ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#151 Mensagem por Brazilian Space » Seg Jan 04, 2010 5:01 am

Projeto Espacial Esbarra em Comunidades Quilombolas

Olá amigos!

Segue abaixo uma reportagem publicada ontem (03/01) no jornal “Folha de São Paulo” destacando que o projeto espacial (leia-se ACS) esbarra na resistência das “Comunidades Quilombolas” para a sua expansão.

Duda Falcão

Projeto Espacial Esbarra em Quilombola

RICARDO MIOTO/RAFAEL GARCIA
ENVIADO ESPECIAL A ALCÂNTARA (MA)/ DA REPORTAGEM LOCAL
03/01/2010



Governo quer expandir operações em Alcântara (MA), mas sofre
resistência das comunidades tradicionais da região. Habitantes
desconfiam de possibilidades de emprego, citando experiências
ruins nos anos 1980; agência diz que segue exemplo francês


Ricardo Mioto/Folha Imagem
Imagem
Crianças brincam em casa de pau-a-pique de
comunidade quilombola em Alcântara (MA);
moradores têm poucas perspectivas.



A empresa estatal binacional ACS (Alcântara-Cyclone Space), criada para unir Brasil e Ucrânia na busca por espaço no mercado internacional de lançamento de satélites, enfrenta barreiras para seus planos de longo prazo na área de Alcântara, no Maranhão.

Após ceder numa disputa por terras com comunidades quilombolas da região, a ACS deverá se instalar numa área da Aeronáutica dentro do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), pagando aluguel de R$ 113 mil. A área é suficiente para desenvolver a plataforma de lançamentos do Cyclone-4, diz a empresa, mas compromete o projeto de desenvolvimento que o governo pensava para a região: transformar a península em um parque tecnológico.

Rediscutindo

Isso vai ter de ser discutido de novo com a comunidade local, diz Roberto Amaral, diretor da contraparte brasileira da ACS. Segundo ele, a entrada do Brasil nesse ramo de negócio traz uma perspectiva nova para a região. Para que outras empresas de tecnologia se instalem, porém, será preciso convencer quilombolas a abrirem mão de algumas de suas áreas.

Por conta das dificuldades, a AEB (Agência Espacial Brasileira) já tinha cogitado sair do Maranhão. Contudo, o presidente da agência, Carlos Ganem, diz que ainda não desistiu. Ele pretende levar a Alcântara o mesmo modelo de desenvolvimento da Guiana Francesa, hoje lar da maior base equatorial de foguetes do mundo.

Compare o que era Kourou antes de a ESA [Agência Espacial Européia] tratar aquela população de 6.000 negros desdentados, sem salários e sem previdência social, com os hoje 21 mil negros e brancos, com dentes, com o maior salário mínimo da Europa, a melhor previdência social, diz Ganem.

Hoje os negros desdentados e completamente excluídos naquela região são na verdade os brasileiros que atravessam a fronteira para se beneficiar das vantagens incorporadas ao desenvolvimento local e social.

Os quilombolas de Alcântara, contudo, mostram desconfiança em relação aos benefícios trazidos pelo Programa Espacial Brasileiro. Sinal disso é que, no dia 18 de dezembro, uma audiência pública do Ibama, de apresentação do relatório de impacto ambiental do projeto da ACS, abriu espaço para discursos de gente que critica os interesses da empresa.

Aconteceu quando o microfone foi aberto a perguntas. Em vez delas, surgiu o presidente da Câmara Municipal da cidade, Benedito Barbosa, exaltado, dizendo que os técnicos contratados pela ACS eram mentirosos. Foi aplaudido. Outros fizeram discursos parecidos.Boa parte da resistência se deve à experiência traumática causada pela criação do CLA, na década de 1980. Na época, comunidades quilombolas inteiras foram transferidas para regiões afastadas.

Sem Peixe

A Folha visitou as terras que os transferidos receberam da Aeronáutica e onde estão desde então. Peixes eram a sua base alimentar, mas os quilombolas foram retirados de perto do litoral. Agora, a pé, levam cinco horas para chegar aos lugares onde costumavam pescar.

Além disso, reclamam que os lotes recebidos são pequenos demais e pouco férteis. Nesses lugares, é possível ver várias casas abandonadas.

Os moradores se dizem pouco convencidos sobre os empregos que a ACS prevê - 900 durante as obras e 300 quando os foguetes estiverem sendo lançados do centro.

Mesmo com a ACS desistindo de construir as suas instalações onde hoje estão os quilombolas, existirão impactos.

Um deles se relaciona com as normas de segurança para lançar foguetes. Toda vez que isso vai ser feito, é necessário fechar a costa para evitar o risco de que destroços caiam na cabeça de alguém -nada de gente pescando, portanto.

Dizem que é muito seguro, mas todo mundo sabe que isso já explodiu, diz um dos quilombolas, referindo-se à explosão que acabou matando 21 técnicos no centro em 2003.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo - 03/01/2010

Comentário: Como os amigos podem notar nessa reportagem, isso que está acontecendo com a ACS é fruto da incompetência gerencial de décadas tanto na implantação do CLA por parte da Aeronáutica, quanto aos anos subseqüentes onde nada foi feito em favor dessas comunidades que habitam a região. Gestores militares, civis, o governo, o congresso, cometeram erros sucessivos durante anos na região e agora o PEB será obrigado a pagar essa conta infelizmente, concretizando uma incompetência gerencial nessa área que muito provavelmente é inédita mundialmente falando. Agora não resta outra coisa a se fazer a não ser sentar-se à mesa e negociar. Em minha opinião a solução é simples, porém muito mais cara do que poderia ser se fosse resolvida desde a implantação do CLA na região. Em primeiro lugar tem-se que reconhecer as terras das comunidades legalmente e posteriormente paga-se um preço negociado com as mesmas pelas terras desejadas pelo PEB. Infelizmente essa é a única solução possível, vai custar caro e não pode ser adiada se o Brasil não quiser se atrasar ainda mais com esse programa que é uma verdadeira bagunça.




Editado pela última vez por Brazilian Space em Seg Jan 04, 2010 9:45 am, em um total de 1 vez.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#152 Mensagem por Cils valdeir » Seg Jan 04, 2010 8:40 am

Negros desdentados? Percebe-se um tom de racismo nessa frase. E se fossem brancos? Será que o jornal citaria eles como brancos desdentados? É claro que não, pois eles estariam morando em condominios bem projetados e não em casas de pau-a-pique!




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#153 Mensagem por Brazilian Space » Seg Jan 04, 2010 11:19 am

Olá Cils valdeir!

É provável que você esteja certo, mas não creio que o autor da matéria tivesse essa intenção, pelo menos não conscientemente. No entanto amigo o que importa agora é resolver definitivamente e de forma correta os problemas dessas comunidades (sugiro usar como modelo o programa de desenvolvimento implantado pela França nos anos 60 nos arredores do Centro de Lançamento de Kouru na Guiana Francesa) o mais rápido possível, pois o PEB é de suma importância para o país e precisa dessa área para o desenvolvimento do mesmo.

Abs

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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#154 Mensagem por Junker » Qua Jan 13, 2010 5:00 pm

Government permits transfer of intangible assets worth $15.5 m to Ukrainian-Brazil JV Alcantara Cyclone Space

16:50

The Cabinet of Ministers of Ukraine has supported a proposal of the National Space Agency of Ukraine to transfer intangible assets developed by Dnipropetrovsk-based Pivdenne Design Bureau worth a total of $ 15.54 million to the capital of Ukrainian-Brazilian joint venture Alcantara Cyclone Space, to ensure the realization of a project on creating the Cyclone-4 launch vehicle at the Alcantara Space Center in Brazil.

This was stipulated by cabinet resolution No. 3 of January 6.

The intangible assets in the Cyclone-4 launch vehicle project include information from the system's draft design, the draft design, and working design documents developed by Pivdenne Design Bureau under an order from the National Space Agency of Ukraine.

According to the document, an international transfer of dual-purpose goods, which includes the contribution to the joint capital of the bi-national company Alcantara Cyclone Space, can be performed without formalizing foreign agreements by making a corresponding addition to the procedure of control over the international transfer of military goods, as approved under cabinet resolution No. 1807 of November 20, 2003.

According to the resolution, the State Property Fund and the National Space Agency are ordered to take measures to contribute scientific and technical documents from the Ukrainian side to Alcantara Cyclone Space.

13.01.2010
http://www.interfax.com.ua/eng/eco/29657/




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#155 Mensagem por Brazilian Space » Sex Jan 22, 2010 9:48 am

IBAMA Debate Impactos Ambientais do Cyclone-4

Olá amigos!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (22/01) no jornal “O Estado do Maranhão” destacando a audiência pública realizada ontem em São Luís (MA) pelo IBAMA para debater a instalação do "Complexo de Lançamento do foguete Cyclone-4" em Alcântara.

Duda Falcão

Cyclone IV: Impactos Ambientais Debatidos

Em audiência pública realizada ontem, foram mostrados os estudos decorrentes da instalação da empresa binacional Alcântara Cyclone Space, na cidade de Alcântara

O Estado do Maranhão
22/01/2010


Os resultados do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) acerca da instalação do complexo terrestre Cyclone IV da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), no município de Alcântara, foram apresentados ontem em uma audiência pública realizada na sala Terezinha Jansen, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma. Além de representantes do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), gestores da empresa interessada, procuradores da república e promotores de Justiça e de duas comunidades afetadas pelo empreendimento participaram das discussões.

MAIS

O estudo apresentado ontem
levou dois anos para ser concluído
e contou com a participação
de mais de 60 técnicos
especializados.


A audiência pública foi dividida em quatro etapas. A primeira se concentrou na apresentação do projeto, que prevê a construção de áreas para montagem do veículo lançador (foguete) e do satélite para o lançamento, bem como de áreas auxiliares para estocagem de propelentes e para o controle do lançamento. As outras três etapas subseqüentes detalharam o estudo ambiental realizado nos últimos dois anos, abordando impactos positivos e negativos para toda região afetada.

Para o vice-diretor de Suprimentos e Qualidade da Alcântara Cyclone Space, Reinaldo Melo, a audiência pública foi um momento importante para a sociedade participar ativamente do futuro de Alcântara. "O evento representou também um ato final para que o Ibama pudesse fazer as análises, com a contribuição da comunidade, para que haja a concessão da licença prévia", disse.

Ele destacou que uma vez discutido o projeto e encontradas soluções para os problemas detectados, é iniciado o processo de licitação para as obras. "Vale ressaltar que para começarmos a pré-qualificação das empresas e a licitação das obras, é necessário que
seja expedido pelo Ibama a licença prévia", destacou.

Para os problemas detectados, Reinaldo Melo disse que há um total de 26 planos básicos ambientais para diminuição ou controle de impactos. Ele revelou que a empresa pretende abrir edital para dar início à concorrência pública ainda este ano. "Se tudo ocorrer bem, da forma como prevemos, pensamos em terminar a licitação e assinar o contrato no mês de junho. Daí são mais 18 meses para execução da obra. Então, no final de 2011 estaria pronto, levando-se em consideração que tivemos um atraso de mais ou menos dois anos por causa dos problemas. A nossa proposta era lançar em 2010", completou.

O coordenador de licenciamento e transportes do Ibama, Eugênio Pio Costa, que presidiu a audiência pública, explicou que o EIA e o Rima ainda serão analisado detalhadamente pelos técnicos do órgão, para que seja avaliada a possibilidade de licença prévia da área.


Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - 22/01/2010

Comentário: Pois é amigos, baseado no que foi dito por essa matéria do jornal "O Estado do Maranhão", dificilmente o Cyclone-4 será lançado no final de 2011 como eu havia previsto anteriormente no meu blog, já que após a finalização da construção do complexo de lançamento do foguete, haverá a necessidade natural de se fazer testes dos equipamentos instalados. Portanto o primeiro vôo teste deste foguete (se realmente acontecer) será por volta de 2012. Isso poderá gerar (devido à demora) um descontentamento dos japoneses que estão construindo o satélite JASMINE (que se encontra quase pronto), impossibilitando assim o seu lançamento pelo Cyclone-4. Aproveito para agradecer uma vez mais a colaboração do sempre atuante leitor maranhense Edvaldo Coqueiro.




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#156 Mensagem por Brazilian Space » Sex Jan 22, 2010 11:50 pm

Lançamento em Alcântara Poderá Provocar Chuva Ácida

Olá amigos!

Segue abaixo uma notícia postada dia 22/01 no site da “Central de Notícias” de São Luis do Maranhão destacando que na audiência pública para discutir o impacto ambiental do "Complexo do Foguete Cyclone-4" da ACS consultores técnicos contratados pela empresa revelaram que pode ocorrer incidência de chuva ácida no município da Baixada Ocidental maranhense.

Duda Falcão

Lançamento de Foguetes em Alcântara Pode Provocar Chuva Ácida

Central de Notícias
Henrique Bois
22/01/2010


Imagem

Durante a segunda audiência pública realizada para discussão do Estudo e Relatório sobre impacto ambiental do empreendimento Complexo Terrestre do Cyclone 4 em Alcântara, desta vez em São Luís, consultores técnicos contratados pela Alcântara Cyclone Space, ACS, revelaram que pode ocorrer incidência de chuva ácida no município da Baixada Ocidental maranhense.

Presidida pela superintendência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis Naturais, IBAMA, a audiência na capital ocorreu pouco mais de 30 dias da primeira realizada em Alcântara no mês de dezembro, que depois de superar decisões contrárias da Justiça Federal, contou com cerca de 400 pessoas. Foi a maior da série.

A Alerce e Atech foram responsáveis pela elaboração do EIA-RIMA, peça fundamental para o licenciamento prévio e de instalação do empreendimento, previsto para ter início em junho deste ano. Um edital para fase técnica de elaboração de projeto está previsto para ser lançado nesta sexta-feira pela ACS.

Também foi garantido pelos técnicos que não há previsão de expansão do empreendimento que vai ocupar 450 hectares do Centro de Lançamento de Alcântara, distante 22 quilômetros de São Luís. A área, em formato de ele, corresponde a pouco mais de 15% da área do CLA.

A ACS, binacional reunindo Brasil e Ucrânia, será responsável pelo lançamento de ao menos seis foguetes Cyclone 4de fabricação ucraniana durante o ano após a entrada em operação. O empreendimento deve movimentar US$ 400 milhões entre os dois países.

A audiência, com quase cinco horas de duração, reuniu uma reduzida participação de representantes da sociedade civil de São Luís no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma. No caso de não ocorrer qualquer manifestação sobre uma nova audiência dentro de 15 dias, o debate antecedeu o processo administrativo anterior ao licenciamento concedido pelo IBAMA. O órgão ambiental da União presidiu a audiência pela segunda vez.

“A audiência pública com o auditório vazio pode nos levar a perguntar se ela foi divulgada como deveria ou se não foi. O ideal é que haja divulgação para que se tenha a participação das pessoas”, disse o procurar federal Alexandre Soares, representante do ministério Público Federal na Audiência.

Na apresentação do documento foram apontados diversos programas visando abrandar os impactos ambientais e sócio-econômicos que o empreendimento causará principalmente nas três comunidades alcantarenses atingidas diretamente pelo programa: Mamuna, Baracatatiua e Brito. Juntas elas reúnem pouco mais de 300 famílias, sendo Baracatatiua a menor delas com 39, quase todas remanescentes de Quilombolas.

As compensações diante dos impactos de várias ordens são reivindicadas por moradores de quase 210 comunidades do município que desde a década de 1980 vislumbra a possibilidade de sediar efetivamente o Programa Espacial Brasileiro.

Representantes da Alcântara Cyclone Space responderam por cerca de três horas seguidas aos questionamentos dos presentes à audiência.

Para o deputado federal Ribamar Alves (PSB), presente à audiência, o município de Alcântara deverá ser ponto de convergência de um grande volume de benefícios em várias áreas em conseqüência da instalação da ACS, empresa dirigida no país pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral.

Um dos primeiro benefício está sendo aguardado com ansiedade pelos moradores de Alcântara: a pavimentação da MA-106, com 60 quilômetros de extensão, ligando o porto de Cujupe à sede do município patrimônio histórico nacional desde 1948.

“Os recursos para a construção da estrada foram empenhados pela Agência Espacial Brasileira que recebeu o aporte de R$ 30 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia em agosto do ano passado. O dinheiro foi repassado para o governo do estado que já realizou a licitação e escolheu a empresa Ducol para construir a rodovia”, contou o parlamentar Ribamar Alves.

Além da rodovia, a construção de um CEFET e a instalação de um campus avançado da Universidade Federal do Maranhão voltado para o estudo de tecnologia espacial são apontados pelo deputado Alves como conquistas já em conseqüência do ACS.

A população de Alcântara e ambientalistas reclamam, no entanto, por programas que além de preservar e amparar as comunidades diretamente impactadas contribuam para reverter os baixos índices de desenvolvimento humano do município. Em Alcântara quase 50% da população ainda não conta com energia elétrica. Esperam o programa Luz para todos chegar antes da entrada do lançamento da série de foguetes Cyclone. O empreendimento que trabalha com cifras estratosféricas deve gerar 900 empregos diretos.


Fonte: Site Central de Notícias do Maranhão - http://www.cnsaoluis.com.br

Comentário: Volto a lembrar amigos que o combustível que será utilizado nos motores do foguete Cyclone-4 é altamente tóxico e explosivo. Esse fato que aparentemente não está sendo levado em conta pela mídia e principalmente pela desastrosa administração da parte brasileira dessa empresa, poderá gerar no futuro problemas sérios com entidades ambientalistas brasileiras e estrangeiras como, por exemplo, o Greenpeace. Essa empresa que já nasceu de forma errada, nunca operou, é um ralo de desperdício de recursos públicos que poderiam está sendo investidos no PEB, poderá sofrer no futuro manifestações dessas organizações durante as suas operações de lançamentos, inviabilizando assim a operacionalidade da mesma. Sinceramente não acredito que essa empresa saia do papel e caso eu venha está errado quanto isto, a mesma só sairá por capricho político para tornar-se muito provavelmente no maior fracasso comercial da história da astronáutica. Uma pena, pois a idéia é boa, poderia realmente dar certo, mais se fosse conduzida desde seu início por gente do ramo, preparada e que entendesse desse mercado altamente competitivo e dinâmico onde não existe lugar para decisões políticas e sim de mercado.




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#157 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jan 23, 2010 9:02 am

Se as organizações ambientalistas não fizerem campanha contra o uso destes "foguetes movidos à veneno" no meio da Amazônia (e nem interessa se Alcântara fica sequer perto da Amazônia), pode deixar que as empresas lançadoras de satélites concorrentes o farão.

Os americanos já há algum tempo aposentaram seus Titan movidos à hidrazina, e houve muita discussão porque esta substância estava aparecendo no leite vendido à população a até milhares de quilômetros dos pontos de lançamento. E os europeus acabam de abandonar seus Ariare-4 que usavam o mesmo combustível e partiram para o venerando Lançador-A russo, com oxigênio e querosene. Pode ter certeza que ambos vão patrocinar uma forte campanha contra os lançamentos do Cyclone-4 em alcântara, usando a toxidade do combustível como argumento.

Leandro G. Card




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#158 Mensagem por Brasileiro » Sáb Jan 23, 2010 11:41 pm

Eu acho bem legítimo que se discuta mesmo sobre a toxicidade das operações do Cyclone-4. Não se pode fechar os olhos nem por a carruagem na frente dos bois.

Agora, caso as pressões sejam realmente grandes, já é um excelente argumento para tentarmos um outro acordo com os Ucranianos, visando o desenvolvimento de um novo foguete Cyclone, movido a combustível não tóxico, e desta vez, exigindo a participação brasileira no desenvolvimento, com transferência tecnológica, e assim, fazendo sentido para a nossa indústria aeroespacial e centros de pesquisa, o que não acontece no atual tratado.


abraços]




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#159 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 24, 2010 10:16 am

Brasileiro escreveu:Eu acho bem legítimo que se discuta mesmo sobre a toxicidade das operações do Cyclone-4. Não se pode fechar os olhos nem por a carruagem na frente dos bois.

Agora, caso as pressões sejam realmente grandes, já é um excelente argumento para tentarmos um outro acordo com os Ucranianos, visando o desenvolvimento de um novo foguete Cyclone, movido a combustível não tóxico, e desta vez, exigindo a participação brasileira no desenvolvimento, com transferência tecnológica, e assim, fazendo sentido para a nossa indústria aeroespacial e centros de pesquisa, o que não acontece no atual tratado.


abraços]
O problema com isso esta idéia é que os ucranianos tem pouca ou nenhuma experiência no desenvolvimento de motores-foguete de nenhum tipo. O que eles sempre fizeram foi os construir foguetes, mas os motores eram desenvolvidos pelos russos. Por isso eles estão com dificuldades até mesmo para desenvolver o Cyclone-4, imagine para começar o projeto de novos motores com outro tipo de combustível.

No caso de combustíveis sólidos a troca do combustível é basicamente uma questão de conhecer química e levantar os parâmetros de combustão da nova mistura, o projeto dos motores em si tem muito pouca diferença de um combustível para o outro. Já com combustíveis líquidos uma troca de combustíveis radical como a que você sugere é bem mais complicada.

Em motores como os do Cyclone-4, que usa combustíveis hipergólicos, os problemas de projeto estão na escolha dos materiais que suportem a corrosão causada por estes combustíveis altamente reativos, e em evitar vazamentos por menores que sejam, pois os combustíveis são tóxicos e caso se misturem podem explodir. Já nos foguetes movidos à LOx+RP, os problemas são encontrar materiais que resistam à fragilização por resfriamento (no circuito de LOx), evitar a formação de bolhas por evaporação (principalmente no circuito de LOx), e o desenvolvimento de um sistema de ignição. Além disso, em cada caso os problemas de instabilidade da combustão tem que ser atacados, e geralmente este é o trabalho mais exaustivo do desenvolvimento de motores de combustível líquido de maior porte. Os motores que os ucranianos tem hoje já foram estudados quanto a isso, mas em novos motores com outros combustíveis todo o estudo terá que começar do zero.

Portanto, qualquer desenvolvimento de novos Motores com a Ucrânia seria demorado, caro e arriscado, e de forma alguma poderia ser pago apenas com os lucros auferidos com os lançamentos do foguete atual. Muito mais interessante então seria esquecer logo os ucranianos e negociar com os russos o lançamento de uma versão do Angara, que eles já forneceram para a Coréia do Sul. Ou mesmo a compra de tecnologia (de quem realmente conhece) para desenvolvermos um novo foguete aqui mesmo no Brasil, nos moldes do Programa Cruzeiro do Sul.


Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#160 Mensagem por Brazilian Space » Dom Jan 24, 2010 11:04 am

Olá Brasileiro e Leandro!

Concordo contigo Leandro. A escolha dos ucrânianos não foi a que deveria ter sido feita, não só pelos motivos que você colocou, mais principalmente porquê já havia um acordo assinado com os mesmos, além de uma prosposta apresentada quase que na mesma época que reconheço que não era a ideal, mas que poderia ter sido discutida em busca de um denominador comum. Infelizmente assim não foi feito e essa iniciativa da ACS em minha modesta opinião caminha para o desastre financeiro.

Abs

Duda Falcão
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#161 Mensagem por JT8D » Dom Jan 24, 2010 11:35 am

É desanimador ver que não temos capacidade político/gerencial para administrar algo da complexidade de um programa espacial. Nossos técnicos são competentes mas trabalham sem recursos e com salários ridículos, em condições precárias a ponto de colocar suas vidas em risco. Enquanto isso, as grandes decisões, como a desse acordo absurdo em que estamos sendo enganados pelos ucranianos, são tomadas por pessoas despreparadas. Falta um Oziris Silva no programa espacial brasileiro.

[]´s,

JT




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#162 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 24, 2010 1:18 pm

JT8D escreveu:É desanimador ver que não temos capacidade político/gerencial para administrar algo da complexidade de um programa espacial. Nossos técnicos são competentes mas trabalham sem recursos e com salários ridículos, em condições precárias a ponto de colocar suas vidas em risco. Enquanto isso, as grandes decisões, como a desse acordo absurdo em que estamos sendo enganados pelos ucranianos, são tomadas por pessoas despreparadas. Falta um Oziris Silva no programa espacial brasileiro.

[]´s,

JT
Já há tempos penso nisso, o problema do programa espacial brasileiro é que sempre foi dirigido cientistas ou políticos (incluídos aí os militares), e nunca por um engenheiro com experiência real na indústria. E do jeito que está a organização dos institutos envolvidos simplesmente não vejo possibilidade de que isto venha a ocorrer.

É realmente uma pena.

Leandro G. Card




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#163 Mensagem por Francoorp » Dom Jan 24, 2010 1:42 pm

JT8D escreveu:É desanimador ver que não temos capacidade político/gerencial para administrar algo da complexidade de um programa espacial. Nossos técnicos são competentes mas trabalham sem recursos e com salários ridículos, em condições precárias a ponto de colocar suas vidas em risco. Enquanto isso, as grandes decisões, como a desse acordo absurdo em que estamos sendo enganados pelos ucranianos, são tomadas por pessoas despreparadas. Falta um Oziris Silva no programa espacial brasileiro.

[]´s,

JT

No que é de preciso que estamos sendo enganados??????????




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#164 Mensagem por JT8D » Dom Jan 24, 2010 2:27 pm

Francoorp escreveu:
JT8D escreveu:É desanimador ver que não temos capacidade político/gerencial para administrar algo da complexidade de um programa espacial. Nossos técnicos são competentes mas trabalham sem recursos e com salários ridículos, em condições precárias a ponto de colocar suas vidas em risco. Enquanto isso, as grandes decisões, como a desse acordo absurdo em que estamos sendo enganados pelos ucranianos, são tomadas por pessoas despreparadas. Falta um Oziris Silva no programa espacial brasileiro.

[]´s,

JT

No que é de preciso que estamos sendo enganados??????????
Estamos desviando recursos do desenvolvimento de nosso veículo lançador de satélites para um programa meramente comercial com baixíssima chance de sucesso.

[]´s,

JT




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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News

#165 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 24, 2010 2:57 pm

JT, andas sumido.
Esperamos mais de vossos aportes por estes lares, amigo!

Grande abraço!




"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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