Luís Henrique escreveu:A River Batch 2 encomendadas pela Royal Navy em 2013 custaram U$ 154 mi CADA UMA.
Se a CV-03 custar U$ 350 mi, INCLUINDO os custos de desenvolvimento.
Forem fabricadas no nosso país e possuírem as capacidades anunciadas, como PELO MENOS 16 mísseis antiaéreos Sea Ceptor, radar MODERNO, e demais armamentos previstos, eu acho que não é o fim do mundo.
Claro, se a MB e demais forças olhassem mais para a Rússia e China, com este valor ou POUCA coisa a mais, daria para adquirir FRAGATAS MELHOR ARMADAS, mas analisando o mercado OCIDENTAL, U$ 350 mi com PRODUÇÃO LOCAL, DESENVOLVIMENTO e com as capacidades militares mencionadas acima, não é tão ruim.
Adquirir 5 ou 8 Napaoc é um certo exagero.
Creio que seria mais realista dizer que no lugar de 1 CV-03 daria para adquirir 2 ou 3 napacoc novos.
Lembre-se que o preço que pagamos nos 3 Amazonas foi preço de OCASIÃO.
Luís, o preço de um NaPaOc pode variar de acordo com diversas condicionantes, que serão basicamente demandadas por seus operadores. No nosso caso, é possível fazer com que estes navios possam ter seus custos controlados/diminuídos por serem fabricados aqui, com engenharia e insumos nacionais.
Neste sentido, o atual projeto BR oferecido pela Engepron nada mais é do que casco das Inhaúma melhorado e com uma nova superestrutura. E como se trata de um navio de patrulha, e não de combate, ele poderia inclusive usar metodologia civil de construção, minorando ainda mais seus custos. Armamento e sistemas podem ser os aqui projetados e disponíveis. Tudo isso gasto em Reais, e não em dólar. Desta forma, um navio como este pode tranquilamente obtido por US 50 a 80 milhões.
Falam em usar um 76 nele. Mas por quê não usar um Bofors 40 que temos inclusive o projeto para fabricar aqui? Falaram em duas metralhadoras de 20mm. Por que não usar em princípio somente a CORCED? Falaram em radar Artisan ou coisa equivalente. Por que não um derivado do M-200?
Enfim, temos muitas outras soluções nacionais que podem ser dispostas neste projeto em um primeiro momento. E depois, se quiserem aumentar os requisitos, podemos fazer isso a partir de bases nacionais.
Estavam previstos 5 NaPaOc a priori. O que são 5 navios para um litoral como o nosso? Para não falar da ZEE? O total previsto eram de 12. Da mesma forma, o que são 12 navios para o que temos em relação as nossas responsabilidades?
Com uma única CV-3 a US 350 mi podemos comprar cerca de 7 a 4 NaPaOc BR. Veja, com o preço de um navio compramos quase 10 de outros, tão ou mais necessários quanto aquele.
Não estou dizendo que o projeto da CV-3 não seja importante para nós, sim ele é, mas poderia ser um pouco mais de acordo com a nossa realidade. Não adianta querer comprar um puta navio - mesmo que pequeno como uma corveta - com tudo de bom e do melhor se no final vamos continuar dependentes de insumos e fornecimento de peças e partes em sua grande maioria do exterior. Até para manutenção. Nada de muito diferente do que aconteceu com as Niterói. No final, parece-me que quiseram dar um passo maior que a perna. Sempre aquele pensamento de marinha de águas azuis... mas agora tentando quebrar o galho da esquadra com navios que sequer foram feitos/projetos para serem a base de uma esquadra.
Como dei o exemplo acima, precisamos, muito, de navios patrulha de todos as tonelagens e tipos. Temos aqui em casa mesmo as condições - e soluções - para fazer isso sem maiores implicações e com custos razoáveis. E tendo em mente a evolução paulatina e consequente com a realidade orçamentária e política da defesa no Brasil.
Da mesma forma a CV-3. Hoje penso que poderíamos começar com algo mais simples, e parecido com a Barroso, e com custos aproximados, tentando utilizar ao máximo a tecnologia disponível na BID e na industria naval. Privilegiar a massa crítica da mão de obra que já temos, dando trabalho para fazer e coisas para pensar. Um lote inicial de 4 seria um bom começo para substituir as Inhaúma. Depois um segundo lote de mais 4 e assim por diante, com cada um contando com avanços em relação ao anterior e custos controlados, até completar 16 undes. A encomenda de um lote a cada 4 anos seria interessante pois nos daria tempo e condições de fazer evoluir as coisas de acordo com as nossa realidade, e não a de fora e muto menos com sonhos mirabolantes de uma esquadra que nunca fomos e nem tivemos.
Por fim, é preciso dizer que o investimento nos patrulha e na CV-3 não exclui necessariamente a aquisição de navios maiores para a MB. Isso pode ser feito, se e quando a oportunidade for de tal forma significativa na relação custo x benefício que valha a pena o negócio. Desde que privilegie a capacitação nacional e transfira as tecnologias que ainda não dominamos.
De minha parte, eu sei que essas ideias hoje podem até parece inexequíveis, mas ainda acredito que com os argumentos certos, com as pessoas certas, podemos conseguir sair deste marasmo em que nos encontramos. E se por acaso o Prosuper for morto e enterrado de vez no planejamento oficial da MB, por sem problemas. Levaríamos cerca de 20 anos para obter 16 corvetas produzidas aqui, com tecnologia nacional. E ainda teríamos bem mais navios patrulha de acordo com as nossas reais necessidades.
Nada de mais para um país que vive de costas para o mar.
abs.