Nada como uma boa aloprada no momento certo. Acho até queno momento do discurso ele deveria catar a PT-92 e dar uns tiros para o ar. Só para dar mais efeito...(não foi o talha que falou isso não, fui eu mesmo... )Kratos escreveu:É, o Gal. Augusto Heleno Ribeiro botou todo mundo do governo no seu devido lugar.
GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: GEOPOLÍTICA
09/05/2008 - 21h42 - Atualizado em 09/05/2008 - 21h50
Chávez, Morales e Correa estarão em cúpula alternativa no Peru
Da Reuters
LIMA (Reuters) - Os presidentes esquerdistas de Venezuela, Bolívia e Equador comparecerão a uma cúpula alternativa ao encontro de chefes de Estado da Europa, da América Latina e do Caribe, que ocorrerá na próxima semana no Peru, asseguraram na sexta-feira seus organizadores.
A Cúpula Social dos Povos 2008 ocorrera de 13 a 16 de maio em Lima, dia em que participarão os mandatários da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, entre outros líderes da região e da Europa.
"Está confirmada a presença de Morales, Chávez e Correa, de uma delegação de Cuba, e estamos trabalhando para a presença do presidente eleito do Paraguai (Fernando Lugo)", disse o coordenador-geral do evento, Miguei Palacín.
"A presença dos chefes de Estado convidados é para o fechamento das atividades", disse Palacín em uma coletiva de imprensa.
O encerramento da cúpula alternativa, que reúne movimentos sociais, indígenas, organizações não-governamentais e grupos políticos de esquerda, coincide com o dia central da 5a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina, do Caribe e da União Européia (ALC-UE).
(Reportagem de Dana Ford)
Chávez, Morales e Correa estarão em cúpula alternativa no Peru
Da Reuters
LIMA (Reuters) - Os presidentes esquerdistas de Venezuela, Bolívia e Equador comparecerão a uma cúpula alternativa ao encontro de chefes de Estado da Europa, da América Latina e do Caribe, que ocorrerá na próxima semana no Peru, asseguraram na sexta-feira seus organizadores.
A Cúpula Social dos Povos 2008 ocorrera de 13 a 16 de maio em Lima, dia em que participarão os mandatários da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, entre outros líderes da região e da Europa.
"Está confirmada a presença de Morales, Chávez e Correa, de uma delegação de Cuba, e estamos trabalhando para a presença do presidente eleito do Paraguai (Fernando Lugo)", disse o coordenador-geral do evento, Miguei Palacín.
"A presença dos chefes de Estado convidados é para o fechamento das atividades", disse Palacín em uma coletiva de imprensa.
O encerramento da cúpula alternativa, que reúne movimentos sociais, indígenas, organizações não-governamentais e grupos políticos de esquerda, coincide com o dia central da 5a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina, do Caribe e da União Européia (ALC-UE).
(Reportagem de Dana Ford)
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Re: GEOPOLÍTICA
Resumo da Opera:Tigershark escreveu:08/05/2008 - 14h35 - Atualizado em 08/05/2008 - 14h40
Decreto de Lula obriga militares nas terras indígenas, diz Jobim
Da Reuters
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou um decreto determinando que as Forças Armadas tenham obrigatoriamente unidades militares dentro de terras indígenas situadas em zonas de fronteira, disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
"O que nós temos que respeitar é a Constituição brasileira e não as eventuais declarações afirmadas pela ONU... Vamos implementar um crescimento exponencial da presença do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na região amazônica e nas fronteiras do Centro-Oeste", afirmou Jobim.
A primeira reunião com as três Forças será dentro de 30 dias, em Brasília. Jobim comentou que pelotões de fronteira são rarefeitos em Roraima e Amapá. No Amazonas, ainda segundo o ministro, será preciso criar postos novos e alterar a logística de deslocamento com construção de pistas de concreto.
P.S.-Peço desculpas à Moderação por postar esta mensagem novamente neste tópico,mas me pareceu importante esta inserção.
Vitoria dos Militares Brasileiros e demais Patriotas.
Derrota da FUNAI, ONG´s e Quinta Colunas.
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: GEOPOLÍTICA
/05/2008 - 08h01 - Atualizado em 15/05/2008 - 08h10
Brasil pode melhorar relação 'obsoleta' entre EUA-América Latina, diz instituto
Council on Foreign Relations afirma que EUA deve se aproximar de Brasil e México.
Da BBC
Um relatório publicado nesta semana pelo instituto americano Council on Foreign Relations (CFR) afirma que os Estados Unidos devem "aprofundar as suas relações estratégicas" com Brasil e México, já que a política americana para a América Latina estaria "obsoleta".
O texto também sugere que o governo americano reavalie suas relações com Venezuela e Cuba.
O documento intitulado Relações EUA-América Latina: Uma Nova Direção para uma Nova Realidade foi elaborado por uma força-tarefa de pesquisadores de relações internacionais do CFR, entidade baseada em Nova York.
Os pesquisadores fazem uma série de recomendações para o governo americano melhorar suas relações com a América Latina.
'Fim de uma era'
"A América Latina nunca foi tão importante para os Estados Unidos como agora. A região é a maior fornecedora de petróleo para os Estados Unidos e uma forte parceira no desenvolvimento de combustíveis alternativos", diz o documento.
"Este relatório deixa claro que a era da influência dominante dos Estados Unidos na América Latina acabou. Países dentro da região não só se tornaram mais fortes como também expandiram relações com outras nações, como China e Índia."
O CRF diz que por 150 anos a diplomacia americana foi baseada na Doutrina Monroe, que reivindicava "a América para os americanos". No entanto, nas últimas duas décadas, esta visão teria se tornado "obsoleta" e Washington teria falhado na tarefa de readaptar sua política externa à nova realidade da América Latina.
"Os Estados latino-americanos, especialmente os maiores, não consideram que seus interesses são determinados primordialmente por relações diplomáticas, comerciais e de segurança com os Estados Unidos", diz o texto.
"O Brasil estabeleceu vínculos com grupos como o Diálogo Sul-Sul com a África do Sul e a Índia e o Grupo dos 20 (G20), enquanto países como o Chile e o México fecharam acordos de comércio e investimentos com a União Européia e um número de países asiáticos, mais especialmente a China."
Para readaptar a sua diplomacia à nova realidade, a força-tarefa "acredita que aprofundar as relações com Brasil e México e reformular os esforços diplomáticos com Venezuela e Cuba vão estabelecer não só interações mais frutíferas com esses países, como também transformar positivamente as relações mais amplas entre Estados Unidos e a América Latina."
O documento também sugere que Washington trabalhe mais em âmbitos multilaterais, como no Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolviment (BID), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
A força-tarefa de pesquisadores do Council on Foreign Relations foi liderada pelo general James T. Hill - que dirigiu o comando de segurança americano para a América Latina no começo do governo de George W. Bush - e Charlene Barshefsky - que foi representante comercial dos EUA no governo de Bill Clinton.
Também participaram da força-tarefa pesquisadores e diplomatas renomados como Francis Fukuyama, Peter Hakim e Donna Hrinak.
Brasil pode melhorar relação 'obsoleta' entre EUA-América Latina, diz instituto
Council on Foreign Relations afirma que EUA deve se aproximar de Brasil e México.
Da BBC
Um relatório publicado nesta semana pelo instituto americano Council on Foreign Relations (CFR) afirma que os Estados Unidos devem "aprofundar as suas relações estratégicas" com Brasil e México, já que a política americana para a América Latina estaria "obsoleta".
O texto também sugere que o governo americano reavalie suas relações com Venezuela e Cuba.
O documento intitulado Relações EUA-América Latina: Uma Nova Direção para uma Nova Realidade foi elaborado por uma força-tarefa de pesquisadores de relações internacionais do CFR, entidade baseada em Nova York.
Os pesquisadores fazem uma série de recomendações para o governo americano melhorar suas relações com a América Latina.
'Fim de uma era'
"A América Latina nunca foi tão importante para os Estados Unidos como agora. A região é a maior fornecedora de petróleo para os Estados Unidos e uma forte parceira no desenvolvimento de combustíveis alternativos", diz o documento.
"Este relatório deixa claro que a era da influência dominante dos Estados Unidos na América Latina acabou. Países dentro da região não só se tornaram mais fortes como também expandiram relações com outras nações, como China e Índia."
O CRF diz que por 150 anos a diplomacia americana foi baseada na Doutrina Monroe, que reivindicava "a América para os americanos". No entanto, nas últimas duas décadas, esta visão teria se tornado "obsoleta" e Washington teria falhado na tarefa de readaptar sua política externa à nova realidade da América Latina.
"Os Estados latino-americanos, especialmente os maiores, não consideram que seus interesses são determinados primordialmente por relações diplomáticas, comerciais e de segurança com os Estados Unidos", diz o texto.
"O Brasil estabeleceu vínculos com grupos como o Diálogo Sul-Sul com a África do Sul e a Índia e o Grupo dos 20 (G20), enquanto países como o Chile e o México fecharam acordos de comércio e investimentos com a União Européia e um número de países asiáticos, mais especialmente a China."
Para readaptar a sua diplomacia à nova realidade, a força-tarefa "acredita que aprofundar as relações com Brasil e México e reformular os esforços diplomáticos com Venezuela e Cuba vão estabelecer não só interações mais frutíferas com esses países, como também transformar positivamente as relações mais amplas entre Estados Unidos e a América Latina."
O documento também sugere que Washington trabalhe mais em âmbitos multilaterais, como no Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolviment (BID), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
A força-tarefa de pesquisadores do Council on Foreign Relations foi liderada pelo general James T. Hill - que dirigiu o comando de segurança americano para a América Latina no começo do governo de George W. Bush - e Charlene Barshefsky - que foi representante comercial dos EUA no governo de Bill Clinton.
Também participaram da força-tarefa pesquisadores e diplomatas renomados como Francis Fukuyama, Peter Hakim e Donna Hrinak.
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Re: GEOPOLÍTICA
ANP: EUA podem ser problema em jazidas no pré-sal | 14.05.2008
http://www.insidernews.com.br/openlink.php?id=8776
http://www.atarde.com.br/capa/noticia.jsf?id=883579
ANP: EUA podem ser problema em jazidas no pré-sal | 14.05.2008 | 13h08
PublicidadePor Leonardo GoyAgência Estado O diretor-geral da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, manifestou hoje, na
audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara,
preocupação com a possibilidade de alguns países, especialmente os
Estados Unidos, não concordem que os campos petrolíferos da área da
camada do pré-sal estejam em águas territoriais brasileiras. Lima
disse que participará de uma reunião no Ministério da Defesa para
tratar deste assunto. O ministro ressaltou que essas jazidas estão
dentro do limite da convenção internacional de 200 milhas para o mar
territorial de um país.
"Nós afirmamos que o limite são 200 milhas. Vários países concordam e
outros não. Eu me lembro de um que é meio 'zangadinho' com essa
negócio de 200 milhas, que são os Estados Unidos. Eles não respeitam
muito esse negócio de 200 milhas", disse ele, acrescentando que se "se
os americanos cismarem" que essas 200 milhas não existem, "temos um
problema aí", disse Lima, se referindo à área de exploração do
pré-sal.
O pré-sal é uma camada de reservatórios que se encontram no subsolo do
litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800
quilômetros, em lâmina d'água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros
de profundidade e soterramento (área do subsolo marinho que terá de
ser perfurada) entre 3 mil e 4 mil metros.
http://www.insidernews.com.br/openlink.php?id=8776
http://www.atarde.com.br/capa/noticia.jsf?id=883579
ANP: EUA podem ser problema em jazidas no pré-sal | 14.05.2008 | 13h08
PublicidadePor Leonardo GoyAgência Estado O diretor-geral da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, manifestou hoje, na
audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara,
preocupação com a possibilidade de alguns países, especialmente os
Estados Unidos, não concordem que os campos petrolíferos da área da
camada do pré-sal estejam em águas territoriais brasileiras. Lima
disse que participará de uma reunião no Ministério da Defesa para
tratar deste assunto. O ministro ressaltou que essas jazidas estão
dentro do limite da convenção internacional de 200 milhas para o mar
territorial de um país.
"Nós afirmamos que o limite são 200 milhas. Vários países concordam e
outros não. Eu me lembro de um que é meio 'zangadinho' com essa
negócio de 200 milhas, que são os Estados Unidos. Eles não respeitam
muito esse negócio de 200 milhas", disse ele, acrescentando que se "se
os americanos cismarem" que essas 200 milhas não existem, "temos um
problema aí", disse Lima, se referindo à área de exploração do
pré-sal.
O pré-sal é uma camada de reservatórios que se encontram no subsolo do
litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800
quilômetros, em lâmina d'água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros
de profundidade e soterramento (área do subsolo marinho que terá de
ser perfurada) entre 3 mil e 4 mil metros.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
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Re: GEOPOLÍTICA
Bolivia, Cuba, la seguridad de Brasil,
el petróleo y la realidad del dólar
DEFESA@NET 15 maio 2008
La Onda Digital
Entrevista al historiador Luís Alberto Moniz Bandeira
El politólogo e historiador brasileño Luís Moniz Bandeira en diálogo con La ONDA digital, analizó la realidad de peligro que vive Bolivia por estos días, el porqué Brasil apuesta a un desarrollo de sus Fuerzas Armadas, qué motiva a los EEUU a desplegar la 4ª Flota, las contingencias del dólar y la relación de este fenómeno con la suba del petróleo entre otros temas.
- Hoy hay una situación contradictoria en América Latina. Por un lado Paraguay, se integra a los gobiernos progresistas del sur con el triunfo de Fernando Lugo, por otro el gobierno de Cristina Fernández en Argentina, siente la presión de los sectores más poderosos de la producción agraria. ¿Estamos ante una situación de inestabilidad institucional?
- Hay inestabilidad, pero no se puede decir que sea propiamente institucional, aunque la situación de Bolivia sea extremamente grave y la de Venezuela pueda evolucionar de forma negativa, en virtud de medidas del gobierno que van más allá de las posibilidades económicas, sociales y políticas del país.
El Estado muchas veces debe intervenir en la economía para promover el desarrollo de ciertos sectores industriales o para preservar la seguridad nacional, etc. La estatización, empero, no significa socialización y no siempre puede depreciar las inversiones extranjeras. Bolivia, aun con las riquezas minerales que posee, es el país más pobre de América del Sur y no dispone de recursos financieros y tecnológicos para invertir y aumentar la producción.
Necesita de capitales y tecnología. Esta es la realidad. Y las dificultades que enfrenta ya se evidencian en la incapacidad de atender a las demandas de gas de Argentina y de Brasil, conforme los compromisos asumidos. Lo que los líderes de izquierda no entienden es que esto se debe a la influencia stalinista que aún hoy subsiste - es que el socialismo, conforme a la doctrina de Karl Marx, no es una vía de desarrollo, sino de distribución de la riqueza que el capitalismo produce, beneficiando solamente las capas más altas de la sociedad. No es viable cualquier forma de socialismo en países cuyas fuerzas productivas son retrasadas, además de que están insertos en una economía mundial de mercado, regida por las leyes del capitalismo y de la cual no pueden liberarse.
- A la vez Bolivia vive un proceso de desintegración interna, por acción de sectores separatistas de derecha. ¿Estamos ante una alianza de sectores tradicionalmente dominantes, con intereses extranjeras, como Estados Unidos, que sienten que la integración de América Latina avanza y que por ello hay que detenerla?
- Mi opinión, es clara, es la de un politólogo e historiador, que acompaña y estudia la política boliviana desde la juventud. La posibilidad de desintegración siempre ha amenazado a Bolivia. Bolivia no es propiamente un Estado nacional. Nunca fue una comunidad estable, con un solo idioma, unidad económica, social y política, y una psicología que se exprese en su cultura e identifique todas las regiones. Este es uno de los factores de su crónica y tradicional inestabilidad social y política. Sin duda, hay una alianza de las fuerzas económicas que predominan en la región conocida como Media Luna, que abarca Santa Cruz de La Sierra, Cobija y otros departamentos, los más ricos de Bolivia y en oposición al presidente Evo Morales. Pero eso no es porque las potencias extranjeras vean avanzar la integración de América del Sur. Los factores son muy complejos, además de que el presidente Evo Morales avanza en iniciativas que Bolivia no tiene condiciones económicas y políticas de sustentar a largo plazo.
El resultado del plebiscito del 4 de mayo, en que cerca de 85% de la población de Santa Cruz de la Sierra votó a favor de la autonomía de la región deja al gobierno del presidente Evo Morales en una encrucijada: o retrocede y acepta un diálogo con la oposición o habrá una guerra civil de consecuencias imprevisibles.
Sin el reconocimiento de Brasil y Argentina, un Estado formado en la Media Luna seria completamente inviable, prácticamente aislado y bloqueado. La secesión de Santa Cruz de la Sierra no ocurre solamente porque Brasil y Argentina no reconocerán ningún Estado que los dirigentes de Santa Cruz de la Sierra y de otros departamentos pretendan constituir. Hay hacendados brasileños, que poseen tierras en Santa Cruz de la Sierra, que temen la reforma agraria y son favorables ha la secesión de Santa Cruz de La Sierra, además de poderosos intereses internacionales, contrariados al presidente Evo Morales y sus nacionalizaciones, que están interesados en derrocarlo y ciertamente financian la oposición doméstica. Es muy grave y difícil la situación de Bolivia y lo que puede suceder es casi imprevisible.
-Estas situaciones se presentan en el mismo momento que Brasil y Venezuela buscan un entendimiento militar, que permita crear algo así como un sistema de defensa común de Sudamérica. ¿Hay temor a una intervención militar extranjera en la región? ¿Eso ocurriría por el interés de Estados Unidos en el Amazonía, el Acuífero Guaraní y las reservas petroleras de Brasil y Venezuela?
- Nunca se puede descartar la posibilidad de una intervención militar de alguna potencia en la región. Pero es muy remota, en el actual contexto económico y político mundial. Es cierto que los Estados Unidos pueden tener interés en la Amazonía, en el Acuífero Guaraní y en las reservas petroleras de Brasil. Sin embargo, la amenaza no es de una intervención militar directa. Los Estados Unidos, por mayor que sea su poderío militar, no tendrían condiciones políticas para hacerla, además de que las consecuencias financieras, debido a los gastos militares, serían aún más nefastas para su economía, ya bastante castigada y en declinación. La mayor amenaza está en la penetración de las ONG (Organizaciones No-Gubernamentales), casi financiadas por empresas transnacionales. Ellas pueden crear graves problemas para Brasil y deberían ser prohibidas de actuar en la región de la Amazonía. Son un riesgo para la seguridad nacional.
- El Pentágono ha anunciado la pronta reactivación de la Cuarta Flota que operaba hasta 1950 en América del Sur y luego de la Segunda Guerra Mundial fue disuelta. ¿Existe alguna relación entre esta medida, y el desarrollo de Brasil como potencia económica y petrolera? ¿O tiene relación con el surgimiento de gobiernos progresistas en Sudamérica?
- La pronta reactivación de la Cuarta Flota tiene realmente relación con las reservas petrolíferas descubiertas a lo largo del litoral de Brasil. Los Estados Unidos quieren asegurar su preeminencia en la región y el control exclusivo de estas fuentes de energía mucho más seguras que las fuentes del Oriente Medio. Y, con esa perspectiva, la reactivación de la Cuarta Flota también tiene como objetivo amenazar, con la posibilidad de intervención, a cualquier gobierno que atente contra los intereses de Estados Unidos. Es una medida prevista en algún plan de contingencia elaborado por el Pentágono. Pero Brasil no puede protestar, porque cualquier país tiene derecho de tener flotas en los mares internacionales. Eso es permitido por el Derecho Internacional y ninguna protesta haría revertir esa decisión de los Estados Unidos.
Venezuela y Cuba protestarán como un acto político, porque sus gobiernos están en conflicto abierto con los Estados Unidos. Este no es el caso de Brasil. Lo que Brasil tiene que hacer es fortalecer su Marina y sus Fuerzas Armadas en general. Nunca debió haber firmado el Tratado de No-Proliferación de las Armas Nucleares (TNP), no porque pretendiese fabricar bombas atómicas, lo que es impensable, sino porque se trata de un tratado discriminatorio a la vez que las grandes potencias siguen ampliando sus arsenales. Se podría agregar que esto sucede en momentos en que los Estados Unidos usan bombas de uranio empobrecido (depleted uranio) en sus guerras contra Afganistán e Irak, como antes hicieron contra Yugoslavia, infectando las poblaciones y sus propios soldados, con terribles enfermedades, y degradando el medioambiente.
Las autoridades militares de Brasil han estado hablando de redimensionar y modernizar el ejército brasileño. ¿Porque Brasil siente la necesidad de tener Fuerzas Armadas más grandes y mejor equipadas?
- Brasil, con el inmenso territorio que posee, con riquezas minerales, agregadas ahora por el descubrimiento de grandes reservas petrolíferas, no puede dejar de tener Fuerzas Armadas mejor equipadas. Las hipótesis de guerra existen y siempre son objeto de estudios en las escuelas de comando y Estado Mayor de todas las Fuerzas Armadas. Y la principal hipótesis de guerra de las Fuerzas Armadas en Brasil es el enfrentamiento con una "potencia tecnológicamente superior" en la Amazonía. Ahora probablemente tendrá que incluir la hipótesis de guerra para defender las reservas petrolíferas en su litoral. En este particular, es fundamental la construcción del submarino nuclear, conjuntamente con la reactivación de la industria bélica nacional. La restauración de la 4ª flota de Estados Unidos, en el Atlántico Sur, muestra esa urgente necesidad. Brasil no puede estar desarmado. Los Estados Unidos siguen financiando a Colombia, cuyo ejército se convirtió en el mayor y más bien equipado, relativamente, de América Sur. Con una población de 44 millones de habitantes, Colombia posee un contingente militar de cerca de 208.600 efectivos, mientras Brasil, con 8,5 millones de kilómetros cuadrados y más de 190 millones de habitantes, tiene un contingente de solamente 287.870 soldados, y Argentina, con 40 millones de habitantes y un territorio de 2,7 millones de kilómetro cuadrados, tiene apenas 71.655 efectivos. Colombia, con un PBI de $320.4 mil millones (2007 est.), según el método de la paridad del poder de compra, destina 3,8% a los gastos militares, mientras Brasil, cuyo PBI es de $1.838 millón de millones (2007 est.), gasta apenas un 1,5%, y Argentina, con un PBI de $523.7 mil millones (2007 est.), gasta apenas 1,1%. Colombia, y no Venezuela, constituye una eventual amenaza en la región, en virtud del apoyo que recibe de los Estados Unidos. Lo demostró al invadir el territorio de Ecuador.
¿Piensa que puede haber cambios significativos de Estados Unidos con respecto a Sudamérica si ganan los Demócratas las próximas elecciones norteamericanas?
- No creo en cambios fundamentales significativos en los Estados Unidos, cualquiera que sea el futuro presidente, sea republicano o demócrata. América del Sur es muy importante para el abastecimiento energético de Estados Unidos, principalmente ahora con los descubrimientos de enormes reservas de petróleo en el litoral de Brasil. Estamos frente a dos países con las mayores masas territoriales, las dos mayores masas demográficas y, a pesar de la asimetría, las dos mayores masas económicas del hemisferio. Tendrán que mantener las mejores relaciones, en medio de las eventuales desavenencias tanto comerciales como políticas.
El precio del petróleo se dispara en todo el mundo y eso perjudica a los países que son exclusivamente consumidores, como es el caso de Uruguay. ¿De quién es la responsabilidad de que se hayan disparado los precios?
- El dólar es moneda fiduciaria, con la cual el precio del petróleo hasta la actualidad fue siempre denominado. Como solo los Estados Unidos pueden emitir dólares, y lo hacen como quieren, eran ellos los dueños gratuitos del petróleo del mundo, en el sentido de que pueden comprarlo con moneda sin respaldo, con papel pintado.
Pero esas continuas emisiones, sin respaldo, para atender a sus necesidades de consumo y los gastos bélicos, aumentan más y más el déficit fiscal, que se conjuga con el déficit comercial y provoca la devaluación del dólar, lo que se refleja en la subida del precio del petróleo. Así, la devaluación de esa divisa, con la cual se fijaban hasta Noviembre de 2000 la casi totalidad de los contratos comerciales de petróleo, erosionó el poder adquisitivo de los productores y tornó inevitable la subida del precio, para compensar sus pérdidas. Esto ocurrió, por primera vez, en 1971. El dólar devaluado llevó inmediatamente a una elevación de 5%, en el precio del crudo, con la previsión de otros aumentos para compensar nuevas devaluaciones.
La OPEP fue prácticamente autorizada a hacer significativos aumentos en el precio del petróleo, a fines de 1972, para compensar la depreciación del dólar, que perdió cerca del 40% en relación al marco alemán, entre febrero y marzo de 1973. Fue el primer choque del petróleo. Actualmente la crisis es infinitamente más grave. Saddam Hussein lo percibió, en el año 2000, y empezó a cambiar el dólar por el euro en los contratos petrolíferos. Esto fue uno de los factores de la intervención de Estados Unidos en Irak.
Irán, a mediados de 2003, comenzó a aceptar eurodólares como pago por sus exportaciones de petróleo a la Unión Europea (UE) y a países de Asia. Y a partir de mayo de 2008 solamente firmará contratos en euro. Este es uno de los motivos por los cuales los Estados Unidos también quieren atacar a Irán. Rusia también ya firma los contratos en euro. Y hay algunos otros países de la OPEP, entre los cuales Venezuela, que examinan la cuestión de hacer la venta de petróleo en euros. Un completo cambio en el comercio internacional de petróleo basándose en el euro sería un gran golpe a la hegemonía del dólar y consecuentemente, a Estados Unidos. Los países, que compran petróleo o producen, tendrian que convertir en euros los dólares de sus fondos de reserva, en sus bancos centrales de Europa, China ; Japón y todos los demás países, incluso los de América Latina. Esto produciría en la economía de Estados Unidos una inflación que, según los cálculos, sería casi superior al 100%, conjuntamente con una corrida bancaria, similar a la de 1929-1930. Con la consecuencia de que los fondos extranjeros puedan ser retirados de los mercados bursátiles de Estados Unidos y de activos basados en dólares.
¿Es irreversible la caída del valor del dólar?
- A largo plazo, es irreversible. Pero no se puede pensar que su declinación, que refleja la del Imperio Americano, va a ser lineal. Habrá coyunturas de recuperación y otras de estabilidad. Altas y bajas. No obstante la erupción de las crisis periódicas, la tendencia es, cada vez más profunda, es siempre en el sentido de caída.
Los Estados Unidos ya no son un sol de primera grandeza como fueron tras la Segunda Guerra Mundial, en los años 1950 y 1960. Y solamente no perciben que su irradiación disminuye cada vez más, los que no conocen la historia.
La declinación del imperio que la Gran Bretaña mantenía se ha acentuado cuando ella se tornó deudora, dependiente de recursos financieros de Estados Unidos, en virtud de las guerras de 1914-1918 e 1939-1945. Y los Estados Unidos son ahora una potencia deudora. Su deuda pública saltó de US$ 5,6 millones de millones, en el año 2000, a US$ 9 millones de millones, en 2007, lo equivalente más o menos a dos tercios de su PBI, estimado en $13,8 millones de millones (2007), conforme el método de la paridad del poder de compra.
Lo que ocurre, es que los Estados Unidos emiten dólares sin respaldo, con estos dólares compran energía, commodities y manufacturas de Arabia Saudita, China, Unión Europea y otros países, y estos países, con los mismos dólares, compran los bonos del Tesoro americano. Y así es que financian los gastos militares que los Estados Unidos hacen para mantener su industria bélica y consumir su producción en las guerras en Irak, Afganistán y en otras regiones del mundo. El viernes, 2 de Mayo, el presidente George W. Bush solicitó formalmente al Congreso la aprobación de US$ 70 mil millones más para las campañas militares en Irak y Afganistán, en 2009. Y hay otra solicitud de US$ 108 mil millones, también para financiar las dos guerras, aún pendiente de aprobación por el Congreso, controlado ahora por el Partido Demócrata.
El déficit fiscal, incrementado más y más por el gasto militar, es el más grande de la historia de los Estados Unidos. Es una burbuja que va explotar y amenaza toda la economía mundial, mucho más que la explosión de la burbuja de los préstamos sub-prime, que recién han sufrido los bancos y entidades financieras en los Estados Unidos y en otros países. Esa crisis es solamente un ligero maremoto comparado con el tsunami que podrá ocurrir en la economía mundial como consecuencia de un colapso provocado por los déficits mellizos (comercial y fiscal) sobre los cuales la economía de Estados Unidos se viene sustentando.
- Los cambios que se están procesando en Cuba, a partir de que Raúl Castro asumió la presidencia, son "migajas" como lo define la derecha internacional, o se está ante un proceso más profundo?
- Raúl Castro no puede avanzar mucho en los cambios mientras los Estados Unidos mantengan el estado de guerra fría contra Cuba. Es muy difícil hacerlo, así como es muy problemático que cualquier gobierno americano, sea demócrata o republicano, cambie rápidamente la política de Estados Unidos con respecto a Cuba, sobre todo mientras la población cubana en Miami represente un importante factor electoral. Es una comunidad extremadamente radicalizada, que se ha volcado mucho hacia la derecha y quiere restablecer el statu quo anterior a la revolución, lo que no es posible y la población residente en la isla no acepta.
Cuba por lo tanto es un problema en la política interna de Estados Unidos, en virtud de la fuerte influencia electoral, principalmente en la Florida, de los inmigrantes cubanos. Esto se evidencia en el hecho de que Washington tiene intenso comercio con China y ha levantado el embargo contra Vietnam, que son países aún dirigidos por el Partido Comunista, pero no alivia las duras restricciones que imponen a Cuba, a fin de no enojar a los enemigos del régimen instituido por Fidel Castro.
¿Usted detecta diferencias entre Fidel y Raúl sobre el rumbo que debe de tomar Cuba?
- Siempre hay diferencias entre las personalidades, aunque sean hermanos. Nadie es igual al otro. Pero creo que Fidel Castro había reconocido la necesidad de normalizar la situación de Cuba, promover su reinserción en el mercado internacional, y no quiso él mismo hacer las reformas necesarias, en contra de las posiciones que anteriormente había tomado. Para él, que es un hombre, un gallego, con agudo sentido de honor y orgullo, sería muy difícil cambiar su política después de gritar "socialismo o muerte", durante tantos años.
Raúl Castro, aunque identificado y solidario con su hermano Fidel, y con el régimen de la revolución, nunca se ha manifestado, públicamente, sobre las políticas económicas y no era el responsable por la conducción del gobierno. Está, consecuentemente, más libre para tomar tales iniciativas, apuntando a reformar el sistema económico existente en la isla, a fin de mejorar las condiciones de vida y de consumo de la población. No se puede hablar de socialismo cuando el país sufre falta de mercancías, cotidianas dificultades de alimentación, falta de materias primas etc. Cualquier forma de socialismo es imposible con un bajo nivel de producción. Esta fue la causa fundamental del derrocamiento de la Unión Soviética y de todo el Bloque Socialista. Una sociedad socialista es impensable sin el alto desarrollo de las fuerzas productivas, sin que el pueblo pueda desfrutar de los avances tecnológicos de la civilización. Y la Unión Soviética y todo el Bloque Socialista estaban muy retrasados en relación a las potencias industriales de Occidente. Su producción no satisfacía directamente las necesidades humanas.
Muchos analistas han sostenido que Cuba tomó el rumbo chino, donde se conjugan el partido único con algunas formas de producción capitalistas
- No hay duda de que Cuba tendrá que seguir el camino de China y de Vietnam, porque, quiera o no, está inserta en una economía mundial de mercado, regida por las leyes capitalistas, y su pueblo no puede eternamente vivir en el "período especial en tiempo de paz". El régimen político no tendría condiciones de subsistir y ahí podría ocurrir un retroceso total, afectando las propias conquistas básicas de la revolución de 1959. Del éxito económico depende la continuidad del régimen político en Cuba. Sin desarrollar su economía, elevar el nivel de vida de la población, ese régimen político estaría condenado. El desarrollo económico solamente ocurre con la acumulación de capital, que es incompatible con el socialismo. El socialismo no es vía de desarrollo, sino de distribución de la riqueza producida por el capitalismo. Esto fue el problema de la Unión Soviética, en la medida en que pretendió hacer del socialismo, no una consecuencia del desarrollo capitalista, sino una forma alternativa de desarrollo. No obstante el extraordinario avance en el campo de la tecnología militar, atómica y espacial, la Unión Soviética se retrasó bastante en relación a las potencias capitalistas. E, inserta en el mercado mundial capitalista, no pudo resistir y se desmoronó junto con todo el Bloque Socialista.
Era inevitable que las oscilaciones de coyuntura afectasen su economía, dado que nunca dejó de depender de exportaciones e importaciones. Michail Gorbatschow intentó hacer las reformas, para salvar la Unión Soviética, pero fue demasiado tarde. El modelo de socialismo implantado por Stalin, que hacía mucho tiempo se mostraba inviable, fracasó.
-¿Es verdad que Fidel fue a buscar a Lula para darle un apoyo alimentario a la Venezuela de Chávez?
- No creo que Fidel Castro haya pedido a Lula para darle apoyo alimentario a la Venezuela de Chávez. Cuba necesita aún más que Venezuela de apoyo alimentario, tanto que las reformas que Raúl Castro promueve apuntan a aumentar la producción agrícola. Cuba necesita de seguridad alimenticia y Brasil le concedió un crédito de US$ 200 millones para compra de alimentos y medicamentos. La cuestión de Venezuela, empero, es distinta. El presidente Hugo Chávez dispone de grandes reservas de dólares, en virtud del fantástico aumento del precio del petróleo. La escasez de alimentos que tiene es consecuencia de determinadas políticas adoptadas por el gobierno de Chávez. La producción agrícola en Venezuela es por demás insuficiente para el abastecimiento de la población. El país tiene que importar quizás 60% o 70% de lo que consume. Pero el presidente Chávez ha congelando los precios internamente, mientras ellos suben en el mercado mundial. Las empresas así dejan de importarlos porque no tienen margen de lucro. Y por más que Chávez pretenda hacer lo que llama el "socialismo del siglo XXI" el hecho es que Venezuela sigue dentro del sistema capitalista mundial, subordinada a una economía de mercado, y no tiene condiciones de salir. Venezuela no puede dejar de exportar e importar y esto hace su economía más dependiente del mercado mundial.
-¿Por qué Chávez no se manifiesta sobre los cambios que se están produciendo en Cuba?.
- La política de Raúl Castro apunta a restablecer la normalidad y la inserción de Cuba en el sistema internacional, para superar las inmensas dificultades que el pueblo por décadas enfrenta. Con tal objetivo es necesario aumentar la producción, desarrollar la economía, lo que solo puede hacer con el apoyo de inversiones extranjeras. Esta es la razón por la cual Raúl Castro, aunque sea grato al apoyo de Venezuela, busca acercarse a Brasil, para que Cuba no sea otra vez arrastrada a la órbita de Estados Unidos.
El presidente Hugo Chávez, sin embargo, tiende a radicalizar sus políticas internas y la confrontación con los Estados Unidos, lo que a Cuba no le interesa. Tal vez sea ésta la razón por la cual el presidente Hugo Chávez no se manifieste con respecto a las reformas que Raúl Castro empieza a promover.
Luiz Alberto Moniz Bandeira autor de mas de 20 libros entre ellos "De Martí a Fidel: la Revolución Cubana y América Latina", doctor en Ciencia Política en la USP y profesor titular (aposentado) de Historia de la Política Exterior de Brasil, columnista regula de La ONDA digital y de varias publicaciones del mundo.
el petróleo y la realidad del dólar
DEFESA@NET 15 maio 2008
La Onda Digital
Entrevista al historiador Luís Alberto Moniz Bandeira
El politólogo e historiador brasileño Luís Moniz Bandeira en diálogo con La ONDA digital, analizó la realidad de peligro que vive Bolivia por estos días, el porqué Brasil apuesta a un desarrollo de sus Fuerzas Armadas, qué motiva a los EEUU a desplegar la 4ª Flota, las contingencias del dólar y la relación de este fenómeno con la suba del petróleo entre otros temas.
- Hoy hay una situación contradictoria en América Latina. Por un lado Paraguay, se integra a los gobiernos progresistas del sur con el triunfo de Fernando Lugo, por otro el gobierno de Cristina Fernández en Argentina, siente la presión de los sectores más poderosos de la producción agraria. ¿Estamos ante una situación de inestabilidad institucional?
- Hay inestabilidad, pero no se puede decir que sea propiamente institucional, aunque la situación de Bolivia sea extremamente grave y la de Venezuela pueda evolucionar de forma negativa, en virtud de medidas del gobierno que van más allá de las posibilidades económicas, sociales y políticas del país.
El Estado muchas veces debe intervenir en la economía para promover el desarrollo de ciertos sectores industriales o para preservar la seguridad nacional, etc. La estatización, empero, no significa socialización y no siempre puede depreciar las inversiones extranjeras. Bolivia, aun con las riquezas minerales que posee, es el país más pobre de América del Sur y no dispone de recursos financieros y tecnológicos para invertir y aumentar la producción.
Necesita de capitales y tecnología. Esta es la realidad. Y las dificultades que enfrenta ya se evidencian en la incapacidad de atender a las demandas de gas de Argentina y de Brasil, conforme los compromisos asumidos. Lo que los líderes de izquierda no entienden es que esto se debe a la influencia stalinista que aún hoy subsiste - es que el socialismo, conforme a la doctrina de Karl Marx, no es una vía de desarrollo, sino de distribución de la riqueza que el capitalismo produce, beneficiando solamente las capas más altas de la sociedad. No es viable cualquier forma de socialismo en países cuyas fuerzas productivas son retrasadas, además de que están insertos en una economía mundial de mercado, regida por las leyes del capitalismo y de la cual no pueden liberarse.
- A la vez Bolivia vive un proceso de desintegración interna, por acción de sectores separatistas de derecha. ¿Estamos ante una alianza de sectores tradicionalmente dominantes, con intereses extranjeras, como Estados Unidos, que sienten que la integración de América Latina avanza y que por ello hay que detenerla?
- Mi opinión, es clara, es la de un politólogo e historiador, que acompaña y estudia la política boliviana desde la juventud. La posibilidad de desintegración siempre ha amenazado a Bolivia. Bolivia no es propiamente un Estado nacional. Nunca fue una comunidad estable, con un solo idioma, unidad económica, social y política, y una psicología que se exprese en su cultura e identifique todas las regiones. Este es uno de los factores de su crónica y tradicional inestabilidad social y política. Sin duda, hay una alianza de las fuerzas económicas que predominan en la región conocida como Media Luna, que abarca Santa Cruz de La Sierra, Cobija y otros departamentos, los más ricos de Bolivia y en oposición al presidente Evo Morales. Pero eso no es porque las potencias extranjeras vean avanzar la integración de América del Sur. Los factores son muy complejos, además de que el presidente Evo Morales avanza en iniciativas que Bolivia no tiene condiciones económicas y políticas de sustentar a largo plazo.
El resultado del plebiscito del 4 de mayo, en que cerca de 85% de la población de Santa Cruz de la Sierra votó a favor de la autonomía de la región deja al gobierno del presidente Evo Morales en una encrucijada: o retrocede y acepta un diálogo con la oposición o habrá una guerra civil de consecuencias imprevisibles.
Sin el reconocimiento de Brasil y Argentina, un Estado formado en la Media Luna seria completamente inviable, prácticamente aislado y bloqueado. La secesión de Santa Cruz de la Sierra no ocurre solamente porque Brasil y Argentina no reconocerán ningún Estado que los dirigentes de Santa Cruz de la Sierra y de otros departamentos pretendan constituir. Hay hacendados brasileños, que poseen tierras en Santa Cruz de la Sierra, que temen la reforma agraria y son favorables ha la secesión de Santa Cruz de La Sierra, además de poderosos intereses internacionales, contrariados al presidente Evo Morales y sus nacionalizaciones, que están interesados en derrocarlo y ciertamente financian la oposición doméstica. Es muy grave y difícil la situación de Bolivia y lo que puede suceder es casi imprevisible.
-Estas situaciones se presentan en el mismo momento que Brasil y Venezuela buscan un entendimiento militar, que permita crear algo así como un sistema de defensa común de Sudamérica. ¿Hay temor a una intervención militar extranjera en la región? ¿Eso ocurriría por el interés de Estados Unidos en el Amazonía, el Acuífero Guaraní y las reservas petroleras de Brasil y Venezuela?
- Nunca se puede descartar la posibilidad de una intervención militar de alguna potencia en la región. Pero es muy remota, en el actual contexto económico y político mundial. Es cierto que los Estados Unidos pueden tener interés en la Amazonía, en el Acuífero Guaraní y en las reservas petroleras de Brasil. Sin embargo, la amenaza no es de una intervención militar directa. Los Estados Unidos, por mayor que sea su poderío militar, no tendrían condiciones políticas para hacerla, además de que las consecuencias financieras, debido a los gastos militares, serían aún más nefastas para su economía, ya bastante castigada y en declinación. La mayor amenaza está en la penetración de las ONG (Organizaciones No-Gubernamentales), casi financiadas por empresas transnacionales. Ellas pueden crear graves problemas para Brasil y deberían ser prohibidas de actuar en la región de la Amazonía. Son un riesgo para la seguridad nacional.
- El Pentágono ha anunciado la pronta reactivación de la Cuarta Flota que operaba hasta 1950 en América del Sur y luego de la Segunda Guerra Mundial fue disuelta. ¿Existe alguna relación entre esta medida, y el desarrollo de Brasil como potencia económica y petrolera? ¿O tiene relación con el surgimiento de gobiernos progresistas en Sudamérica?
- La pronta reactivación de la Cuarta Flota tiene realmente relación con las reservas petrolíferas descubiertas a lo largo del litoral de Brasil. Los Estados Unidos quieren asegurar su preeminencia en la región y el control exclusivo de estas fuentes de energía mucho más seguras que las fuentes del Oriente Medio. Y, con esa perspectiva, la reactivación de la Cuarta Flota también tiene como objetivo amenazar, con la posibilidad de intervención, a cualquier gobierno que atente contra los intereses de Estados Unidos. Es una medida prevista en algún plan de contingencia elaborado por el Pentágono. Pero Brasil no puede protestar, porque cualquier país tiene derecho de tener flotas en los mares internacionales. Eso es permitido por el Derecho Internacional y ninguna protesta haría revertir esa decisión de los Estados Unidos.
Venezuela y Cuba protestarán como un acto político, porque sus gobiernos están en conflicto abierto con los Estados Unidos. Este no es el caso de Brasil. Lo que Brasil tiene que hacer es fortalecer su Marina y sus Fuerzas Armadas en general. Nunca debió haber firmado el Tratado de No-Proliferación de las Armas Nucleares (TNP), no porque pretendiese fabricar bombas atómicas, lo que es impensable, sino porque se trata de un tratado discriminatorio a la vez que las grandes potencias siguen ampliando sus arsenales. Se podría agregar que esto sucede en momentos en que los Estados Unidos usan bombas de uranio empobrecido (depleted uranio) en sus guerras contra Afganistán e Irak, como antes hicieron contra Yugoslavia, infectando las poblaciones y sus propios soldados, con terribles enfermedades, y degradando el medioambiente.
Las autoridades militares de Brasil han estado hablando de redimensionar y modernizar el ejército brasileño. ¿Porque Brasil siente la necesidad de tener Fuerzas Armadas más grandes y mejor equipadas?
- Brasil, con el inmenso territorio que posee, con riquezas minerales, agregadas ahora por el descubrimiento de grandes reservas petrolíferas, no puede dejar de tener Fuerzas Armadas mejor equipadas. Las hipótesis de guerra existen y siempre son objeto de estudios en las escuelas de comando y Estado Mayor de todas las Fuerzas Armadas. Y la principal hipótesis de guerra de las Fuerzas Armadas en Brasil es el enfrentamiento con una "potencia tecnológicamente superior" en la Amazonía. Ahora probablemente tendrá que incluir la hipótesis de guerra para defender las reservas petrolíferas en su litoral. En este particular, es fundamental la construcción del submarino nuclear, conjuntamente con la reactivación de la industria bélica nacional. La restauración de la 4ª flota de Estados Unidos, en el Atlántico Sur, muestra esa urgente necesidad. Brasil no puede estar desarmado. Los Estados Unidos siguen financiando a Colombia, cuyo ejército se convirtió en el mayor y más bien equipado, relativamente, de América Sur. Con una población de 44 millones de habitantes, Colombia posee un contingente militar de cerca de 208.600 efectivos, mientras Brasil, con 8,5 millones de kilómetros cuadrados y más de 190 millones de habitantes, tiene un contingente de solamente 287.870 soldados, y Argentina, con 40 millones de habitantes y un territorio de 2,7 millones de kilómetro cuadrados, tiene apenas 71.655 efectivos. Colombia, con un PBI de $320.4 mil millones (2007 est.), según el método de la paridad del poder de compra, destina 3,8% a los gastos militares, mientras Brasil, cuyo PBI es de $1.838 millón de millones (2007 est.), gasta apenas un 1,5%, y Argentina, con un PBI de $523.7 mil millones (2007 est.), gasta apenas 1,1%. Colombia, y no Venezuela, constituye una eventual amenaza en la región, en virtud del apoyo que recibe de los Estados Unidos. Lo demostró al invadir el territorio de Ecuador.
¿Piensa que puede haber cambios significativos de Estados Unidos con respecto a Sudamérica si ganan los Demócratas las próximas elecciones norteamericanas?
- No creo en cambios fundamentales significativos en los Estados Unidos, cualquiera que sea el futuro presidente, sea republicano o demócrata. América del Sur es muy importante para el abastecimiento energético de Estados Unidos, principalmente ahora con los descubrimientos de enormes reservas de petróleo en el litoral de Brasil. Estamos frente a dos países con las mayores masas territoriales, las dos mayores masas demográficas y, a pesar de la asimetría, las dos mayores masas económicas del hemisferio. Tendrán que mantener las mejores relaciones, en medio de las eventuales desavenencias tanto comerciales como políticas.
El precio del petróleo se dispara en todo el mundo y eso perjudica a los países que son exclusivamente consumidores, como es el caso de Uruguay. ¿De quién es la responsabilidad de que se hayan disparado los precios?
- El dólar es moneda fiduciaria, con la cual el precio del petróleo hasta la actualidad fue siempre denominado. Como solo los Estados Unidos pueden emitir dólares, y lo hacen como quieren, eran ellos los dueños gratuitos del petróleo del mundo, en el sentido de que pueden comprarlo con moneda sin respaldo, con papel pintado.
Pero esas continuas emisiones, sin respaldo, para atender a sus necesidades de consumo y los gastos bélicos, aumentan más y más el déficit fiscal, que se conjuga con el déficit comercial y provoca la devaluación del dólar, lo que se refleja en la subida del precio del petróleo. Así, la devaluación de esa divisa, con la cual se fijaban hasta Noviembre de 2000 la casi totalidad de los contratos comerciales de petróleo, erosionó el poder adquisitivo de los productores y tornó inevitable la subida del precio, para compensar sus pérdidas. Esto ocurrió, por primera vez, en 1971. El dólar devaluado llevó inmediatamente a una elevación de 5%, en el precio del crudo, con la previsión de otros aumentos para compensar nuevas devaluaciones.
La OPEP fue prácticamente autorizada a hacer significativos aumentos en el precio del petróleo, a fines de 1972, para compensar la depreciación del dólar, que perdió cerca del 40% en relación al marco alemán, entre febrero y marzo de 1973. Fue el primer choque del petróleo. Actualmente la crisis es infinitamente más grave. Saddam Hussein lo percibió, en el año 2000, y empezó a cambiar el dólar por el euro en los contratos petrolíferos. Esto fue uno de los factores de la intervención de Estados Unidos en Irak.
Irán, a mediados de 2003, comenzó a aceptar eurodólares como pago por sus exportaciones de petróleo a la Unión Europea (UE) y a países de Asia. Y a partir de mayo de 2008 solamente firmará contratos en euro. Este es uno de los motivos por los cuales los Estados Unidos también quieren atacar a Irán. Rusia también ya firma los contratos en euro. Y hay algunos otros países de la OPEP, entre los cuales Venezuela, que examinan la cuestión de hacer la venta de petróleo en euros. Un completo cambio en el comercio internacional de petróleo basándose en el euro sería un gran golpe a la hegemonía del dólar y consecuentemente, a Estados Unidos. Los países, que compran petróleo o producen, tendrian que convertir en euros los dólares de sus fondos de reserva, en sus bancos centrales de Europa, China ; Japón y todos los demás países, incluso los de América Latina. Esto produciría en la economía de Estados Unidos una inflación que, según los cálculos, sería casi superior al 100%, conjuntamente con una corrida bancaria, similar a la de 1929-1930. Con la consecuencia de que los fondos extranjeros puedan ser retirados de los mercados bursátiles de Estados Unidos y de activos basados en dólares.
¿Es irreversible la caída del valor del dólar?
- A largo plazo, es irreversible. Pero no se puede pensar que su declinación, que refleja la del Imperio Americano, va a ser lineal. Habrá coyunturas de recuperación y otras de estabilidad. Altas y bajas. No obstante la erupción de las crisis periódicas, la tendencia es, cada vez más profunda, es siempre en el sentido de caída.
Los Estados Unidos ya no son un sol de primera grandeza como fueron tras la Segunda Guerra Mundial, en los años 1950 y 1960. Y solamente no perciben que su irradiación disminuye cada vez más, los que no conocen la historia.
La declinación del imperio que la Gran Bretaña mantenía se ha acentuado cuando ella se tornó deudora, dependiente de recursos financieros de Estados Unidos, en virtud de las guerras de 1914-1918 e 1939-1945. Y los Estados Unidos son ahora una potencia deudora. Su deuda pública saltó de US$ 5,6 millones de millones, en el año 2000, a US$ 9 millones de millones, en 2007, lo equivalente más o menos a dos tercios de su PBI, estimado en $13,8 millones de millones (2007), conforme el método de la paridad del poder de compra.
Lo que ocurre, es que los Estados Unidos emiten dólares sin respaldo, con estos dólares compran energía, commodities y manufacturas de Arabia Saudita, China, Unión Europea y otros países, y estos países, con los mismos dólares, compran los bonos del Tesoro americano. Y así es que financian los gastos militares que los Estados Unidos hacen para mantener su industria bélica y consumir su producción en las guerras en Irak, Afganistán y en otras regiones del mundo. El viernes, 2 de Mayo, el presidente George W. Bush solicitó formalmente al Congreso la aprobación de US$ 70 mil millones más para las campañas militares en Irak y Afganistán, en 2009. Y hay otra solicitud de US$ 108 mil millones, también para financiar las dos guerras, aún pendiente de aprobación por el Congreso, controlado ahora por el Partido Demócrata.
El déficit fiscal, incrementado más y más por el gasto militar, es el más grande de la historia de los Estados Unidos. Es una burbuja que va explotar y amenaza toda la economía mundial, mucho más que la explosión de la burbuja de los préstamos sub-prime, que recién han sufrido los bancos y entidades financieras en los Estados Unidos y en otros países. Esa crisis es solamente un ligero maremoto comparado con el tsunami que podrá ocurrir en la economía mundial como consecuencia de un colapso provocado por los déficits mellizos (comercial y fiscal) sobre los cuales la economía de Estados Unidos se viene sustentando.
- Los cambios que se están procesando en Cuba, a partir de que Raúl Castro asumió la presidencia, son "migajas" como lo define la derecha internacional, o se está ante un proceso más profundo?
- Raúl Castro no puede avanzar mucho en los cambios mientras los Estados Unidos mantengan el estado de guerra fría contra Cuba. Es muy difícil hacerlo, así como es muy problemático que cualquier gobierno americano, sea demócrata o republicano, cambie rápidamente la política de Estados Unidos con respecto a Cuba, sobre todo mientras la población cubana en Miami represente un importante factor electoral. Es una comunidad extremadamente radicalizada, que se ha volcado mucho hacia la derecha y quiere restablecer el statu quo anterior a la revolución, lo que no es posible y la población residente en la isla no acepta.
Cuba por lo tanto es un problema en la política interna de Estados Unidos, en virtud de la fuerte influencia electoral, principalmente en la Florida, de los inmigrantes cubanos. Esto se evidencia en el hecho de que Washington tiene intenso comercio con China y ha levantado el embargo contra Vietnam, que son países aún dirigidos por el Partido Comunista, pero no alivia las duras restricciones que imponen a Cuba, a fin de no enojar a los enemigos del régimen instituido por Fidel Castro.
¿Usted detecta diferencias entre Fidel y Raúl sobre el rumbo que debe de tomar Cuba?
- Siempre hay diferencias entre las personalidades, aunque sean hermanos. Nadie es igual al otro. Pero creo que Fidel Castro había reconocido la necesidad de normalizar la situación de Cuba, promover su reinserción en el mercado internacional, y no quiso él mismo hacer las reformas necesarias, en contra de las posiciones que anteriormente había tomado. Para él, que es un hombre, un gallego, con agudo sentido de honor y orgullo, sería muy difícil cambiar su política después de gritar "socialismo o muerte", durante tantos años.
Raúl Castro, aunque identificado y solidario con su hermano Fidel, y con el régimen de la revolución, nunca se ha manifestado, públicamente, sobre las políticas económicas y no era el responsable por la conducción del gobierno. Está, consecuentemente, más libre para tomar tales iniciativas, apuntando a reformar el sistema económico existente en la isla, a fin de mejorar las condiciones de vida y de consumo de la población. No se puede hablar de socialismo cuando el país sufre falta de mercancías, cotidianas dificultades de alimentación, falta de materias primas etc. Cualquier forma de socialismo es imposible con un bajo nivel de producción. Esta fue la causa fundamental del derrocamiento de la Unión Soviética y de todo el Bloque Socialista. Una sociedad socialista es impensable sin el alto desarrollo de las fuerzas productivas, sin que el pueblo pueda desfrutar de los avances tecnológicos de la civilización. Y la Unión Soviética y todo el Bloque Socialista estaban muy retrasados en relación a las potencias industriales de Occidente. Su producción no satisfacía directamente las necesidades humanas.
Muchos analistas han sostenido que Cuba tomó el rumbo chino, donde se conjugan el partido único con algunas formas de producción capitalistas
- No hay duda de que Cuba tendrá que seguir el camino de China y de Vietnam, porque, quiera o no, está inserta en una economía mundial de mercado, regida por las leyes capitalistas, y su pueblo no puede eternamente vivir en el "período especial en tiempo de paz". El régimen político no tendría condiciones de subsistir y ahí podría ocurrir un retroceso total, afectando las propias conquistas básicas de la revolución de 1959. Del éxito económico depende la continuidad del régimen político en Cuba. Sin desarrollar su economía, elevar el nivel de vida de la población, ese régimen político estaría condenado. El desarrollo económico solamente ocurre con la acumulación de capital, que es incompatible con el socialismo. El socialismo no es vía de desarrollo, sino de distribución de la riqueza producida por el capitalismo. Esto fue el problema de la Unión Soviética, en la medida en que pretendió hacer del socialismo, no una consecuencia del desarrollo capitalista, sino una forma alternativa de desarrollo. No obstante el extraordinario avance en el campo de la tecnología militar, atómica y espacial, la Unión Soviética se retrasó bastante en relación a las potencias capitalistas. E, inserta en el mercado mundial capitalista, no pudo resistir y se desmoronó junto con todo el Bloque Socialista.
Era inevitable que las oscilaciones de coyuntura afectasen su economía, dado que nunca dejó de depender de exportaciones e importaciones. Michail Gorbatschow intentó hacer las reformas, para salvar la Unión Soviética, pero fue demasiado tarde. El modelo de socialismo implantado por Stalin, que hacía mucho tiempo se mostraba inviable, fracasó.
-¿Es verdad que Fidel fue a buscar a Lula para darle un apoyo alimentario a la Venezuela de Chávez?
- No creo que Fidel Castro haya pedido a Lula para darle apoyo alimentario a la Venezuela de Chávez. Cuba necesita aún más que Venezuela de apoyo alimentario, tanto que las reformas que Raúl Castro promueve apuntan a aumentar la producción agrícola. Cuba necesita de seguridad alimenticia y Brasil le concedió un crédito de US$ 200 millones para compra de alimentos y medicamentos. La cuestión de Venezuela, empero, es distinta. El presidente Hugo Chávez dispone de grandes reservas de dólares, en virtud del fantástico aumento del precio del petróleo. La escasez de alimentos que tiene es consecuencia de determinadas políticas adoptadas por el gobierno de Chávez. La producción agrícola en Venezuela es por demás insuficiente para el abastecimiento de la población. El país tiene que importar quizás 60% o 70% de lo que consume. Pero el presidente Chávez ha congelando los precios internamente, mientras ellos suben en el mercado mundial. Las empresas así dejan de importarlos porque no tienen margen de lucro. Y por más que Chávez pretenda hacer lo que llama el "socialismo del siglo XXI" el hecho es que Venezuela sigue dentro del sistema capitalista mundial, subordinada a una economía de mercado, y no tiene condiciones de salir. Venezuela no puede dejar de exportar e importar y esto hace su economía más dependiente del mercado mundial.
-¿Por qué Chávez no se manifiesta sobre los cambios que se están produciendo en Cuba?.
- La política de Raúl Castro apunta a restablecer la normalidad y la inserción de Cuba en el sistema internacional, para superar las inmensas dificultades que el pueblo por décadas enfrenta. Con tal objetivo es necesario aumentar la producción, desarrollar la economía, lo que solo puede hacer con el apoyo de inversiones extranjeras. Esta es la razón por la cual Raúl Castro, aunque sea grato al apoyo de Venezuela, busca acercarse a Brasil, para que Cuba no sea otra vez arrastrada a la órbita de Estados Unidos.
El presidente Hugo Chávez, sin embargo, tiende a radicalizar sus políticas internas y la confrontación con los Estados Unidos, lo que a Cuba no le interesa. Tal vez sea ésta la razón por la cual el presidente Hugo Chávez no se manifieste con respecto a las reformas que Raúl Castro empieza a promover.
Luiz Alberto Moniz Bandeira autor de mas de 20 libros entre ellos "De Martí a Fidel: la Revolución Cubana y América Latina", doctor en Ciencia Política en la USP y profesor titular (aposentado) de Historia de la Política Exterior de Brasil, columnista regula de La ONDA digital y de varias publicaciones del mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA
Um dos motivos do desespero por causa do Irã
16/05/2008
A batalha pelo gás iraniano está apenas começando
Por Jean-Michel Bezat
Em 11 de fevereiro de 2008, na embaixada do Irã em Paris, Christophe de Margerie era um dos numerosos convidados que disputavam espaço na festa de gala destinada a celebrar o 29º aniversário da revolução islâmica. Não se pode dizer que o diretor geral da Total seja exatamente um simpatizante incondicional da república dos mulás (líderes religiosos), mas a companhia petroleira francesa sempre procurou cultivar boas relações com Teerã. Apesar das dificuldades enfrentadas para se investir num país que foi sancionado pelas Nações Unidas por conta do seu programa nuclear, nada seria pior do que cuspir no prato de sopa, ainda que esta esteja por ser servida apenas no futuro: o Irã, que possui a segunda maior reserva mundial de gás, está fadado a tornar-se, mais cedo ou mais tarde, uma nova fonte de abastecimento para a Europa.
Por enquanto, a situação das grandes companhias petroleiras americanas, européias e asiáticas é insustentável. Todas elas estão de olho nos campos petrolíferos e na jazida gigante de South Pars, no Golfo Pérsico, o maior reservatório de gás conhecido do planeta. Mas, tudo está contribuindo para retardar a implantação do seu processo de produção: as tensões geopolíticas; a disparada dos custos dos projetos de extração de petróleo e de gás; o caráter pouco lucrativo dos contratos "buy-back" [o governo compra de volta o projeto industrial depois de o investidor direto estrangeiro ter recuperado seu investimento inicial no projeto, mais uma margem de lucro pré-definida]que foram oferecidos pelos iranianos como forma de pagamento dos investimentos das companhias .
Por ocasião de uma visita no Qatar, um país que compartilha o imenso campo de gás com o Irã, Christophe de Margerie voltou a afirmar, na segunda-feira, 12 de maio, o seu interesse "no longo prazo" em firmar parcerias com o Irã, mas ele também acrescentou que não se deve esperar por uma decisão rápida. A Total mostra-se hesitante diante da perspectiva de investir vários bilhões de dólares no Pars LNG, um projeto de extração e de liquefação de gás. Várias companhias petroleiras também estão tergiversando. A anglo-holandesa Shell e a espanhola Repsol querem renegociar o seu contrato de exploração de um bloco do South Pars, que foi assinado em 2002, e que deveria desembocar na implantação do processo de produção em 2007. Elas querem ganhar tempo até que as modalidades da sua participação sejam revistas.
Essas hesitações não agradam aos iranianos. "O Ocidente afirma que o Irã está no processo de expulsar a Total e a Shell, mas nenhum ultimato foi dirigido a estas empresas", declarou recentemente o ministro do petróleo. Contudo, em março, Gholam Hossein Nozari havia sinalizado aos seus dirigentes que eles tinham até o mês de junho para tomarem uma decisão. E Teerã não se cansa de lembrar que, em caso de delongas excessivas, a companhia russa Gazprom e grupos indianos ou chineses tomarão o seu lugar.
Com efeito, os iranianos estão constatando, com certo despeito, que na região costeira do outro lado do Golfo Pérsico, o Qatar se tornou no espaço de alguns anos o maior exportador mundial de GNL (gás natural liquefeito) graças a parcerias com as grandes petroleiras estrangeiras. Hoje, a quantidade de poços de extração e de usinas de liquefação do gás é tão grande que Doha decretou o congelamento de todos os novos projetos de investimentos na exploração do gás até 2010.
Concorrência russo-iraniana
Teerã ainda está no processo de se perguntar o que o país deve fazer com o seu gás. "Existe um debate interno a respeito da definição das prioridades em relação à produção do gás. Este diz respeito a privilegiar a utilização desta fonte de energia para o consumo interno [O Irã foi obrigado a importar gás neste inverno], a efetuar injeções nos campos petrolíferos (de modo a melhorar o bombeamento) ou a aumentar as exportações", sublinha Clément Therme, um especialista no Irã que atua no Instituto Francês das Relações Internacionais (IFRI).
Por carecer de capacidades financeiras suficientes, o Irã não pode implementar todas essas soluções. Em todos os casos, acrescenta Clément Therme, "importantes investimentos estrangeiros serão indispensáveis para alcançar o objetivo que foi definido pelas autoridades: tornar-se o terceiro maior produtor mundial daqui a dez anos". Contudo, esta ambição tem sido sistematicamente contrariada por Washington. A lei d'Amato, que foi aprovada pelo Congresso em 1996, sanciona todo investimento importante na República islâmica. Além disso, os Estados Unidos, que nunca pararam de reforçar o seu arsenal de sanções, vêm exercendo pressões sobre os bancos e os industriais do setor energético para matar ainda no ovo toda veleidade de concluir negócios com a República islâmica.
Enquanto segue aguardando dias melhores, o Irã busca provar que ele continua sendo um grande país petrolífero capaz de explorar por conta própria as suas riquezas. O seu presidente, Mahmud Ahmadinejad, se inclui entre aqueles que querem incentivar as companhias nacionais a demonstrarem a sua capacidade de não mais dependerem das tecnologias e dos financiamentos ocidentais. Depois da quase-retirada da companhia japonesa Inpex, no final de 2006 - sob a pressão dos Estados Unidos, segundo explicaram então certas fontes -, o Irã faz da entrada em produção, em fevereiro, do enorme campo de Azadegan (sudoeste) uma meta prioritária, tanto no plano político quanto econômico.
Mais complexa, a produção de GNL torna obrigatório recorrer ao know-how das grandes companhias estrangeiras. Será que a Gazprom pode tomar o lugar dos ocidentais e com isso consolidar o seu domínio já considerável sobre as entregas rumo à Europa? Mas o gigante russo não dispõe de competências neste setor e, por conta disso, não consentiu nenhum investimento maciço no South Pars. Quanto ao acordo de cooperação energética que foi celebrado em 2007 por Ahmadinejad e Vladimir Putin, ele não tem a unanimidade em Teerã, onde certos setores influentes denunciam a antiga tentação "imperialista" russa, conforme lembra Clément Therme.
Muito além da aproximação entre Teerã e Moscou no setor da energia (eletricidade, energia nuclear, petróleo), os dois países são de fato concorrentes. A situação geográfica do Irã faz dele um fornecedor chave da Europa e da Ásia. Ora, a Gazprom não tem qualquer interesse em ver o gás iraniano ser escoado rumo ao Velho Continente, principalmente através do gasoduto Nabucco, o que faria dele um rival perigoso. E sem o gás natural iraniano, este projeto de gasoduto - cuja construção é apoiada pela União Européia e os Estados Unidos - deixa de ser viável porque a Europa manobrou de maneira tão desastrada na Ásia Central que ela deixou a Rússia adquirir uma opção preferencial sobre uma parte do gás dos países situados a leste do mar Cáspio.
Associada com a companhia petroleira italiana Eni, a Gazprom defende o seu próprio gasoduto, o South Stream, que encaminhará o gás da Sibéria e da Ásia Central até o coração da Europa, o que aumentará a sua dependência. Além disso, Moscou apóia a construção do "gasoduto da paz" que deverá escoar o produto do Irã até a Índia (e possivelmente até a China) através do Paquistão. Mas este projeto é combatido vigorosamente por Washington, que enxerga nele um meio para a República islâmica de sair do seu isolamento econômico e diplomático.
Total se diz disposta a abrir o seu capital para o fundo soberano do Qatar
O grupo Total está disposto a ceder uma parte do seu capital à Qatar Investment Authority (QIA), o fundo soberano* do Qatar. A decisão foi anunciada na segunda-feira, 12 de maio, pelo diretor geral da Total. "O fundo do Qatar será certamente bem-vindo", declarou Christophe de Margerie, que também acrescentou que as duas partes ainda não haviam iniciado suas negociações formais sobre a questão. "Nós somos parceiros; eles (da Total) investem no Qatar e nós também, queremos investir na casa deles", declarou o ministro da energia e da indústria do Qatar, Abdallah Al-Attiya, citado pela revista "Gulf Times". Da mesma forma que a companhia petroleira americana Occidental Petroleum, a Total tem uma participação de 24,5% na Dolphin Energy, uma companhia que opera no Qatar e da qual um conglomerado de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) é proprietário de 51% do capital.
Uma entrada da QIA no capital da Total não seria nenhuma surpresa. "Nós devemos mudar o nosso comportamento. A nossa missão não consiste mais simplesmente em produzir e entregar, mas sim em produzir, entregar e ainda sermos aceitos pelos nossos interlocutores", comentou Christophe de Margerie no final de 2007. Neste sentido, a abertura do capital e a ajuda para o desenvolvimento quando os países produtores precisam de ambas fazem parte desta estratégia.
* Nota do tradutor: um "fundo soberano" é um fundo de Estado voltado para aplicações financeiras (ações, obrigações, investimentos imobiliários). Recentemente, muitos bancos (Citibank, Morgan & Stanley) em dificuldades por conta da crise dos subprimes, foram socorridos por fundos soberanos que entraram em seu capital aplicando quantias consideráveis. Mas muitos governos europeus os consideram com desconfiança, porque eles não obedecem às leis do mercado e atuam de maneira "agressiva", ameaçando o seu frágil equilíbrio econômico.
16/05/2008
A batalha pelo gás iraniano está apenas começando
Por Jean-Michel Bezat
Em 11 de fevereiro de 2008, na embaixada do Irã em Paris, Christophe de Margerie era um dos numerosos convidados que disputavam espaço na festa de gala destinada a celebrar o 29º aniversário da revolução islâmica. Não se pode dizer que o diretor geral da Total seja exatamente um simpatizante incondicional da república dos mulás (líderes religiosos), mas a companhia petroleira francesa sempre procurou cultivar boas relações com Teerã. Apesar das dificuldades enfrentadas para se investir num país que foi sancionado pelas Nações Unidas por conta do seu programa nuclear, nada seria pior do que cuspir no prato de sopa, ainda que esta esteja por ser servida apenas no futuro: o Irã, que possui a segunda maior reserva mundial de gás, está fadado a tornar-se, mais cedo ou mais tarde, uma nova fonte de abastecimento para a Europa.
Por enquanto, a situação das grandes companhias petroleiras americanas, européias e asiáticas é insustentável. Todas elas estão de olho nos campos petrolíferos e na jazida gigante de South Pars, no Golfo Pérsico, o maior reservatório de gás conhecido do planeta. Mas, tudo está contribuindo para retardar a implantação do seu processo de produção: as tensões geopolíticas; a disparada dos custos dos projetos de extração de petróleo e de gás; o caráter pouco lucrativo dos contratos "buy-back" [o governo compra de volta o projeto industrial depois de o investidor direto estrangeiro ter recuperado seu investimento inicial no projeto, mais uma margem de lucro pré-definida]que foram oferecidos pelos iranianos como forma de pagamento dos investimentos das companhias .
Por ocasião de uma visita no Qatar, um país que compartilha o imenso campo de gás com o Irã, Christophe de Margerie voltou a afirmar, na segunda-feira, 12 de maio, o seu interesse "no longo prazo" em firmar parcerias com o Irã, mas ele também acrescentou que não se deve esperar por uma decisão rápida. A Total mostra-se hesitante diante da perspectiva de investir vários bilhões de dólares no Pars LNG, um projeto de extração e de liquefação de gás. Várias companhias petroleiras também estão tergiversando. A anglo-holandesa Shell e a espanhola Repsol querem renegociar o seu contrato de exploração de um bloco do South Pars, que foi assinado em 2002, e que deveria desembocar na implantação do processo de produção em 2007. Elas querem ganhar tempo até que as modalidades da sua participação sejam revistas.
Essas hesitações não agradam aos iranianos. "O Ocidente afirma que o Irã está no processo de expulsar a Total e a Shell, mas nenhum ultimato foi dirigido a estas empresas", declarou recentemente o ministro do petróleo. Contudo, em março, Gholam Hossein Nozari havia sinalizado aos seus dirigentes que eles tinham até o mês de junho para tomarem uma decisão. E Teerã não se cansa de lembrar que, em caso de delongas excessivas, a companhia russa Gazprom e grupos indianos ou chineses tomarão o seu lugar.
Com efeito, os iranianos estão constatando, com certo despeito, que na região costeira do outro lado do Golfo Pérsico, o Qatar se tornou no espaço de alguns anos o maior exportador mundial de GNL (gás natural liquefeito) graças a parcerias com as grandes petroleiras estrangeiras. Hoje, a quantidade de poços de extração e de usinas de liquefação do gás é tão grande que Doha decretou o congelamento de todos os novos projetos de investimentos na exploração do gás até 2010.
Concorrência russo-iraniana
Teerã ainda está no processo de se perguntar o que o país deve fazer com o seu gás. "Existe um debate interno a respeito da definição das prioridades em relação à produção do gás. Este diz respeito a privilegiar a utilização desta fonte de energia para o consumo interno [O Irã foi obrigado a importar gás neste inverno], a efetuar injeções nos campos petrolíferos (de modo a melhorar o bombeamento) ou a aumentar as exportações", sublinha Clément Therme, um especialista no Irã que atua no Instituto Francês das Relações Internacionais (IFRI).
Por carecer de capacidades financeiras suficientes, o Irã não pode implementar todas essas soluções. Em todos os casos, acrescenta Clément Therme, "importantes investimentos estrangeiros serão indispensáveis para alcançar o objetivo que foi definido pelas autoridades: tornar-se o terceiro maior produtor mundial daqui a dez anos". Contudo, esta ambição tem sido sistematicamente contrariada por Washington. A lei d'Amato, que foi aprovada pelo Congresso em 1996, sanciona todo investimento importante na República islâmica. Além disso, os Estados Unidos, que nunca pararam de reforçar o seu arsenal de sanções, vêm exercendo pressões sobre os bancos e os industriais do setor energético para matar ainda no ovo toda veleidade de concluir negócios com a República islâmica.
Enquanto segue aguardando dias melhores, o Irã busca provar que ele continua sendo um grande país petrolífero capaz de explorar por conta própria as suas riquezas. O seu presidente, Mahmud Ahmadinejad, se inclui entre aqueles que querem incentivar as companhias nacionais a demonstrarem a sua capacidade de não mais dependerem das tecnologias e dos financiamentos ocidentais. Depois da quase-retirada da companhia japonesa Inpex, no final de 2006 - sob a pressão dos Estados Unidos, segundo explicaram então certas fontes -, o Irã faz da entrada em produção, em fevereiro, do enorme campo de Azadegan (sudoeste) uma meta prioritária, tanto no plano político quanto econômico.
Mais complexa, a produção de GNL torna obrigatório recorrer ao know-how das grandes companhias estrangeiras. Será que a Gazprom pode tomar o lugar dos ocidentais e com isso consolidar o seu domínio já considerável sobre as entregas rumo à Europa? Mas o gigante russo não dispõe de competências neste setor e, por conta disso, não consentiu nenhum investimento maciço no South Pars. Quanto ao acordo de cooperação energética que foi celebrado em 2007 por Ahmadinejad e Vladimir Putin, ele não tem a unanimidade em Teerã, onde certos setores influentes denunciam a antiga tentação "imperialista" russa, conforme lembra Clément Therme.
Muito além da aproximação entre Teerã e Moscou no setor da energia (eletricidade, energia nuclear, petróleo), os dois países são de fato concorrentes. A situação geográfica do Irã faz dele um fornecedor chave da Europa e da Ásia. Ora, a Gazprom não tem qualquer interesse em ver o gás iraniano ser escoado rumo ao Velho Continente, principalmente através do gasoduto Nabucco, o que faria dele um rival perigoso. E sem o gás natural iraniano, este projeto de gasoduto - cuja construção é apoiada pela União Européia e os Estados Unidos - deixa de ser viável porque a Europa manobrou de maneira tão desastrada na Ásia Central que ela deixou a Rússia adquirir uma opção preferencial sobre uma parte do gás dos países situados a leste do mar Cáspio.
Associada com a companhia petroleira italiana Eni, a Gazprom defende o seu próprio gasoduto, o South Stream, que encaminhará o gás da Sibéria e da Ásia Central até o coração da Europa, o que aumentará a sua dependência. Além disso, Moscou apóia a construção do "gasoduto da paz" que deverá escoar o produto do Irã até a Índia (e possivelmente até a China) através do Paquistão. Mas este projeto é combatido vigorosamente por Washington, que enxerga nele um meio para a República islâmica de sair do seu isolamento econômico e diplomático.
Total se diz disposta a abrir o seu capital para o fundo soberano do Qatar
O grupo Total está disposto a ceder uma parte do seu capital à Qatar Investment Authority (QIA), o fundo soberano* do Qatar. A decisão foi anunciada na segunda-feira, 12 de maio, pelo diretor geral da Total. "O fundo do Qatar será certamente bem-vindo", declarou Christophe de Margerie, que também acrescentou que as duas partes ainda não haviam iniciado suas negociações formais sobre a questão. "Nós somos parceiros; eles (da Total) investem no Qatar e nós também, queremos investir na casa deles", declarou o ministro da energia e da indústria do Qatar, Abdallah Al-Attiya, citado pela revista "Gulf Times". Da mesma forma que a companhia petroleira americana Occidental Petroleum, a Total tem uma participação de 24,5% na Dolphin Energy, uma companhia que opera no Qatar e da qual um conglomerado de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) é proprietário de 51% do capital.
Uma entrada da QIA no capital da Total não seria nenhuma surpresa. "Nós devemos mudar o nosso comportamento. A nossa missão não consiste mais simplesmente em produzir e entregar, mas sim em produzir, entregar e ainda sermos aceitos pelos nossos interlocutores", comentou Christophe de Margerie no final de 2007. Neste sentido, a abertura do capital e a ajuda para o desenvolvimento quando os países produtores precisam de ambas fazem parte desta estratégia.
* Nota do tradutor: um "fundo soberano" é um fundo de Estado voltado para aplicações financeiras (ações, obrigações, investimentos imobiliários). Recentemente, muitos bancos (Citibank, Morgan & Stanley) em dificuldades por conta da crise dos subprimes, foram socorridos por fundos soberanos que entraram em seu capital aplicando quantias consideráveis. Mas muitos governos europeus os consideram com desconfiança, porque eles não obedecem às leis do mercado e atuam de maneira "agressiva", ameaçando o seu frágil equilíbrio econômico.
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Re: GEOPOLÍTICA
Internacional
Brasil satisfeito com apoio da China e Rússia à reivindicação de integrar Conselho de Segurança da ONU
Brasília, 16 Mai (Lusa) - O governo brasileiro recebeu hoje com satisfação o apoio manifestado pela China e pela Rússia às aspirações do Brasil e da Índia de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Foi a primeira vez que os dois países manifestaram apoio á candidatura brasileira.
"O Itamaraty (sede do Ministério brasileiro das Relações Exteriores) recebeu com grande satisfação esse apoio da China e da Rússia", que são membros permanentes do Conselho de Segurança, disse à agência Lusa a assessoria de comunicação do Ministério.
O apoio foi oficializado hoje, em comunicado conjunto da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros das quatro maiores economias emergentes do mundo - Brasil, Índia, Rússia e China (BRIC), realizada em Yekaterinburg, na Rússia.
Este foi o primeiro encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos quatro países fora da Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano passado, a soma dos seus produtos internos brutos foi equivalente a 12 por cento do PIB global, representando uma alta em relação a 2000, quando a marca foi de oito por cento, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Quinta-feira, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou à agência russa Interfax que o assunto da reforma do Conselho de Segurança já está a ser discutido há mais de 15 anos na ONU.
"O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos", assinalou Amorim, agradecendo aos países que apoiam a reivindicação brasileira.
O governo brasileiro defende a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, tanto no que se refere aos membros permanentes como aos não-permanentes, para que aquele órgão se possa tornar mais legítimo e representativo.
Actualmente são cinco os membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.
Brasil satisfeito com apoio da China e Rússia à reivindicação de integrar Conselho de Segurança da ONU
Brasília, 16 Mai (Lusa) - O governo brasileiro recebeu hoje com satisfação o apoio manifestado pela China e pela Rússia às aspirações do Brasil e da Índia de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Foi a primeira vez que os dois países manifestaram apoio á candidatura brasileira.
"O Itamaraty (sede do Ministério brasileiro das Relações Exteriores) recebeu com grande satisfação esse apoio da China e da Rússia", que são membros permanentes do Conselho de Segurança, disse à agência Lusa a assessoria de comunicação do Ministério.
O apoio foi oficializado hoje, em comunicado conjunto da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros das quatro maiores economias emergentes do mundo - Brasil, Índia, Rússia e China (BRIC), realizada em Yekaterinburg, na Rússia.
Este foi o primeiro encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos quatro países fora da Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano passado, a soma dos seus produtos internos brutos foi equivalente a 12 por cento do PIB global, representando uma alta em relação a 2000, quando a marca foi de oito por cento, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Quinta-feira, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou à agência russa Interfax que o assunto da reforma do Conselho de Segurança já está a ser discutido há mais de 15 anos na ONU.
"O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos", assinalou Amorim, agradecendo aos países que apoiam a reivindicação brasileira.
O governo brasileiro defende a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, tanto no que se refere aos membros permanentes como aos não-permanentes, para que aquele órgão se possa tornar mais legítimo e representativo.
Actualmente são cinco os membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.
Jesus Cristo meu Senhor -"O Leão da tribo de Judah"!!!
Re: GEOPOLÍTICA
Por sinal, agora o ÚNICO dos membros permanentes que não apoiam oficialmente e publicamente nossa ida ao CS, são os EUA. Depois perguntam o que tenho contra os hamburguerianos, ora, TUDO!!!BlInDaDo-BR escreveu:Internacional
Brasil satisfeito com apoio da China e Rússia à reivindicação de integrar Conselho de Segurança da ONU
Brasília, 16 Mai (Lusa) - O governo brasileiro recebeu hoje com satisfação o apoio manifestado pela China e pela Rússia às aspirações do Brasil e da Índia de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Foi a primeira vez que os dois países manifestaram apoio á candidatura brasileira.
"O Itamaraty (sede do Ministério brasileiro das Relações Exteriores) recebeu com grande satisfação esse apoio da China e da Rússia", que são membros permanentes do Conselho de Segurança, disse à agência Lusa a assessoria de comunicação do Ministério.
O apoio foi oficializado hoje, em comunicado conjunto da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros das quatro maiores economias emergentes do mundo - Brasil, Índia, Rússia e China (BRIC), realizada em Yekaterinburg, na Rússia.
Este foi o primeiro encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos quatro países fora da Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano passado, a soma dos seus produtos internos brutos foi equivalente a 12 por cento do PIB global, representando uma alta em relação a 2000, quando a marca foi de oito por cento, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Quinta-feira, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou à agência russa Interfax que o assunto da reforma do Conselho de Segurança já está a ser discutido há mais de 15 anos na ONU.
"O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos", assinalou Amorim, agradecendo aos países que apoiam a reivindicação brasileira.
O governo brasileiro defende a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, tanto no que se refere aos membros permanentes como aos não-permanentes, para que aquele órgão se possa tornar mais legítimo e representativo.
Actualmente são cinco os membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.
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Re: GEOPOLÍTICA
Os factos foram completamente abolidos desde ontem.O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos
Agora diz-se fatos !!!
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Re: GEOPOLÍTICA
18/05/2008 - 08h54 - Atualizado em 18/05/2008 - 09h00
França busca parceria com indústria bélica do Brasil
Da Agência Estado
Os franceses estão visivelmente mais adiantados nas negociações para saber que país vai ser o parceiro estratégico para montar no Brasil uma verdadeira indústria de defesa. Os outros dois países que levam a sério as negociações são a Rússia e a Índia.
A vantagem francesa é técnica, de logística e diplomática, tamanho é o empenho do próprio presidente, Nicolas Sarkozy. O governo francês aceita transferir tecnologia quase sem restrições e sabe que a parceria da Dassault, que fabrica os Mirage e o Rafale, com a brasileira Embraer lhe dá uma vantagem extra sobre a concorrência.
Depois das assinaturas do presidente Lula e de Sarkozy, em fevereiro, na Guiana, do protocolo de intenções, militares brasileiros e franceses já definiram que até novembro a Defesa dos dois países deve listar onde e como será o intercâmbio para construir de aviões a submarinos. E na agenda do Itamaraty, o Planalto já reservou a data de 22 de dezembro para um encontro de chefes de Estado, em Brasília. Lula e Sarkozy devem, então, assinar a parceria estratégica da política de defesa entre os dois países.
Os russos têm um memorando assinado pelo ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) para cooperar na fabricação do caça. Os indianos têm pouco a oferecer em matéria de tecnologia original.
França busca parceria com indústria bélica do Brasil
Da Agência Estado
Os franceses estão visivelmente mais adiantados nas negociações para saber que país vai ser o parceiro estratégico para montar no Brasil uma verdadeira indústria de defesa. Os outros dois países que levam a sério as negociações são a Rússia e a Índia.
A vantagem francesa é técnica, de logística e diplomática, tamanho é o empenho do próprio presidente, Nicolas Sarkozy. O governo francês aceita transferir tecnologia quase sem restrições e sabe que a parceria da Dassault, que fabrica os Mirage e o Rafale, com a brasileira Embraer lhe dá uma vantagem extra sobre a concorrência.
Depois das assinaturas do presidente Lula e de Sarkozy, em fevereiro, na Guiana, do protocolo de intenções, militares brasileiros e franceses já definiram que até novembro a Defesa dos dois países deve listar onde e como será o intercâmbio para construir de aviões a submarinos. E na agenda do Itamaraty, o Planalto já reservou a data de 22 de dezembro para um encontro de chefes de Estado, em Brasília. Lula e Sarkozy devem, então, assinar a parceria estratégica da política de defesa entre os dois países.
Os russos têm um memorando assinado pelo ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) para cooperar na fabricação do caça. Os indianos têm pouco a oferecer em matéria de tecnologia original.
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Re: GEOPOLÍTICA
Carta Capital
Assunto: Nosso Mundo
Título: 1a Novos jogos de guerra
Data: 19/05/2008
Crédito: Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Em 11 de maio, à véspera de oficializar a reestatização da siderúrgica Ternium Sidor (adquirida em 1998 pelo grupo argentino Techint), Hugo Chávez acusou o colombiano Álvaro Uribe de “querer uma guerra por estar jogando o jogo que lhe ordenam dos Estados Unidos”.
Dois dias antes, o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, afirmara que Iván Márquez, um dos dirigentes das Farc, estava na Venezuela e voltou a acusar Caracas de apoiar “terroristas”. Desde março, o governo da Colômbia vaza, a conta-gotas, trechos selecionados de arquivos supostamente encontrados em laptops tomados após o ataque colombiano de 1º de março, que massacrou Raúl Reyes e seus guerrilheiros em território equatoriano, interpretados de maneira a sugerir apoio financeiro e militar da Venezuela e do Equador à guerrilha. Chávez igualou as alegações de Bogotá aos documentos e indícios sobre inexistentes “armas de destruição em massa” forjados por Washington e Londres para justificar a invasão do Iraque.
As ansiedades de Caracas têm sido alimentadas também pelo Pentágono, que em 24 de abril anunciou que, a partir de 1º de julho, será recriada a IV Frota, com sede na Flórida e especialmente destinada aos mares latino-americanos – embora o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, tenha se adiantado a dizer que ela não entrará em águas territoriais brasileiras sem autorização.
A IV Frota foi criada em 1943 para caçar submarinos alemães e em 1950, em pleno auge da Guerra Fria, foi considerada desnecessária e incorporada à II Frota, responsável pelo Atlântico. Recriá-la hoje é ameaçar explicitamente Chávez e seus aliados. Os EUA já tinham seis frotas ativas e não precisam de mais uma apenas para combater o narcotráfico e oferecer ajuda humanitária, conforme foi alegado no ato da recriação.
Ainda que o navio-hospital Comfort tenha sido designado como capitânia, em um futuro próximo o núcleo da frota poderá ser o superporta-aviões George H. W. Bush (Bush pai). Em fase final de construção, entrará em operação no próximo ano e pode substituir, com vantagem, a base aérea de Manta, cuja concessão aos EUA termina em 2009 e o Equador recusa-se a renovar.
A médio prazo, a nova frota pode representar uma ameaça constante aos governos da região. A curto, serve como mais um respaldo a Uribe, que enfrenta dificuldades crescentes. Algumas delas devidas ao próprio Congresso dos EUA, que reluta em aprovar o acordo de livre- comércio que tem sido a prioridade da política externa colombiana, mas as internas são mais sérias.
Acumulam-se revelações sobre o envolvimento de seus parentes, generais e aliados políticos com os paramilitares que, supostamente “desmobilizados” em 2005, continuam assassinando sindicalistas, líderes de movimentos sociais e camponeses. Em 22 de abril, depois de ter o asilo recusado pela embaixada da Costa Rica, foi preso Mario Uribe Escobar, primo-irmão do presidente, que foi senador e presidente do Congresso até ser obrigado a renunciar em outubro de 2007. O presidente da Suprema Corte, César Julio Valencia, revelou que o presidente Uribe lhe telefonara em setembro para se queixar da investigação sobre o primo. O governante, em represália, denunciou-o por calúnia.
Desde 18 de abril, a Corte também investiga Nancy Patricia Gutiérrez, sucessora de Mario como presidente do Congresso e em 3 de maio foi preso Ricardo Elcure Chacón, que o substituiu em sua cadeira no Senado. Em um Congresso de 268 integrantes, 33 estão atrás das grades e outros 32 investigados ou processados, quase todos uribistas.
Foi para dificultar essas investigações que, em 14 de maio, Uribe extraditou para os EUA 14 paramilitares detidos por narcotráfico, inclusive Salvatore Mancuso, autor de muitas das denúncias que levaram à investigação de políticos uribistas – precisamente quando haviam começado a ser formalmente interrogados. Nos EUA, o julgamento se concentrará nas rotas de narcotráfico e não nas atrocidades perpetradas para apoiar políticos da base de Uribe, que incluem a chacina de pelo menos 3,5 mil oposicionistas.
Se há algum ruído capaz de abafar tais escândalos no mercado interno, é o espantalho da aliança das Farc com Chávez e Correa, até mesmo enquanto este último viaja pela Europa e colhe elogios de Zapatero e Sarkozy por seus esforços de mediação.
Chávez denuncia os arquivos como uma armação dos EUA com apoio de Bogotá e funcionários da Interpol, que nos próximos dias deverá divulgar seu parecer, provavelmente positivo, sobre a autenticidade dos laptops. Mas a gravidade do caso não está no que os arquivos dizem por si – muito pouco –, e sim a interpretação construída por Bogotá e pelos jornais uribistas.
Uma carta aberta assinada por 21 analistas e cientistas de universidades e institutos de relações internacionais advertiu os meios de comunicação dos EUA: mesmo que os arquivos sejam autênticos, nada do que foi divulgado sustenta a tese da ligação da Venezuela ou do Equador com as Farc. Apontou, além disso, para os esforços sistemáticos de Bogotá para distorcer seu conteúdo. O fundamento para acusar Chávez de dar apoio material às Farc é a alegação de que a pessoa referida nos arquivos de Reyes como “Ángel” é o presidente da Venezuela. Mas os textos encontrados citam Ángel e Chávez como pessoas distintas, às vezes no mesmo parágrafo.
A noção de que a Venezuela forneceu ou pretendeu fornecer 300 milhões de dólares à guerrilha baseia-se em uma só passagem de uma carta de 23 de dezembro, enviada por Reyes ao secretariado das Farc: “Com relação aos 300, que de agora em diante chamaremos ‘dossiê’...”. Em parte alguma encontra-se qualquer informação para sustentar que isso se refere a milhões de dólares e não, por exemplo, a reféns, contatos, alvos ou qualquer outra coisa.
Os autores endossam a análise de Adam Isacson, da ONG Centro para Política Internacional, segundo a qual as mensagens entre guerrilheiros sobre Chávez e da Venezuela indicam uma relação distante, ainda que cordial, até o outono (do Hemisfério Norte) de 2007, quando Caracas começou a participar das negociações sobre reféns. O próprio secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou categoricamente ao subcomitê da Câmara dos EUA sobre relações com a América Latina, que não há evidência de ligação da Venezuela com os rebeldes colombianos.
Além disso, os especialistas, encabeçados por Charles Bergquist, da Universidade de Washington, e Larry Birns, da ONG Conselho sobre Assuntos Hemisféricos, sublinham que outras afirmações das autoridades colombianas sobre os laptops já se mostraram falsas. É o caso da suposta foto de um encontro de líderes das Farc com um funcionário do gabinete equatoriano e a alegação de conspiração da guerrilha para construir uma “bomba suja”, esta última foi abertamente desmentida pelos EUA.
A matéria-prima da “bomba” seriam alguns quilos de urânio empobrecido (depleted uranium ou DU), material muito usado pelo Pentágono em projéteis (como os disparados pelos bombardeiros A-10 e helicópteros Apache) e na blindagem de tanques. Desde a Guerra do Golfo de 1991, esse material foi despejado às centenas de toneladas no Iraque, Bósnia e Kosovo. Veteranos solicitaram indenizações por doenças e filhos defeituosos atribuídos a seu contato com DU e o Pentágono as negou, apoiando-se na evidência científica de que a radioatividade desse material não é significativa. Tanto que é usado como proteção contra radiação em equipamentos de radioterapia e radiografia.
Continua a polêmica sobre os riscos toxicológicos do DU a longo prazo, mas certamente não serve como “bomba suja” e o Pentágono, depois de décadas a convencer soldados e tribunais de que o material é inofensivo, não pode deixar a Colômbia apontá-lo como arma de destruição em massa. Apesar dos receios de Chávez, Uribe deve ter decidido imitar Colin Powell e Tony Blair sem autorização de Washington. É difícil acusar a CIA de erro tão banal.
Assunto: Nosso Mundo
Título: 1a Novos jogos de guerra
Data: 19/05/2008
Crédito: Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Em 11 de maio, à véspera de oficializar a reestatização da siderúrgica Ternium Sidor (adquirida em 1998 pelo grupo argentino Techint), Hugo Chávez acusou o colombiano Álvaro Uribe de “querer uma guerra por estar jogando o jogo que lhe ordenam dos Estados Unidos”.
Dois dias antes, o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, afirmara que Iván Márquez, um dos dirigentes das Farc, estava na Venezuela e voltou a acusar Caracas de apoiar “terroristas”. Desde março, o governo da Colômbia vaza, a conta-gotas, trechos selecionados de arquivos supostamente encontrados em laptops tomados após o ataque colombiano de 1º de março, que massacrou Raúl Reyes e seus guerrilheiros em território equatoriano, interpretados de maneira a sugerir apoio financeiro e militar da Venezuela e do Equador à guerrilha. Chávez igualou as alegações de Bogotá aos documentos e indícios sobre inexistentes “armas de destruição em massa” forjados por Washington e Londres para justificar a invasão do Iraque.
As ansiedades de Caracas têm sido alimentadas também pelo Pentágono, que em 24 de abril anunciou que, a partir de 1º de julho, será recriada a IV Frota, com sede na Flórida e especialmente destinada aos mares latino-americanos – embora o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, tenha se adiantado a dizer que ela não entrará em águas territoriais brasileiras sem autorização.
A IV Frota foi criada em 1943 para caçar submarinos alemães e em 1950, em pleno auge da Guerra Fria, foi considerada desnecessária e incorporada à II Frota, responsável pelo Atlântico. Recriá-la hoje é ameaçar explicitamente Chávez e seus aliados. Os EUA já tinham seis frotas ativas e não precisam de mais uma apenas para combater o narcotráfico e oferecer ajuda humanitária, conforme foi alegado no ato da recriação.
Ainda que o navio-hospital Comfort tenha sido designado como capitânia, em um futuro próximo o núcleo da frota poderá ser o superporta-aviões George H. W. Bush (Bush pai). Em fase final de construção, entrará em operação no próximo ano e pode substituir, com vantagem, a base aérea de Manta, cuja concessão aos EUA termina em 2009 e o Equador recusa-se a renovar.
A médio prazo, a nova frota pode representar uma ameaça constante aos governos da região. A curto, serve como mais um respaldo a Uribe, que enfrenta dificuldades crescentes. Algumas delas devidas ao próprio Congresso dos EUA, que reluta em aprovar o acordo de livre- comércio que tem sido a prioridade da política externa colombiana, mas as internas são mais sérias.
Acumulam-se revelações sobre o envolvimento de seus parentes, generais e aliados políticos com os paramilitares que, supostamente “desmobilizados” em 2005, continuam assassinando sindicalistas, líderes de movimentos sociais e camponeses. Em 22 de abril, depois de ter o asilo recusado pela embaixada da Costa Rica, foi preso Mario Uribe Escobar, primo-irmão do presidente, que foi senador e presidente do Congresso até ser obrigado a renunciar em outubro de 2007. O presidente da Suprema Corte, César Julio Valencia, revelou que o presidente Uribe lhe telefonara em setembro para se queixar da investigação sobre o primo. O governante, em represália, denunciou-o por calúnia.
Desde 18 de abril, a Corte também investiga Nancy Patricia Gutiérrez, sucessora de Mario como presidente do Congresso e em 3 de maio foi preso Ricardo Elcure Chacón, que o substituiu em sua cadeira no Senado. Em um Congresso de 268 integrantes, 33 estão atrás das grades e outros 32 investigados ou processados, quase todos uribistas.
Foi para dificultar essas investigações que, em 14 de maio, Uribe extraditou para os EUA 14 paramilitares detidos por narcotráfico, inclusive Salvatore Mancuso, autor de muitas das denúncias que levaram à investigação de políticos uribistas – precisamente quando haviam começado a ser formalmente interrogados. Nos EUA, o julgamento se concentrará nas rotas de narcotráfico e não nas atrocidades perpetradas para apoiar políticos da base de Uribe, que incluem a chacina de pelo menos 3,5 mil oposicionistas.
Se há algum ruído capaz de abafar tais escândalos no mercado interno, é o espantalho da aliança das Farc com Chávez e Correa, até mesmo enquanto este último viaja pela Europa e colhe elogios de Zapatero e Sarkozy por seus esforços de mediação.
Chávez denuncia os arquivos como uma armação dos EUA com apoio de Bogotá e funcionários da Interpol, que nos próximos dias deverá divulgar seu parecer, provavelmente positivo, sobre a autenticidade dos laptops. Mas a gravidade do caso não está no que os arquivos dizem por si – muito pouco –, e sim a interpretação construída por Bogotá e pelos jornais uribistas.
Uma carta aberta assinada por 21 analistas e cientistas de universidades e institutos de relações internacionais advertiu os meios de comunicação dos EUA: mesmo que os arquivos sejam autênticos, nada do que foi divulgado sustenta a tese da ligação da Venezuela ou do Equador com as Farc. Apontou, além disso, para os esforços sistemáticos de Bogotá para distorcer seu conteúdo. O fundamento para acusar Chávez de dar apoio material às Farc é a alegação de que a pessoa referida nos arquivos de Reyes como “Ángel” é o presidente da Venezuela. Mas os textos encontrados citam Ángel e Chávez como pessoas distintas, às vezes no mesmo parágrafo.
A noção de que a Venezuela forneceu ou pretendeu fornecer 300 milhões de dólares à guerrilha baseia-se em uma só passagem de uma carta de 23 de dezembro, enviada por Reyes ao secretariado das Farc: “Com relação aos 300, que de agora em diante chamaremos ‘dossiê’...”. Em parte alguma encontra-se qualquer informação para sustentar que isso se refere a milhões de dólares e não, por exemplo, a reféns, contatos, alvos ou qualquer outra coisa.
Os autores endossam a análise de Adam Isacson, da ONG Centro para Política Internacional, segundo a qual as mensagens entre guerrilheiros sobre Chávez e da Venezuela indicam uma relação distante, ainda que cordial, até o outono (do Hemisfério Norte) de 2007, quando Caracas começou a participar das negociações sobre reféns. O próprio secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou categoricamente ao subcomitê da Câmara dos EUA sobre relações com a América Latina, que não há evidência de ligação da Venezuela com os rebeldes colombianos.
Além disso, os especialistas, encabeçados por Charles Bergquist, da Universidade de Washington, e Larry Birns, da ONG Conselho sobre Assuntos Hemisféricos, sublinham que outras afirmações das autoridades colombianas sobre os laptops já se mostraram falsas. É o caso da suposta foto de um encontro de líderes das Farc com um funcionário do gabinete equatoriano e a alegação de conspiração da guerrilha para construir uma “bomba suja”, esta última foi abertamente desmentida pelos EUA.
A matéria-prima da “bomba” seriam alguns quilos de urânio empobrecido (depleted uranium ou DU), material muito usado pelo Pentágono em projéteis (como os disparados pelos bombardeiros A-10 e helicópteros Apache) e na blindagem de tanques. Desde a Guerra do Golfo de 1991, esse material foi despejado às centenas de toneladas no Iraque, Bósnia e Kosovo. Veteranos solicitaram indenizações por doenças e filhos defeituosos atribuídos a seu contato com DU e o Pentágono as negou, apoiando-se na evidência científica de que a radioatividade desse material não é significativa. Tanto que é usado como proteção contra radiação em equipamentos de radioterapia e radiografia.
Continua a polêmica sobre os riscos toxicológicos do DU a longo prazo, mas certamente não serve como “bomba suja” e o Pentágono, depois de décadas a convencer soldados e tribunais de que o material é inofensivo, não pode deixar a Colômbia apontá-lo como arma de destruição em massa. Apesar dos receios de Chávez, Uribe deve ter decidido imitar Colin Powell e Tony Blair sem autorização de Washington. É difícil acusar a CIA de erro tão banal.
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Re: GEOPOLÍTICA
hihihi imperialismo brasileiro na lingua portuguesapt escreveu:Os factos foram completamente abolidos desde ontem.O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos
Agora diz-se fatos !!!
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Re: GEOPOLÍTICA
Pelo que entendí facto (ação ,acontecimento ) continuaria com c para diferenciar de fato (roupa exterior em Portugal).pt escreveu:Os factos foram completamente abolidos desde ontem.O Brasil acredita que chegou a hora de passar aos factos
Agora diz-se fatos !!!
Desculpem pelo off .
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Re: GEOPOLÍTICA
Bolovo escreveu:hihihi imperialismo brasileiro na lingua portuguesapt escreveu: Os factos foram completamente abolidos desde ontem.
Agora diz-se fatos !!!
não tenhas a menor dúvida de que é isso...
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