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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Sáb Set 26, 2020 12:37 pm
por cabeça de martelo
Henrique Brito escreveu: Sex Set 25, 2020 11:41 am Bom dia.

Qual artigo ou vídeo na internet você considera mais completo e onde eu vou poder obter mais informações sobre o CTOE? Não sei quase nada sobre as tropas especiais portuguesas e queria saber mais.
Para começar:

O primeiro passo na implementação da sua missão foi o envio de cinco oficiais (Major Nunes Igreja , capitães Aquilino Miranda , Luz de Almeida , Vaz Antunes e Lemos Pires ) para o centro anti-insurgência francês na Argélia, Centro de Instrução de Pacificação e Contra-Guerrilha em Arzew.

Após o seu regresso, tornaram-se os "pais fundadores" de um centro de treino semelhante no exército português, que iria preparar os seus quadros para combater os insurgentes e outras actividades subversivas, para actividades psicológicas, bem como nas técnicas de montanhismo, combates nas montanhas e outras condições difíceis.

Inicialmente, estava prevista a sua instalação no Centro Militar de Educação Física Equitação e Desportos em Mafra ou no Batalhão de Caçadores nº 5 ( BC 5 ), em Lisboa e que procederia à selecção e formação dos voluntários e, em seguida, direcionando-os a outros especialistas. O primeiro Curso de Operações Especiais começou em Mafra e foi acabar já em Lamego.
Em 16 de abril de 1960, com base no Decreto-Lei n.º42926, o CIOE( Centro de Instrução de Operações Especiais ) foi criada em Lamego , sob o comando do Major Henriques da Silva. A formação de cinco semanas dos primeiros voluntários do BC5 e depois dos vários regimentos aí começou muito rapidamente, criando-se as primeiras três Companhias de Caçadores Especiais ( CCaçEsp).

As Companhias de Caçadores Especiais constituem as primeiras unidades instruídas e organizadas pelo CIOE. Vindas do BC 5, chegam a Lamego, a 27 de Abril de 1960, as primeiras tropas destinadas à frequência da instrução complementar de contraguerrilha e à formação das primeiras Companhias de Caçadores Especiais (CCE). A 6 de Junho, terminada a instrução e envergando pela primeira vez uniformes de combate camuflado, juram bandeira e recebem as boinas castanhas, símbolo das novas tropas especiais. No dia seguinte regressam ao BC 5 e, em 10 de Junho, embarcam para Angola (CCE N º 61, 62 e 63) e Moçambique (CCE N º 64). Nos termos da directiva de 22 de Abril de 1959, as Companhias de Caçadores Especiais são “Unidades terrestres que pela sua organização, apetrechamento e preparação, possam ser empregues sem perda de tempo na execução de operações de tipo especial: operações de segurança interna, de contra-subversão e de contraguerrilha”.

Quando, em 16 de Março de 1961, eclode a luta armada em Angola, as CCE N º 61, 62 e 63, e uma Companhia de Polícia do Exército, são as únicas unidades de combate metropolitanas presentes naquele território. Neste mesmo ano de 1961 são ainda apressadamente instruídas no CIOE mais quatro Companhias de Caçadores Especiais (CCE N º 74, 78, 79 e 80), precisamente as últimas formadas integralmente naquele Centro, as quais de seguida embarcam rapidamente para a Guiné (CCE N º 74), Angola (CCE N º 78) e Moçambique (CCE N º 79 e 80). Nestes territórios, todas estas unidades actuam como forças de intervenção directamente subordinadas aos respectivos Comandos-Chefes. Mas o alastramento da luta armada naquelas três colónias impõe uma crescente necessidade de unidades militares, obrigando à alteração do conceito de formação daquelas companhias. Por outro lado, as chefias militares são pouco favoráveis à criação de forças especiais. A solução encontrada é a generalização da preparação e treino dos Caçadores Especiais a todas as Companhias de Caçadores. O CIOE passa, então, a ser um centro de formação de graduados dos quadros permanentes (capitães e subalternos), os quais, terminados os cursos, organizam e treinam as Companhias de Caçadores Especiais nas respectivas unidades territoriais mobilizadoras. Assim se constituem, nos anos de 1961 e 1962, mais vinte e cinco CCE. De então em diante, o CIOE começa a especializar-se como escola de formação de graduados para as operações de contra-subversão, contraguerrilha ou contrainsurreição nas colónias portuguesas em África.

Em 1962 o Estado-Maior do Exército decide enviar o capitão Rodolfo Bacelar Begonha frequentar o curso “Ranger” nos EUA. Depois de regressar a Portugal, o capitão Begonha recebe a missão de organizar um curso similar no CIOE. Aproveita-se assim o conhecimento de dois países distintos, para o Curso de Operações Especiais do Exército Português.

Em 29 de Abril de 1963 inicia-se no CIOE o primeiro dos cursos de “Instrutores e Monitores de Operações Especiais (tipo Ranger)”. Daqui deriva o nome de «Rangers» porque passam a ser conhecidos daí em diante os militares de “Operações Especiais”. Entretanto, outros oficiais são nomeados para frequentar nos EUA o curso de “Rangers”, designadamente os capitães Fernando Augusto Gomes, Henrique de Carvalho Morais e António Dinis Delgado da Fonseca. Os cursos de Operações Especiais mantêm-se continuamente no CIOE até ao final da guerra colonial.

A instrução privilegia o conhecimento das técnicas de “infiltração profunda, orientação, ocultação, combate e sobrevivência de pequenos grupos de combate, com vista a detectar, surpreender e destruir objectivos rebeldes”. O programa contempla diversas matérias, nomeadamente: preparação psicológica, treino físico, navegação fluvial, técnicas expeditas de travessia de cursos de água, tiro instintivo e manuseamento de engenhos explosivos. A ênfase é colocada no planeamento táctico, organização e conduta de patrulhas de longo raio de acção, montagem de emboscadas e execução de golpes de mão sobre objectivos sensíveis. A preparação psicológica e o treino físico visam sobretudo o desenvolvimento da capacidade de resistência em esforços violentos e prolongados e em condições particularmente adversas. Toda a instrução é conduzida com características próximas da realidade e em condições de dureza, incomodidade, fadiga, sobressalto, imprevisibilidade, irregularidade de horário, prontidão permanente e rigorosa disciplina. Os graduados habilitados com o curso de “Operações Especiais” são posteriormente atribuídos às unidades mobilizadas normais, em regra um oficial e um sargento por cada companhia operacional.

Ao contrário do que acontecera com as Companhias de Caçadores Especiais e do que sucede com as Companhias de Comandos, Batalhões e Companhias de Páraquedistas e Destacamentos de Fuzileiros, ou com as unidades regulares, os militares de Operações Especiais não formam unidades de organização fixa. A excepção são os Grupos Especiais, formados com base em militares do recrutamento africano, conhecidos por “GEs”, particularmente adaptados à contraguerrilha pelo conhecimento que têm do meio e comandados por Rangers.


Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Sáb Set 26, 2020 1:19 pm
por cabeça de martelo
Lembrei-me de ir à revista do CTOE porque nalgum exemplar devia estar o resumo histórico da dita unidade:

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Fonte e onde podes ver as páginas em tamanho decente - https://issuu.com/herminiolopes/docs/pr ... b11e99e16f

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Sáb Set 26, 2020 2:24 pm
por Henrique Brito
cabeça de martelo escreveu: Sáb Set 26, 2020 12:37 pm
Henrique Brito escreveu: Sex Set 25, 2020 11:41 am Bom dia.

Qual artigo ou vídeo na internet você considera mais completo e onde eu vou poder obter mais informações sobre o CTOE? Não sei quase nada sobre as tropas especiais portuguesas e queria saber mais.
Para começar:

O primeiro passo na implementação da sua missão foi o envio de cinco oficiais (Major Nunes Igreja , capitães Aquilino Miranda , Luz de Almeida , Vaz Antunes e Lemos Pires ) para o centro anti-insurgência francês na Argélia, Centro de Instrução de Pacificação e Contra-Guerrilha em Arzew.

Após o seu regresso, tornaram-se os "pais fundadores" de um centro de treino semelhante no exército português, que iria preparar os seus quadros para combater os insurgentes e outras actividades subversivas, para actividades psicológicas, bem como nas técnicas de montanhismo, combates nas montanhas e outras condições difíceis.

Inicialmente, estava prevista a sua instalação no Centro Militar de Educação Física Equitação e Desportos em Mafra ou no Batalhão de Caçadores nº 5 ( BC 5 ), em Lisboa e que procederia à selecção e formação dos voluntários e, em seguida, direcionando-os a outros especialistas. O primeiro Curso de Operações Especiais começou em Mafra e foi acabar já em Lamego.
Em 16 de abril de 1960, com base no Decreto-Lei n.º42926, o CIOE( Centro de Instrução de Operações Especiais ) foi criada em Lamego , sob o comando do Major Henriques da Silva. A formação de cinco semanas dos primeiros voluntários do BC5 e depois dos vários regimentos aí começou muito rapidamente, criando-se as primeiras três Companhias de Caçadores Especiais ( CCaçEsp).

As Companhias de Caçadores Especiais constituem as primeiras unidades instruídas e organizadas pelo CIOE. Vindas do BC 5, chegam a Lamego, a 27 de Abril de 1960, as primeiras tropas destinadas à frequência da instrução complementar de contraguerrilha e à formação das primeiras Companhias de Caçadores Especiais (CCE). A 6 de Junho, terminada a instrução e envergando pela primeira vez uniformes de combate camuflado, juram bandeira e recebem as boinas castanhas, símbolo das novas tropas especiais. No dia seguinte regressam ao BC 5 e, em 10 de Junho, embarcam para Angola (CCE N º 61, 62 e 63) e Moçambique (CCE N º 64). Nos termos da directiva de 22 de Abril de 1959, as Companhias de Caçadores Especiais são “Unidades terrestres que pela sua organização, apetrechamento e preparação, possam ser empregues sem perda de tempo na execução de operações de tipo especial: operações de segurança interna, de contra-subversão e de contraguerrilha”.

Quando, em 16 de Março de 1961, eclode a luta armada em Angola, as CCE N º 61, 62 e 63, e uma Companhia de Polícia do Exército, são as únicas unidades de combate metropolitanas presentes naquele território. Neste mesmo ano de 1961 são ainda apressadamente instruídas no CIOE mais quatro Companhias de Caçadores Especiais (CCE N º 74, 78, 79 e 80), precisamente as últimas formadas integralmente naquele Centro, as quais de seguida embarcam rapidamente para a Guiné (CCE N º 74), Angola (CCE N º 78) e Moçambique (CCE N º 79 e 80). Nestes territórios, todas estas unidades actuam como forças de intervenção directamente subordinadas aos respectivos Comandos-Chefes. Mas o alastramento da luta armada naquelas três colónias impõe uma crescente necessidade de unidades militares, obrigando à alteração do conceito de formação daquelas companhias. Por outro lado, as chefias militares são pouco favoráveis à criação de forças especiais. A solução encontrada é a generalização da preparação e treino dos Caçadores Especiais a todas as Companhias de Caçadores. O CIOE passa, então, a ser um centro de formação de graduados dos quadros permanentes (capitães e subalternos), os quais, terminados os cursos, organizam e treinam as Companhias de Caçadores Especiais nas respectivas unidades territoriais mobilizadoras. Assim se constituem, nos anos de 1961 e 1962, mais vinte e cinco CCE. De então em diante, o CIOE começa a especializar-se como escola de formação de graduados para as operações de contra-subversão, contraguerrilha ou contrainsurreição nas colónias portuguesas em África.

Em 1962 o Estado-Maior do Exército decide enviar o capitão Rodolfo Bacelar Begonha frequentar o curso “Ranger” nos EUA. Depois de regressar a Portugal, o capitão Begonha recebe a missão de organizar um curso similar no CIOE. Aproveita-se assim o conhecimento de dois países distintos, para o Curso de Operações Especiais do Exército Português.

Em 29 de Abril de 1963 inicia-se no CIOE o primeiro dos cursos de “Instrutores e Monitores de Operações Especiais (tipo Ranger)”. Daqui deriva o nome de «Rangers» porque passam a ser conhecidos daí em diante os militares de “Operações Especiais”. Entretanto, outros oficiais são nomeados para frequentar nos EUA o curso de “Rangers”, designadamente os capitães Fernando Augusto Gomes, Henrique de Carvalho Morais e António Dinis Delgado da Fonseca. Os cursos de Operações Especiais mantêm-se continuamente no CIOE até ao final da guerra colonial.

A instrução privilegia o conhecimento das técnicas de “infiltração profunda, orientação, ocultação, combate e sobrevivência de pequenos grupos de combate, com vista a detectar, surpreender e destruir objectivos rebeldes”. O programa contempla diversas matérias, nomeadamente: preparação psicológica, treino físico, navegação fluvial, técnicas expeditas de travessia de cursos de água, tiro instintivo e manuseamento de engenhos explosivos. A ênfase é colocada no planeamento táctico, organização e conduta de patrulhas de longo raio de acção, montagem de emboscadas e execução de golpes de mão sobre objectivos sensíveis. A preparação psicológica e o treino físico visam sobretudo o desenvolvimento da capacidade de resistência em esforços violentos e prolongados e em condições particularmente adversas. Toda a instrução é conduzida com características próximas da realidade e em condições de dureza, incomodidade, fadiga, sobressalto, imprevisibilidade, irregularidade de horário, prontidão permanente e rigorosa disciplina. Os graduados habilitados com o curso de “Operações Especiais” são posteriormente atribuídos às unidades mobilizadas normais, em regra um oficial e um sargento por cada companhia operacional.

Ao contrário do que acontecera com as Companhias de Caçadores Especiais e do que sucede com as Companhias de Comandos, Batalhões e Companhias de Páraquedistas e Destacamentos de Fuzileiros, ou com as unidades regulares, os militares de Operações Especiais não formam unidades de organização fixa. A excepção são os Grupos Especiais, formados com base em militares do recrutamento africano, conhecidos por “GEs”, particularmente adaptados à contraguerrilha pelo conhecimento que têm do meio e comandados por Rangers.

Muito legal. Sao muito operacionais estes caras

Valeu.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Dom Set 27, 2020 12:47 pm
por cabeça de martelo
Um aparte, em lado nenhum tu encontras referência ao 22o SAS...e eles foram importantíssimos na história recente do CTOE!

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qui Out 08, 2020 5:58 am
por cabeça de martelo
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Militar dos Comandos em aprontamento para a próxima missão na Republica Centro Africana. A Espingarda de Assalto FN SCAR em 5,56x45mm tem se mostrado um sucesso tanto ao nível da fiabilidade, precisão, manutenção, ergonomia, como no aumento exponecial do poder de fogo dos grupos de Comandos.

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Militar dos Comandos em aprontamento para a próxima missão na Republica Centro Africana. A Metralhadora Ligeira FN Minimi MK3 em 5,56x45mm, a par com as Espingardas de Assalto FN SCAR-L, têm se mostrado um sucesso tanto ao nível da fiabilidade, precisão, manutenção, ergonomia, como no aumento exponecial do poder de fogo dos grupos de Comandos

The Way of the Warriors

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qui Out 08, 2020 11:08 am
por cabeça de martelo

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qui Out 08, 2020 12:43 pm
por Henrique Brito

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qui Out 08, 2020 1:18 pm
por cabeça de martelo
A Orbat atual é diferente da mencionada no video:

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Só as SOTU Alfa tem militares com o curso SOGA.

Já agora:

Internationalen Fernspähschule in Weingarten



Foi aqui que os Rangers e os Comandos foram tirar o Curso de Patrulhas de Longo Raio de Acção nos anos 80.

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Curso de Patrulhas de Longo Raio de Acção
RCMDS Amadora - 1992


Hoje em dia só a FOEsp é que faz esse curso e função (apesar de haver militares com esse curso tanto no seio dos Comandos como dos Paraquedistas). No Exército Alemão os sucessores das Companhias formadas nesse Centro são os Luftlande aufklärungs kompanie (260 / 310), que estiveram recentemente em Tancos.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Sex Out 09, 2020 6:23 am
por cabeça de martelo

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Out 13, 2020 7:14 am
por cabeça de martelo
3.ª Equipa de Assessoria de Operações Especiais no Afeganistão

Exército Português
9 de outubro às 06:44 ·
Atividade operacional da 3.ª Equipa de Assessoria de Operações Especiais Portuguesa, no âmbito da missão da NATO “Resolute Support” no Teatro de Operações do Afeganistão

Esta equipa, constituida por elementos da Força de Operações Especiais do Exército e elementos do Destacamento de Ações Especiais Marinha, tem como missão treinar, aconselhar e dar assistência às tropas especiais afegãs, bem como coordenar e supervisionar as equipas de assessoria em operações especiais da coligação.

Video - https://www.facebook.com/ExercitoPortug ... 744452436/

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Out 13, 2020 12:51 pm
por cabeça de martelo



Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Out 14, 2020 10:50 am
por cabeça de martelo

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Out 20, 2020 10:21 am
por cabeça de martelo
Forças Armadas Portuguesas escreveu:Sargento-chefe do Exército Português distinguido no Afeganistão

PARABÉNS!

O Sargento-chefe, do Exército Português, da 3.ª Equipa de Assessoria de Operações Especiais Portuguesa, integrado na “NATO Resolute Support Mission”, no Afeganistão, foi, recentemente, agraciado pelo Comandante das Operações Especiais Afegãs, General Amadi.

O gesto, inesperado, ocorreu durante a cerimónia de encerramento do Curso de Sargentos da Componente de Operações Especiais Afegã, que se realizou na Escola de Excelência, situada em “Camp Commando”, em Cabul, e da qual os militares portugueses desta equipa foram convidados de honra.

O General Amadi apontou o militar português como exemplo a seguir por todos os novos sargentos recém-graduados, pela sua competência, profissionalismo e dedicação.
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Forças Armadas Portuguesas escreveu:Coronel Jorge Torres reúne com Comando de Operações Especiais do Exército Afegão

O Coronel Jorge Torres, do Exército Português, “Senior National Representative” na “NATO Resolute Support Mission”, no Afeganistão, participou, no passado dia 5 de outubro, numa visita e reunião de trabalho com o Comando do Comando de Operações Especiais do Exército Afegão.

A reunião, que se realizou no Campo “Morehead”, teve por objetivo discutir aspetos relacionados com a formação e treino das Forças de Operações Especiais do Exército Afegão, bem como inteirar-se do planeamento de treino e formação anual, em particular, das ações que se perspetivam realizar até ao final deste ano.

Paralelamente a esta ação, o Coronel Jorge Torres teve a oportunidade de reunir com os Comandos da Escola de Excelência e do Comando de Operações Especiais do Exército Afegão, onde lhe foram reiteradas as mensagens de profundo agradecimento a Portugal pelo apoio continuado, dedicado, profissional e de proximidade, na formação das Forças de Operações Especiais Afegãs.

Aproveitando a ocasião, o militar português realizou um treino de nivelamento tático de tiro, com os militares da Componente de Operações Especiais, em missão naquele teatro de operações.
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Out 20, 2020 10:23 am
por cabeça de martelo
France signs contract for upgraded NH90 TTH for Special Forces

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https://www.edrmagazine.eu/france-signs ... ial-forces

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Out 20, 2020 10:28 am
por cabeça de martelo
GIOE fornece Formação, Mentoria e Assistência a unidades Contra-Terroristas no Sahel

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Sahel é uma faixa de 5 400 km de extensão no centro norte do continente africano que atravessa os seguintes países (de oeste para leste): Gâmbia, Senegal, a parte sul da Mauritânia, o centro do Mali, Burkina Faso, a parte sul da Argélia e do Níger, a parte norte da Nigéria e dos Camarões, a parte central do Chade, o sul do Sudão, o norte do Sudão do Sul e a Eritreia. A existência de vastos territórios onde o controle do Estado é insuficiente ou inexistente, particularmente em áreas rurais ou semidesérticas, e a dificuldade de monitorizar fronteiras favorecem a presença de grupos terroristas e de todo o tipo de organizações criminosas na região. O desenvolvimento da segurança torna-se um elemento-chave no Plano de Acção Regional 2015 – 2020 da Estratégia da União Europeia para a região do Sahel.

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Nessa perspectiva, a Guarda Nacional Republicana (GNR) através do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) participa no projecto Europeu GAR-SI SAHEL (Groupes d’Action Rapides – Surveillance et Intervention au Sahel) com militares empenhados na formação e monitorização de unidades de contra-terrorismo que serão empenhadas nas zonas mais problemáticas. Neste projecto participam mais três Estados-membros da União Europeia: a Guardia Civil (Espanha), a Gendarmerie Nacional (França) e a Guarda dei Carabinieri (Itália).

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O projeto teve início em janeiro de 2017, e o GIOE tem como principal objetivo do projeto, a criação de unidades de intervenção, ao nível das Forças de Segurança dos 6 países beneficiários, que disponham de capacidade efetiva para responder a situações de grave alteração da ordem pública, mas também para assegurar a prevenção e combate ao crime, procurando assegurar a afirmação do Estado de Direito na totalidade do território dos referidos Estados do Sahel. Para tal desiderato, e até ao momento, o projeto logrou a criação de Unidades de Intervenção Rápida (Unidades GARSI) em cada um dos Estados beneficiários, unidades estas que integram um total de mais de 800 militares, altamente formados e treinados, e que têm desempenhado um papel fundamental em domínios como sejam a prevenção e o combate ao terrorismo e à radicalização, aos diversos tipos de tráficos ilícitos, bem como à imigração ilegal. A GNR vinha a assegurar a subcoordenação das unidades regionais deste projeto, em dois países de importância capital: Níger e Burkina-Faso. Recentemente, a GNR passou a assumir por completo a coordenação do projecto a nível do Mali, Niger e Burkina-Faso.​

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No apoio dado a estas unidades existem formações periódicas, para as quais se deslocam de Portugal elementos especializados. Em 2020 está prevista uma formação no Mali e no Burquina Faso que conta com a participação de Snipers do GIOE, bem como de uma equipa do Centro de Inativação de Engenhos Explosivos (EOD). Também está prevista a deslocação do comandante do GIOE ao Senegal e ao Burquina Faso em missão de mentoria.

As equipas do GARSI treinadas pelo GIOE têm obtido vastos sucessos no combate ao terrorismo. Ainda recentemente, em 19 de Maio de 2020, uma operação no Burquina Faso, na província de Kossi junto à fronteira com o Mali, eliminou 47 elementos do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (Group for the Support of Islam and Muslims – GSIM), a principal formação jihadista na região do Sahel, grupo aliado da Al-Qaeda. Os elementos da Gendarmerie Nationale sediados na localidade de Barani tinham como missão desmantelar várias bases terroristas que atuavam na área chamada Boucle du Mouhoun. Nesta intervenção, para além das baixas inimigas, conseguiram destruir 2 bases terroristas, capturar um número muito elevado de motociclos, várias armas e munições (Kalashnikov, Zastava, PKM, RPG) e um elevado volume de combustível.

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O GIOE, é uma das forças militares Portuguesas de Operações Especiais, parte integrante da Guarda Nacional Republicana, e que constitui a unidade de resposta, para a gestão e atuação em situações complexas e de emergência e, que requerem o compromisso de homens especialmente treinados e equipados, com técnicas, táticas e meios especiais de intervenção, para realizar ações contra-terroristas e resgates de reféns em Portugal ou onde o Governo Português entenda por necessário.

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Em Portugal, a decisão de criar uma unidade de resposta especializada a situações de alta violência, considerando-se como tal os atentados que envolvem raptos, tomada de reféns, pirataria aérea e ações de terrorismo, dentro da Guarda Nacional Republicana, foi tomada em 24 de outubro de 1978 e ganhou o nome de Grupo Especial de Intervenção (GEI). Em 1983, o GEI iniciou a formação no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), do Exército Português. As razões prendiam-se com as necessidades de formação, alicerçadas na forma de atuar no valor anímico, na inteligência, no espírito de sacrifício, na energia e tenacidade, numa vontade forte e constante, na rusticidade e resistência física e na sobriedade e discrição, que só o CIOE em Portugal conseguiria transmitir, pautando-se por elevados padrões de conduta, de camaradagem, de coesão, de espírito de corpo e de sentido de entreajuda. Com esta qualificação em “Operações Especiais” e após a formação com aproveitamento de 3 Cabos e 29 Soldados, o GEI passou em 21 de abril de 1983 a designar-se Pelotão de Operações Especiais (POE). Em 30 de abril de 2003, o Pelotão de Operações Especiais passa a designar-se Companhia de Operações Especiais (COE). Constituindo-se como Companhia, articula-se por Comando, por seção de comando e Pelotões de Operações Especiais. Em 2007, a Guarda decide dimensionar as Operações Especiais para um novo patamar de resposta aos desafios do futuro. Assim, é criado Grupo de Intervenção de Operações Especiais (Portaria 1450/2008, 16DEC), que aumenta a sua dimensão para duas Companhias de Operações Especiais e uma Secção de Comando.

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Em território nacional, o GIOE atua na área de responsabilidade da Guarda, que compreende 96% do território e 56% da população portuguesa, apoiando quando necessários as restantes Unidades da GNR dispersas pelo país, bem como aquelas que estão mais próximas junto dos órgãos de soberania. Ao nível da segurança de pessoas e de locais sensíveis, o GIOE tem apoiado o dispositivo territorial em eventos de massa, como é o caso das cerimónias religiosas de Fátima ou da segurança das instalações da seleção nacional, tanto com elementos em segurança próxima, como com equipas de sniper colocados em pontos dominantes.

O GIOE é uma força com uma importância enorme, tanto no que toca a segurança nacional como Internacional, e a sua capacidade de mobilizar os seus militares para qualquer zona do planeta em cerca de 48h, coloca-a a par de qualquer uma das suas congéneres Mundiais.

http://warriors.pt/galerias/gioe-fornec ... -no-sahel/