Salve pessoal,
Parabellum escreveu: Acredito que seriam necessárias uma ou mais Brigadas inteiras do tipo Striker para fazer frente a um unico Regimento de MBT's modernos...
Se o problema fosse só esse, ou seja a incapacidade de se defender contra tanques, tudo bem. O pior é que muita gente desconfia de que eles não possam dar conta do recado, nem diante de uma oposição mais leve, como guerrilheiros armados com lança-rojões. Carros blindados sobre rodas passaram maus bocados, nas mãos dos guerrilheiros chechenos, durante as lutas de rua em Grozny.
...ou será que você acha que um Caxias é superior em "combate cerrado" a um Sucuri II só porque usa lagartas ???
Bem, um esquadrão de tanques M-41 (claro, em boas condições. Sem problemas nos motores e nas suspensões) se tiver que confrontar outro esquadrão de carros blindados EE-18, em terreno difícil, fora de estradas, o comandante dos EE-18 poderá se ver em situação difícil.
Os M-41 já passaram da sua época. Os do Exército brasileiro ainda por cima, teriam tido problemas sérios, durante a troca dos motores à gasolina para diesel. Mas no seu tempo, foram viaturas de combate formidáveis. Em especial no Vietnam, nas mãos dos sul-vietnamitas. Já li uma mensagem de um ex-combatente americano do Vietnam, afirmando que os M-41 “Walker Bulldogs” originais, devidamente modernizados, ainda seriam muito eficientes, hoje em dia. Como tanques leves. Talvez ele tenha exagerado. De qualquer forma, ele ainda é utilizado em Taiwan, para missões de reconhecimento. Foi modernizado, com tudo do bom e do melhor. E não passou pelos problemas na troca para motores diesel.
E esse é o ponto. Por falta de outra alternativa, o Exército brasileiro equipou suas principais formações blindadas com um tanque leve. Agora, isso está sendo corrigido com os tanques "Leopard" e M-60. Mas os M-41 ainda estão na ativa, nas brigadas mecanizadas. E, como disse Miliko, não se deveria cogitar da troca de um tanque por um carro blindado sobre rodas, dentro de unidades cuja função precípua não seja o reconhecimento. Talvez os abortados EE-18 tivessem lugar dentro da estrutura de um pelotão de cavalaria mecanizada. Quem sabe, substituindo os EE-9, na seção de carros (aliás, até que ficaria uma gracinha, um pelotão de cavalaria mecanizada com duas patrulhas de reconhecimento – cada uma com um EE-9 e um EE-11; uma seção de carros – dois EE-18; e uma peça de apoio – um EE-11 Porta-morteiro 81. Que tal, hein?). Mas, como já disse Miliko, a função dos regimentos de cavalaria blindada, dentro das brigadas mecanizadas não é de reconhecimento, mas de apoio à este. Para o caso de surgir algum problema que os esquadrões mecanizados (sobre rodas) não possam dar conta. Mas, daí se considerar equipar regimentos inteiros com carros blindados da classe do EE-18, já vai uma certa distância. Pra falar a verdade, já penso que é demais o Brasil manter quatro brigadas de cavalaria mecanizada, com absoluta predominância de viaturas sobre rodas.
A Brigada Striker foi concebida para ser uma força intermediária entre as Brigadas Leves, como as Pqd, e as pesadas. Sua função primordial seria infiltrar e manter um território até a chegada de uma divisão pesada.
E eis aí, todo o perigo das situações de guerra: e se a tal divisão pesada demorar mais do que o previsto para chegar? Agora, os americanos parecem já ter desembarcado a primeira brigada “Stryker” no Iraque. Não sei se ela está operacional. Mas a última vez que li algo sobre ela, havia sido comentado que ela seria posicionada na fronteira com a Síria. Lá existem poucas áreas urbanizadas, assim os riscos de emboscadas parecem menores. E as viaturas podem fazer pleno uso de suas avançadas capacidades de vigilância. Mas, se por algum motivo, o comando americano tiver que lançar mão desta força, por exemplo, para debelar alguma insurreição em larga escala dentro de Bagdá, muitos especialistas (vários deles militares com experiência real de combate) temem que os “Stryker” tenham o mesmo destino dos carros blindados russos, aniquilados em Grozny.
Como dispomos de pouco mais de 2 centenas de Blindados (meio) pesados para protejer todo o nosso território
Esse é outro ponto polêmico. Se querer me estender muito, faço ressalvas a essa concepção de que o Brasil tenha necessidade de “protejer todo o nosso território”. Nunca me convenci de que o Brasil deva moldar os efetivos do seu Exército de acordo com a simples questão de extensão territorial. Quanto mais não seja, pelo fato de que este é um objetivo inatingível, em qualquer prognóstico sensato. E isso devia valer ainda mais, para elementos dispendiosos como viaturas blindadas.
Pra terminar, é óbvio que tenho plena consciência de que tudo que eu acho pode não passar de uma rematada bobagem. Fiquei sabendo que as IDF israelenses estariam cogitando de utilizar o “Stryker” em lugar dos M-113, nas ações que estão ocorrendo dentro dos vilarejos palestinos. Se os israelentes realmente estão pensando nisso, pode ser um indício de que tais sistemas de armas são de plena validade.
Quem vai saber? Afinal os israelenses, por mais formidáveis que sejam, não são infalíveis. E se diz que os EUA iriam fornecer os “Stryker” a preço-de-banana.
Apenas o teste do combate real irá dizer...