Bem, Marino,
Você respondeu em itens, algo que é um texto unido, que deve ser lido inteiro e respondido assim.
Eu li todo o texto, de uma forma unida e completa, e não concordei em vários tópicos. Por isto respondi desta maneira, que não acho inconveniente ou desrespeitosa para com seu texto.
Não de modo nenhum, sai muito mais caro eu dar um formação educacional completa para um pessoa a partir do zero, do que simplismente ministrar tão somente o currículo militar específico, para a função do militar
Veja bem: você está tomando como exemplo os EUA, se esquecendo que eles também utilizam a mesma metodologia de formação que nós. Lá também existem as Academias Naval (Anápolis), do Exército (West Point) e da Força Aérea (não sei como se chama). É a mesma metodologia e a mesma formação que temos, assim como a Inglaterra, a Alemanha, a Itália, Portugal, Espanha, Argentina, Chile, etc.
A diferença é que os EUA possuem uma quantidade tão grande de meios que estas Academias não possuem capacidade para formar todos os oficiais de que necessitam, inclusive espaço físico. Então, a solução é ter uma formação diferenciada, pegando pessoal no meio civil, dar uma instrução específica para eles, o que permite o guarnecimento do meios de que dispõem.
Se esta metodologia estivesse errada, já não teriam acabado com ela?
Não digo somente os EUA, mas todos os países do mundo?
Todos temos idéias, mas quando contestados com a realidade ou quando nos demonstram que estamos equivocados, voltamos atrás.
Está errado porque as carreiras são excludentes, não quero que um piloto naval tenha o mesmo tipo de experiência que um Capitão de Navio, muito menos a mesma formação. É claro todos são militares, e devem receber o treinamento mínimo para tal, nada mais que isto. Colocar todos as carreiras dentro do mesmo currículo, para aproveitar os oficiais de uns para os outros é que não dá, ou forçar alguém que quer ser Aviador a ser oficial de uma escolta. Este tipo de generalização, não ajuda o profissional. Se um aviador naval quiser depois ser Capitão de um Navio, faça a especialização. A carreira de Aviador Naval jamais deveria se confundir com a carreira de um Oficial de Navio. Só deveria se unir no topo da carreira, e mesmo assim, dentro de cada especialização. Um Oficial da Marinha Aviador da Marinha poderá ser Almirante, mas daí ser Comandante Operacional de uma esquadra, vai uma distância enorme.
Para os outros que estão lendo, pode parecer que estou tendo uma briga muito grande com você, mas não é assim que estou vendo. Vejo como uma grande oportunidade de mostrar o quanto a MB, e as demais forças, agem de maneira transparente e com o mais elevado propósito.
Porquê na MB e no EB um piloto guarnece antes de se especializar um navio ou a tropa? Por que ele vai ter o necessário conhecimento do que é estar do outro lado quando operando. Falei de uma maneira muito simples, mas no fundo é o que ocorre. Tenho um amigo do EB que esteve no Traíra e me falava que tinha certeza de que os pilotos de He fariam de tudo o que fosse possível, e o impossível, pois sabiam o que estavam passando. Na MB, quando chamamos um piloto para briefing e mostramos a situação tática, ele compreende perfeitamente, sem necessidade de cursos extras de tática naval. Coberturas, formaturas, planos de ataque, guerra A/S, navegação, etc, nada é novidade para estes Oficiais. Novamente, é a mesma metodologia utilizada nos EUA.
Desde o instante que o Oficial se torna aviador, sua carreira nada tem mais a ver com a de Oficial de navio. Pode Imediatar e Comandar um Esquadrão de Aeronaves, a Base Aeronaval, pode ser Oficial de aviação dos Estados-Maiores, mas sua carreira estará definitivamente separada da dos oficiais de superfície. O aviador poderá ser Almirante, comandante da Força-Aeronaval, da Diretoria de Aeronáutica da Marinha, e de outras OM, como a Escola de Guerra Naval, ou a Escola Naval, mas não será comandante de uma Divisão da Esquadra.
Os Oficiais que pretendem ser aviadores são antes de tudo Oficiais de Marinha. Se são desligados do curso por uma inaptidão ao vôo, continuam Oficiais de Marinha, nos navios de nossa Marinha. Nada demais. O contrário, depois de anos de formação colocá-lo para fora, seria irresponsabilidade, como já escrevi. Nada diferente do que ocorre com os Oficiais de Anápolis, nos EUA.
O que existe de separado hoje é a carreira complementar, é o reconhecimento que a formação militar é complementar a civil, nada mais além disso. Para este você tem o que deveria ser para toda a força. Defendo que isto exista dentro da própria carreira militar, teríamos várias carreiras militares.
É complementar a civil para os Oficiais QC, como expliquei anteriormente. Para os outros, que entram aos 14 anos no Colégio Naval e saem formados da Escola Naval, há que reconhecer que quase toda a formação foi dada pelas FFAA.
Nada diferente do que existe em todos os países do mundo. Você pode defender uma formação diferente, mas reconheça que a que escrevi é feita em todo o mundo, por todas as FFAA.
O teto na carreira militar deveria ser, no caso da Marinha, Capitão de Mar e Guerra, acima deste posto, você tem que se especializar para chegar lá. Tanto na reserva ou como na ativa. De forma bem clara, não quero que um Oficial Especialista eletrônica em Submarinos saiba o mesmo que um Almirante, nem que ele se torne um, por exemplo. Nos países mais desenvolvidos esta tem sido a evolução natural. Os militare não são super homens, capazes de comandar um Navio de manhã e voar num caça de noite. E muitas vezes o ensino dentro das FA`s são orientados assim, por simples tradição. Corremos o risco de termos um Comandante de Navio que é um bom aviador ou vice versa.
O teto das 3 FFAA é o posto de CMG/Coronel. Até aí as promoções dependem de seu esforço pessoal, passando em todos os obstáculos intelectuais que já escrevi, e de seu desempenho nas funções que assumiu durante a carreira. Nisso não discordamos e é feito assim.
Durante toda a carreira você é avaliado, como já expliquei, pela CPO (Comissão de Promoção de Oficiais) e é promovido por merecimento ou antiguidade. Se for por antiguidade, pode começar a procurar emprego fora. A promoção para Alte é chamada de Quadro de Escolha, por que os poucos que chegam aos 7 anos de CMG até você tem que concordar que qualquer um tem condições de ser Almirante. Mesmo assim, são avaliados pelo Almirantado e a lista é apresentada ao Pres. da República, que a aceita, ou não, optando por qualquer nome. Por isso Escolha.
Não somos super-homens. O especialista em eletrônica, citado por você, vai existir até o posto de Capitão-Tenente. Depois o Oficial cursa, ou não, a Escola de Guerra e vira Oficial de Estado-Maior, se afastando da área técnica. Como vê, tudo tem seu momento. O ensino nas FFAA não prepara ujm Oficial para ser Comandante de Submarino de dia e voar um caça de noite. Isto é desconhecimento e seria um absurdo se ocorresse.
Não existe mais a noção, "quero ser um Militar", esta noção é coisa do passado. Talvez por isto muitos digam que existe uma crise na carreira, que ser militar não trás mais o status de antigamente. A noção atual é sou um advogado militar, um aviador militar, um administrador militar, um capitão(comandante de navio) militar. A diferença deles para o Aviador Civil, Administrador, é a hierarquia, basicamente, porque até quanto ao tipo de vínculo jurídico, existem os são Servidores Públicos Civis que prestam juramento ao serem integrados aos quadros do Estado.
Não concordo. Não sou um Comandante de Navio, sou um militar, um Oficial da Marinha. Minha especialidade permitiu que eu comandase navios, como poderia ter permitido que comandasse um Esquadrão de Aeronaves, ou um submarino, ou um Batalhão de fuzileiros, se fosse outra. A diferença dos civis está na Constituição e não é só a hierarquia. Procure e veja o que mais nos distingue. Somos melhores por isso, NÃO, só regidos por regras diferentes de todos os outros brasileiros. Uma das diferenças dos Servidores Públicos começa no juramento ao ser integrado ao Quadro do Estado, como lembrado por você. No nosso juramento, consta morrermos pela Pátria se necessário.
A promoção automática é a por tempo de serviço, é esta que tem que acabar. Não é porque me tornei oficial dentro da MB que vou virar Almirante, ainda mais depois de dar baixa no serviço ativo.
Já escrevi que isto não existe e listei todos os funis por que passamos. Acredite.
Não mudei nenhum assunto, estamos falando de formação e da carreira militar, e este é um problemas, é a visão equivocada que os militares são diferentes dos civis, e sua formação educacional tem que ser diversa, deste o início da vida, ou seja, é uma corporação vista como previlegiados, a parte do meio social. Uma visão equivocada que é passada em todas as carreiras de Estado no Brasil, o nome é SERVIDOR PÚBLICO, mas parece ao contrário, que o ingresso no Serviço Público, é um título de privilégio em face ao resto da sociedade.
A formação é diferenciada em todos os países do mundo. Por qual motivo? Será que todo o mundo está errado? Esta formação diferenciada não nos dá privilégios, pelo contrário. Você sabe o que é ficar interno com 14 anos e no fim de semana não poder ir para casa pq está de serviço? Ou se for de outros estados ver a família somente nas férias, muito menores que a de todos os outros estudantes, por causa das viagens/manobras de férias? Não estou reclamando. Se continuamos é pq queremos mas, como vê, não há privilégios.
E não somos servidores públicos. Procure na Constituição a designação correta: MILITARES. Veja o porquê também no livrinho verde.
Queria saber quando o Congresso foi contra o fechamento de colégios militares? Não li nenhuma notícia a este respeito, o melhor seria desmilitarização dos colégios, poderiam ser repassados para prefeituras e os estado, ou mesmo a União Federal, os recursos tem que vir de outro lugar não do ministério da defesa, este é o ponto. Se querem este tipo de formação, que saia do Orçamento da Defesa.
Eu escrevi que a MB tentou fechar o Colégio Naval e a reação veio até do Congresso, com Senadores e Deputados indo em massa ao Comte da MB para impedir. Quanto aos Colégios Militares, a reação saiu até nos jornais, não me lembro corretamente em que época, mas me lembro que até o humorista Castrinho, ex-aluno, fez campanha. Estes colégios tem militar só no nome. Não são formadores de pessoal para a s FFAA e sim de estudantes de alto nível para o Brasil. Alguns vão para as Escolas Militares, como alunos de todas as escolas de todo o Brasil. Não me oponho absolutamente a que outro órgão os assuma, mas será que o alto nível de estudo permanecerá, o comprometimento com o estudo, a disciplina, a formação rigorosa exigida pelos professores, os primeiros lugares no ENEM? Novamente, vão permitir?
O erro está na concepção que a carreira militar, é uma carreira, sem levar em consideração a especialização interna, é está que deve pautar a avaliação para o desempenho do militar.
Já mostrei que está equivocado. Há especialização, inclusive é um dos cursos obrigatórios de carreira. O desempenho é avaliado diariamente, pode mais uma vez acreditar.
Não vamos mitificar o trabalho dos militares, aceitando que são pessoas, cidadãos com as mesmas limitações dos civis. Achar que podem desempenhar qualquer atividade com a mesma aficiência, sem levar em consideração aptidões naturais, não é um processo de educação e organização eficiente. E a melhor maneira de fazer a triagem é na entrada da carreira, pela especialização pretendida, não esperar para depois.
100% de acordo.
Quanto a previdência, reconheço com humildade que não sou um especialista e não entendo direito do assunto para um debate profundo. Só lembro que a Mb tentou que os recursos pagos por todos, da ativa, reserva, reformados, viúvas, fossem aplicados e provou que desta forma sobraria dinheiro.