Enviado: Qua Dez 06, 2006 11:22 am
Por algum motivo saiu 2 vezes. Estou editando.
1) para ataques terroristas, sabotagem, tráfico de drogas, tráfico de armas, etc. uma fragata não é necessária, um navio patrulha realliza a missão.
2) para conflitos de maior intensidade como uma frota inimiga o navio patrulha não é tão eficiente como uma fragata, mas realmente compensa pagar o preço?
Quando diminuimos o número de fragatas, aumentamos o número de submarinos e vice-versa.
Se você colocar 16 Fragatas em vez de 8, terá uma capacidade maior no que???
Como eu disse, em tempos de paz para fazer a vigilância e ter o controle marítimo podemos utilizar radares, aviões patrulha, aviões patrulha econômicos como o P-29 em vez de gastar uma fortuna com fragatas modernas.
Na hora da guerra eu prefiro uma grande quantidade de submarinos protegendo a nossa costa e os submarinos nucleares acabando com a frota inimiga do que o dobro de fragatas.
As fragatas seriam mais facilmente detectadas e destruidas, levando muitos e muitos homens com elas. Submarinos convencionais levam cerca de 30 homens e podem fazer um belo estrago em uma força invasora.
Os subs nucleares fariam um estrago ainda maior.
A NZE é determinada em 200 milhas, ou seja, 320 km.
Dai o meu interesse em S-300 e BrahMos terrestre. Manteriamos aeronaves e navios invasores fora da nossa ZNE.
Marino, realmente um debate bem interessante.
3 - a argumentação de que com os 1,3 bilhões acabaria terminando o projeto nacional é mentira. Seriam 1,3 bilhões para acabar com o projeto e montagem do reator, mais 1 bilhão para o projeto do submarino, mais 1 para construí-lo e mais 1 para uma base fora do Rio de Janeiro.
Quer criticar critica, mas não engane ou minta.
rcolistete escreveu:3 - a argumentação de que com os 1,3 bilhões acabaria terminando o projeto nacional é mentira. Seriam 1,3 bilhões para acabar com o projeto e montagem do reator, mais 1 bilhão para o projeto do submarino, mais 1 para construí-lo e mais 1 para uma base fora do Rio de Janeiro.
Quer criticar critica, mas não engane ou minta.
Caro Marino,
Tudo bem ? Por favor, esses valores de 1,3+1+1+1 bi seriam em R$ ou US$ ???
Depois do 1 sub nuclear, os seguintes custariam quanto (previsão) ?
Abraços,
Roberto
Marino escreveu:rcolistete escreveu:3 - a argumentação de que com os 1,3 bilhões acabaria terminando o projeto nacional é mentira. Seriam 1,3 bilhões para acabar com o projeto e montagem do reator, mais 1 bilhão para o projeto do submarino, mais 1 para construí-lo e mais 1 para uma base fora do Rio de Janeiro.
Quer criticar critica, mas não engane ou minta.
Caro Marino,
Tudo bem ? Por favor, esses valores de 1,3+1+1+1 bi seriam em R$ ou US$ ???
Depois do 1 sub nuclear, os seguintes custariam quanto (previsão) ?
Abraços,
Roberto
Valores em dólares.
Não tenho idéia se depois do primeiro sub construído, os seguintes seriam mais baratos (economia de escala).
Um abraço
Marino
Caro Marino,
Tudo bem ? Por favor, esses valores de 1,3+1+1+1 bi seriam em R$ ou US$ ???
Depois do 1 sub nuclear, os seguintes custariam quanto (previsão) ?
Abraços,
Roberto
Valores em dólares.
Não tenho idéia se depois do primeiro sub construído, os seguintes seriam mais baratos (economia de escala).
Um abraço
Marino
rcolistete escreveu:rcolistete escreveu:
Citação:
3 - a argumentação de que com os 1,3 bilhões acabaria terminando o projeto nacional é mentira. Seriam 1,3 bilhões para acabar com o projeto e montagem do reator, mais 1 bilhão para o projeto do submarino, mais 1 para construí-lo e mais 1 para uma base fora do Rio de Janeiro.
Quer criticar critica, mas não engane ou minta.Caro Marino,
Tudo bem ? Por favor, esses valores de 1,3+1+1+1 bi seriam em R$ ou US$ ???
Depois do 1 sub nuclear, os seguintes custariam quanto (previsão) ?
Abraços,
Roberto
Valores em dólares.
Não tenho idéia se depois do primeiro sub construído, os seguintes seriam mais baratos (economia de escala).
Um abraço
Marino
Caro Marino,
Então eu considero inviável a continuação do projeto do submarino nuclear, face ào orçamento passado, atual e previsto futuramento para a MB. US$4,3 bi é muito dinheiro. Se a MB receber US$ 3-4 bi para todo o PRM (Programa de Reaparelhamento da Marinha) a ser realizado em 15-20 anos, eu já ficaria surpreso. Para a MB gastar US$4,3 bi só com submarino nuclear, ela precisaria de uns US$10 bi ao todo para gastar também com submarinos convencionais, navios de escolta, aeronaves, navios de apoio, etc.
Enfim, sendo esses valores e eu sendo pragmático, a MB poderia tentar receber de volta do governo o que ela investiu no programa nuclear, repassá-lo para o governo enriquecer urânio e construir reatores de usinas geradoras para uso civil, etc.
E investir em submarinos convencionais, alguns com AIP, para pelo menos acompanhar e avaliar a tecnologia.
No mais, eu desejaria sim um submarino nuclear brasileiro, seria algo ideal.
Abraços,
Roberto Colistete Jr.
Hora do Povo
23/11/2006
“O submarino convencional é como uma foca ou um jacaré: ficam expostos e são fáceis de abater”
HP: A Marinha está finalizando um acordo para a compra de um submarino convencional. Qual a sua opinião?
Othon: Espero que não seja concretizado, porque, realmente, vai ser um retrocesso. O submarino convencional não é um submarino, é um barco submergível. Como funciona o submarino convencional? Na superfície, ele coloca para funcionar o motor a diesel. O motor a diesel aciona um gerador elétrico e o gerador elétrico carrega a bateria. É mais ou menos parecido com uma foca ou com um jacaré. Submerge e depois ele tem que voltar para a superfície para pegar o ar novamente. Quando ele vem para pegar o ar ele fica exposto. Certa vez me disseram: ‘escuta, têm alguns camaradas seus, colegas da Marinha, que acham que os submarinos convencionais são tão bons quanto os nucleares’. Eu disse: olha, se ele fosse tão bom assim, os países mais desenvolvidos teriam submarinos convencionais, que, reitero, não são submarinos, são submergíveis convencionais. A França não tem mais submergível convencional, os Estados Unidos não tem, a Rússia não tem, a Inglaterra também. Só tem o convencional quem não pode ter o nuclear. Mas, para não haver dúvida, quem assistiu a uma pescaria de uma gaivota ou de um martim-pescador entende perfeitamente. Você vê a gaivota e o martim-pescador pegar um peixe quando ele está próximo da superfície, pois é muito difícil eles pegarem um peixe lá no fundo. Se esses colegas meus de Marinha não conseguem entender, nem ler o que a natureza nos dá, como é que eles irão entender a arte da guerra. Realmente é isso, os navios nucleares têm condições de ficarem meses lá em baixo, produzir o próprio oxigênio para a tripulação, quer dizer, fica limitado só pela resistência das pessoas pela parte emocional. O outro tem que fazer igual a foca para pegar o ar e aí ele fica vulnerável aos satélites que saberão onde ele está e saberão também quando ele irá retornar à superfície para respirar novamente. Então, num país como o nosso, com dimensões continentais, o não entendimento disso é ignorância.
HP: Esse acordo pode atrapalhar o desenvolvimento de tecnologia nacional?
Othon: Eu acho que só vale a pena comprar daqueles países que podem nos ajudar, podem transferir tecnologia, porque a propulsão nuclear está desenvolvida, falta a plataforma. Se nós fizermos uma aquisição, mesmo de convencional, enquanto não faz o nuclear, mas com um país que possa nos ajudar a caminhar para a direção nuclear, tudo bem. Mas a Alemanha não pode, mesmo que queira, porque tem um tratado que a impede. Então, continuar naquele programa, comprar um submarino que foi feito aqui na Argentina na década de 70 é ficar ancorado, ancorado no passado. Se a Marinha fizer isso, não é Marinha, é um grupinho da Marinha que está querendo, apressadamente, tomar essa decisão, realmente, será uma âncora no passado. A maior parte dos oficiais gostaria de ter propulsão nuclear, porque todo mundo sabe que a Marinha tem que investir os seus recursos em duas coisas: numa patrulha costeira boa na época de paz e num pequeno grupo de submarinos nucleares. O sonho nuclear é uma negativa à concentração de força. Quem vier nos ameaçar um dia, tem que vir com uma força naval concentrada para desembarcar aqui. Ninguém ousará fazer isso se nós tivermos um submarino nuclear. Então, aqueles oficiais da Marinha que não priorizam a propulsão nuclear, são oficiais que querem que a Marinha continue como uma guarda costeira de luxo, ou seja, um país eternamente subserviente. O submarino de propulsão nuclear é um gesto de independência, não é de afronta a ninguém, é um gesto de independência e de auto-respeito.
HP: Qual o custo de um submarino nuclear?
Othon: A sua pergunta é muito boa, pois é custo. Tem duas coisas aí, uma coisa é custo e a outra é preço. No submarino nuclear nós temos custo, porque nós desenvolvemos. Nos outros nós pagamos o preço, porque preço é sempre custo mais alguma coisa. Então, essa é a grande vantagem de nós colocarmos brasileiros desenvolvendo os equipamentos, porque nós pagamos custos, mesmo que paguemos a mesma coisa, nós pegamos brasileiros e geramos tecnologia aqui no país. Com o submarino nuclear nós vamos pagar custo, com o outro nós vamos pagar preço. Com um bilhão de euros já teríamos terminado o submarino nuclear. Durante dez anos, doze anos, que passou essa escola de 1970 que permaneceu na Marinha, eles gastaram mais de dois bilhões de dólares em navios de superfície que não servem para nada. Isso eu disse no Clube Naval e posso repetir tranqüilamente em qualquer momento. Praticamente pararam o programa de submarino nuclear. O que nós precisamos é de brasilidade e a média dos oficiais da Marinha têm muita brasilidade e a maior parte deseja a propulsão nuclear.
HP: Em que fase se encontra o projeto do SNA?
Othon: Eu, particularmente, estou um pouco fora dele há alguns anos. Todos os componentes da produção nuclear estão prontos, ou seja, nós íamos fazer um protótipo em terra da produção, que começou a ser feito e depois parou. É que houve uma determinada fase, em 1994, que o ministro da Marinha, o almirante [Ivan da Silveira] Serpa, baixou a prioridade desse programa. Era número 1 na Marinha e ele baixou para 18. Ao que me consta, pode ser mera coincidência, mas nesse mesmo ano nós compramos quatro navios velhos na Inglaterra. Talvez tenha sido o maior preço pago em um navio velho na história do Brasil. Nós compramos quatro fragatas por 185 milhões de dólares, foi uma vergonha, mera coincidência, mas houve. Daí em diante o programa caiu de prioridade, mas nós já sentimos sinais de que pode ser retomada a prioridade. O almirante Serpa ainda tem uns dois ou três adeptos da escola dele, mas que felizmente devem se aposentar em breve.
HP: Qual o motivo do SNA não ter voltado a ser prioridade?
Othon: Veja só o paradoxo. Na história da Marinha não tem um motor de propulsão que tenha sido produzido no país. O país partiu logo para desenvolver a propulsão nuclear. Todos os componentes e a propulsão estão prontos e estão parados, por que determinada escola de pensamento - e nós tivemos quatro administrações dessa escola – não quer terminar. Mas tenho certeza que o atual governo é extremamente favorável à propulsão nuclear. Por isso eu tenho muita esperança de que ele seja retomado. O atual Chefe do Estado-Maior da Armada – que espero que entre na compulsória - propôs a parada do programa. Eu não podia imaginar que houvesse uma coisa dessas. Eu estou na reserva e estou falando como um cidadão, não estou falando mais como ex-oficial da Marinha.
Matéria encaminhada pelo Comandante da Marinha ao jornal Hora do Povo em 04/12/2006
4/12/2006
A Marinha do Brasil e a questão dos submarinos
Em relação à entrevista concedida pelo senhor Othon Luiz Pinheiro da Silva a esse conceituado veículo de comunicações, publicada na edição no dia 22 de novembro, cujo teor versa, basicamente, sobre a obtenção de submarinos convencionais ou nucleares, na qual, fazendo questão de dizer que falou como cidadão e não como Vice-Almirante da Reserva - daí eu ter me referido a ele como senhor, tece comentários, sem ter conhecimento completo do quadro conjuntural, sobre decisões da Alta Administração Naval, tanto de passado recente, como da atual, cabe a mim, como Comandante da Marinha, esclarecer aos leitores os seguintes aspectos:
a) a possível construção de um submarino convencional no nosso arsenal não é, na opinião da Marinha, um retrocesso. Pelo contrário, é a continuação do progresso, pois possibilitará manter a qualificação dos nossos engenheiros, técnicos e operários, conquistada com muito esforço, e que não podemos perder;
b) a Marinha tem perfeita ciência das diferenças existentes entre as capacidades operativas de submarinos convencionais e nucleares. Como o próprio senhor Othon afirma, só tem submarino convencional quem não pode ter o nuclear e, infelizmente, nós estamos neste caso, pelo menos, ainda por um bom tempo, haja vista a situação orçamentária da Marinha nos últimos anos. A Marinha sonha com o submarino nuclear, mas isso não basta. É preciso que, além do nosso sonho, haja uma vontade nacional, traduzida em recursos, de forma a transformar o sonho em realidade. Enquanto isso não ocorre, resta-nos a opção dos submarinos convencionais, que, apesar de terem sido comparados a “focas” ou “jacarés”, são plataformas navais eficazes, tanto o é, que, a principal e mais poderosa marinha do mundo os considera como uma das principais ameaças que poderá ter de enfrentar;
c) o submarino que a Marinha pretende construir não é o da classe daqueles que foram construídos na Argentina na década de 70. É um submarino convencional moderno, da mesma origem dos nossos atuais cinco submarinos, que serão modernizados, mantendo-se, assim, a padronização. Adquirir um submarino de uma outra origem, com tecnologia diferente daquela com a qual estamos habituados a trabalhar, seria passar por uma experiência que a nossa Força de Submarinos já passou, e que não foi boa, qual seja, a de conviver com submarinos de origens diversas. Em acréscimo, não há registro conhecido, de que um país detentor da tecnologia nuclear, para fins de propulsão naval, bem como de projetos de plataformas onde possam ser instalados os equipamentos e sistemas necessários, tenha transferido esses conhecimentos sensíveis a outro. Assim, considero, no mínimo, arriscada a presunção de que isso aconteceria conosco, caso a opção fosse por um submarino de outra origem;
d) no que se refere às considerações feitas citando nominalmente o Almirante-de-Esquadra Ivan da Silveira Serpa, eminente, respeitado e honrado Chefe Naval e ex-Ministro da Marinha, as mesmas distorcem os fatos e não correspondem à realidade. A bem da verdade, é mister mencionar que o Almirantado, então presidido pelo Almirante Serpa, ao decidir pela diminuição dos recursos destinados ao Programa Nuclear da Marinha, o fez motivado pela redução do orçamento da Força, pelo decrescente aporte de recursos da antiga Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), parceira no projeto, e por problemas de gestão na condução do Programa. Aliás, na oportunidade, por determinação do próprio Almirante Serpa, foi criada uma Comissão de Almirantes e Oficiais capacitados, com a tarefa de proceder um criterioso redimensionamento do referido Programa, adequando-o à realidade e às normas orçamentárias da Marinha;
e) quanto à aquisição em 1995, das quatros fragatas na Inglaterra, os navios, apesar de usados, estavam em excelentes condições materiais e operativas, três dos quais ainda integram e constituem importante parcela do poder combatente da nossa Esquadra. Os recursos utilizados, por meio de crédito especial, não integravam o Orçamento da Marinha e, portanto, não concorreram com os aplicados no Programa Nuclear. Em acréscimo, esses navios foram adquiridos para substituírem contratorpedeiros já bem antigos, de origem norte-americana, que foram retirados do serviço ativo. É claro que a Marinha precisa de submarinos, mas, embora alguns possam não concordar, também precisa de navios;
f) é imperativo enfatizar que, durante o meu período de Comando e daqueles que me antecederam, a Marinha tem, permanentemente, pleiteado recursos junto ao Governo Federal, a fim de possibilitar darmos o curso normal ao Programa Nuclear da Marinha. Apesar do insucesso dessas tentativas, pelo menos até agora, é importante realçar que o Programa Nuclear da Marinha permitiu ao Brasil dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio, conhecimento este restrito a apenas oito países; e
g) em relação aos comentários pessoais sobre o atual Chefe do Estado-Maior da Armada, considero-o um oficial empreendedor, reconhecidamente inteligente e capaz, e cujo prestimoso assessoramento nos assuntos relevantes da Marinha tem sido de extrema valia para as decisões de alto nível que meu cargo requer
Em relação ao todo da matéria jornalística, acredito que o senhor Othon tem todo o direito de expor as suas opiniões pessoais sobre um tema tão importante, mas deveria tê-lo feito considerando todas as variáveis envolvidas nesse complexo problema, e não apenas parte delas. Poderia, ainda, ter sido um pouco mais cortês nas suas colocações, dentro da fidalguia característica dos homens do mar.
faterra escreveu:E se o governo liberar a verba ref aos "royalties" já pagos pela Petrobrás e contigenciados ao longo de todos estes anos? Qual o montante existente? Este contingenciamento já deve durar mais de 8 anos. Acredito q se isto acontecer a MB já terá a verba para tocar o projeto do submarino nuclear quase até o final e em um tempo muito menor. E com a normalização do repasse dos royalties anuais futuros a MB teria um incremento bem forte para a continuação do PRN.
Afinal, este dinheiro não pertence ao governo, pertence à MB. Considero que o governo é devedor de tudo o que já foi contingenciado.