NOTÍCIAS POLÍTICAS
Moderador: Conselho de Moderação
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61737
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6390 vezes
- Agradeceram: 6742 vezes
- Contato:
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
É, de erro em erro, notes, estamos aqui...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Juniorbombeiro
- Sênior
- Mensagens: 2685
- Registrado em: Sex Fev 24, 2006 7:20 pm
- Localização: Atlântico sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 68 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Baixaria total de ambos os lados, mas principalmente do lado da direita (pq será???), não vejo que tipo de contribuição isso pode trazer para o debate. Recomendo que quem ainda não viu, nem perca tempo.kirk escreveu:A rixa que existe até aqui no DB :
http://www.youtube.com/watch?v=dlxzt1yE ... pi_62iJtBw
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61737
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6390 vezes
- Agradeceram: 6742 vezes
- Contato:
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
É com VOSMEÇÊS, ser vai continuar assim, bueno, vamos continuar travando tópico.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
- Sênior
- Mensagens: 6661
- Registrado em: Qui Jul 09, 2009 3:27 am
- Agradeceu: 391 vezes
- Agradeceram: 245 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Túlio escreveu:Já aqui nadavê, propaganda de ditadura. Também nem cheguei à metade, desta vez por puro TÉDIO...
A observação que grifei Bourne, merece uma continuidade do raciocínio ... toda ação provoca uma reação e daí, na minha opinião, vem o Ato Institucional nº 5, aquele que institucionaliza a DITADURA propriamente dita ... muito se fala que foi uma "atitude" contra as oposições e é aí que eu discordo ...Bourne escreveu:Esse mundo que só existe petralha vs coxinha é tão lindo. E fica mais ainda quando se joga na história do Brasil como se fosse tão simples.
Não existia um tipo de "militares". As forças armadas tinhas posições divergente dentro de si o que criava um potencial problema de anarquia e eventual conflito de fato. Seja em relação ao golpe ou sobre o que fazer depois.
O grupo que tomou o poder era do Castelo Branco tinha a ideia de entrar, fazer as reformas com apoio civil, cair fora em três anos com convocação de novas eleições. O sucessor veio em 1967 com costa e silva era malvadão, queria um ditadura militar de fato, era extremamente autoritário e não tinha problemas em ver o Brasil como um grande quartel.
O Getúlio Vargas era populista. No entanto, lá nos anos 1950, defendia o maldito ajusta fiscal e a necessidade de uma solução definitiva para o descontrole fiscal. fragilização externa e inflação. Não ficava só na palavra. Tinha tentativas de ações. Apesar de fracassarem.
Foi exatamente nesse época que surgem ALN (Ação Libertadora Nacional) e VAR Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária), ambas organizações ARMADAS com paramilitares treinados na China e Cuba com a única finalidade de luta armada pela implantação de um regime socialista no país.
Agora vamos fazer um paralelo com o que acontece HOJE, aqui cabe um parentes :
(Túlio, o vídeo não se trata em uma apologia ao regime militar, mas uma COMPARAÇÃO com os dias que estamos vivendo)
É de domínio que a Dilma só não sofre um impedimento se ocorrer um MILAGRE e mesmo que aconteça tal milagre ela não escapa de uma cassação, considerando a abundância de evidências de dinheiro de propina em sua companha eleitoral de 2014.
Ora, o próprio PT e as entidades de esquerda já se preparam para fazer OPOSIÇÃO :
Todos esses movimentos e organizações não governamentais são FINANCIADOS pelo governo do PT e todos são "agentes desestabilizadores", por exemplo HOJE o estado da federação que sofre o a maior incidência de invasões de terras é no Paraná, governado pelo PSDB, o sindicato dos professores também são atuantes na desestabilização ...PT e movimentos sociais já discutem como agir na oposição
O PT e os movimentos sociais e sindicais contrários ao impeachment não admitem publicamente que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é cada dia mais provável, mas já apontam o discurso para um possível governo Michel Temer (PMDB). "Vai ser pior do que foi o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). O povo não vai aceitar retrocesso em direitos conquistados, como propõe o programa do PMDB", disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP).
Um dos pontos do discurso anti-Temer é o programa "Uma Ponte para o Futuro", apresentado pelo PMDB no ano passado, que propõe desvinculação de receitas orçamentárias da educação e saúde, mudanças na Previdência Social, entre outras medidas que desagradam a base petista.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse na quinta-feira, que uma eventual gestão Temer não trará de volta a estabilidade política. "Eles (movimentos sociais) vão à rua dizendo que não haverá estabilidade com o impeachment, estabilidade se faz com paz, com a possibilidade de o povo se organizar livremente e poder chegar às eleições de 2018 que é a data legítima para quem quer assumir o poder", afirmou o dirigente petista.
Líderes de movimentos que defendem a manutenção de Dilma, como o Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e CMP, também afirmaram nos últimos dias que vão para as ruas caso o peemedebista assuma o governo.
Guilherme Boulos, do MTST, deixou claro, também na quinta-feira, que "vai ter resistência" nas ruas caso o impeachment seja aprovado. Gilmar Mauro, do MST, afirmou na sexta-feira passada que Temer "não terá um dia se sossego" se assumir a Presidência da República. Na quinta-feira passada, a própria Dilma disse a correspondentes estrangeiros que o impeachment deixaria "cicatrizes" na democracia.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... osicao.htm
Isso significa que uma eventual e provável saída de Dilma por impeachment ou cassação teremos fortes ações de grupos de esquerda com a intenção de minar a estabilização do País ... e como a "fonte de recursos" vai se escassear, podemos esperar ações subversivas de ataques armados a instituições, roubos, sequestros e toda a cartilha que JÁ CONHECEMOS onde vai necessitar de forças públicas atuando com mão de ferro ...
A história não é pra dar SONO em ninguém, mas ela deveria nos ENSINAR como as coisas funcionam e nos preparar para evitar o pior ... pois, a cede de PODER da esquerda não terminará com a queda da Dilma e Lula ... pelo contrário isso vai acirrar os ânimos desse pessoal.
[] kirk
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
-
- Sênior
- Mensagens: 6661
- Registrado em: Qui Jul 09, 2009 3:27 am
- Agradeceu: 391 vezes
- Agradeceram: 245 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Um alerta :
http://www.youtube.com/watch?v=QDZ3b-EsjDo#t=106
http://www.youtube.com/watch?v=QDZ3b-EsjDo#t=106
[] kirk
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Carece de total fundamento o boato de que vão mudar o nome da revista CARTA CAPITAL para GRANMA...
Menos, menos....
Wingate
Menos, menos....
Wingate
- Algus
- Avançado
- Mensagens: 507
- Registrado em: Ter Dez 23, 2008 2:17 pm
- Agradeceu: 38 vezes
- Agradeceram: 48 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
É, hoje em dia são raríssimos os historiadores que sustentam a hipótese de que a Ditadura veio impedir o estabelecimento do socialismo. Se analisarmos os pormenores da época esta hipótese realmente não se sustenta.Túlio escreveu:Grep escreveu:Frase do general Oswaldo Muniz Oliva:
Concordo, mas talvez tivesse sido melhor ter virado isso naquela época.
Não teria. Jango era tão COMUNAZZZ quanto o Lula e o Getúlio. Todos POPULISTAS e nada mais.
É só prestar atenção, o Brasil jamais abraçaria o socialismo como foi na URSS ou na China Maoísta ou mesmo no Vietnã. Notar que todos os Povos citados já viviam sob regimes extremamente repressivos antes da Revolução, assim, se revoltaram, pegaram em armas e acabaram trocando seis por meia dúzia. Aqui nunca foi assim, mesmo na ditadura nazi-fascista do Getúlio ele manteve seu viés populista que, mesmo com a pecha de ditador sanguinário e torturador sob si, lhe permitiu ser eleito legalmente anos após.
Não, a tchurma que fez a "redentora" foi a mesma que tentou isso dez anos antes, errando o bote então porque o alvo se suicidou antes (ou "foi suicidado", vai saber), a desculpa de "comunismo" colou por causa da Guerra Fria...
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21087
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O sindicalismo brasileiro é corporativista, associado e aliado do desenvolvimento capitalista. Os dois falavam e falam a mesma língua até hoje. Olhem como existem grupos autodenominados de esquerda e sindicatos que defendem as empreiteiras, toleram seus pecados e argumentam a favor da proteção a industria nacional.
É a carga genética de algumas gerações de políticos (autodenominados de esquerda e direita) que ainda estão ai. Agora que estão perdendo espaço e vão ser obrigados a aceitar mudanças. Entre elas que precisa de uma estrutura de bem estar social, precisa de transparência e democratização das estruturas de estado, não é aceitável favorecimentos e a lei deve ser igual para todos.
O principal conflito no Brasil é entre projetos e grupos políticos sob uma estrutura institucional que não era capaz de media-los e mantê-los dentro de uma discussão democrática. A terceira república de 1945 a 1964 era brigas diárias entre diversos grupos. Além de existir uma grande heterogeneidade entre técnicos e políticos que participavam dos governos estaduais e nacionais.
Os conflitos entre os grupos continuaram durante o governo militar que trabalhava para ter apoios regionais e dos diversos grupos locais políticos e econômicos. Ao mesmo tempo precisavam tanto de apoio como tolerar e auxiliar os grupos oposicionistas estabelecidos. Por isso que a linha dura que quis apelar para maior autoritarismo não se sustentou e deu lugar ao grupo que queria deixar o poder já com o Geisel no meio dos anos 1970s.
A ideia da "ameaça comunista" foi o folclore criado pela ditadura e o grupo mais autoritário para se justificar como salvadores e na quebra da ordem institucional. E ainda vende a ideia de que os militares eram um bloco sólido. Não eram nem internamente e compactuavam com diversos interesses civis.
---------
Diz a lenda que o Getúlio Vargas mandou com orgulho o documento ao governo norte-americano que tinha limpado os sindicatos dos revolucionários marxistas. As informações foram confirmadas pelo serviços de inteligência e, em seguida, a ajuda para construção de estradas, infraestruturas e programas de desenvolvimento foram reduzidos drasticamente. Já que não existia ameaça revolucionária.
É a carga genética de algumas gerações de políticos (autodenominados de esquerda e direita) que ainda estão ai. Agora que estão perdendo espaço e vão ser obrigados a aceitar mudanças. Entre elas que precisa de uma estrutura de bem estar social, precisa de transparência e democratização das estruturas de estado, não é aceitável favorecimentos e a lei deve ser igual para todos.
O principal conflito no Brasil é entre projetos e grupos políticos sob uma estrutura institucional que não era capaz de media-los e mantê-los dentro de uma discussão democrática. A terceira república de 1945 a 1964 era brigas diárias entre diversos grupos. Além de existir uma grande heterogeneidade entre técnicos e políticos que participavam dos governos estaduais e nacionais.
Os conflitos entre os grupos continuaram durante o governo militar que trabalhava para ter apoios regionais e dos diversos grupos locais políticos e econômicos. Ao mesmo tempo precisavam tanto de apoio como tolerar e auxiliar os grupos oposicionistas estabelecidos. Por isso que a linha dura que quis apelar para maior autoritarismo não se sustentou e deu lugar ao grupo que queria deixar o poder já com o Geisel no meio dos anos 1970s.
A ideia da "ameaça comunista" foi o folclore criado pela ditadura e o grupo mais autoritário para se justificar como salvadores e na quebra da ordem institucional. E ainda vende a ideia de que os militares eram um bloco sólido. Não eram nem internamente e compactuavam com diversos interesses civis.
---------
Diz a lenda que o Getúlio Vargas mandou com orgulho o documento ao governo norte-americano que tinha limpado os sindicatos dos revolucionários marxistas. As informações foram confirmadas pelo serviços de inteligência e, em seguida, a ajuda para construção de estradas, infraestruturas e programas de desenvolvimento foram reduzidos drasticamente. Já que não existia ameaça revolucionária.
-
- Sênior
- Mensagens: 1816
- Registrado em: Dom Nov 25, 2012 3:21 pm
- Agradeceu: 141 vezes
- Agradeceram: 37 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se em 64 a ameaça comunista já era folclore imagina hoje.
E alguns ainda estão morrendo de medo da doutrinação marxista, sem se dar conta que os doutrinados são eles mesmos, nesse eterno loop inútil.
E alguns ainda estão morrendo de medo da doutrinação marxista, sem se dar conta que os doutrinados são eles mesmos, nesse eterno loop inútil.
-
- Sênior
- Mensagens: 2627
- Registrado em: Dom Ago 02, 2009 1:16 pm
- Agradeceu: 203 vezes
- Agradeceram: 147 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
DISCURSO DE JOÃO GOULART DURANTE REUNIÃO DE SARGENTOS NO AUTOMÓVEL
CLUBE EM 30 DE MARÇO DE 1964
A crise que se manifesta no país foi provocada pela minoria de privilegiados que vive de olhos voltados
para o passado e teme enfrentar o luminoso futuro que se abrirá à democracia pela integração de milhões
de patrícios nossos na vida econômica, social e política da Nação, libertando-os da penúria e da
ignorância.
O momento que estamos vivendo exige de cada brasileiro o máximo de calma e de determinação, para
fazer face ao clima de intrigas e envenenamentos, que grupos poderosos estão procurando criar contra o
governo, contra os mais altos interesses da Pátria e contra a unidade de nossas Forças Armadas.
Para compreender o esquema de atuação desses grupos que tentam impedir o progresso do país e barrar a
ampliação das conquistas populares, basta observar que são comandados pelos eternos inimigos da
democracia, pelos defensores dos golpes de estado e dos regimes de emergência ou de exceção.
Na crise de 1961, os mesmos fariseus que hoje exibem um falso zelo pela Constituição, queriam rasgá-la
e enterrá-la sob a campa fria da ditadura fascista. Tudo isto é história recente, que não pode ser repetida,
porque está indelevelmente gravada na memória do povo brasileiro.
Vimos, de repente, os políticos que mais pregaram o ódio neste país estenderem a mão para os políticos
mais corruptos da história brasileira e juntos terem o cinismo de falar em nome dos sentimentos católicos
do povo. Passaram a acusar de anticatólicos, não apenas ao Presidente da República, mas ao próprio
Cardeal de São Paulo. Na hora em que ainda ressonam as Encíclicas Sociais de João XXIII, é demasiada
audácia a desses aventureiros se atreverem a falar em nome da Igreja. Não me cabe, porém, combater essa
usurpação, pois a Ação Católica de Minas e de São Paulo já tomou essa iniciativa. E a maior resposta a
esses fariseus foi dada por aquele prelado brasileiro que, a 2 de fevereiro de 1963, afirmava que os ricos
da América Latina falam muito em reformas de base, mas chamam de comunistas aqueles que se decidem
a levá-las à prática. Ele explicava: “É fácil de entender: os ricos da América Latina continuam a deter o
Parlamento e tem o grande idealismo da fé no futuro”. Dizia por fim: “O egoísmo de muitos ricos, sua
cegueira, é um problema muito mais grave do que o próprio comunismo”.
Esse sacerdote, Dom Hélder Câmara, acaba de ser designado pelo papa para ser Arcebispo de Recife, uma
das cidades que mais refletem a crise social do nosso país.
Reconheço que há muitos iludidos de boa-fé. Venho adverti-los de que estão sendo manipulados em seus
sentimentos por grupos de facções políticas, agências de publicidade e órgãos de cúpula das classes
empresariais.
Aconselho, portanto, a todo brasileiro que hoje esteja envolvido, por motivos religiosos, em comícios
políticos, que medite um pouco se está realmente defendendo a doutrina daquele que pela salvação da
humanidade morreu na cruz, ou apenas os interesses de alguns grupos financeiros ou eleitorais. Recordese
da palavra de Pio XI que, tomando consciência de que a Igreja se estava transformando em escudo de
privilégios injustificáveis, reconheceu que “o grande escândalo do nosso tempo foi a Igreja ter perdido
contato com a classe operária”.
Continuemos, ao lado das nossas mães, mulheres e filhos, a acompanhar as suas orações e a prestigiar e
respeitar a sua fé e os seus sentimentos, que são também os nossos. Mas não nos iludamos diante da torpe
exploração que procura envolver os sentimentos mais puros, como se a religião e a fé fossem servir de
escudo a interesses contrários ao nosso país - e muito menos podemos admitir que o dinheiro do Ibad
venha a macular a pureza das nossas instituições cristãs e do sentimento religioso dos nossos filhos. Não
podemos permitir que esse dinheiro espúrio venha macular os sentimentos puros das nossas famílias, os
sentimentos puros do povo brasileiro.
Mas, senhores sargentos, que constituem um dos alicerces da nossa estrutura militar, a minha palavra, e
meu apelo, é para que os sargentos brasileiros continuem cada vez mais unidos, cada vez mais
disciplinados naquela disciplina consciente, fundada no respeito recíproco entre comandantes e
comandados. Que respeitem a hierarquia legal, que se mantenham cada vez mais coesos dentro das suas
unidades e fiéis aos princípios básicos da disciplina. Que continuem prestigiando as nossas instituições,
porque em nome dessas instituições, em nome dessa disciplina, os sargentos jamais aceitarão sectarismos,
partam de onde partirem, porque o caminho que lhes está traçado é o caminho que me foi traçado
também.
As reformas que nós pedimos, senhores suboficiais, senhores sargentos, as pedimos rigorosamente dentro
da Constituição. As atitudes que vêm caracterizando a ação do governo, as suas providências, as leis e os
decretos que vem assinando o governo em benefício do povo são também efetuados rigorosamente dentro
da lei e dentro da Constituição.
O Ibad, os interesses econômicos, os grandes grupos nacionais e internacionais não tem competência para
julgar os atos do Presidente da República. Existem poderes constituídos como a Suprema Corte de Justiça
do nosso país, como outros poderes constitucionais que podem aquilatar e julgar os atos do Presidente da
República. Os Constituintes em 1946 estabeleceram no Artigo 217 da nossa Constituição o princípio de
que ela poderia ser modificada. Compreenderam os legisladores que as Constituições não devem servir
apenas para resguardar as instituições do presente, mas as constituições devem, acima de tudo, resguardar
as instituições do futuro. Triste do país que tivesse uma Constituição intocável. As constituições têm que
evoluir à medida que evoluem os povos e as nações. Mas outra crítica que constantemente se levantava
contra o Presidente da República, diariamente transcrita e bem paga na imprensa brasileira, era a de que o
Presidente não revelava quais as reformas que desejava o povo brasileiro. Este argumento agora não
prevalece mais, porque o Presidente da República, acaba de enviar mensagem ao Congresso Nacional
propondo claramente, em com todas as letras, como o povo brasileiro deseja as reformas. Reformas que
não podem mais ser adiadas, reformas que não podem mais ser transferidas, porque essas reformas
constituem, acima de tudo, reivindicações legítimas e sentidas do povo brasileiro e são indispensáveis ao
desenvolvimento do nosso país.
Com fé em Deus e confiança no povo, quero afirmar, claramente, nesta noite, na hora que, em nome da
disciplina, se estão praticando as maiores indisciplinas, que não admitirei que a desordem seja promovida
em nome da ordem; não admitirei que o conflito entre irmãos seja pregado e que, em nome de um antireformismo
impatriótico, se chegue a conclamar as forças da reação para se armarem contra o povo e
contra os trabalhadores; não permitirei que a religião de meus pais, a minha religião e a de meus filhos,
seja usada como instrumento político de ocasião, por aqueles que ignoram o seu sentido verdadeiro e
pisoteiam o segundo mandamento de Deus.
O meu mandato, conferido pelo povo e reafirmado pelo povo numa segunda vez, será exercido em toda a
sua plenitude, em nome do povo e na defesa dos interesses populares. Enganam-se redondamente aqueles
que imaginam que as forças da reação serão capazes de destruir o mandato que é do povo brasileiro.
Ainda agora, procura-se, em nome da disciplina militar, criar uma crise para dividir as gloriosas Forças
Armadas do país. Quem fala em disciplina? Quem está alardeando disciplina nesta hora? Quem está
procurando intrigar o Presidente da República em nome da disciplina? São aqueles mesmos que, em
1961, em nome de uma falsa disciplina, em nome de pretensa ordem e de pretensa legalidade que
defendiam, prenderam dezenas de oficiais e sargentos brasileiros. Em nome dessa disciplina, prendeu-se
um dos mais ilustres e eminentes comandantes do Exército Brasileiro; prendeu-se numa fortaleza, aqui no
Rio de Janeiro, um Marechal, pelo crime de defender a Constituição que ele tinha jurado. Esse grande
militar, de uma tradição ilibada nas fileiras de nossa Exército, símbolo de disciplina e de bravura das
nossa Forças Armadas, o grande Marechal Henrique Teixeira Lott, foi punido, com recolhimento a uma
fortaleza.
Fiel à minha formação cristã, não guardo qualquer mágoa daqueles acontecimentos. Jamais remanesceu
no meu espírito qualquer ressentimento com relação àqueles que, num determinado instante, não
souberam defender a Constituição da República, não souberam interpretar as leis do país.
E o mesmo espírito que me guiou em 1961 foi o espírito que me guiou agora na crise da Marinha, que
está servindo de tantos pretextos para intrigas nas Forças Armadas.
Estava no Sul, quando soube da crise que irrompia na Marinha de Guerra. Desloquei-me imediatamente
para o Rio de Janeiro. E aqui a minha primeira recomendação – recomendação compreendida e sentida
pelo Exército e pela Aeronáutica – foi a de que eu não permitiria jamais que se praticasse qualquer
violência contra aqueles brasileiros que se encontravam desarmados na sede de um sindicato. Eu estaria
faltando a vocês, sargentos, às suas esposas e às suas mães, se naquele instante, rigorosamente dentro da
lei e das minhas atribuições, confiei o problema, na sua plenitude, ao atual ministro da Marinha, que se
encontra aqui conosco. Não tive mais nenhuma interferência, a não ser dar autoridade ao novo ministro
que assumia naquela hora o comando da nossa Marinha de Guerra.
Ninguém mais do que eu, neste país, deseja o fortalecimento e a coesão das nossas Forças Armadas.
Ninguém mais do que eu deseja a glória da nossa Marinha de Guerra. Ninguém mais do que eu deseja que
ela vive permanentemente num clima de compreensão, de entendimento, de respeito e de disciplina. Mas
a disciplina não se constrói sobre o ódio e a exaltação. A disciplina se constrói sobre o respeito mútuo
entre os que são comandados.
Mas também faltaria com o meu dever se não alertasse o alicerce básico das nossas Forças Armadas – os
sargentos – contra a terrível campanha que neste país [ilegível] contra o Presidente da República e mais
especificamente contra o pensamento representado pelo Presidente. Se os sargentos me perguntassem –
estas são as minhas últimas palavras – donde surgem tantos recursos para campanha tão poderosa, para
mobilização tão violenta contra o governo, eu diria simplesmente, sargentos brasileiros, que tudo isto vem
do dinheiro dos profissionais da remessa ilícita de lucros que recentemente regulamentei através de uma
lei. É do dinheiro maculado pelo interesse enorme do petróleo internacional e de companhias nacionais
contra a lei que também assinei do monopólio da importação de petróleo pela Petrobrás. É do dinheiro
que se levantou contra outro ato que também praticou o Presidente da República, que foi a encampação
de todas as companhias particulares de refino, mas atos que pratiquei rigorosamente dentro da lei e no
espírito da Lei 2004, criada pelo grande e imortal Presidente Vargas.
Esse é o dinheiro graúdo. Se os sargentos me perguntarem sobre o dinheiro mais miúdo, mas também
muito poderoso, eu diria que é o dinheiro dos proprietários profissionais de apartamentos em todo o
Brasil, de apartamentos que estavam sendo negados aos brasileiros, de apartamentos que não se alugavam
mais em cruzeiros, de apartamentos cujo aluguel já se exigia pagamento em dólar, como se Copacabana
fosse um país estrangeiro, como se os brasileiros vivessem subordinados a outros interesses. É o dinheiro,
por outro lado, senhores sargentos, de comerciantes desonestos que estavam explorando e roubando o
povo brasileiro e que o governo, no direito legítimo que lhe confere a lei, defendeu e deu ordem ao
Ministro Jurema para que não mais permitisse a exploração e que defendesse o povo em toda a sua
integridade. Enfim, trabalhadores, enfim, militares, enfim, brasileiros, é o dinheiro dos grandes
laboratórios estrangeiros de medicamentos. De laboratórios que terão que cumprir a lei ou terão que ser
subordinados à lei porque o Presidente da República não vacilará um instante sequer na execução de
todas as leis e de todos os decretos.
Fonte: Jornal do Brasil, 31 mar. 1964.
Eu não sei o que um Presidente fazia num sindicato de sargentos. E pode-se observar no discurso, muita coisa que se já vê hoje na Venezuela. Pelo menos aqui, no Brasil. só se houve. Me parece um discurso bem comunista.
CLUBE EM 30 DE MARÇO DE 1964
A crise que se manifesta no país foi provocada pela minoria de privilegiados que vive de olhos voltados
para o passado e teme enfrentar o luminoso futuro que se abrirá à democracia pela integração de milhões
de patrícios nossos na vida econômica, social e política da Nação, libertando-os da penúria e da
ignorância.
O momento que estamos vivendo exige de cada brasileiro o máximo de calma e de determinação, para
fazer face ao clima de intrigas e envenenamentos, que grupos poderosos estão procurando criar contra o
governo, contra os mais altos interesses da Pátria e contra a unidade de nossas Forças Armadas.
Para compreender o esquema de atuação desses grupos que tentam impedir o progresso do país e barrar a
ampliação das conquistas populares, basta observar que são comandados pelos eternos inimigos da
democracia, pelos defensores dos golpes de estado e dos regimes de emergência ou de exceção.
Na crise de 1961, os mesmos fariseus que hoje exibem um falso zelo pela Constituição, queriam rasgá-la
e enterrá-la sob a campa fria da ditadura fascista. Tudo isto é história recente, que não pode ser repetida,
porque está indelevelmente gravada na memória do povo brasileiro.
Vimos, de repente, os políticos que mais pregaram o ódio neste país estenderem a mão para os políticos
mais corruptos da história brasileira e juntos terem o cinismo de falar em nome dos sentimentos católicos
do povo. Passaram a acusar de anticatólicos, não apenas ao Presidente da República, mas ao próprio
Cardeal de São Paulo. Na hora em que ainda ressonam as Encíclicas Sociais de João XXIII, é demasiada
audácia a desses aventureiros se atreverem a falar em nome da Igreja. Não me cabe, porém, combater essa
usurpação, pois a Ação Católica de Minas e de São Paulo já tomou essa iniciativa. E a maior resposta a
esses fariseus foi dada por aquele prelado brasileiro que, a 2 de fevereiro de 1963, afirmava que os ricos
da América Latina falam muito em reformas de base, mas chamam de comunistas aqueles que se decidem
a levá-las à prática. Ele explicava: “É fácil de entender: os ricos da América Latina continuam a deter o
Parlamento e tem o grande idealismo da fé no futuro”. Dizia por fim: “O egoísmo de muitos ricos, sua
cegueira, é um problema muito mais grave do que o próprio comunismo”.
Esse sacerdote, Dom Hélder Câmara, acaba de ser designado pelo papa para ser Arcebispo de Recife, uma
das cidades que mais refletem a crise social do nosso país.
Reconheço que há muitos iludidos de boa-fé. Venho adverti-los de que estão sendo manipulados em seus
sentimentos por grupos de facções políticas, agências de publicidade e órgãos de cúpula das classes
empresariais.
Aconselho, portanto, a todo brasileiro que hoje esteja envolvido, por motivos religiosos, em comícios
políticos, que medite um pouco se está realmente defendendo a doutrina daquele que pela salvação da
humanidade morreu na cruz, ou apenas os interesses de alguns grupos financeiros ou eleitorais. Recordese
da palavra de Pio XI que, tomando consciência de que a Igreja se estava transformando em escudo de
privilégios injustificáveis, reconheceu que “o grande escândalo do nosso tempo foi a Igreja ter perdido
contato com a classe operária”.
Continuemos, ao lado das nossas mães, mulheres e filhos, a acompanhar as suas orações e a prestigiar e
respeitar a sua fé e os seus sentimentos, que são também os nossos. Mas não nos iludamos diante da torpe
exploração que procura envolver os sentimentos mais puros, como se a religião e a fé fossem servir de
escudo a interesses contrários ao nosso país - e muito menos podemos admitir que o dinheiro do Ibad
venha a macular a pureza das nossas instituições cristãs e do sentimento religioso dos nossos filhos. Não
podemos permitir que esse dinheiro espúrio venha macular os sentimentos puros das nossas famílias, os
sentimentos puros do povo brasileiro.
Mas, senhores sargentos, que constituem um dos alicerces da nossa estrutura militar, a minha palavra, e
meu apelo, é para que os sargentos brasileiros continuem cada vez mais unidos, cada vez mais
disciplinados naquela disciplina consciente, fundada no respeito recíproco entre comandantes e
comandados. Que respeitem a hierarquia legal, que se mantenham cada vez mais coesos dentro das suas
unidades e fiéis aos princípios básicos da disciplina. Que continuem prestigiando as nossas instituições,
porque em nome dessas instituições, em nome dessa disciplina, os sargentos jamais aceitarão sectarismos,
partam de onde partirem, porque o caminho que lhes está traçado é o caminho que me foi traçado
também.
As reformas que nós pedimos, senhores suboficiais, senhores sargentos, as pedimos rigorosamente dentro
da Constituição. As atitudes que vêm caracterizando a ação do governo, as suas providências, as leis e os
decretos que vem assinando o governo em benefício do povo são também efetuados rigorosamente dentro
da lei e dentro da Constituição.
O Ibad, os interesses econômicos, os grandes grupos nacionais e internacionais não tem competência para
julgar os atos do Presidente da República. Existem poderes constituídos como a Suprema Corte de Justiça
do nosso país, como outros poderes constitucionais que podem aquilatar e julgar os atos do Presidente da
República. Os Constituintes em 1946 estabeleceram no Artigo 217 da nossa Constituição o princípio de
que ela poderia ser modificada. Compreenderam os legisladores que as Constituições não devem servir
apenas para resguardar as instituições do presente, mas as constituições devem, acima de tudo, resguardar
as instituições do futuro. Triste do país que tivesse uma Constituição intocável. As constituições têm que
evoluir à medida que evoluem os povos e as nações. Mas outra crítica que constantemente se levantava
contra o Presidente da República, diariamente transcrita e bem paga na imprensa brasileira, era a de que o
Presidente não revelava quais as reformas que desejava o povo brasileiro. Este argumento agora não
prevalece mais, porque o Presidente da República, acaba de enviar mensagem ao Congresso Nacional
propondo claramente, em com todas as letras, como o povo brasileiro deseja as reformas. Reformas que
não podem mais ser adiadas, reformas que não podem mais ser transferidas, porque essas reformas
constituem, acima de tudo, reivindicações legítimas e sentidas do povo brasileiro e são indispensáveis ao
desenvolvimento do nosso país.
Com fé em Deus e confiança no povo, quero afirmar, claramente, nesta noite, na hora que, em nome da
disciplina, se estão praticando as maiores indisciplinas, que não admitirei que a desordem seja promovida
em nome da ordem; não admitirei que o conflito entre irmãos seja pregado e que, em nome de um antireformismo
impatriótico, se chegue a conclamar as forças da reação para se armarem contra o povo e
contra os trabalhadores; não permitirei que a religião de meus pais, a minha religião e a de meus filhos,
seja usada como instrumento político de ocasião, por aqueles que ignoram o seu sentido verdadeiro e
pisoteiam o segundo mandamento de Deus.
O meu mandato, conferido pelo povo e reafirmado pelo povo numa segunda vez, será exercido em toda a
sua plenitude, em nome do povo e na defesa dos interesses populares. Enganam-se redondamente aqueles
que imaginam que as forças da reação serão capazes de destruir o mandato que é do povo brasileiro.
Ainda agora, procura-se, em nome da disciplina militar, criar uma crise para dividir as gloriosas Forças
Armadas do país. Quem fala em disciplina? Quem está alardeando disciplina nesta hora? Quem está
procurando intrigar o Presidente da República em nome da disciplina? São aqueles mesmos que, em
1961, em nome de uma falsa disciplina, em nome de pretensa ordem e de pretensa legalidade que
defendiam, prenderam dezenas de oficiais e sargentos brasileiros. Em nome dessa disciplina, prendeu-se
um dos mais ilustres e eminentes comandantes do Exército Brasileiro; prendeu-se numa fortaleza, aqui no
Rio de Janeiro, um Marechal, pelo crime de defender a Constituição que ele tinha jurado. Esse grande
militar, de uma tradição ilibada nas fileiras de nossa Exército, símbolo de disciplina e de bravura das
nossa Forças Armadas, o grande Marechal Henrique Teixeira Lott, foi punido, com recolhimento a uma
fortaleza.
Fiel à minha formação cristã, não guardo qualquer mágoa daqueles acontecimentos. Jamais remanesceu
no meu espírito qualquer ressentimento com relação àqueles que, num determinado instante, não
souberam defender a Constituição da República, não souberam interpretar as leis do país.
E o mesmo espírito que me guiou em 1961 foi o espírito que me guiou agora na crise da Marinha, que
está servindo de tantos pretextos para intrigas nas Forças Armadas.
Estava no Sul, quando soube da crise que irrompia na Marinha de Guerra. Desloquei-me imediatamente
para o Rio de Janeiro. E aqui a minha primeira recomendação – recomendação compreendida e sentida
pelo Exército e pela Aeronáutica – foi a de que eu não permitiria jamais que se praticasse qualquer
violência contra aqueles brasileiros que se encontravam desarmados na sede de um sindicato. Eu estaria
faltando a vocês, sargentos, às suas esposas e às suas mães, se naquele instante, rigorosamente dentro da
lei e das minhas atribuições, confiei o problema, na sua plenitude, ao atual ministro da Marinha, que se
encontra aqui conosco. Não tive mais nenhuma interferência, a não ser dar autoridade ao novo ministro
que assumia naquela hora o comando da nossa Marinha de Guerra.
Ninguém mais do que eu, neste país, deseja o fortalecimento e a coesão das nossas Forças Armadas.
Ninguém mais do que eu deseja a glória da nossa Marinha de Guerra. Ninguém mais do que eu deseja que
ela vive permanentemente num clima de compreensão, de entendimento, de respeito e de disciplina. Mas
a disciplina não se constrói sobre o ódio e a exaltação. A disciplina se constrói sobre o respeito mútuo
entre os que são comandados.
Mas também faltaria com o meu dever se não alertasse o alicerce básico das nossas Forças Armadas – os
sargentos – contra a terrível campanha que neste país [ilegível] contra o Presidente da República e mais
especificamente contra o pensamento representado pelo Presidente. Se os sargentos me perguntassem –
estas são as minhas últimas palavras – donde surgem tantos recursos para campanha tão poderosa, para
mobilização tão violenta contra o governo, eu diria simplesmente, sargentos brasileiros, que tudo isto vem
do dinheiro dos profissionais da remessa ilícita de lucros que recentemente regulamentei através de uma
lei. É do dinheiro maculado pelo interesse enorme do petróleo internacional e de companhias nacionais
contra a lei que também assinei do monopólio da importação de petróleo pela Petrobrás. É do dinheiro
que se levantou contra outro ato que também praticou o Presidente da República, que foi a encampação
de todas as companhias particulares de refino, mas atos que pratiquei rigorosamente dentro da lei e no
espírito da Lei 2004, criada pelo grande e imortal Presidente Vargas.
Esse é o dinheiro graúdo. Se os sargentos me perguntarem sobre o dinheiro mais miúdo, mas também
muito poderoso, eu diria que é o dinheiro dos proprietários profissionais de apartamentos em todo o
Brasil, de apartamentos que estavam sendo negados aos brasileiros, de apartamentos que não se alugavam
mais em cruzeiros, de apartamentos cujo aluguel já se exigia pagamento em dólar, como se Copacabana
fosse um país estrangeiro, como se os brasileiros vivessem subordinados a outros interesses. É o dinheiro,
por outro lado, senhores sargentos, de comerciantes desonestos que estavam explorando e roubando o
povo brasileiro e que o governo, no direito legítimo que lhe confere a lei, defendeu e deu ordem ao
Ministro Jurema para que não mais permitisse a exploração e que defendesse o povo em toda a sua
integridade. Enfim, trabalhadores, enfim, militares, enfim, brasileiros, é o dinheiro dos grandes
laboratórios estrangeiros de medicamentos. De laboratórios que terão que cumprir a lei ou terão que ser
subordinados à lei porque o Presidente da República não vacilará um instante sequer na execução de
todas as leis e de todos os decretos.
Fonte: Jornal do Brasil, 31 mar. 1964.
Eu não sei o que um Presidente fazia num sindicato de sargentos. E pode-se observar no discurso, muita coisa que se já vê hoje na Venezuela. Pelo menos aqui, no Brasil. só se houve. Me parece um discurso bem comunista.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Caramba,nveras escreveu:Eu não sei o que um Presidente fazia num sindicato de sargentos. E pode-se observar no discurso, muita coisa que se já vê hoje na Venezuela. Pelo menos aqui, no Brasil. só se houve. Me parece um discurso bem comunista.
Então até Cristo era comunista !!!
O camarada não fala uma única palavra sobre estatizar nada (a menção que ele faz sobre encampação das empresas petrolíferas refere-se ao governo de Vargas, que era de DIREITA e anti-comunista), se apropriar de bem de produção algum, afirma sua formação cristã (peraí, comunistas não são ateus???), não fala em revolução alguma mas na existência de órgãos de justiça para julgar os atos do presidente (ué, comunistas não querem implantar uma ditadura???) e por aí vai. E falar no clube dos sargentos é problema porquê, eles não são cidadãos brasileiros?
A única referência dele ao comunismo é na comparação com relação ao egoísmo dos ricos, que ele julga ser ainda pior. Se isso é ser comunista, então Mateus 19:24 é prova de que Jesus era comunista também... .
Leandro G. Card
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21087
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O discurso comunista acima é reflexo do ambiente de instabilidade política e econômica que permitia várias oportunidades de especulação. A especulação foi atacada como um grave problema em toda a terceira república e massacrada na pancada pelo governo Castelo Branco. Era um reflexo do problema real de organização da sociedade, estado e economia.
Ao contrário do comunismo. O discurso na época ia de encontro a uma retórica nacionalista que se espalhava entre diferentes debates e discursos. mais a esquerda ou direita. Um dos grandes símbolos era nacionalização do setor petrolífero e estatização. Depois continuou sendo defendido pelo militares até a crise do petróleo, quando geisel, teve que começar a aceitar empresas privadas e multinacionais.
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61737
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6390 vezes
- Agradeceram: 6742 vezes
- Contato:
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
LeandroGCard escreveu:Caramba,nveras escreveu:Eu não sei o que um Presidente fazia num sindicato de sargentos. E pode-se observar no discurso, muita coisa que se já vê hoje na Venezuela. Pelo menos aqui, no Brasil. só se houve. Me parece um discurso bem comunista.
Então até Cristo era comunista !!!
O camarada não fala uma única palavra sobre estatizar nada (a menção que ele faz sobre encampação das empresas petrolíferas refere-se ao governo de Vargas, que era de DIREITA e anti-comunista), se apropriar de bem de produção algum, afirma sua formação cristã (peraí, comunistas não são ateus???), não fala em revolução alguma mas na existência de órgãos de justiça para julgar os atos do presidente (ué, comunistas não querem implantar uma ditadura???) e por aí vai. E falar no clube dos sargentos é problema porquê, eles não são cidadãos brasileiros?
A única referência dele ao comunismo é na comparação com relação ao egoísmo dos ricos, que ele julga ser ainda pior. Se isso é ser comunista, então Mateus 19:24 é prova de que Jesus era comunista também... .
Leandro G. Card
Estás perdendo tempo, cupincha: se há algo em que tantos os "derêitchaz" quanto os "izquêrdyaz" aqui concordam é que o PT é comunista ou socialista sim! Se falarmos o que realmente é, POPULISTA, nos acusarão de estar minimizando, uns porque acham que estamos "dourando a pílula do comunismo/socialismo", outros porque acham que estamos desprezando o partido que julgam ser socialista.
Não adianta, as coisas são como são, não como queremos que sejam...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
- Sênior
- Mensagens: 2627
- Registrado em: Dom Ago 02, 2009 1:16 pm
- Agradeceu: 203 vezes
- Agradeceram: 147 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Eu não sei. Não estava lá pra dar uma opinião com toda certeza. Só comparei o discurso com a Venezuela de hoje. É ou não é um retrato da Venezuela?
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Façam sua escolha, senhores!
Blog do Noblat, 28.03.16.
Se não conseguir abortar o desembarque do PMDB do governo marcado para amanhã, restará a Dilma oferecer os cargos que ficarão vagos a deputados e senadores dispostos a votar contra o impeachment.
Um dos alvos preferenciais de Dilma é o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto, o mensaleiro em prisão domiciliar que jura controlar 40 votos. Dilma precisa de 172 votos na Câmara para ficar no cargo.
Costa Neto é um velho conhecido da presidente. Para garantir o apoio do PR, Dilma já demitiu um ministro de quem gostava e deu a Costa Neto o ministério que ele queria.
Na época, Costa Neto despachava na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele joga duro e cobra caro. Em 2002, por exemplo, cobrou ao PT R$ 6 milhões pelo apoio do seu então partido, o PL, à eleição de Lula. Levou.
O PMDB tem sete ministérios e, no mínimo, 600 cargos no governo. Dilma não poderá dispor de todos eles porque ainda imagina que contará com a ajuda de uma fatia do PMDB na votação do pedido de impeachment.
O fisiologismo puro, descarado, assumido, é a última esperança dela para não ser derrubada. O impeachment entrou no modo arrastão e parece difícil barrá-lo.
Ninguém em torno da presidente acredita que ela completará seu mandato. Ninguém. Nem Lula acredita.
No começo, o governo tratou o impeachment como uma espécie de terceiro turno desejado pela oposição. Depois, como uma chantagem do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ultimamente, como algo que interessa, sobretudo, ao juiz Sérgio Moro e à sua turma.
Não o reconhece como uma exigência de quase 70% dos brasileiros que desaprovam o desempenho de Dilma e a culpam pelo mar de lama escavado pela Lava-Jato.
A tentativa do governo de desqualificar o impeachment chamando-o de golpe vem sendo repelida por ministros do Supremo Tribunal Federal. O impeachment ganhou o aval da Ordem dos Advogados do Brasil.
O medo costuma ser indutor de soluções. Banqueiros e empresários estão com medo da crise e da falta de iniciativa do governo para superá-la.
Partidos receiam ser varridos do mapa nas eleições de 2018. Os encrencados na Lava-Jato sentem-se desprotegidos e anseiam por um governo que os proteja. E os brasileiros simplesmente temem dias piores.
Salvo o imprevisível, há três cenários possíveis para a superação do impasse em que se encontra o país - e nenhum deles configura golpe contra a democracia.
O primeiro: o impeachment de Dilma pelo Congresso. O segundo: a impugnação da chapa Dilma-Temer se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar ações que ali tramitam. O terceiro: a permanência de Dilma na presidência.
A aprovação do impeachment depende do voto favorável de 342 deputados de um total de 513, da aceitação pelo Senado do pedido de impeachment e, mais tarde, dos votos de metade mais um dos 81 senadores. Todo esse caminho ou só parte dele deverá ser percorrido até maio.
A impugnação da chapa pelo TSE ficará provavelmente para 2017. Se acontecer, o Congresso elegerá um novo presidente.
Dilma perdeu a chance de sair mediante a realização, este ano, de uma eleição presidencial. Foi aconselhada por amigos a propor isso ao Congresso. Descartou por arrogância e erro de cálculo.
Uma eventual renúncia só serviria para apressar a posse de Temer. Ao completar 50 anos, o PMDB está perto de governar de fato. Dará certo? Bem, o que está aí deu errado.
Blog do Noblat, 28.03.16.
Se não conseguir abortar o desembarque do PMDB do governo marcado para amanhã, restará a Dilma oferecer os cargos que ficarão vagos a deputados e senadores dispostos a votar contra o impeachment.
Um dos alvos preferenciais de Dilma é o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto, o mensaleiro em prisão domiciliar que jura controlar 40 votos. Dilma precisa de 172 votos na Câmara para ficar no cargo.
Costa Neto é um velho conhecido da presidente. Para garantir o apoio do PR, Dilma já demitiu um ministro de quem gostava e deu a Costa Neto o ministério que ele queria.
Na época, Costa Neto despachava na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele joga duro e cobra caro. Em 2002, por exemplo, cobrou ao PT R$ 6 milhões pelo apoio do seu então partido, o PL, à eleição de Lula. Levou.
O PMDB tem sete ministérios e, no mínimo, 600 cargos no governo. Dilma não poderá dispor de todos eles porque ainda imagina que contará com a ajuda de uma fatia do PMDB na votação do pedido de impeachment.
O fisiologismo puro, descarado, assumido, é a última esperança dela para não ser derrubada. O impeachment entrou no modo arrastão e parece difícil barrá-lo.
Ninguém em torno da presidente acredita que ela completará seu mandato. Ninguém. Nem Lula acredita.
No começo, o governo tratou o impeachment como uma espécie de terceiro turno desejado pela oposição. Depois, como uma chantagem do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ultimamente, como algo que interessa, sobretudo, ao juiz Sérgio Moro e à sua turma.
Não o reconhece como uma exigência de quase 70% dos brasileiros que desaprovam o desempenho de Dilma e a culpam pelo mar de lama escavado pela Lava-Jato.
A tentativa do governo de desqualificar o impeachment chamando-o de golpe vem sendo repelida por ministros do Supremo Tribunal Federal. O impeachment ganhou o aval da Ordem dos Advogados do Brasil.
O medo costuma ser indutor de soluções. Banqueiros e empresários estão com medo da crise e da falta de iniciativa do governo para superá-la.
Partidos receiam ser varridos do mapa nas eleições de 2018. Os encrencados na Lava-Jato sentem-se desprotegidos e anseiam por um governo que os proteja. E os brasileiros simplesmente temem dias piores.
Salvo o imprevisível, há três cenários possíveis para a superação do impasse em que se encontra o país - e nenhum deles configura golpe contra a democracia.
O primeiro: o impeachment de Dilma pelo Congresso. O segundo: a impugnação da chapa Dilma-Temer se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar ações que ali tramitam. O terceiro: a permanência de Dilma na presidência.
A aprovação do impeachment depende do voto favorável de 342 deputados de um total de 513, da aceitação pelo Senado do pedido de impeachment e, mais tarde, dos votos de metade mais um dos 81 senadores. Todo esse caminho ou só parte dele deverá ser percorrido até maio.
A impugnação da chapa pelo TSE ficará provavelmente para 2017. Se acontecer, o Congresso elegerá um novo presidente.
Dilma perdeu a chance de sair mediante a realização, este ano, de uma eleição presidencial. Foi aconselhada por amigos a propor isso ao Congresso. Descartou por arrogância e erro de cálculo.
Uma eventual renúncia só serviria para apressar a posse de Temer. Ao completar 50 anos, o PMDB está perto de governar de fato. Dará certo? Bem, o que está aí deu errado.