais velhos já estão careca de saber de muito mais coisas....Bourne escreveu:Isso não é novidade.
Os informantes norte-americanos estavam em todo o lugar e davam informações claras que existia ameaça comunista no Brasil. Assim motivando e justificando o governo norte-americanos cortar toda a ajuda ao brasil nos anos 1950 em nome de outros países mais ameaçados.