Porta-helicópteros britânico ‘Ocean’ cederá parte de sua tripulação ao novo porta-aviões ‘Queen Elizabeth’; navio que foi oferecido à MB opera na face devastada da Ilha de Dominica
Por Roberto Lopes. Ícone dos sites de defesa.
A Marinha do Brasil (MB) foi informada de que o cronograma previsto para a baixa do porta-helicópteros britânico HMS Ocean (L12) – marcada para 31 de março de 2018 – será cumprido à risca, até porque parte de sua tripulação será transferida, logo no início do ano que vem, para o novo porta-aviões HMS Queen Mary (R08).
Esse barco, de 70.600 toneladas, que em mais alguns dias dará início à segunda e última etapa das suas provas de mar, será comissionado pela Royal Fleet em dezembro próximo.
Ele precisa de tripulação completa (cerca de 640 militares) para começar os testes de aceitação de aeronaves (especialmente dos caças F-35), e de adestramento operacional com o seu destacamento aéreo – ambos eventos programados para o segundo semestre de 2018.
Os ingleses ofereceram o Ocean à MB em março passado.
De acordo com uma versão obtida nesta segunda-feira (09.10) pela coluna INSIDER, de fonte militar, a Marinha brasileira ajustou com sua congênere britânica um conjunto de reuniões entre oficiais das duas Forças. Tema: a proposta que está sobre a mesa de venda do porta-aviões.
Polêmica – O procedimento tem, entre seus objetivos, esclarecer as informações contraditórias que circularam na mídia, durante a terceira semana de setembro, acerca de problemas no funcionamento do navio enquanto ele tomava provisões na Base Naval britânica de Gibraltar.
Essa rodada de conversações pode acontecer depois que o HMS Ocean retornar do Mar do Caribe, onde se encontra atualmente, ou ainda antes disso.
O regresso do navio para a sua base em Devonport, no sul da Inglaterra, está previsto para acontecer no começo de dezembro.
Com base nesses entendimentos recentemente acertados, e na reavaliação dos custos da manutenção de curto prazo que o barco requer, é que o Ministério da Defesa e a Marinha do Brasil anunciarão a sua decisão de ficar, ou não, com a unidade, de 21.500 toneladas.
Hoje, a tendência é de as autoridades brasileiras aprovarem a compra do Ocean.
Maria – Na quarta-feira da semana passada, a Agência de Gestão de Emergências em Desastres do Caribe (CDEMA), liberou o seu 8º boletim de informações sobre as consequências da passagem do furacão Maria pela região – o primeiro reporte de informações que menciona a Ajuda Humanitária levada a essa parte do mundo pelo porta-helicópteros Ocean.
A mesma fonte considerou positiva a redesignação do porta-helicópteros para a missão de socorro no Caribe, o que evitou que ele cumprisse a longa (e naturalmente desgastante) jornada para a qual foi originalmente indicado: a liderança de uma força-tarefa da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) no Mar Mediterrâneo Oriental.
De acordo com o informativo, o navio assistiu as vítimas do Maria em 12 comunidades de cinco províncias das regiões Leste e Sul de Dominica – uma possessão britânica de, aproximadamente, 75.000 habitantes.
Os locais agora sob a assistência e controle dos tripulantes do Ocean haviam tido suas comunicações com a capital, Rouseau, cortadas.
O boletim da CDEMA fala em “entrega de material de socorro, avaliação de necessidades, limpeza de estradas, realização de reparos urgentes de instalações-chave e transferência de pessoas vulneráveis”, muitas atendidas a bordo do navio britânico.
Os suprimentos transferidos do porta-helicópteros para as regiões devastadas (a maior parte deles por meio de helicópteros Chinook), incluem kits de abrigo, de comida, material médico, tendas, lonas, pacotes de higiene pessoal, sistemas de aproveitamento da luz solar, comprimidos de purificação da água e madeira para a reconstrução de residências.