Oposição líbia acredita que derrubará Gaddafi sem ajuda estrangeira
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Do UOL Notícias*
Em São Paulo
O presidente do Conselho Nacional de Transição Líbio (CNT), Mahmoud Jebril, agradeceu ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, pela intervenção armada no país e reiterou que é contra o envio de soldados estrangeiros ao país norte-africano porque "não são necessários" para derrubar o líder Muammar Gaddafi.
Em carta enviada a Sarkozy e divulgada neste sábado pelo jornal "Le Figaro", Jebril diz: "Não queremos forças exteriores. Não precisaremos. Graças a vocês vamos ganhar a primeira batalha. Ganharemos com nossos próprios meios a batalha seguinte. Nossa libertação está próxima. Só é preciso um pouco de tempo".
Jebril considera os soldados franceses "libertadores" e promete "um agradecimento eterno" às forças de um país que se tornou o primeiro a reconhecer o CNT como interlocutor na Líbia.
"Seus aviões, em plena noite, destruíram os carros que se dispunham a martirizar Benghazi e a entrar em uma cidade sem defesa", assinala em referência aos ataques aéreos que ocorrem no país desde o último dia 19.
Jebril considera que esta intervenção é "um grande gesto para o mundo árabe", porque não servirá apenas ao povo líbio, mas também aos "irmãos tunisianos e egípcios".
Avanço rebelde
Os rebeldes consolidaram sua posição na cidade estratégica de Ajdabiya e avançam em direção a Brega, informou o porta-voz rebelde Shams Eddin.
O citado porta-voz assegurou a um grupo de jornalistas que os revolucionários já têm o controle total de Ajdabiya e agora avançam rumo ao porto de Brega, cerca de 80 quilômetros ao oeste e cujo controle os revolucionários perderam há dez dias.
Eddin, no entanto, esclareceu que ainda há combatentes das forças de Gaddafi em Ajdabiya e na estrada de Brega, mas afirmou que os rebeldes capturaram o comandante das tropas leais ao regime líbio, Belgazem Ganga.
Alvos civis
A aviação da coalizão internacional voltou a bombardear pela sexta noite consecutiva a capital líbia, onde segundo a televisão estatal havia alvos civis, além de militares.
Durante a noite os ataques aéreos ocorreram em Trípoli e também na cidade de Zenten, cerca de 160 quilômetros ao leste da capital líbia.
A emissora estatal mostrou neste sábado imagens do hospital de Sebha, ao sul da capital, onde havia homens e mulheres feridos, mas a natureza de seus ferimentos não pôde ser comprovada de maneira independente.
O ministro da Saúde líbio, Khaled Omar, segundo a agência estatal "Jana", ofereceu como último boletim oficial a contagem de 114 mortos e 445 feridos, embora os dados não precisem quantos destes são civis, apesar de o governo do coronel Muammar Gaddafi indicar que há alguns entre as vítimas dos bombardeios.
Enquanto isso, prosseguem os combates em Misrata, isolada entre Trípoli e Sirte, controladas pelas forças de Gaddafi. Misrata é a única cidade nas mãos rebeldes no oeste do país e permanece sitiada desde o começo da rebelião, em 17 de fevereiro.
Embora os relatos oferecidos aos canais por satélite árabes por moradores e médicos de Misrata sejam confusos e contraditórios, aparentemente as brigadas de Gaddafi mantêm seus veículos de combate no centro da localidade portuária.
As forças do coronel líbio, no entanto, teriam perdido um número considerável de franco-atiradores postados nos terraços das imediações do principal hospital da cidade.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... geira.jhtm