Mundo Árabe em Ebulição

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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kurgan
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1561 Mensagem por kurgan » Sáb Mar 26, 2011 11:20 am

26/03/2011 - 08h58
Oposição líbia acredita que derrubará Gaddafi sem ajuda estrangeira :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

O presidente do Conselho Nacional de Transição Líbio (CNT), Mahmoud Jebril, agradeceu ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, pela intervenção armada no país e reiterou que é contra o envio de soldados estrangeiros ao país norte-africano porque "não são necessários" para derrubar o líder Muammar Gaddafi.

Em carta enviada a Sarkozy e divulgada neste sábado pelo jornal "Le Figaro", Jebril diz: "Não queremos forças exteriores. Não precisaremos. Graças a vocês vamos ganhar a primeira batalha. Ganharemos com nossos próprios meios a batalha seguinte. Nossa libertação está próxima. Só é preciso um pouco de tempo".

Jebril considera os soldados franceses "libertadores" e promete "um agradecimento eterno" às forças de um país que se tornou o primeiro a reconhecer o CNT como interlocutor na Líbia.

"Seus aviões, em plena noite, destruíram os carros que se dispunham a martirizar Benghazi e a entrar em uma cidade sem defesa", assinala em referência aos ataques aéreos que ocorrem no país desde o último dia 19.

Jebril considera que esta intervenção é "um grande gesto para o mundo árabe", porque não servirá apenas ao povo líbio, mas também aos "irmãos tunisianos e egípcios".

Avanço rebelde

Os rebeldes consolidaram sua posição na cidade estratégica de Ajdabiya e avançam em direção a Brega, informou o porta-voz rebelde Shams Eddin.

O citado porta-voz assegurou a um grupo de jornalistas que os revolucionários já têm o controle total de Ajdabiya e agora avançam rumo ao porto de Brega, cerca de 80 quilômetros ao oeste e cujo controle os revolucionários perderam há dez dias.

Eddin, no entanto, esclareceu que ainda há combatentes das forças de Gaddafi em Ajdabiya e na estrada de Brega, mas afirmou que os rebeldes capturaram o comandante das tropas leais ao regime líbio, Belgazem Ganga.

Alvos civis

A aviação da coalizão internacional voltou a bombardear pela sexta noite consecutiva a capital líbia, onde segundo a televisão estatal havia alvos civis, além de militares.

Durante a noite os ataques aéreos ocorreram em Trípoli e também na cidade de Zenten, cerca de 160 quilômetros ao leste da capital líbia.

A emissora estatal mostrou neste sábado imagens do hospital de Sebha, ao sul da capital, onde havia homens e mulheres feridos, mas a natureza de seus ferimentos não pôde ser comprovada de maneira independente.

O ministro da Saúde líbio, Khaled Omar, segundo a agência estatal "Jana", ofereceu como último boletim oficial a contagem de 114 mortos e 445 feridos, embora os dados não precisem quantos destes são civis, apesar de o governo do coronel Muammar Gaddafi indicar que há alguns entre as vítimas dos bombardeios.

Enquanto isso, prosseguem os combates em Misrata, isolada entre Trípoli e Sirte, controladas pelas forças de Gaddafi. Misrata é a única cidade nas mãos rebeldes no oeste do país e permanece sitiada desde o começo da rebelião, em 17 de fevereiro.

Embora os relatos oferecidos aos canais por satélite árabes por moradores e médicos de Misrata sejam confusos e contraditórios, aparentemente as brigadas de Gaddafi mantêm seus veículos de combate no centro da localidade portuária.

As forças do coronel líbio, no entanto, teriam perdido um número considerável de franco-atiradores postados nos terraços das imediações do principal hospital da cidade.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... geira.jhtm




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1562 Mensagem por tflash » Sáb Mar 26, 2011 11:47 am

Mas isto é muito mais complexo Foxtrop. Achas que se podia sustentar um apoio ao Kadhafi sem desgaste político? Não falo de Portugal mas na França?

É que ele não fez por disfarçar. O que o governo Francês está a tentar passar é que se preocupa com os direitos humanos na zona. Como eu disse atrás e desenvolvo: Tem o maluco mandado uma unidade qualquer que matasse uns quantos manifestantes, desse porrada e prendesse outros tantos e era "bussiness as usual". Agora o homem começou a fazer massacres que tiveram uma grande exposição mediática e que desagregou o país.

É aí que começa a desenhar-se a intervenção. A França não podia dar-se a luxo de continuar a apoiar o Kadhafi. Não se trata de apostar no cavalo errado. Eu defendo que é mais importante para a França a estabilidade interna, o aumento da popularidade e a não-associação a um ditador do calibre do Kadhafi do que o petróleo. Aquilo não é a Arábia Saudita. Não tem tanto petróleo assim.

A intervenção é mais abrangente do que o "roubo" do petróleo aos Líbios e eu tenho batido nesta tecla nos seguintes pontos:

- Os EUA vieram de arrasto e não o contrário
- Os interesses humanitários existem mas não são desinteressados. A Europa não quer um fluxo de refugiados, Não quer mais uma mancha na imagem de defensora dos direitos do homem e quer provar aos muçulmanos que não está contra eles.
- O apoio ao Kadhafi garantiria o petróleo que a Europa já "controlava". Sim, interessa agora que o futuro governo não veja a Europa como os apoiantes de Kadhafi. Para isso interessa, que ganhe o "cavalo" em que se apostou, nem que para isso se parta as pernas ao que vai à frente.
-A vitória das forças rebeldes garante que se mantenham os investimentos por quem lá estava, não só no petróleo mas noutras áreas como a construção e modernização do país.
-Independentemente de tudo, a vitória rebelde é o melhor desfecho para a população da Líbia. Pior ficarão os países e blocos que apoiaram claramente o Kadhafi como a união africana.

Veremos agora, qual será o "cavalo" que ganhará a corrida.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1563 Mensagem por FoxTroop » Sáb Mar 26, 2011 12:14 pm

tflash escreveu:Mas isto é muito mais complexo Foxtrop. Achas que se podia sustentar um apoio ao Kadhafi sem desgaste político? Não falo de Portugal mas na França?

É que ele não fez por disfarçar. O que o governo Francês está a tentar passar é que se preocupa com os direitos humanos na zona. Como eu disse atrás e desenvolvo: Tem o maluco mandado uma unidade qualquer que matasse uns quantos manifestantes, desse porrada e prendesse outros tantos e era "bussiness as usual". Agora o homem começou a fazer massacres que tiveram uma grande exposição mediática e que desagregou o país.

É aí que começa a desenhar-se a intervenção. A França não podia dar-se a luxo de continuar a apoiar o Kadhafi. Não se trata de apostar no cavalo errado. Eu defendo que é mais importante para a França a estabilidade interna, o aumento da popularidade e a não-associação a um ditador do calibre do Kadhafi do que o petróleo. Aquilo não é a Arábia Saudita. Não tem tanto petróleo assim.

A intervenção é mais abrangente do que o "roubo" do petróleo aos Líbios e eu tenho batido nesta tecla nos seguintes pontos:

- Os EUA vieram de arrasto e não o contrário

Correcto e a coisa parece estar a fazer grandes estragos lá para os USA

- Os interesses humanitários existem mas não são desinteressados. A Europa não quer um fluxo de refugiados, Não quer mais uma mancha na imagem de defensora dos direitos do homem e quer provar aos muçulmanos que não está contra eles.

Não e uma das razões que levou a Itália a estar contra qualquer apoio aos rebelde, no inicio, foi mesmo isso. O facto de sem Kadhafi na Líbia, voltarem as grandes vagas de clandestinos africanos, não esquecer o acordo feito entre os países da Europa e o lunático

- O apoio ao Kadhafi garantiria o petróleo que a Europa já "controlava". Sim, interessa agora que o futuro governo não veja a Europa como os apoiantes de Kadhafi. Para isso interessa, que ganhe o "cavalo" em que se apostou, nem que para isso se parta as pernas ao que vai à frente.

Sim e não. Muitos na Europa e nos USA pensaram que Kadhafi iria cair redondo tal e qual o Ben e o Omar. Precipitaram-se no reconhecimento da "legalidade" dos rebeldes e acotovelaram-se para garantir, frente ao "novo poder" as melhores benesses para as suas empresas. Nos USA, o director da inteligência nacional James Clapper, tinha afirmado de forma bem clara perante o Comité de Serviços Armados do Senado, que era precipitado o apoio aos rebeldes, porque Kadhafi era uma "puta velha", que contava com substancial apoio dentro de muitas tribos e as suas unidades militares mais fortes tinham permanecido leais e que certamente iria virar o jogo a seu favor. Vários generais americanos, entre eles o director da Defense Intelligence Agency, Ronald Burgess, apoiaram esta tese, afirmando que um apoio precipitado aos rebeldes levaria a uma guerra contra Kadhafi, pois outros "jogadores" surgiriam em pleno para ocupar o lugar das empresa ocidentais na Líbia, lesando de forma irreparável intresses ocidentais no Norte de África


-A vitória das forças rebeldes garante que se mantenham os investimentos por quem lá estava, não só no petróleo mas noutras áreas como a construção e modernização do país.
-Independentemente de tudo, a vitória rebelde é o melhor desfecho para a população da Líbia. Pior ficarão os países e blocos que apoiaram claramente o Kadhafi como a união africana.

Os rebeldes não iram perdoar as tribos que se mantiveram leais a Kadhafi. Pura e simplesmente vamos criar um buraco que não tem como ser estabilizado. Afirmar isso é o mesmo que dizer que o povo iraquiano agora vive melhor que no tempo de Saddam. Para mais, o únicos aliados dos rebeldes, com fronteira na Líbia, são o Egipto e a Tunísia, de resto o país ficará cercado por governos hostis e com capacidade de levantar tribos contra o regime que sair dos rebeldes. A não ser que Argélia, Chade, etc, etc, tenham a sua própria "revolta popular", coisa que vai ainda beneficiar mais os interesses de Portugal

Veremos agora, qual será o "cavalo" que ganhará a corrida.

tflash, sabemos perfeitamente qual vai ser, a jorda é que é um vitória de Pirro




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1564 Mensagem por marcelo l. » Sáb Mar 26, 2011 1:27 pm

trad. google

http://www.independent.co.uk/opinion/co ... 53402.html

Em meio à fúria dos árabes despertando - para não mencionar a nossa própria crise aprofundamento sobre a Líbia - antiga Constantinopla é um tónico, um lembrete de minaretes e meio de água, palácios e museus, livrarias e um parlamento e um milhar de antigos restaurantes de peixe que este realmente era o apenas o capital unidos os árabes nunca tiveram.

Os sultões usado para ligar para Beirute a jóia da coroa dos otomanos, mas dois dias andando pelas ruas de Istambul moderna - suas dezenas de milhares de pessoas lotando passado os bondes antigos em Independence Street - me fez entender pela primeira vez apenas como um lugar minúsculo Líbano estava no mapa Otomano grande. Também não se pode escapar dos otomanos. Lá em Taksim, são as embaixadas velho grande dos ingleses e americanos, abaixo deles os grandes bancos dos poderes que beneficiaram da "capitulação", o antigo Hotel Grande Bretagne com seus lustres de louco, casa breve tanto Ataturk e Hemingway. De repente, eu sou trazido bruscamente por uma fotografia de 1917 de dois soldados turcos otomanos. Eles estão no deserto - na Palestina? Síria? Saudita? - Em trapos literal, chapéus-saco como acima rostos assombrados, as calças penduradas em tiras sobre suas pernas. Curiosamente, parece haver um avião a hélice cedo por trás deles. Seriam esses adolescentes a Lawrence combateu na revolta árabe, o precursor do tufão que agora envolve o Oriente Médio?

E em uma livraria pela paragem de eléctrico em Istiklal, eu compro a vida de Andrew Mango de Ataturk, mais de uma década de idade, mas com o frescor de investigação original sobre o fundador da Turquia moderna. Sim, existem as palavras de doninhas usuais sobre massacres arménios ("disputada", é claro), mas também uma história extraordinária do início da carreira de Mustafa Kemal militar, passar por Alexandria para lutar para os rebeldes anti-italiano árabe - bem, aqui vamos nós go - Líbia. E há os nomes conhecidos. Tobruk. Benghazi. Zawiya. Enver Pasha, uma figura muito mais sombrio na história da Turquia - basta perguntar aos armênios - Otomano foi comandante-em Cirenaica, cercando as forças italianas em Benghazi, dedicado a unificar as tribos da Senussi (sim, o Senussi mesmos que estão esperando vamos ganhar a sua guerra por eles contra Gaddafi) contra os italianos. O Senussis*, a propósito, foi fundada por um argelino chamado Muhammad Ibn Ali al-Senussi que se estabeleceu em Cirenaica, em 1843. A história da tribo, que correu até o rei Idris (derrubado por um certo coronel Kadafi em 1969), é nitidamente delineada quando Mango assinala que "a solidariedade muçulmana (na guerra) era eficaz quando complementada auto-interesse e do instinto de auto- defesa ".

Há mais pontos que podem ser lidos pelo David Cameron deste mundo. Há uma frase maravilhosa no livro de manga, na qual ele explica que "os árabes tiveram que ser demonstrado que a regeneração do Estado Otomano foi capaz de defendê-los", enquanto que Mustafa Kemal mesmo diz a campanha da Líbia que "no momento, eu mesmo vi que que era "impossível. Cento e 80 otomanos e 8.000 árabes foram capazes de cercar 15.000 italianos, mas "as tribos árabes iam e vinham como o espírito mudou-las". A principal preocupação dos xeques, Mustafa Kemal descoberto, era fazer tanto dinheiro quanto possível - e que, quanto mais a guerra durou, mais o dinheiro que tem em suas mãos.

Em um ponto, Enver Pasha enviou um amigo da Ataturk futuro a um oásis Senussi (Calo). Mais tarde ele escreveu:... "Neste local abençoado ainda meninas de três anos de idade não são permitidos fora fêmeas vivem e morrem onde nasceram Tal é o costume local, embora em campos militares, existem homens e mulheres, não temos sido capaz de ver o rosto de uma mulher durante os últimos três meses, uma vez que estão todos escondidos atrás de véus pesados. Nossa vida ascética ... Se vamos a partir daqui, a nossa próxima paragem será certamente o paraíso. " Estranho, porém, os truques da história. Turquia otomana foi aliar-se à Alemanha três anos mais tarde - Ataturk que distinguir-se em Gallipoli - e foi, então, a desmoronar-se quando a Alemanha perdeu a guerra. Ainda hoje, os netos e bisnetos dos turcos são mesmo vilipendiado na Alemanha de hoje, por ter muitos filhos, falando pouco de alemão e que sobrevivem com benefícios da previdência social. E no ano passado, a chanceler Angela Merkel afirmou que os esforços para construir uma sociedade "multicultural" tinha "absolutamente não" na Alemanha, uma declaração apoiada por David Cameron, que sabe tanto sobre migrantes turcos como ele faz sobre a história da Líbia.

Pois na realidade, isso é história falsa. A Alemanha nunca embarcou em qualquer tipo de experimento altruísta em "multiculturalismo". Turcos veio para a Alemanha para fazer o trabalho que os alemães não querem fazer. O Gastarbeiter foram incentivados a ir para a Alemanha para fornecer mão de obra barata, em vez de agir como convidados em algum programa social do avanço extraordinário inter-cultural, assim como o primeiro negro chegou britânicos após a Segunda Guerra Mundial para ajudar a reconstruir a Grã-Bretanha - não porque nós quis dar-lhes melhores casas. Ataturk, claro, queriam a Turquia ser europeu, quanto Merkel e Cameron prefere os turcos todos voltaram para o Império Otomano. Talvez, no entanto, os nossos mestres na Europa (Sarkozy, tanto quanto Cameron) faria bem para navegar através de uma biografia de Ataturk nestes dias inebriantes. A guerra dos Balcãs forçados a abandonar os otomanos Cirenaica e aceitar a anexação italiana da Líbia.

Enver Pasha se recusaram a aceitar esse fato histórico. Ele argumentou que é "perigoso dizer a tribos árabes que a paz tinha sido concluído". O Senussis foram assim entregues à mercê sombrio dos italianos, cujo pós-Grande Guerra regime fascista iria atacá-los durante duas décadas. Os paralelos não são exatos, é claro. Mas seria interessante saber - se Gaddafi permanecer em Tripoli - como é que vamos dizer aos nossos fiéis "rebeldes" em torno de Benghazi que a Otan não tem mais puff e prefere a paz à guerra.

* nota minha, se não estiver enganado: Sensussi é um movimento político e não uma tribo, esse movimento árabe foi uma das tentativas de ressurgimento do pensamento árabe contra as potências européias que queriam colonizar o norte da África e decadência do império otomano.E seu fundador era da tribo Warfallah.




Editado pela última vez por marcelo l. em Sáb Mar 26, 2011 1:37 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1565 Mensagem por FOXTROT » Sáb Mar 26, 2011 1:30 pm

Código: Selecionar todos

Oposição líbia acredita que derrubará Gaddafi sem ajuda estrangeira
Eles estavam quase ganhando quando o ocidente iniciou a invasão..... :twisted:




Editado pela última vez por FOXTROT em Sáb Mar 26, 2011 4:06 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1566 Mensagem por marcelo l. » Sáb Mar 26, 2011 2:04 pm

http://ricks.foreignpolicy.com/

Se o presidente Obama não tivesse intervindo na Líbia, há uma semana, nós estaríamos agora provavelmente olhando para Benghazi como seu Srebrenica - a não ser que seu discurso no Cairo teria dado a ele uma carga adicional de responsabilidade, de parecer ter falsas promessas. É provável teria sido uma mancha permanente na sua presidência. Por essa razão, acho que ele teve de intervir.

Todos os militares reclamando que estou ouvindo agora sobre a necessidade de clareza estratégica lembra-me de no início da II Guerra Mundial, quando os generais Marshall e Eisenhower não conseguia ver a necessidade de terras no Norte de África, mas FDR fez, tanto para manter os russos no guerra e para transmitir aos americanos que lutavam contra os alemães. Como se verificou, esta também foi a decisão certa por razões tácticas, porque os militares dos EUA precisava aprender muito, e ele fez na África e na Sicília. Se tivesse tentado, em vez de ir diretamente para a França em 1943, quando o poder aéreo nazista ainda era forte, o Dia D poderia muito bem ter sido um desastre.

Estas notas que recebo de militares exigindo clareza dos objetivos e declarou fins estratégicos me intrigam. A natureza da guerra é a ambigüidade ea incerteza. Eu me preocupo que essas exigências são realmente uma forma extravagante de se esquivar. Faz-me pergunto se antes de se casarem, esses coronéis reclamando elaborar pré-núpcias nesse estado:

1. Quanto tempo o casamento vai durar, com uma estratégia de saída clara de como ela termina - divórcio, morte, ou outros.

2. discussão detalhada dos papéis e responsabilidades, incluindo como muita atenção deve ser dada ao cônjuge, se um caso extraconjugal deverá ser realizada.

3. Descrição da integração do casamento é para toda a comunidade.

4. Declaração de quanto tempo e emoção deve ser dedicado à empresa.

Como o meu herói Triumph diz, garoto eu, miúdo. Mas há uma questão séria a ser feita: há aqui uma contradição básica entre os agentes da insistência destes sobre a clareza ea natureza ambígua e incerta da guerra.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1567 Mensagem por marcelo l. » Sáb Mar 26, 2011 2:49 pm

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http://arabnews.com/middleeast/article330432.ece

TRIPOLI, Libya: A distraught Libyan woman stormed into a Tripoli hotel Saturday to tell foreign reporters that government troops raped her, setting off a brawl when hotel staff and government minders tried to detained her.

Iman Al-Obeidi was tackled by waitresses and government minders as she sat telling her story to journalists after she rushed into the restaurant at the Rixos hotel where a number of foreign journalists were eating breakfast.

She claimed loudly that troops had detained her a checkpoint, tied her up, abused her, then led her away to be gang-raped.

Her story could not be independently verified, but the dramatic scene provided a rare firsthand glimpse of the brutal crackdown on public dissent by Muammar Qaddafi’s regime as the Libyan leader fights a rebellion against his rule that began last month.

The regime has been keeping up a drumbeat of propaganda in the Tripoli-centered west of the country under its control even as it faces a weeklong international air campaign against the Libyan military.

Before she was dragged out of the hotel, Al-Obeidi managed to tell journalists that she was detained by a number of troops who were drinking whiskey. She said a number of others who she said remained in custody. She said she was detained on Wednesday but didn’t tell how she escaped this morning. She said she was raped by 15 men.

“They defecated and urinated on me and tied me up,” she said, her face streaming with tears. “They violated my honor, look at what the Qaddafi militiamen did to me.” The woman, who appeared in her 30’s, wore a black robe and orange scarf around her neck and identified herself. She had scratches on her face and she pulled up her black robe to reveal a bloodied thigh.

The Associated Press only identifies rape victims who volunteer their names.

“As soon as I leave here they will take me right to jail,” she yelled at the journalists.

As she spoke, a hotel waitress brandished a butter knife and called her a traitor while another waitress covered Al-Obeidi’s head with a coat to keep her from talking.

“We’re supposed to be all Libyans, we are all brothers, but this is what the Qaddafi militia men did to me,” Al-Obeidi cried to the hotel staff as she struggled with them and the government minders.

Journalists who tried to intervene to protect the woman were pushed out of the way by the minders. A British television reporter was punched in the face, and CNN’s camera was smashed on the ground and ripped to pieces by the government minders.

“Look at what happens — Qaddafi’s militiamen kidnap women at gunpoint, and rape them ... they rape them,” Al-Obeidi screamed before government minders pushed her into a car and drove her away.

At a hastily arranged press conference after the incident, government spokesman Moussa Ibrahim said investigators had told him the woman was drunk and possibly mentally challenged.

“We have to find her family and see if she was really abused or not,” he said.

Qaddafi’s crackdown has been the region’s most violent against the wave of anti-government protests sweeping the Middle East. Tensions have been rising between foreign reporters in the Libyan capital and the government minders who have sought to tightly control what they see and whom they talk to.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1568 Mensagem por marcelo l. » Sáb Mar 26, 2011 2:51 pm

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Dassault Mirage 2000-5 da Força Aérea do Quatar decola como parte da Força-Tarefa Conjunta Odyssey Dawn em Souda Bay na Grécia, na sexta-feira. (Reuters)


TRIPOLI, Libya: Tiny Qatar became the first Arab country to fly combat missions over Libya on Friday after NATO agreed to take command of the no-fly zone part of air operations against Muammar Qaddafi’s regime.

French and British jets struck Libyan military targets around a besieged eastern city, as talks in the Ethiopian capital to find a way out of the crisis produced a statement from the Libyan government delegation saying his country was ready to talk with rebels and accept political reform, possibly including elections.

The Qatari fighter jet flew its first sortie alongside a French jet on Friday and the United Arab Emirates pledged 12 warplanes to the effort to thwart Muammar Qaddafi. The international effort has no other countries from the Arab League, a 22-member group that was among the driving forces behind the UN Security Council decision to impose a no-fly zone over Libya.

“Qatar has been a great ally from Day One,” said Mustafa Gheriani, spokesman for opposition Benghazi city council.

“It’s an Arab country to be proud of.” The United States has provided millions of dollars in equipment to many of the league’s countries, including Saudi Arabia and Jordan. Qatar has close ties to the US

military, a reputation for international mediation, and hosts the pan-Arab Al-Jazeera network.

“Having our first Arab nation join and start flying with us emphasizes that the world wants the innocent Libyan people protected from the atrocities perpetrated by pro-regime forces,” US Air Forces Africa Commander Maj. Gen. Margaret Woodward said.

The international coalition confronting Qaddafi agreed to put NATO in charge of enforcing the no-fly zone, with Canadian Lt. Gen. Charles Bouchard at the helm, and hammered out a unified command structure.

Despite the leadership confusion, Britain’s senior military spokesman, said the mission was succeeding.

“We have not been able to stop all Col. Qaddafi’s attacks, and we would never pretend that we could,” Maj.

Gen. John Lorimer told reporters in London Friday. But, he said, “They are losing aircraft, tanks, guns that they cannot replace. His ability to use these weapons against his own people is diminished daily.” NATO also heads the ship blockade, but British officials on Friday have refused to say whether NATO ships would patrol the rebel-held coastal areas in the east. A slide shown to journalists Friday seemed to underline the ambiguity of the naval arms embargo.

“The entire coast will need to be monitored,” said Capt. Karl Evans, who briefed reporters at the Ministry of Defense in London. Bbehind him, a map of Libya visualizing the NATO blockade showed only the 600 miles (965 kilometers) of Qaddafi-controlled coastline highlighted in red, with the rebel-held east seemingly left out.

When pressed, senior military spokesman Lorimer intervened, saying that “we don’t have those kinds of details here.” British and French warplanes hit near the town of Ajdabiya, destroying an artillery battery and armored vehicles. Ajdabiya and the western city of Misrata, in particular, have suffered because the rebels lack the heavy weapons to lift Qaddafi’s siege.

Rida Al-Montasser, an activist from Misrata, said Qaddafi forces fired mortars and RPGs from rooftops along a main street, hitting a market and a residential building. He said that rebels are trying to chase the snipers from rooftops, rounded up some 30 of the snipers so far and still searching for more.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1569 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mar 26, 2011 3:03 pm

“Having our first Arab nation join and start flying with us emphasizes that the world wants the innocent Libyan people protected from the atrocities perpetrated by pro-regime forces,” US Air Forces Africa Commander Maj. Gen. Margaret Woodward said.
The world = USA. :roll: :lol: :lol: :lol: :lol:




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1570 Mensagem por tflash » Sáb Mar 26, 2011 3:28 pm

The world = USA. :roll: :lol: :lol: :lol: :lol:
Não seja tão mau! Eles sabem que o mundo tem mais sete ou oito países!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Carlos Mathias

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1571 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mar 26, 2011 3:32 pm

Todos na América do Norte, dentro dos EUA. :roll: :lol:




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1572 Mensagem por kurgan » Sáb Mar 26, 2011 3:32 pm

26/03/2011 - 15h17
Moscou adverte contra uma operação terrestre da coalizão na Líbia

Moscou, 26 mar (EFE).- Altos militares e diplomatas russos advertiram neste sábado o perigo de uma intervenção terrestre na Líbia, por considerarem que desencadearia uma guerra em "grande escala".

"Como tínhamos previsto, a Otan envolve-se cada vez mais na guerra na África do Norte", afirmou neste sábado Dmitri Rogozin, representante permanente da Rússia perante a Otan, em entrevista à agência russa "Inerfax".

Rogozin declarou que "hoje escutamos declarações de membros da Otan e da Aliança em geral, que poderiam dirigir à participação do bloco em operações de grande envergadura em território da Líbia".

O representante do Kremlin destacou que se trata "de fato, de que os Estados Unidos e seus aliados mais próximos se verão envolvidos em uma terceira guerra, junto às do Iraque e Afeganistão".

"É um assunto sério", que de uma ou outra forma recairá nos contribuintes norte-americanos, advertiu.

Rogozin advertiu que uma eventual operação terrestre, "se os aliados chegassem a empreendê-la, não se emolduraria nas decisões do Conselho de Segurança da ONU".

Por sua parte, o general de Exército Nikolai Makárov, chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Rússia, não descartou neste sábado que "a coalizão se veja obrigada a empreender uma operação terrestre".

"Não a excluiria", disse em declarações a "Interfax", questionado sobre a possibilidade de uma invasão terrestre por parte das forças da coalizão.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... libia.jhtm




kurgan
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1573 Mensagem por kurgan » Sáb Mar 26, 2011 3:34 pm

tflash escreveu:
The world = USA. :roll: :lol: :lol: :lol: :lol:
Não seja tão mau! Eles sabem que o mundo tem mais sete ou oito países!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
Conclusão: Termo da moda, "Comunidade Internacional" :twisted:




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1574 Mensagem por Andre Correa » Sáb Mar 26, 2011 3:48 pm

Penguin escreveu:
alcluiz escreveu:EUA importa somente 5% do petróleo Líbio, quase o mesmo que o Brasil:

Imagem
E a União Européia mais de 70%.
Portanto não se pode generalizar os EUA dentro dos 80%, caso contrário, seria correcto dizer que 87% vão para Brasil, EUA e Europa, quando Brasil importa 3%, EUA 5% e Europa 79%.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#1575 Mensagem por kurgan » Sáb Mar 26, 2011 4:03 pm

26/03/2011 - 15h48
Forças de Gaddafi atacam Misrata, diz rebelde

Do UOL Notícias*
Em São Paulo


Forças leais ao ditador líbio Muammar Gaddafi estão atacando a cidade de Misrata a partir do oeste e do leste, informou um rebelde à Reuters no sábado.

"As forças de Gaddafi estão atacando Misrata a partir do oeste e leste. (Há) bombardeio pesado", afirmou o rebelde, chamado Saadoun, por telefone à Reuters.

Do oeste, segundo ele, tanques estavam avançando em direção à cidade. "Eles também estão tentando trazer soldados", disse.

"Do leste, eles estão bombardeando com morteiros e artilharia o porto e áreas próximas. Há no porto o principal tanque de combustível que alimenta a parte central da cidade e (há) também milhares de trabalhadores, em sua maioria egípcios, que fugiram e permaneceram no porto aguardando resgate", disse.

Rebeldes tomam Ajdabiyah

Rebeldes líbios, apoiados por ataques aéreos das forças aliadas, retomaram neste sábado a estratégica cidade de Ajdabiyah, depois de uma batalha que durou toda a madrugada e que sugere que a maré está mudando contra as forças do líder Muammar Gaddafi no leste do país.

Combatentes dos grupos rebeldes dançaram sobre os tanques, balançaram bandeiras e dispararam para o alto perto de edifícios crivados por balas. Seis tanques danificados ficaram estacionados perto da entrada leste da cidade, e o solo estava cheio de cartuchos de bala vazios.

Havia sinais de intensos confrontos no portão oeste de Ajdabiyah. Corpos de mais de uma dezena de soldados de Gaddafi ficaram espalhados pelo chão. Uma carga de munição abandonada sugeria que as forças do líder líbio tiveram de fazer um rápido recuo.

"Toda Ajdabiyah está livre e todo o caminho até Brega está livre", afirmou Faraj Joeli, um estudante de ciências da computação de 20 anos que se tornou combatente rebelde.

Havia escassos sinais de destruição no centro da cidade, e os poucos moradores que ainda permaneciam lá começaram a sair de suas casas. Rebeldes dirigiram seus carros disparando para o alto ou distribuíam pão, farinha e água aos habitantes.

Conquistar Ajdabiyah, passagem da líbia ocidental para o reduto rebelde de Benghazi e à cidade petrolífera de Tobruk, é um grande incentivo para os rebeldes após duas semanas na defensiva.

Governos ocidentais esperam que os ataques aéreos, lançados há uma semana com o objetivo de proteger civis, mudarão a balança do poder a favor da revolta popular que resultou em incidentes mais violentos do mundo árabe.

Brega

Os revolucionários já têm o controle total de Ajdabiya e agora avançam rumo ao porto de Brega, a cerca de 80 quilômetros a oeste, e cujo controle foi perdido há dez dias, assegurou a um grupo de jornalistas o porta-voz rebelde, Shams Eddin.

A tomada pelos rebeldes líbios de Ajdabiya, a 160 quilômetros ao sul de Trípoli, aconteceu após oito dias de contra-ofensiva.

No entanto, Eddim esclareceu que ainda ficam combatentes de Kadafi em Ajdabiya e na estrada de Brega, mas afirmou que tinham capturado o comandante das tropas leais ao coronel, Belgazem Ganga.

*Com informações das agências internacionais

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... belde.jhtm




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