Veículos blindados sobre rodas no EB - Uma nova proposta

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Paulo Bastos
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#16 Mensagem por Paulo Bastos » Qui Nov 13, 2003 1:31 am

Bem, talvez seja uma tendência correta. Só que eu não tenho um pingo de confiança em viaturas blindadas sobre pneus, como instrumentos de combate cerrado.

Olá Clermont.

Esta opinião sua é compartilhada por mim e por qualquer pessoa que conheça as táticas da Arma de Cavalaria e possua um pouco de bom senso :roll: .
Acredito que seriam necessárias uma ou mais Brigadas inteiras do tipo Striker para fazer frente a um unico Regimento de MBT's modernos, haja visto que devido ao baixo peso dos blindados leves, seus canhões são do tipo "baixo recuo" e, sendo assim, para poder tirar de combate um MBT do M-1A2 ou T-80, com um tiro de 105mm de baixa velocidade, ele deve ser feito a distância pequenas (pelo menos a metade da de um canhão de 102 ou 125mm) e aida torcer para que atinja um ponto bem vulnerável.

Antes de mais nada gostaria de esclarecer que sugeri apenas a substituição dos blindados dos RCB (Regimento de Cavalaria Blindada), que estão equipados com os M-41C e EE-9, e não os RCC (Regimentos de Carros de Combate), que estão equipados com os Leo 1A1 e M-60A3 TTS, ou será que você acha que um Caxias é superior em "combate cerrado" a um Sucuri II só porque usa lagartas ???

A Brigada Striker foi concebida para ser uma força intermediária entre as Brigadas Leves, como as Pqd, e as pesadas. Sua função primordial seria infiltrar e manter um território até a chegada de uma divisão pesada.
No caso do Brasil esta filosofia poderia ser utilizada como um multiplicador de forças de nossas unidades restritas: Como dispomos de pouco mais de 2 centenas de Blindados (meio) pesados para protejer todo o nosso território, poderiamos utilizar estes blindados leves em espalhados em diversas unidades pelo pais e eles poderiam segurar as pontas de uma forma melhor do que os M-41 e EE-9, até a chegada de reforços. Alem do mais, é muito mais vbarato manter uma unidade sobre -rodas do que sobre-lagartas.
Alem disso, os Sucuri II seriam muito melhores que os EE-9 e M-41C nas operações estratégicas de reconhecimento e proteção dos flancos em uma operação de maior vulto.

Abraços,
Paulo Bastos




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#17 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Nov 13, 2003 10:09 am

Parabelum escreveu:
Bem, talvez seja uma tendência correta. Só que eu não tenho um pingo de confiança em viaturas blindadas sobre pneus, como instrumentos de combate cerrado.

Olá Clermont.

Esta opinião sua é compartilhada por mim e por qualquer pessoa que conheça as táticas da Arma de Cavalaria e possua um pouco de bom senso :roll: .

E quem disse que viaturas sobre rodas vão combater CCs? O objetivo dessa arma é chegar rapido e eliminar a infantaria inimiga, pela velocidade podem até passar pela cavalaria inimiga sem entrar em combate, como no casdo dos EUA o próprio nome ja diz Stryker, são para ataques rapidos, apenas para retardar o inimigo dizimando a infantaria dele.




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Clermont
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#18 Mensagem por Clermont » Qui Nov 13, 2003 5:15 pm

Salve pessoal,


Parabellum escreveu: Acredito que seriam necessárias uma ou mais Brigadas inteiras do tipo Striker para fazer frente a um unico Regimento de MBT's modernos...


Se o problema fosse só esse, ou seja a incapacidade de se defender contra tanques, tudo bem. O pior é que muita gente desconfia de que eles não possam dar conta do recado, nem diante de uma oposição mais leve, como guerrilheiros armados com lança-rojões. Carros blindados sobre rodas passaram maus bocados, nas mãos dos guerrilheiros chechenos, durante as lutas de rua em Grozny.


...ou será que você acha que um Caxias é superior em "combate cerrado" a um Sucuri II só porque usa lagartas ???


Bem, um esquadrão de tanques M-41 (claro, em boas condições. Sem problemas nos motores e nas suspensões) se tiver que confrontar outro esquadrão de carros blindados EE-18, em terreno difícil, fora de estradas, o comandante dos EE-18 poderá se ver em situação difícil.

Os M-41 já passaram da sua época. Os do Exército brasileiro ainda por cima, teriam tido problemas sérios, durante a troca dos motores à gasolina para diesel. Mas no seu tempo, foram viaturas de combate formidáveis. Em especial no Vietnam, nas mãos dos sul-vietnamitas. Já li uma mensagem de um ex-combatente americano do Vietnam, afirmando que os M-41 “Walker Bulldogs” originais, devidamente modernizados, ainda seriam muito eficientes, hoje em dia. Como tanques leves. Talvez ele tenha exagerado. De qualquer forma, ele ainda é utilizado em Taiwan, para missões de reconhecimento. Foi modernizado, com tudo do bom e do melhor. E não passou pelos problemas na troca para motores diesel.

E esse é o ponto. Por falta de outra alternativa, o Exército brasileiro equipou suas principais formações blindadas com um tanque leve. Agora, isso está sendo corrigido com os tanques "Leopard" e M-60. Mas os M-41 ainda estão na ativa, nas brigadas mecanizadas. E, como disse Miliko, não se deveria cogitar da troca de um tanque por um carro blindado sobre rodas, dentro de unidades cuja função precípua não seja o reconhecimento. Talvez os abortados EE-18 tivessem lugar dentro da estrutura de um pelotão de cavalaria mecanizada. Quem sabe, substituindo os EE-9, na seção de carros (aliás, até que ficaria uma gracinha, um pelotão de cavalaria mecanizada com duas patrulhas de reconhecimento – cada uma com um EE-9 e um EE-11; uma seção de carros – dois EE-18; e uma peça de apoio – um EE-11 Porta-morteiro 81. Que tal, hein?). Mas, como já disse Miliko, a função dos regimentos de cavalaria blindada, dentro das brigadas mecanizadas não é de reconhecimento, mas de apoio à este. Para o caso de surgir algum problema que os esquadrões mecanizados (sobre rodas) não possam dar conta. Mas, daí se considerar equipar regimentos inteiros com carros blindados da classe do EE-18, já vai uma certa distância. Pra falar a verdade, já penso que é demais o Brasil manter quatro brigadas de cavalaria mecanizada, com absoluta predominância de viaturas sobre rodas.

A Brigada Striker foi concebida para ser uma força intermediária entre as Brigadas Leves, como as Pqd, e as pesadas. Sua função primordial seria infiltrar e manter um território até a chegada de uma divisão pesada.


E eis aí, todo o perigo das situações de guerra: e se a tal divisão pesada demorar mais do que o previsto para chegar? Agora, os americanos parecem já ter desembarcado a primeira brigada “Stryker” no Iraque. Não sei se ela está operacional. Mas a última vez que li algo sobre ela, havia sido comentado que ela seria posicionada na fronteira com a Síria. Lá existem poucas áreas urbanizadas, assim os riscos de emboscadas parecem menores. E as viaturas podem fazer pleno uso de suas avançadas capacidades de vigilância. Mas, se por algum motivo, o comando americano tiver que lançar mão desta força, por exemplo, para debelar alguma insurreição em larga escala dentro de Bagdá, muitos especialistas (vários deles militares com experiência real de combate) temem que os “Stryker” tenham o mesmo destino dos carros blindados russos, aniquilados em Grozny.


Como dispomos de pouco mais de 2 centenas de Blindados (meio) pesados para protejer todo o nosso território


Esse é outro ponto polêmico. Se querer me estender muito, faço ressalvas a essa concepção de que o Brasil tenha necessidade de “protejer todo o nosso território”. Nunca me convenci de que o Brasil deva moldar os efetivos do seu Exército de acordo com a simples questão de extensão territorial. Quanto mais não seja, pelo fato de que este é um objetivo inatingível, em qualquer prognóstico sensato. E isso devia valer ainda mais, para elementos dispendiosos como viaturas blindadas.

Pra terminar, é óbvio que tenho plena consciência de que tudo que eu acho pode não passar de uma rematada bobagem. Fiquei sabendo que as IDF israelenses estariam cogitando de utilizar o “Stryker” em lugar dos M-113, nas ações que estão ocorrendo dentro dos vilarejos palestinos. Se os israelentes realmente estão pensando nisso, pode ser um indício de que tais sistemas de armas são de plena validade.

Quem vai saber? Afinal os israelenses, por mais formidáveis que sejam, não são infalíveis. E se diz que os EUA iriam fornecer os “Stryker” a preço-de-banana.

Apenas o teste do combate real irá dizer...




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#19 Mensagem por FCarvalho » Qui Nov 13, 2003 8:16 pm

Olá a todos.
Acredito que esta nova família de blindados do EB se propõe, antes de mais nada, a potencializar o mesmo com um mínimo de capacidade de proteção blindada e sua consequente mobilidade e poder de fogo no apoio indispensável que é às ações da infantaria. Este conceito foi e ainda é o pensamento que forjou em anos idos a concepção e produção da família de blindados Engesa.
Basicamente por dois motivos bastante simples se tomou esta opção: Em primeiro, pela nossa incapacidade cultural e política, diga-se sociedade civil e Estado, em vislumbrar um planejamento estratégico para a formulação de uma politica real e efetiva de defesa. Trocando em miúdos : a onipresente falta de compromisso do poder público e da sociedade civil com as verbas necessárias ao desenvolvimento e manutenção do setor. Um segundo ponto diz respeito a nossa capacidade tecnólógica e industrial instalada. Tudo o que nós levamos mais de 20 anos para construir na área foi, de uma hora para outra, literalmente desmontado, como se fosse uma "herança maldita do regime militar que devesse ser expurgada da sociedade"; também como uma consequência nefasta do item anterior.
Para a realidade vivida no Brasil, e o EB tem plena consciência disso, não há espaço para planejamentos, nem investimentos, de longo prazo, visto a forma com que o setor é tratato. Assim é plenamente cabível no horizonte econômico e financeiro as soluções de continuidade ou parcionalistas, às quais já estamos acostumados a ver, quando da necessidade de se modernizar os equipamentos utilizados, quer sejam eles de combate ou de apoio ao combate. Isto é válido para nossas forças blindadas, em cujas formações hoje, com suas qualidades e defeitos, estão em sua maioria organizadas com blindados sobre rodas, com algum apoio esparçado de unidades de cc's. Isto acontece nem tanto por uma opção tática ou estratégica da força, mas muiito mais por imperativo econômico que sempre se faz pesar mais nas horas de se decidir como constituir nossas tropas.
Esta racionalidade está a ser aplicada agora à nova família de blindados sobre rodas, e seria ingênuo de nossa parte esperar que pudéssemos contar com veiculos e/ou projetos realmente mais e melhor qualificados para as diversas missões com que esta se dará.
Nossas formações mecanizadas, acredito, são em nosso atual contexto, digamos, razoavelmente equipadas para a missão a que se destinam. Muito melhor seria para nós obviamente se as mesmas pudessem contar amplamente com uma multiplicidade de veiculos particulares para as várias míssões. Mas esta não é nossa realidade.
Os veículos sobre rodas estão cada vez mais a desenvolver capacidades e missões, onde antes caberiam tão somente veiculos sobre lagartas. Armamento, blidagem, optrônica embarcarda e suspensões 8X8 e até 10X10 estão a quase rivalizar com os MBT. Se observarmos criticamente, em futuro nem tão distante, os combates irá determinar como MBT's, VBCI's, APC's, etc irão desempenhar suas missões nos campos de batalha, sem concorrer uns com os outros, mas completando-se mutuamente, como um dia ainda poderemos, se Deus quiser e os politicos deixarem, ver acontecer em nossas formações blindadas e mecanizadas país afora.

Abraços a todos.




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#20 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Nov 13, 2003 11:53 pm

Falando em blindagens, qual seria a possibilidade de que o Sucuri II viesse a usar uma blindagem similar a do AL-X? Pelo que sei ela é cerâmica e bem leve, resistindo a tiros de .50. Pode ser uma boa. Seria possível?




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#21 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Nov 14, 2003 7:56 am

Vinícius, seria ótimo, mas acho que ela é muito cara...




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#22 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Nov 14, 2003 2:01 pm

Pelo contrário, Marechal, essa blindagem é relativamente bastante barata. Claro, posso estar enganado.




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Forças terrestres - Rodas/Lagartas

#23 Mensagem por pt » Sáb Nov 15, 2003 10:03 pm

Num carro como o Sucuri-II de pouco serviria uma blindagem que resistisse a 12.7mm, quando as potenciais ameaças por parte da infantaria mecanizada viria de carros com peças de 20,25,30 e 40mm.

A solução para o Sucuri-II seria blindagem reactiva, que pudesse ser colocada consoante as necessidades operacionais.

Há no entanto uma questão que se prende com as caracteristicas básicas do desenho do Sucuri-II.

Se bem me lembro, trata-se de um Sucuri que nada tem a ver com o anterior Sucuri-I com torre basculante.

O Sucuri-II além disso não tinha o mesmo tipo de suspensão tradicional da Engesa.

Não podia ser, por problemas de raiz do projecto transformado em carro anfibio, pelo que pode substiituir com vantagem o Cascavel, mas não poderia substituir o Urutu.

Tem igualmente um problema que advém da idade do projecto. Assim, O Brasil desenvolveu toda uma familia de carros 6x6 com grande sucesso, mas quando a Engesa (em má hora) acabou, já se começava a prefigurar uma outra tendencia, ou seja, os carros 8x8. Os projectos mais recentes todos têm 8 rodas, contra as 6 do Sucuri-II. A ideia dos carros de combate sobre rodas é interessante, mas o Sucuri-II necessitará de um "refit" completo para se tornar um carro mais moderno, porque não nos podemos esquecer que o sucesso da Engesa resultou muito mais da sua capacidade de produzir carros competitivos para exportar que das vendas para o E.B. e marinha.

Outra coisa. Um carro, mesmo o 8x8 Centauro, nunca terá capacidade para competir com um tanque com lagartas. Se chove um pouquinho ou o terreno vira lama... As 8x8 nem sempre são capazes. Sei quem viu um Centauro de demonstração, com uns italianos enjoados em cima dele a terem que ser rebocados por um M-113, com uns militares a rir ás gargalhadas lá dentro.

Um carro como o M-41 continuará sempre a ter essa vantagem (no caso de operação em locais com terrenos alagados ou pantanosos). Havia um projecto da empresa Bernardini, a mesma que fez o repotenciamento dos M-41 (Tamoyo) que resultava num tanque 100% Brasileiro que substituiria muito bem um M-41 em missões de reconhecimento.

Claro está que, quando se trata de missões de paz e coisas do genero, então não há duvida. Pela sua facilidade de transporte, nada bate um 8x8 ou mesmo um 6x6.

Uma pergunta:
Há alguma industria no Brasil capacitada para produzir blindagens reactivas ?

Cumprimentos




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#24 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Nov 15, 2003 10:38 pm

pt,
Se a blindagem do Sucuri II aguentasse tiros de 20, 25 ou 30 mm, ele seria umas 10 toneladas mais pesado e ai não poderia usar rodas, quanto a blindagens reativas ou de cerâmica (igual a do ALX) elas não funcionam muito bem contra armas automaticas, ja que parte delas se perde a cada acerto, em alguns tiros essa blindagem ficaria inutilizavel (no caso de aviões a velocidade evita esses "alguns tiros"), e outra, as lagartas apresentam algumas vantagens sobre as rodas, mas tambem algumas desvantagens, um carro sobre rodas é muito mais rapido, e essa velocidade se bem utilizada pode ser muito util em combate, tanto passando pela cavalaria inimiga e fazendo churrasco com a infantaria inimiga, ouo sendo usada para ataques rapidos contra aeroportos, SAMs, e qualquer outra coisa que ameasse sua superioridade aérea, deixando para os A-X da vida o playground pronto.




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#25 Mensagem por pt » Sáb Nov 15, 2003 11:10 pm

Do que me recordo o Sucuri-II tinha uma blindagem capaz de resistir a 12.7mm

Portanto, a blindagem que se lhe colocasse não seria para o proteger desse mesmo 12.7, mas sim das ameaças maiores dos dias de hoje.

Ou seja.

O SUCURI-II necessita de:

Mais blindagem
Maior motor
8x8 em vez de 6x6

A blindagem reactiva pode ser preparada consoante a ameaça. Ou seja, as caixas/unidades explodem, por exemplo apenas se o carro for atingido por qualquer coisa acima dos 20mm.

A vantagem da blindagem reactiva é que pode resistir a RPG's.

Claro que se o carro for atingido uma vez, a parte atingida fica sem protecção. No entanto, já é sorte atingir um caro 8x8 em andamento. Atingi-lo em andamento no mesmo lugar... é ganhar na loteria. Aí era culpa da tripulação por ter rezado pouco. :twisted: :twisted: :twisted:

O carro sobre rodas é mais rápido em estrada. Absolutamente de acordo.

Em terreno fechado, com lama, com buraco no chão por todo o lado, valas e charcos, que é o que acontece na realidade no campo de batalha. Eu garanto que o 8x8 não é mais rápido, muito pelo contrario.

Para reconhecimento, em terreno brabo, a capacidade de uma carro com lagartas supera qualquer carro sobre rodas porque há casos em que o carro sobre rodas tem pura e simplesmente que ir dar a volta porque não consegue passar. A sua velocidade de ponta não pode pura e simplesmente ser utilizada.

Um destacamento de reconhecimento deve-se caracterizar pela sua capacidade de reconhecer o campo de batalha, e para reconhecer o campo de batalha sem ser visto, o logico é passar por terrenos onde não é suposto andar ninguém, e ao mesmo tempo não se vai fazer reconhecimento andando por estradas abertas onde o IN foi colocar minas e tropa emboscada, provavelmente com meios anti-tanque portateis.

O destacamento de reconhecimento tem que ir pelo mato mesmo, e aí um carro com lagartas vai dar agua pela barba a um 6x6 ou 8x8.

Num país com muitas estradas, ou numa área com grande densidade de estradas, o conceito 8x8, pode ser muito bem utilizado por um exército que conheça o terreno, mas se as estradas forem poucas, mesmo essa vantagem de quem defende perde muita da sua importância táctica.


Portanto, na sua utilização como veículo de reconhecimento de unidades blindadas, não vejo o Centauro ou um Sucuri-8x8 como uma opção.

No entanto, num país como o Brasil que pelo que me dizem continua a ter a sua fronteira norte e noroeste quase ás moscas, com um pelotão reforçado de 40 ou 50 homens para áreas do tamanho do estado do Rio de Janeiro, unidades muito móveis, onde os carros 8x8 ou 6x6 com uma peça de 105mm sejam os unicos, para as eventuais ameaças, são a melhor arma que um exercito pode ter.

O Brasil numca vai utilizar Leopard ou M60 na Amazonia, mas faria todo o sentido ter unidades tipo Batalhão equipadas com veículos 8x8 anfibios.

Se a Engesa não tivesse acabado, seguramente que esse veículo existiria hoje.

Cumprimentos

PS:peço desculpa por algum portuguesismo que tenha tornado alguma frase esquisita ... :mrgreen:




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#26 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Nov 15, 2003 11:55 pm

pt,
Que a blindagem do Sucuri II aguenta 12,7mm isso todos sabem, mas não aguenta nada alem disso, se você quiser colocar uma blindagem para aguentar 20mm o peso do veículo aumentaria muito (meu chute:10 ton) e ai não daria para ele ter rodas, se a blindagem reativa fosse para barrar os 20mm em algns tiros ela estaria inutilizada e o carro seria um alvo facil, não me preocupo com RPGs, SAWs AT-4 ou seja la o que for, como eu disse se alguem acertar alguma dessas armas em um veículo a 100km/h merece a vitória, bem ja vi que você realmente não conhece as areas de fronteiras do Brasil (você tambem não tem nenhuma obrigação de conhecer), basicamente ha dois tipos, campos ou florestas, nas florestas não importa se você esta com um veículo sobre lagartas ou sobre rodas, nos campos as rodas levam vantagem, é quase tudo plano com um ou outro barranco ou buraco muitos morros e algumas árvores, as viaturas consseguem desenvolver uma boa velocidade, portanto veiculoas sobre rodas são bem vindos (não é atoa que o EB tem a maior parte da força blindada sobre rodas).




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#27 Mensagem por pt » Dom Nov 16, 2003 1:20 pm

Bom, eu estou mais ou menos de acordo. No entanto há uns pontos em que discordo:

Colocando blindagem reactiva vai aumentar o peso em 10 Ton e aí ele não pode levar rodas ??

Como não pode?

O projecto inicial do Sucuri-II da Engesa tinha um peso de 18 Ton, motor Scania de 295cv 6 cilindros, refrigerado a agua.

Ora, o Centauro Italiano, tem 25 a 28 Ton (motor de 520cv) e pode resistir a muito mais que 20mm. O AMX10-RC (6x6) francês, com peso identico ao SUCURI-II é considerado mal protegido, e sub-motorizado (dá 85Km/H).

Aqui o AMX-10RC
Imagem

É claro que um "Sucuri-III" teria que ser mais pesado que o Sucuri-II que é um projecto de 1985, e que embora fosse bastante avançado para a epoca - aliás era o mais avançado desse tipo - neste momento já não é. Além do mais, para blindagem mais eficiente, não tinha que se lhe agregar - obrigatoriamente - blindagem reactiva.

Acho que o principal problema de um SUCURI-II modernizado/aumentado, seria a sua capacidade de ser transportado num Hercules C-130.

Eu não coloco em causa as vantagens da utilização de carros sobre rodas num país como o Brasil - e realmente só conheço S. Paulo, parte de Minas, o Rio de Janeiro e a zona de fronteira lá no Paraná. Ou seja, não tenho uma noção correcta sobre os problemas na Amazonia.

O que falo é que numa unidade blindada, onde existem destacamentos de reconhecimento, esses destacamentos têm muito a ganhar com os veículos sobre lagartas, sendo que estes são mais eficientes que aqueles, nessa opção, de reconhecimento para grandes unidades pesadas.

A questão de rodas versus lagartas, é uma questão mundial, embora eu ache que cada um dos veículos(meios de locomoção) tem a sua função. Nenhum deles pode substituir o outro. Em Portugal, por exemplo, as F.Armadas vão comprar cerca de 300 carros 8x8 em varias versões e também se discute se esses carros devem substituir os M-113 equipados com o missil TOW. Há sempre argumentos contraditorios, e o problema é que muitas vezes, ambas as partes têm razão.

Também estou de acordo que um bom carro sobre rodas com peça de 105mm teria um efeito consideravel nas fronteiras do Sul do Brasil. Mas naturalmente tudo depende da utilização táctica que se fizer das unidades blindadas.

O que acho é que esse carro não poderia ter as caracteristicas do SUCURI-II de 1985. Tem que sofrer alterações consideraveis, para competir com:

VEXTRA Francês 28 a 34 Ton (dependendo da blindagem) tripulação de 4
Imagem

Além dos já conhecidos Centauro - 25 Ton
Imagem

e o Rooikat de 105mm Sul Africano 28 Ton
Imagem


Cumprimentos




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#28 Mensagem por Clermont » Dom Nov 16, 2003 2:37 pm

PT escreveu: Portanto, na sua utilização como veículo de reconhecimento de unidades blindadas, não vejo o Centauro ou um Sucuri-8x8 como uma opção.(...) O que falo é que numa unidade blindada, onde existem destacamentos de reconhecimento, esses destacamentos têm muito a ganhar com os veículos sobre lagartas, sendo que estes são mais eficientes que aqueles, nessa opção, de reconhecimento para grandes unidades pesadas.

A questão de rodas versus lagartas, é uma questão mundial, embora eu ache que cada um dos veículos(meios de locomoção) tem a sua função. Nenhum deles pode substituir o outro.(...) Há sempre argumentos contraditorios, e o problema é que muitas vezes, ambas as partes têm razão.


Salve, PT.

É isso aí. Concordo plenamente.




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#29 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Nov 16, 2003 6:20 pm

pt,
1) Não é bem assim unidades com lagartas para reconhecimento seriam melhores que as sobre rodas, como eu falei o terreno no Brasil é favoravel ao uso de rodas, sem grandes lamaçais, é claro que algumas unidades sobre lagartas seriam necessárias, e por favor algo com 25 a 30 tons para ser unidade rapida... até seria possível mas o peso extra prejudicaria muito a mobilidade.
2) Não falei que a blindagem reativa aumentaria o peso em 10 ton, disse que uma blindagem para resistir a canhões automáticos acrescentaria esse peso, e tambem disse que a blindagem reativa não é tão eficiente contra armas automáticas, portanto para fazer o Sucuri aguentar canhões automáticos teriamos que aumentar a blindagem dele e consequentemente o peso.




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#30 Mensagem por miliko » Qua Nov 19, 2003 9:46 pm

parabellum, achei alguns artigos sobre essas possibilidades de substituição dos blindados sobre lagartas dos RCB por vtr sobre rodas. A justificativa seria , alem da economia, a maior mobilidade estrategica. Embora eu discorde. A mobilidade estrategica seria a capacidade de deslocar estas unidades por grandes distancias de uma frente de combate para outra, ja que as OM mec podem ir todas rodando por estradas, mas os RCB necessitam de pranchas(carretas com pranchas levando os BLD) ja que os veiculos sobre lagartas sofrem muito desgaste se rodarem longas desitancias ou em asfalto. outra opção seria o transporte ferroviario ou aquatico, mas nesse ponto nao ha diferenças significaticvas ao transporte, a nao ser as restriçoes a largura de tuneis para a amioria dos grandes bld sobre lagartas mais modernos. Ora, se houvesse a necessidade, em caso de combate, de se transportar essas OM, o problema seria facilmente resolvido dotando-se as om tipo RCB com o numero suficiente de pranchas...ainda que a velocidade dessas seja menor do que as das demais vtr mecanizadas, que podem se deslocar a maiores velocidades por estradas, como caminhoes, devemos lembrar que as primeiras unidades a entrar em ação ainda seriam as mec, o que, ao meu ver, nao traria grandes problemas em relação ao atraso de algumas horas das om bld, ja q, como ja foi falado, essas sao usadas em situações especificas onde se necessita de uma maior ação de choque e mobilidade .
O companheiro pt(bem-vindo, antes q eu me esqueça das regras da boa educação) fez importantes consideraçoes sobre os aspectos de mobilidadexvelocidade. E obvio q vtr sobre rodas se movem mais rapido q as bld, mas isso nas condiçoes normais...num ataque, uma ação atraves campo, as condiçoes do terreno dificultam muito as om mec sobre rodas...uma vtr sobre lagartas . uma vtr sobre lagartas tem o centro de gravidade mais baixo q uma sobre rodas, e creio q vai continuar tendo ainda um bom tempo, apesar dos avanços tecnologicos, simplesmente pelo fato das rodas serem maiores do que as lagartas e pelo maior peso. isso permite q essas viaturas manobrem, façam curvas, subam rampas, etc muito mais rapido q as sobre rodas. quem ja foi para o campo com as duas sabe a diferença....oiutro fator importantissimo e a açao de choque e o fator psicologico das vtr sobre lagartas...ja fiz um exercicio de açao retardadora de varios dias em que fomos atacados por todo tipo de tropa..a pe, mecanizada, e uma FT Bld valor OM...olha, isso q era um exercicio, mas nao e nada agradavel vc ver o horizonte coalhado de vtr sobre lagartas, sabendo que elas tem muito mais mobilidade q vc, atarvancando por cima daquele terreno a sua frente, no qual vc teria q tomar o maior cuidade para nao atolar..passaando por cima de sangas, buracos, cupinzeiros...e isso q eram os nossos velhos conhecidos m41 e m113...cara, o impacto e muito grande sobre a tropa..ta no imaginario popular, aquilo sao os "TANQUES"....
ha muito tempo atras, a discussao era se os veiculos de reconhecimento deveriam ser todos sobre lagartas ou sobre rodas..isso na decada de 70, qdo haviam m41 em unidades mec, as velhas pererecas, etc...optou-se pelos sobre rodas por inumeros motivos, comoa ja falada maior mobilidade estrategica ( q, repito, ao meu ver nao fica prejudicada pelos efetivos sobre lagartas dos RCB), custos, etc..mas pergunte a qualquer comandante de pelotao, sargento ou comandante de esquadrao de uma tropa mec se ele preferiria uma vtr sobre rodas ou lagartas e ele lhe diria..sobre lagartas..( agora, pergunte a quem tem uma relativa experinecia em exercicios,) ..mas eu acho q na atal conjuntura , ou mesmo em qualquer outra, e luxo demais ter oms mec sobre lagartas...os sobre rodas, mesmo com suas dificuldades, cumprem a missao, e, qdo extarpolam sua capacidadee..la vem o RCB para te ajudar...ja vi tbm , qdo atacado por uma om mec , uma ft bld fazer um contra-ataque de desaferramento, pleo flanco, na tropa atacante...ou seja, um desses momentos decisivos, em q a tropa q retarda perdeu a sua liberdade de manobra(nao consegue retrair) e se usa os bld sobre lagartas..simplesmente, as vtr sobre rodas nao tem mobilidade suficiente para mudar rapidamente de formação e frente para repelir o ataque..literalmente a tropa bld "passa por cima " deles e retira, levando-as a confusao....( esse e o famoso ataque "lambida de vaca"..rs...)
por tudo isso, ainda mantenho minha opiniao de q eacho inadequado ( na visao tatica, principalmente, e nao so na tecnica) da substuição das tropas bld das bda mec por vtr sobre rodas.




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