Fórum Defesa Brasil

gogogas escreveu: ↑Qua Jan 01, 2020 7:26 pm Hj o problema das forças armadas de nosso país , é a concentração em um único lugar , acredito que a MB deveria fazer igual a FAB , descentralizar seus meios , concentrar pessoal , desativar bases !

Olá Gogogas,

Depois do exército, a MB é a força mais capilarizada que temos pelo país. A questão é que essa capilaridade diz muito mais respeito a infraestrutura voltada para o exercício da autoridade marítima e polícia naval - típicas de uma guarda costeira - do que as de uma marinha de guerra.

Só os Distritos navais são em número de 9. E poderia até ser mais, devido a imensidão das regiões norte e centro oeste. Se formos contar as Capitanias, Delegacias e outras OM voltadas para a organização dessas atividades, veremos que mais da metade do pessoal da MB está envolvido direta ou indiretamente com atividades de guarda costeira.

O que se refere mesmo a marinha de guerra está tudo concentrado no Rio de Janeiro, na Esquadra e na FFE, além da força de submarinos. Nas demais bases o que existe são meios de patrulha subordinados aos respectivos DN, que como se pode observar há tempos, não tem a necessária prioridade da alta gestão naval.

É como tenho defendido aqui. Temos que criar uma guarda costeira tirada das costelas da MB, e deixar que esta faça o seu trabalho de marinha de guerra, e deixa o resto para uma instituição realmente dedicada, especialidade e equipada para tal.

Difícil é fazer os almirantes largarem o osso.

abs

J.Ricardo escreveu: ↑Qui Jan 02, 2020 10:02 am É ruim de nossa marinha descentralizar da Guanabara.
Acho que até por isso as Inhaúma era tão ruins de mar, na Guanabara o mar é calmo...

Olá J Ricardo.

Descentralizar a esquadra e outros meios de apoio só será possível, comA o disse ao Gogogas, quando a MB for apenas uma marinha de guerra, e se concentre em fazer apenas isso. E bem.

Enquanto os almirantes teimarem em querer abraçar o mundo com as pernas, não tem jeito.

Exemplifiquei noutro post que bases podem ser utilizadas em compartilhamento pelas duas forças, além da FAB, diminuindo custos, pessoal e despesas que não são necessárias ou impositivas, e isso não é apenas um modismo, é a tendência geral em todos os países que levam a sério sua Defesa.

A segunda esquadra vai sair quando a MB abrir mão dessa mania de querer ser polícia, promotor e juiz da ZEE e bacias hidrográficas que temos.

abs

https://www.defesaaereanaval.com.br/nav ... a-o-futuro

Vamos ver no que vai dar.

abs

Está sendo replicado em várias mídias na internet a "visita" do navio espião russo Yantar ao Rio de Janeiro. O mesmo havia sido dectectado pela MB no dia 10/02, quando desligou o tranponder e só foi localizado novamente no dia 16/02, e agora atracou no RJ.

A pensar que neste meio tempo de 6 dias, o navio ficou literalmente invisível aos sistemas de controle naval do tráfego marítimo da MB, e possivelmente, dos (poucos) meios a disposição tanto aéreos como navais da MB e FAB.

O que ele fazia e até mesmo o envio de um navio de guerra americano para nossas AJB para acompanhar o Yantar ficam por conta dos muitos comentários que já se faz sobre o caso.

abs

Pra ver como nosso litoral é casa da mãe Joana, qualquer um entra, qualquer um faz o que quer, quando a MB se da conta, Inês é morta...

E mesmo assim uma guarda costeira continua sendo um grandissíssimo tabu dentro da MB.

abs

Um site com informações bem interessantes com um tipo de vetor que por aqui seria muito importante em termos de custos.

Drones marítimos de patrulha

https://www.nauticexpo.com/pt/fabricant ... 44462.html

Está aí uma boa surpresa e que não conhecia essa capacidade dos sul-africanos. Tem opções para todos os gostos e necessidades.
Inclusive as nossas.

https://paramountmaritime.com/

A pergunta que fica é: e quando for a nossa vez?

Equador em alerta devido à frota de pesca chinesa nas Ilhas Galápagos
30 de julho de 2020

https://www.naval.com.br/blog/2020/07/3 ... galapagos/

Não temos nem guarda costeira para isso. E mesmo que houvesse, quantos navios disporíamos para dar conta de mais de 250 barcos em alto mar trabalhando de forma orquestrada e objetiva?

Além de não termos guarda costeira, não temos marinha para enfrentar isso. A não ser que afundem um como exemplo, para ver se o resto corre, ou vai para cima.

De qualquer forma, suponho que não vamos nem afundar, nem prender e nem achar uma frota dessa. A não ser que esteja bem na nossa cara que até um cego veria. Mas aí acho que já não vai adiantar muito.

abs

Não há o que fazer nesse caso, a menos que invadam a ZEE do Equador.

Quanto ao Brasil, somos o país das jabuticabas, e cada jabuticaba é um drama, um trauma, temos duas polícias que se não se entendem nem se completam, mas que competem, temos uma marinha que insiste em ter delegacias fluviais, que só servem pra emitir carteirinha de pescador, e cada tentativa de resolver esses dramas, é um trauma gerado...

Aqui, nem com abacaxi, melancia ou jaca as coisas se resolvem. É sempre mais do mesmo. O que funciona de fato no Brasil é "pouca farinha, meu pirão primeiro".

abs

Segurança Marítima, Pirataria e Cooperação: Lições para a Marinha do Brasil dos Casos da EU-NAVFOR Atalanta e do Golfo da Guiné

Este trabalho tem como objetivo analisar o combate à pirataria nos casos da EU-NAVFOR Operação Atalanta no Golfo de Áden e o caso do Golfo da Guiné para extrair lições para a Marinha do Brasil no contexto do Atlântico Sul.

https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivo ... alanta.pdf

Estava eu pensando aqui com os meus botões, e vi que o TAI-625 turco foi recentemente certificado. O projeto agora segue em frente para a sua plena operacionalidade tanto no mercado civil, como militar, onde será utilizado pelas forças armadas turcas em diversas missões.



https://www.tusas.com/en/product/t625

Sendo assim, e tendo em vista que uma Guarda Costeira no Brasil precisa dispor de apoio aéreo próprio, e que o programa UHP da marinha ainda não encontrou termo para a escolha de um helo médio-leve, e considerando também que hoje existem 9 distritos navais em todo o país, aos quais seriam destinados a priori aqueles helos, e sabendo da lógica subordinação ao comando daquela nova instituição destes DN, o helo turco poderia ser uma boa opção de produção sob licença no pais, caso fosse adotado como modelo padrão para a guarda costeira.

Se o UHP (60 undes) fosse destinado à composição da aviação da guarda costeira seria uma forma também de a MB priorizar a aquisição de apenas um único helo médio-pesado como vetor de transporte e emprego geral, fosse ele o H225M ou outro qualquer.

Assim, me parece interessante que para compor esta nova organização, o necessário é que todos os 9 distritos navais contem com um esquadrão de apoio aéreo, seja com helos e/ou aeronaves de asa fixa. Neste sentido, uma demanda hipotética para até 108 helos poderia ser lançada no mercado a fim de obtermos a melhor proposta possível, com produção sob licença no país. O helo turco pode ser uma destas. Esta centena de unidades seriam a ponta de lança para o mercado civil brasileiro de helicópteros - o segundo maior do mundo - e também para a América Latina e África.

Além do TAI-625 o governo turco ainda tem em projeto um novo helo médio-pesado na categoria das 10 ton e que também pode vir a ser no futuro uma alternativa para a guarda costeira e demais forças armadas.

abs

Estava eu aqui pensando com os meus botões e deparei com uma questão lógica e meio que irresistível.



Este é um mockup do Atobá da Stella Tecnologia. É um VANT, salvo engano, cat 4/5 e capaz de cobrir grandes extensões de distância de acordo com as necessidades do cliente.

Não temos uma guarda costeira obviamente, e a MB faz o papel de polícia marítima. Neste papel, e de antemão levando em conta que os P-95M não existem em quantidade suficiente para fazer o trabalho de vigilância marítima, que é de praxe à qualquer guarda costeira, o VANT acima pode se constituir em uma opção simples e barata em relação a helos e aviões para realizar esse trabalho.

Existem 6 Distritos Navais ao longo do litoral. Como a MB não irá em prazo conhecido possuir aeronaves de patrulha e/ou vigilância de qualquer tipo, o que nos impede de adquirir uma esquadrilha ou esquadrão destes VANT para cada DN, de forma a ser a solução uma consenso até que a aviação naval esteja preparada para dispor das asas fixas que venham a adicionar as capacidades que hoje não tem?

A empresa precisa de apoio neste momento e possui um produto legitimamente respaldado na END/PND. Embora não conheça os valores do veículo em si, é muito provável que ele possa ser encaixado no orçamento da MB de forma a podermos dispor de uma OM destes VANT para as tarefas comuns à guarda costeira dentro da nossa AJB a partir dos DN. Uma única esquadrilha com 4/6 VANT e já se pode pensar em uma linha de produção inicial juntamente com a preparação e formação de pessoal qualificado à sua operação na íntegra.

Há de se lembrar que o Sigaaz prevê o uso operacional deste tipo de vetor. Mas como este sistema ainda está longe de começar a ser implantado, adiantar alguns passos oportunos previstos em seu funcionamento é algo que não deixa de ser importante a ser analisado, como é o caso da adoção do VANT Atobá.

Enfim, é uma solução plausível, e que está, até prova em contrário, ao alcance do orçamento disponível da MB ou mesmo através do ministério da defesa. E neste caso, uma compra conjunta para as três forças traria muito mais ganhos a todos. Mesmo a aquisição somente pela marinha poderia eventualmente gerar uma encomenda de 24 a 72 unidades do produto daquela empresa. Nada mal para quem está apenas começando no mercado.

abs