Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Enviado: Sex Abr 01, 2016 10:25 am
Sim, dizer-se de esquerda não implica necessariamente em adotar uma política de esquerda. Mas você chegou a olhar o link sobre a política trabalhista da Suécia? Utilizei ele pra reforçar minha afirmação.joaolx escreveu:Confundem-se conceitos...Algus escreveu:Cheguei a mostrar este link, que trata de algumas características da política trabalhista sueca, comentei que são quase 100 anos de partidos de esquerda no poder, mas ela continuou afirmando que era um país de economia liberal, pois era o que o Ìndice Heritage dizia: http://www.europarl.europa.eu/workingpa ... ary_pt.htm
Em primeiro lugar, paises comunistas e liberais puros não existem, na realidade há uma aproximação maior ou menor a determinado modelo e o grafico que foi aqui postado é um bom indicador disso mesmo...
Determinado Estado pode intervir bastante na economia apenas como regulador e abster-se em absoluto de ser ator economico e detentor de monopolios estatais...
Mais, o fato de os paises escandinavos terem uma tradição social-democrata não os qualifica de modo algum como paises governados pela esquerda (que os apresenta aqui como bandeira)... Tentar sequer afirmar isto é uma falacia...
Penguin escreveu:
Estive no protesto de Porto Alegre ontem também, e uma coisa que me chamou atenção (inclusive eu e um colega comentamos isso) é que no protesto de esquerda de Porto Alegre (cidade com um índice de população de origem europeia acima da média nacional) tinha mais negros do que nos protestos dos coxinhas em Salvador (capital com a maior população de origem negra do Brasil). Aliás, como é bom ir a um protesto onde está representado todo o universo da população brasileira: Indios, negros, brancos, mulheres, professores, agricultores, muitos estudantes, jovens, velhos, trabalhadores, aposentados, crianças... Aliás, que moral os coxas tem para falar de gente comprada, não pagaram sequer o pato do protesto da paulista. Esse é o tipo de honestidade que querem cobrar??? Piratear um boneco de um artista estrangeiro na cara dura???? Isso sim é que é liberalismo elevado ao cubo.Grep escreveu:Essa história dos 30 pila é uma falácia, até alguns devem ganhar mesmo, e como tem muita gente de baixa renda essa é a única forma que os permite participar.
Mas estive ontem no protesto em Porto Alegre e a maioria das pessoas eram gente "normal", que normalmente se vê pela cidade baixa, incluído muita gente "alternativa" como GLS, hippies, e gente de esquerda em geral.
Enquanto me dirigia ao protesto passei por uma dupla de senhores que observava de longe o povo passar e um disse pro outro "isso aí é tudo gente paga", um preconceito bobo que ele poderia não ter se pensasse por si próprio e chegasse mais perto da manifestação.
Algus os exemplos que apontas e bem são o de um estado que exerce um forte poder regulador e são produto de uma sociedade que é fundada na responsabilidade social dos seus membros e em que as boas acoes de alguém são tidas como boas ou ruins na medida em que afetam ou podem afetar todos os outros...E queres a minha opinião eu admiro os caras...Algus escreveu:Sim, dizer-se de esquerda não implica necessariamente em adotar uma política de esquerda. Mas você chegou a olhar o link sobre a política trabalhista da Suécia? Utilizei ele pra reforçar minha afirmação.joaolx escreveu: Confundem-se conceitos...
Em primeiro lugar, paises comunistas e liberais puros não existem, na realidade há uma aproximação maior ou menor a determinado modelo e o grafico que foi aqui postado é um bom indicador disso mesmo...
Determinado Estado pode intervir bastante na economia apenas como regulador e abster-se em absoluto de ser ator economico e detentor de monopolios estatais...
Mais, o fato de os paises escandinavos terem uma tradição social-democrata não os qualifica de modo algum como paises governados pela esquerda (que os apresenta aqui como bandeira)... Tentar sequer afirmar isto é uma falacia...
Citarei uns exemplos:
- Não há demissão sem justa causa. Quando alguém está para ser dispensado são chamados agentes do governo que tentam negociar isso. Normalmente o funcionário não é demitido, no máximo muda de função. Lembro de uma entrevista, de um brasileiro que morava na Suécia, ele falava que era mais fácil se divorciar do que demitir um empregado na Suécia (e quem já divorciou no litigioso sabe o inferno que é).
- O Estado injeta uma grande quantidade de recursos para inserir o desempregado no mercado. Ele até chega a marcar entrevistas. Literalmente pega na mãozinha do desempregado. Gasta-se mais com isso do que com o seguro-desemprego (e olha que o gasto nisso é enorme por lá). Existem tb programas de promoção em relação ao trabalho bancados pelo Estado.
- Salários não são definidos apenas pelo empregador. Não existe um salário mínimo na Suécia, mas praticamente cada emprego tem o seu piso salarial e ele não é uma imposição do empregador. Ele precisa ser negociado com o sindicato. Os sindicatos estão presentes em praticamente tudo e 80% dos trabalhadores são sindicalizados. Qualquer liberal que lê isso fica doido, parece um sacrilégio em relação ao que ele defende.
- Qualquer mudança brusca na política da empresa precisa ser consultada e autorizada pela maioria dos empregadores.
- Metade da população ativa é constituída de empregados públicos. Você comentou sobre a diferença entre intervir como regulador e ser um ator econômico. No caso da Suécia o governo faz ambas as coisas.
Está tudo no link que deixei. Estas propostas estão bem distantes do que os liberais defendem. Eu concordo com você, não existe isso de país 100% liberal, mas a política da Suécia usa muito pouco da receita efetivamente liberal. Com tudo isso que eu citei a liberdade laboral da Suécia recebeu a mesma pontuação que o Brasil.
Esta não é a definição se socialismo, mas sim de stalinismo, uma deturpação que pouco ou nada tem a ver com as ideias socialistas originais e não era defendida por ninguém na liderança soviética fora o próprio Stalin (que se encarregou de eliminar todos os outros).joaolx escreveu:Coisa bem diferente são os chamados estados socialistas como eram a URSS e satélites em que a propriedade privada dos meios de produção praticamente não existia e tudo era do estado e todos os planos econômicos eram decididos superiormente.
Tens razão Leandro é como afirmei entre o preto e o branco existem uma infinidade de tons...Falas do Lenin por oposição ao Stalin, mas todos beberam de uma forma ou de outra da mesma fonte: Karl MarxLeandroGCard escreveu:Esta não é a definição se socialismo, mas sim de stalinismo, uma deturpação que pouco ou nada tem a ver com as ideias socialistas originais e não era defendida por ninguém na liderança soviética fora o próprio Stalin (que se encarregou de eliminar todos os outros).joaolx escreveu:Coisa bem diferente são os chamados estados socialistas como eram a URSS e satélites em que a propriedade privada dos meios de produção praticamente não existia e tudo era do estado e todos os planos econômicos eram decididos superiormente.
Na própria URSS de Lênin a abertura da economia para iniciativas privadas era perfeitamente aceitável, como demonstrou a implementação da NEP (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Pol% ... %C3%B4mica). A sociedade sem classes e com propriedade compartilhada dos meios de produção era para ser uma consequência da evolução social e cultural da nação e do mundo (exatamente o conceito aplicado nas repúblicas escandinavas), e não algo necessariamente imposto de cima para baixo. Isso foi a ideia de um homem ignorante, perturbado e paranóico, não um conceito canônico socialista. Da mesma forma que o nazismo, com seu forte componente racial, não é um cânone da extrema direita.
Leandro G. Card
Isso é verdade, porém cada um deles com interpretações bem diferentes (principalmente Stálin, que na verdade de socialista tinha muito pouco). E perceba que mesmo Marx não é a fonte única e exclusiva de ideias socialistas, sempre existiram muitas outras vertentes com diversas origens diferentes, algumas discordando frontalmente dos conceitos marxistas (como a luta de classes e a revolução proletária) sem contudo deixarem de ser igualmente socialistas. O socialismo não foi uma invenção de Marx, da mesma forma que o evolucionismo não foi uma invenção de Darwin.joaolx escreveu:Tens razão Leandro é como afirmei entre o preto e o branco existem uma infinidade de tons...Falas do Lenin por oposição ao Stalin, mas todos beberam de uma forma ou de outra da mesma fonte: Karl Marx
E ainda assim todos eles também partiram basicamente dos mesmos princípios e das mesmas fontes. As diferenças eram basicamente nuances locais, com os regimes fascistas do centro-leste europeu (não só na Alemanha mas também na Hungria e na Romênia) tendo um enfoque muito mais étnico e anti-judaico do que os do sul-oeste.Quanto ao nazismo este movimento não era uma realidade puramente politica tinha algo de religioso e místico dentro de si, algo bem diferente do Mussolini e dos fascistas italianos e espanhois ( e portugueses ) contemporâneos...
Esse é o modelo a ser seguido ! ... se ISSO for esquerda TO DENTRO!Penguin escreveu:
Prezados Leandro e joaolx, me permitam um pitaco.LeandroGCard escreveu:Esta não é a definição se socialismo, mas sim de stalinismo, uma deturpação que pouco ou nada tem a ver com as ideias socialistas originais e não era defendida por ninguém na liderança soviética fora o próprio Stalin (que se encarregou de eliminar todos os outros).joaolx escreveu:Coisa bem diferente são os chamados estados socialistas como eram a URSS e satélites em que a propriedade privada dos meios de produção praticamente não existia e tudo era do estado e todos os planos econômicos eram decididos superiormente.
Na própria URSS de Lênin a abertura da economia para iniciativas privadas era perfeitamente aceitável, como demonstrou a implementação da NEP (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Pol% ... %C3%B4mica). A sociedade sem classes e com propriedade compartilhada dos meios de produção era para ser uma consequência da evolução social e cultural da nação e do mundo (exatamente o conceito aplicado nas repúblicas escandinavas), e não algo necessariamente imposto de cima para baixo. Isso foi a ideia de um homem ignorante, perturbado e paranóico, não um conceito canônico socialista. Da mesma forma que o nazismo, com seu forte componente racial, não é um cânone da extrema direita.
Leandro G. Card