Blindados: Fabrequipa admite 80% de incorporação nacional
A incorporação de tecnologia portuguesa nos novos blindados das Forças Armadas, já a ser montados no Barreiro, poderá atingir os 80%, nas versões civis, afirmou esta quarta-feira o gerente da empresa fabricante, a Fabrequipa.
Francisco Pita, que falava na inauguração oficial das novas instalações industriais, adiantou que a Fabrequipa está ainda, com os quatro primeiros blindados na linha de montagem, à procura de mais fornecedores, para aumentar a participação de empresas portuguesas.
«Queremos fazer um produto português», afirmou o sócio-gerente da Fabrequipa, concessionária da austríaca Steyr- Daimler-Puch (grupo General Dynamics) para o fabrico de perto de 220 dos 260 blindados de rodas.
«Estamos a trabalhar neste momento para além de 2011. Põe-se o problema de Portugal vender estas unidades e começar a fazer negócios com países do Magreb, como Marrocos e Tunísia e países de língua portuguesa», disse Francisco Pita.
Acrescentou que «o primeiro negócio com Marrocos vai ser fechado até ao final do mês. Não é uma unidade inteira mas peças militares. É uma divisão militar com sucesso para além de 2011».
«A próxima meta é a Feira Militar de Paris, Euro Satory 2008. Portugal vai estar representado por dois veículos. Um canhão 105mm e um anfíbio que demonstram que a indústria portuguesa de ponta, defesa e tecnologia está lançada».
John Ulrich, vice-presidente da norte- americana General Dynamics, frisou que o processo de transferência de tecnologia para a Fabrequipa será contínuo e fez questão de afirmar por duas vezes que o blindado a sair do Barreiro será «o Pandur português».
«Por isso», referiu, «será largamente produzido em Portugal e equipado com tantos componentes portugueses quanto possível».
Além da produção local, deverá ser futuramente exportado para outros países «amigos», mercados que podem ser «mais eficazmente» trabalhados por Portugal, referiu Ulrich.
Refere que para os Estados Unidos esta ligação empresarial é importante porque mostra a união existente entre os dois países e que, duas fábricas e dois países a trabalharem juntos, fazem-no em prol de um mundo livre.
A empresa Fabrequipa, responsável pela montagem dos novos blindados de rodas (VBR) das Forças Armadas, vai produzir 24 viaturas até ao final do ano, num total de 260 até 2011.
A Fabrequipa, empresa portuguesa responsável pela montagem dos blindados Pandur II da Steyr-Daimler-Puch, tem já em linha de montagem alguns dos blindados de oito rodas, em diferentes fases de produção, que começarão a ser entregues este ano.
A instalação fabril, que inicialmente estava prevista para o espaço da extinta Bombardier, Amadora, representou um investimento de perto de 20 milhões de euros.
O projecto deverá criar perto de 100 novos postos de trabalho, metade do previsto em 2005, aquando da assinatura do contrato.
A cerimónia de hoje contou com a presença de sete embaixadores - Estados Unidos, Marrocos, Áustria, entre outros - e representantes de quatro outras embaixadas em Lisboa.
Diário Digital / Lusa
17-01-2007 16:33:40
de:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro%5 ... news=76358