JNSA escreveu:Einsamkeit, posso estar enganado, mas a designação Cruzador empregue no caso dos Ticonderoga deve-se às instalações de comando e controlo de que este dispõe. Num grupo-tarefa, em princípio é o Tico a coordenar a acção das outras escoltas, sobretudo das AAW, como as Arleigh Burke. Mas talvez o Spectral ou o JLRC possam esclarecê-lo melhor.
Amigo JNSA
Como julgo que você sabe, (até pareço aquela Lady do partido do Tortas: eu sei que você sabe que eu sei que você sabe), actualmente a designação cruzador não tem definição aceite universalmente por todas as marinhas. Antes da II Guerra Mundial, houve várias tentativas para limitar as classes de navios, quer em números quer em características. Por iniciativa da Inglaterra, o número de couraçados foi reduzido ao mínimo, o mesmo se passando com a sua tonelagem e calibre das peças principais, porque diminuindo o número de couraçados podia aumentar o número de navios mais ligeiros, os cruzadores, permitindo uma maior vigilância das comunicações marítimas do seu Império. Já agora aproveito para dizer que o termo canhão é incorrecto, só se usa no exército para indicar os canhões sem recuo. Quer na Arma de Artilharia que na Marinha, os termos usados são peças e obuses, sendo que as peças têm o cano mais comprido e portanto maior alcance. Retomando o fio à mensagem, estávamos antes da II GM, no tratado de Washington, assinado em 06-02-1922.
Shortly after World War I, there was a major trend towards disarmament. At the time in history, a naval arms race was building, similar to the nuclear arms race that would occur in the later end of the century. In this case, the major participants were Britain, Japan, and the United States. To resolve the brewing arms race, a treaty was signed on February 6, 1922. The Washington Treaty had two major components. The first was that it placed a limit on the absolute tonnage of Battleships at 35,000 tons. The Second, far more reaching aspect, was that it set up a ratio among the major naval powers. This ratio became 5:5:3:1.75:1.75 with the United States and Britain having five ships for every three Japanese, and for every 1.75 French and Italian Ships.
Deixando de parte os couraçados e os porta-aviões, o tratado de Washington previa a construção de dois tipos de navios, com um máximo de deslocamento de 10.000 tdw, classificados como cruzadores ligeiros, armados com peças de 6" (152 mm) e cruzadores pesados, armados com peças de 8" (203 mm). Com o fim da II GM e o desuso de cruzadores armados de peças de 152 e 203 mm, tornou-se mais difícil a classificação dos grandes navios. Nos anos 60, os EUA classificaram os seus grandes navios anti-aéreos como fragatas, como por exemplo o Belknap e os Leahy mas depressa essa classificação foi abandonada e os navios classificados como cruzadoes. Os cruzadores passaram a serem grandes navios de superfície, com bons meios de comando e capazes de embarcarem um pequeno Estado-Maior e com bom armamento anti-aéreo. A designação de destroyer passou para navios mais pequenos enquanto a de fragata para navios essencialmente ASW, embora, como no caso das OHP, possam ter meios AAW.
O caso dos Tico ilustra precisamente este conceito. Os Tico são grandes navios de superfície, com o mesmo casco dos Spruance, mas com sistema Aegis e mísseis AAW (Standard SM-2). Em relação aos Spruance, que deslocam 8.040 tcp, os Ticonderoga deslocam 9.950 tcp, justificando plenamente a sua classificação como cruzadores. No entanto, quero deixar claro que não existem regras bem definidas para classificar os navios como cruzadores.
Quanto aos Kirov, para mim, devido ao seu deslocamento, proteção, velocidade e armamento, aproximam-se mais da antiga classificação de cruzadores de batalha do que qualquer outra e é assim que eu os classifico.