Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15556 Mensagem por stan » Sex Dez 22, 2017 6:09 pm

Camaradas de forum,

Se permitem uma rápida avaliação, mas vejo uma navegação com boa orientação pela MB com bons resultados em em curto prazo (6 - 7 anos). Vejamos:

1. garantir uma poderosa força de Submarinos. Convenhamos que ter oito submarinos novos e modernizados não é expente somente em níveis de America do Sul não!

2. garantir uma força expedicionária bem razoável. Ocean, Bahia e acompanhado por boas e modernas corvetas escoltando não é razoável somente para o contexto sul americano, convenhamos!

3. moderna e novíssima fora de helicopteros..Lynx modernizados, SH60 e Caracal...não ta mal...

4. Patrulha...com os 4 Napa 500 sendo finalizados já melhora um pouco mais

5. falta uma força de superfície poderosa com fragatas de 6000 t e PA...acho que vai levar um tempo mas vai chegar lá...talvez umas fragatas t23 meia boca por enquanto para reforçar.

Digo isto pois tenho visto o tanto de criticas que percorrem o forum e se fizer uma análise mais distantes fechamos 2018 com mt boas noticias!!




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15557 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 22, 2017 6:24 pm

stan escreveu:Camaradas de forum,

Se permitem uma rápida avaliação, mas vejo uma navegação com boa orientação pela MB com bons resultados em em curto prazo (6 - 7 anos). Vejamos:

1. garantir uma poderosa força de Submarinos. Convenhamos que ter oito submarinos novos e modernizados não é expente somente em níveis de America do Sul não!

2. garantir uma força expedicionária bem razoável. Ocean, Bahia e acompanhado por boas e modernas corvetas escoltando não é razoável somente para o contexto sul americano, convenhamos!

3. moderna e novíssima fora de helicopteros..Lynx modernizados, SH60 e Caracal...não ta mal...

4. Patrulha...com os 4 Napa 500 sendo finalizados já melhora um pouco mais

5. falta uma força de superfície poderosa com fragatas de 6000 t e PA...acho que vai levar um tempo mas vai chegar lá...talvez umas fragatas t23 meia boca por enquanto para reforçar.

Digo isto pois tenho visto o tanto de criticas que percorrem o forum e se fizer uma análise mais distantes fechamos 2018 com mt boas noticias!!
Concordo absolutamente com tudo, amigo.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15558 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 22, 2017 8:11 pm

A FFE, se aprestada em nível brigada anfíbia como está manuais do CFN, não iria a lugar nenhum no que depender do Ocean e do Bahia. Simplesmente não levam nem 2 btl's dos 3 atuais.

Os dois NDCC ingleses tem pouca capacidade de levar tropas, e mesmo assim, não dariam conta de conseguir abrigar as undes de apoio a um desembarque também. Não temos um navio de apoio logístico para suportar estes navios em uma FT. A não ser para exercícios no litoral brasileiro.

Ou seja, com ou sem Ocean/Bahia, a FFE vai continuar à míngua no que compete à sua capacidade de deslocamento.

Em teoria, para conseguirmos embarcar a nossa brigada anfíbia na íntegra - o que deveria ser uma capacidade indispensável a ser perseguida a todo custo pela MB - teríamos que dispor de pelo menos 6 a 9 navios a fim de dar cabo desta capacidade.

No PEAMB, para referência e comentários, havia o planejamento para a construção de 4 NPM, 5 navios de apoio logístico, e 5 navios de transporte. Ou seja, 14 navios, dos quais a maioria ficaria estacionada no RJ em apoio a FFE.

Olhando essa questão hoje, me parece que se não dispormos ao menos de 3 navios capazes de levar na íntegra os Btl's fz nvs, e mais as undes de apoio ao desembarque, o que demandaria mais 5/6 navios, é muito provável que tanto o Ocean como o Bahia irão servir apenas como "navios-escola" - tal qual o Nae SP - para a manutenção de doutrina e missões menos exigentes, tendo em vista a incapacidade da MB de investir e dispor dos meios necessários a formar uma FT anfíbia verdadeiramente operacional e efetiva.

A notar que um FT anfíbia quando ao mar - em operações de guerra - deve dispor minimamente, na teoria, de 2 a 3 navios de escolta para cada navio anfíbio. Ou seja, uma FT nossa deveria poder dispor de cerca de +-18 navios de escolta.

Não me consta que tenhamos capacidade hoje, e nem amanhã ou depois, e muito menos vontade politica para obter-se tal número de escoltas. Ma esse é um dado para uma marinha que realmente quer se preparar para a guerra, e não apenas fazer figuração em missões de paz e humanitárias. Daí os 30 navios de escolta do PEAMB hoje tão criticados por todos.

Os 30 navios poderiam até ser conseguidos, desde que houvesse um planejamento mais adequado a nossa realidade, e levaria muito tempo para se alcançar tal número, mas do jeito que as coisas são neste país, não vamos ver e nem ter meia dúzia de navios anfíbios, quanto mais 18 navios escoltas.

Melhor nos contentar com os patrulha mesmo. Ao menos podemos chamar eles de "meu".

abs




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15559 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 22, 2017 9:00 pm

Abaixo segue um quadro geral da organização da FFE e da Divisão Anfíbia, que na verdade é a base da Brigada Anfíbia da MB

fonte: wikipedia

Estrutura e meios

Atualmente, a FFE, parcela do CFN voltada para o atendimento dos requisitos operativos anfíbios, é estruturada da seguinte maneira:[1]

Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra

Comando da Tropa de Desembarque

Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero)

Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti

Comando da Divisão Anfíbia

1º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Riachuelo)
2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Humaitá)
3º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Paissandu)

Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais

Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais

Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador

Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea

Batalhão de Comando e Controle

Comando da Tropa de Reforço

Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores

Companhia de Polícia

Batalhão de Viaturas Anfíbias

Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais

Companhia de Apoio ao Desembarque

Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais


Dá para perceber que temos um grande efetivo, e quase nenhum meio para dar-lhes mobilidade.
Então, por mais e melhor que o Ocean seja, e o Bahia junto, eles irão apenas quebrar um galho em relação ao que temos em matéria de CFN.

Então das duas, uma: ou se diminui o CFN para números mais módicos e de acordo com a realidade que temos, ou então damos um jeito de adequar os meios navais as suas necessidades.

O que é mais fácil e mais econômico de fazer?

abs




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15560 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 22, 2017 10:39 pm

Oloco, cara.

O Bahia leva 450 fuzileiros e o Ocean leva mais 830. São 1280 fuzileiros no total. Isso é o suficiente para levar a maior parte da 1ª Divisão Anfíbia (que é o que importa de fato). Estamos mais próximos de ter uma capacidade total de deslocamento do CFN do que o contrário. Seja menos pessimista. Com o atual programa de corvetas, há uma chance bem grande da Marinha do Brasil escolher um projeto estrangeiro e esse não ser uma corveta, mas sim uma fragata... daí teremos uma Marinha com dois navios capitania novos, novos submarinos (os 4 novos mais os 5 atuais modernizados é uma força respeitável, inclusive para termos mundiais), novas escoltas, novos helicópteros (novos e modernizados, todos atuais, sem reloginhos) e por aí vai. A coisa tá indo, não do jeito que a gente queria, mas tá indo.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15561 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 23, 2017 1:39 am

Bolovo, um batalhão de fuz nvs possui em média entre 800 e 900 homens. Dependendo do tipo, organização e missão.

O que vamos no máximo pode fazer em termos de meios embarcados é levar o que o CFN chama hoje de UAnf - Unidade Anfíbia, que via de regra é baseada em um btl de inf. Ou seja, uma unidade operativa baseada nos grupamentos de fuzileiros navais, que deve contar genericamente com:

1. elementos de combate,
2. elementos de apoio ao combate
3. meios aéreos.

Essa é combinação básica para qualquer atividade operacional do CFN, desde o nível companhia até brigada. Foi assim no Haiti, e é assim nos exercícios e nos manuais, e será assim na RCA, ser formos para lá, claro.

Neste aspecto, os dois navios acima vão nos dar a capacidade de formar e transportar uma UAnf nucleada em um batalhão de inf de fuz nvs, mais os meios de apoio ao combate e os elementos aéreos. E é só. Mais do que isso vamos precisar de carona de navios civis.

Apesar de ainda possuirmos os 2 NDCC estes navios já não estão mais em condições de suportar as exigências das operações a que a marinha desempenha, e o consecutivo apoio ao CFN. Na verdade, a derrocada dos meios anfíbios sem nenhuma substituição coerente nos últimos anos foi a pedra de cal no cancelamento das "Operação Dragão". Não tem como fazer exercícios anfíbios sem navios apropriados em quantidade e qualidade. Há de se ressaltar também que nem nos seus melhores dias, a FFE nunca dispôs dos meios necessários ao embarque e transporte da nossa brigada anfíbia.

Se, e estou dizendo se, os ingleses resolverem se livrar dos Albion, será para nós uma grande oportunidade tendo em vista a capacidade destes navios. O problema como sempre é que não adianta nada dispor de todos esses navios sem contar com o apoio indispensável de navios de apoio logístico, que não temos. Sem isso, o que vamos poder fazer é manter os navios operando perto da costa, se muito. Viagens longas terão demandar um planejamento muito mais complicado e dependerão muito dos objetivos e da rotas a serem traçadas. E da disponibilidade do nosso único navio tanque em condições. E eventualmente de uma fragata, se estiver disponível.

Concordo que as Tamandaré darão um alívio, e que mesmo navios maiores poderão ser adquiridos - e eu torço muito por isso - mas elas são uma solução a qual só poderemos contar efetivamente apenas da metade da próxima década em diante. Se tudo der certo, claro. Até lá, vamos ter que nos virar com 3 Niterói e 3 corvetas, ou talvez 1 apena, a Barroso. E todas precisando de modernização, que não temos nenhuma certeza de acontecer.

Enfim, eu estou tentando ser bem realista. Perdemos muitas oportunidades no passado para dispor de mais e melhores meios de apoio ao CFN, e à própria esquadra, como os dois Mistral russos, que por falta de vontade - porque dinheiro sempre houve - não vieram para cá. Eles, junto ao Bahia, e mais os navios tanque franceses que eStão para ser descomissionados poderiam aí sim nos proporcionar mais capacidades neste campo.

Mas isso agora são águas passadas. Temos que resolver o problema de receber o Ocean em condições operacionais totais, sem meia boca ou soluções, e ainda tentar conseguir arrumar pelo menos um navio de apoio logístico decente. Ou mesmo navios tanque usados adquiridos por oportunidade. Citei a classe Supply por serem os mais capazes e haverem dois disponíveis, além de outros dois que poderiam ser negociados mais tarde. São navios completos e seriam uma grande aquisição.

abs




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15562 Mensagem por Luís Henrique » Sáb Dez 23, 2017 12:55 pm

FCarvalho escreveu:Bolovo, um batalhão de fuz nvs possui em média entre 800 e 900 homens. Dependendo do tipo, organização e missão.

O que vamos no máximo pode fazer em termos de meios embarcados é levar o que o CFN chama hoje de UAnf - Unidade Anfíbia, que via de regra é baseada em um btl de inf. Ou seja, uma unidade operativa baseada nos grupamentos de fuzileiros navais, que deve contar genericamente com:

1. elementos de combate,
2. elementos de apoio ao combate
3. meios aéreos.

Essa é combinação básica para qualquer atividade operacional do CFN, desde o nível companhia até brigada. Foi assim no Haiti, e é assim nos exercícios e nos manuais, e será assim na RCA, ser formos para lá, claro.

Neste aspecto, os dois navios acima vão nos dar a capacidade de formar e transportar uma UAnf nucleada em um batalhão de inf de fuz nvs, mais os meios de apoio ao combate e os elementos aéreos. E é só. Mais do que isso vamos precisar de carona de navios civis.

Apesar de ainda possuirmos os 2 NDCC estes navios já não estão mais em condições de suportar as exigências das operações a que a marinha desempenha, e o consecutivo apoio ao CFN. Na verdade, a derrocada dos meios anfíbios sem nenhuma substituição coerente nos últimos anos foi a pedra de cal no cancelamento das "Operação Dragão". Não tem como fazer exercícios anfíbios sem navios apropriados em quantidade e qualidade. Há de se ressaltar também que nem nos seus melhores dias, a FFE nunca dispôs dos meios necessários ao embarque e transporte da nossa brigada anfíbia.

Se, e estou dizendo se, os ingleses resolverem se livrar dos Albion, será para nós uma grande oportunidade tendo em vista a capacidade destes navios. O problema como sempre é que não adianta nada dispor de todos esses navios sem contar com o apoio indispensável de navios de apoio logístico, que não temos. Sem isso, o que vamos poder fazer é manter os navios operando perto da costa, se muito. Viagens longas terão demandar um planejamento muito mais complicado e dependerão muito dos objetivos e da rotas a serem traçadas. E da disponibilidade do nosso único navio tanque em condições. E eventualmente de uma fragata, se estiver disponível.

Concordo que as Tamandaré darão um alívio, e que mesmo navios maiores poderão ser adquiridos - e eu torço muito por isso - mas elas são uma solução a qual só poderemos contar efetivamente apenas da metade da próxima década em diante. Se tudo der certo, claro. Até lá, vamos ter que nos virar com 3 Niterói e 3 corvetas, ou talvez 1 apena, a Barroso. E todas precisando de modernização, que não temos nenhuma certeza de acontecer.

Enfim, eu estou tentando ser bem realista. Perdemos muitas oportunidades no passado para dispor de mais e melhores meios de apoio ao CFN, e à própria esquadra, como os dois Mistral russos, que por falta de vontade - porque dinheiro sempre houve - não vieram para cá. Eles, junto ao Bahia, e mais os navios tanque franceses que eStão para ser descomissionados poderiam aí sim nos proporcionar mais capacidades neste campo.

Mas isso agora são águas passadas. Temos que resolver o problema de receber o Ocean em condições operacionais totais, sem meia boca ou soluções, e ainda tentar conseguir arrumar pelo menos um navio de apoio logístico decente. Ou mesmo navios tanque usados adquiridos por oportunidade. Citei a classe Supply por serem os mais capazes e haverem dois disponíveis, além de outros dois que poderiam ser negociados mais tarde. São navios completos e seriam uma grande aquisição.

abs
Carvalho, você está exagerando.

Todos nós sabemos que a MB não eh uma marinha top de linha. Sabemos que não temos fragatas e destroyers no estado-da-arte. E sabemos que faltam meios para os fuzileiros, assim como faltam escoltas, faltam navios de apoio e faltam navios patrulha.
Enfim, temos que melhorar em tudo.

Agora, também eh inegável que na última administração tivemos um bom incremento nos submarinos e helicópteros. E na atual tivemos um bom incremento em navios para os fuzileiros e ao menos teremos um pequeno incremento nos navios escoltas.

Então não entendo tanto pessimismo.

Segue algumas perguntas para reflexão:

1) quais marinhas possuem maior capacidade de navios como o bahia e o ocean?
2) quais marinha possuem capacidade para transportar 15 mil fuzileiros de uma única vez?
3) caso o Brasil participe de um missão da ONU, precisamos enviar 15 mil fuzileiros de uma vez?
4) em caso de guerra contra um país distante os 15 mil fuzileiros venceriam o conflito?

Os 830 fuzileiros do Ocean + os 450 fuzileiros do Bahia totalizam 1.280 fuzileiros.
A França com 3 Mistral transporta 1.350 fuzileiros.
Claro. O Mistral eh mais moderno, mais capaz, etc.
Mas em temos de quantidade de homens teremos uma capacidade muito boa e superada por POUQUÍSSIMOS PAÍSES.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15563 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Dez 23, 2017 5:21 pm

Luís Henrique escreveu:4) em caso de guerra contra um país distante os 15 mil fuzileiros venceriam o conflito?
Se olhar de forma crítica os fuzileiros navais são um tanto quanto inúteis, porque ninguém possui um corpo de fuzileiros navais grande o bastante para fazer a diferença, então toda a discussão aqui tem que seguir com cautela.
Luís Henrique escreveu: Os 830 fuzileiros do Ocean + os 450 fuzileiros do Bahia totalizam 1.280 fuzileiros.
A França com 3 Mistral transporta 1.350 fuzileiros.
Ou 2700...

E a Inglaterra o dobro disso, mesmo tendo um corpo de fuzileiros navais com metade do tamanho do nosso.
Luís Henrique escreveu:Mas em temos de quantidade de homens teremos uma capacidade muito boa e superada por POUQUÍSSIMOS PAÍSES.
Que não contam com escoltas, nem apoio aéreo e nem proteção anti-aérea, os fuzileiros navais hoje são basicamente guardas dos distritos navais, esse é um dos assuntos que acho que deveriam deixar a tradição morrer e discutir a sério a questão em relação a dias atuais.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15564 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 23, 2017 6:01 pm

Luís Henrique escreveu:
FCarvalho escreveu:Bolovo, um batalhão de fuz nvs possui em média entre 800 e 900 homens. Dependendo do tipo, organização e missão.
O que vamos no máximo pode fazer em termos de meios embarcados é levar o que o CFN chama hoje de UAnf - Unidade Anfíbia, que via de regra é baseada em um btl de inf. Ou seja, uma unidade operativa baseada nos grupamentos de fuzileiros navais, que deve contar genericamente com:
1. elementos de combate,
2. elementos de apoio ao combate
3. meios aéreos.
Carvalho, você está exagerando.

Todos nós sabemos que a MB não eh uma marinha top de linha. Sabemos que não temos fragatas e destroyers no estado-da-arte. E sabemos que faltam meios para os fuzileiros, assim como faltam escoltas, faltam navios de apoio e faltam navios patrulha.
Enfim, temos que melhorar em tudo.
Agora, também eh inegável que na última administração tivemos um bom incremento nos submarinos e helicópteros. E na atual tivemos um bom incremento em navios para os fuzileiros e ao menos teremos um pequeno incremento nos navios escoltas.
Então não entendo tanto pessimismo.
Realismo meu caro amigo Luis, realismo. Não dá mais para viver de expectativas que nunca se materializam, e muito menos tem qualquer chance real de vingar no planejamento estatal brasileiro. Defesa no Brasil continua sendo o mesmo zero a esquerda de sempre. Ou quando e se muito, o pessoal adora fazer a milicada de polícia, pois é para isso que os políticos querem eles. Desde sempre.

Segue algumas perguntas para reflexão:

1) quais marinhas possuem maior capacidade de navios como o bahia e o ocean?
Na AS nenhuma, mas nossos vizinhos não deveriam servir de parâmetro para nós.

2) quais marinha possuem capacidade para transportar 15 mil fuzileiros de uma única vez?
Luís, a brigada anfíbia, que é o maior elemento operacional do CFN, e tem menos da metade desse número aí. Para conseguir levá-los, se um dia for necessário, 6 a 9 navios resolvem o nosso problema. Mas será que precisamos mesmo de uma Brigada de fuzileiros navais?

3) caso o Brasil participe de um missão da ONU, precisamos enviar 15 mil fuzileiros de uma vez?
As missões da ONU não contam como referência para o planejamento da FFE, mas as HE no nosso TO regional. Que deve ter a capacidade de atender, quando necessário, as solicitações da ONU.

4) em caso de guerra contra um país distante os 15 mil fuzileiros venceriam o conflito?
Fuzileiros navais são uma tropa essencialmente de apoio à marinha e suas missões primárias. Dependendo do cenário, um batalhão, uma companhia e até um grupamento podem resolver o problema. Ou em todo caso, todos os 15 mil. Alias, é preciso dizer que os fuzileiros navais da Colômbia possuem mais de 21 mil homens, e sua capacidade anfíbia é praticamente nula. Por outro lado, a sua capacidade de agir em operações de segurança interna é muito mais profícua do que qualquer tropa brasileira.

Os 830 fuzileiros do Ocean + os 450 fuzileiros do Bahia totalizam 1.280 fuzileiros.
Isso dá no máximo um Btl mais uma tropa mínima de apoio. Podem no máximo atuar em cenários restritos. E ainda assim com muitas limitações material e pessoal.

A França com 3 Mistral transporta 1.350 fuzileiros.
Claro. O Mistral eh mais moderno, mais capaz, etc.
Mas em temos de quantidade de homens teremos uma capacidade muito boa e superada por POUQUÍSSIMOS PAÍSES.
É como eu disse Luis, o nosso objetivo tem de ser o de poder transportar toda uma bgda anfíbia. Ponto. Para isso, precisaríamos de muito mais navios do que estamos dispostos a investir. Então, novamente cabe a pergunta: precisamos mesmo de uma bgda anf?
[/quote]

Eu não estou preocupado com a aquisição do Ocean e do Bahia. Me preocupa é o fato de mesmo assim continuarmos na situação em que sempre estivemos. De apenas mostrar bandeira. Mas isso nunca foi suficiente para fazer uma boa marinha.

abs




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15565 Mensagem por pmicchi » Sex Dez 29, 2017 3:54 pm

Nem os US Marines tem meios suficientes para desembarcar todo seu contingente. Dependendo da operação, boa parte dos materiais e contingente tem que vir por outros meios (terra e/ou ar) e num segundo momento.

A vinda do Ocean permite aumentar a nossa capacidade de assalto helitransportado, que faz muito sentido para operações rápidas e em profundidade. Essas operações não visam necessariamente ocupar território inimigo mas a uma série de outras possibilidades (destruir alvos estratégicos, proteger/resgatar civis, etc).

Acredito que o contingente do nossos Fuzileiros Navais não deve ser mensurado pela capacidade de desembarque anfíbio mas pela dimensão da necessidade de uma força "expedicionária" de reação rápida.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15566 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 29, 2017 4:58 pm

Por isso que no CFN se fala em Brigada Anfíbia, que no papel deverá ter 4 Btl's FuzNvs e meios de apoio. Algo em torno de uns 7 mil homens.
Bem, eu creio ser muito difícil conseguir tantos navios para colocar toda uma bgda anfíbia no mar para a nossa realidade, mas, se um dia precisarmos, bem, vamos como sempre pensar em dar algum "jeitinho".

abs




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15567 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 29, 2017 5:20 pm

FCarvalho escreveu:Por isso que no CFN se fala em Brigada Anfíbia, que no papel deverá ter 4 Btl's FuzNvs e meios de apoio. Algo em torno de uns 7 mil homens.
Bem, eu creio ser muito difícil conseguir tantos navios para colocar toda uma bgda anfíbia no mar para a nossa realidade, mas, se um dia precisarmos, bem, vamos como sempre pensar em dar algum "jeitinho".

abs
Mas oras, se até a Marinha Britânica usou navios de linha da Marinha Mercante para transportar tropas durante a Guerra das Malvinas, não vejo o menor problema em se fazer algo parecido por aqui. Lembre-se que estou falando da fucking Royal Navy!!! Na época era a terceira maior marinha do mundo, só atrás da americana e da soviética.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15568 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 29, 2017 8:04 pm

Sem problemas para mim, desde que a nossa marinha mercante volte a ser objeto de atenção também, pois tanto quanto a MB ela foi posta de lado já faz muito tempo. E isso em tempos bicudos de belicosidade pode fazer uma falta danada.

A mim, se a parte que se referia ao CFN no PEAMB fosse alcançada, ficava tudo bem, mas sem esse negócio de 2a esquadra que foi uma invencionice de gente que não sabe coisa alguma de guerra naval e muito menos de política de defesa.

Seriam apenas 9 navios, ou seja, os 4 MPM e mais 5 navios de transporte e olhe lá. Isso já bastaria para embarcar o tal Bgda Anfíbia e ainda sobrava troco. Mas ficamos chupando o dedo mais uma vez.

E para não dizer que não falei de flores, em uma hipotética baixa dos 2 Classe Albion, e de pelo menos 2 Classe Bay, com mais o Ocean, estaríamos bem de mais na fita por mais uns vinte anos. Só faltaria mesmo o navio de apoio logístico. Mas esse já é um problema um pouco mais complicado de resolver.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15569 Mensagem por stan » Sáb Dez 30, 2017 12:12 am

Camaradas do fórum,

Não acredito que o foco da MB nos próximos anos vai estar na obtenção de NPM ou outros navios visando ampliar capacidade de transporte e desembarque de fuzileiros.

Penso que o foco é nas corvetas e o que vai derivar deste primeiro lote, finalizar os 4 NAPA 500 e definir novas formas para dar continuidade no programa, reforçar o quantitativo de NPOs pois os Amazonas que acabam participando de agendas internacionais (há conversas da análise pela MB da aquisição dos 3 NPO River Batch 1 e acho muito interessante esta possibilidade), fortalecer e manter o Prosub, continuar negociação com governo para ampliar orçamento ou outros caminhos para obtenção de meios e custeio..., meios ribeirinhos, navios mineiros...por ai.

Para melhorar as escoltas deverá ser negociada no devido tempo as T23. O caminho está pavimentado. O programa de corvetas acaba dando estes indicativos (a "influência inglesa"..., Sea Ceptor, talvez o radar, aquisição do Ocean...), dentro do meu achismo torcedor deve ter algum par (ou +) reservado à MB daqui a dois ou três anos...é aguardar.

MB vai ficar com duas corvetas velhas, uma um pouco mais moderna mas com capacidades limitadas e 3 três Niterois...não acredito mesmo! É um Gap perigoso e que a MB não vai aceitar. Eu como cidadão, não militar, não concordo...que dirá a tropa!

Mas enfim, há um cenário que aponta para estas soluções com um parceiro histórico da MB que é a RN.

Agora é chave obter junto ao governo melhorias no orçamento próprios para estas soluções mais imediatas e achar novos caminhos para os programas de construção local.

Bom, são opiniões, achismo, mas penso que tem nesta análise um pragmatismo que percebo na gestão atual da MB.




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Túlio
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15570 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 30, 2017 11:14 am

Marechal-do-ar escreveu:
Luís Henrique escreveu:Mas em temos de quantidade de homens teremos uma capacidade muito boa e superada por POUQUÍSSIMOS PAÍSES.
Que não contam com escoltas, nem apoio aéreo e nem proteção anti-aérea, os fuzileiros navais hoje são basicamente guardas dos distritos navais, esse é um dos assuntos que acho que deveriam deixar a tradição morrer e discutir a sério a questão em relação a dias atuais.
Morro concordando. Aliás, a argumentação dos Colegas deve andar em maré baixa porque está começando a ficar chato isso, sou acostumado é a discordar do Marechal (e do Bolovo :twisted: ), hoje em dia concordo quase sempre, POWS!!!

Sei lá o que deu, é tanto wishful thinkin' partindo de premissa errada e, por consequência, chegando a conclusões do tipo "fazer mudanças importantes para ficar tudo igual" que acaba nisso, eu concordando com Colegas de quem adoro discordar.

ACORDEM, POWS!!!

Temos uma "marinha" que tenta ir em todas as direções ao mesmo tempo e, por óbvio, não vai chegar a lugar algum. O "planejamento" (e FCarvalho, PELAMOR, a sigla é PAEMB - Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil - e não "PEAMB", tri? :wink: ) é um desastre, tipo querer fazer churrasco, daí comprar batata, feijão, vela de carro, açúcar e abacaxi para isso. Baita "churrasco" vai dar... :roll: :roll: :roll: :roll:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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