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Expresso Economia, 9 de Fevereiro de 2007
Aeronáutica
OGMA quer Opel da Azambuja
Participada da empresa brasileira Embraer estuda a expansão da sua actividade em Portugal
A OGMA (Indústria Aeronáutica de Portugal) está a posicionar-se para comprar as antigas instalações da Opel, na Azambuja, com o fito de assegurar a expansão da sua área de fabricação de aeronaves. Por detrás deste objectivo da empresa, participada pela brasileira Embraer, estaria a construção de um novo avião de transporte militar táctico, situado entre o CASA C-295 e o Lockheed Martin C-130, revelou ao Expresso uma fonte próxima do processo.
"Em Agosto de 2006 (por ocasião da visita do primeiro-ministro, José Sócrates, à Embraer), o Estado português (representado pela API), a Embraer e a OGMA assinaram um protocolo de intenções em decorrência do qual têm sido feitos vários estudos e avaliações", afirmou o presidente da Embraer, Maurício Botelho. "Os estudos e avaliações estão a ser desenvolvidos para que se possa oportunamente tomar decisões", acrescentou o director-presidente da OGMA, António Mosteiro. Escusando-se a prestar mais declarações, nenhum dos responsáveis da empresa brasileira refutou a informação apurada pelo Expresso.
As negociações para a aquisição da fábrica da Opel por parte da OGMA já passaram pela Câmara Municipal da Azambuja, cujo presidente, Joaquim Ramos, foi convocado esta semana para uma reunião na API (Agência Portuguesa de Investimentos). "Ainda não há dados concretos sobre a matéria, mas as negociações estão a decorrer", frisou Joaquim Ramos. O mesmo responsável confirmou estar contacto permanente com a administração da Opel sobre o processo de desmantelamento da fábrica, que terá de estar concluído até ao dia 30 de Março. No entanto, a General Motors Portugal optou por não fazer comentários, informando que a venda da fábrica está a ser tratada directamente pela GM Europe que, por sua vez, confiou as negociações à empresa imobiliária Richard Ellis.
Desde a tomada de participação de 65% no capital da OGMA, em Março de 2005, a Embraer procedeu à remodelação dos hangares afectos à fabricação, investiu numa nova sala limpa para materiais compósitos e criou um hangar específico para a assistência a jactos executivos. No entanto, a falta de espaço em Alverca para a construção de aviões de maior dimensão levou a empresa a estudar a possibilidade de adquirir a fábrica da Opel, na Azambuja. Além da proximidade geográfica, dispõe de uma área superior a 40 mil metros quadrados (acrescida dos terrenos da antiga Ford Lusitana) e é servida por uma linha de caminho-de-ferro, o que facilita a ligação entre as duas unidades industriais. Uma alternativa à solução de comprar a fábrica da Opel passaria pela cedência dos terrenos contíguos às instalações da OGMA, em Alverca, ainda ocupadas pela Força Aérea Portuguesa (com a qual, aliás, a empresa compartilha a pista de aterragem).
O novo avião militar que a Embraer projecta construir em Portugal será mais pequeno que o Hercules C-130, embora possa transportar a mesma tonelagem de carga (25 a 30 toneladas) e cobrir as mesmas rotas em menos tempo e a uma velocidade máxima superior (800 contra 610 km/h). As opções de motorização apontam para turbinas Pratt & Whitney ou Rolls-Royce. A confirmar-se a sua produção, o protótipo do novo avião não deverá voar antes de 2009, estando as primeiras entregas previstas para 2010, por um preço de 50 milhões de dólares (41,6 milhões de euros), superior ao do C-130, mas inferior ao do novo Airbus A400M.
Alexandre Coutinho
Cumprimentos