Depois da péssima experiência da FAB com helicópteros russos, pós-venda horrível, acho que a Rostec não tem chances por aqui nas próximas duas décadas pelo menos.FCarvalho escreveu: ↑Ter Mar 26, 2024 1:04 pm Os mais novos podem não saber, mas o Mil Mi-8 chegou a ser cotado à época da recriação da aviação militar pelo exército para ser o primeiro helo de manobra daquela força. Porém, no ambiente político de 1986 era pouco provável, diria, impossível, a compra de qualquer material militar da então URSS, mesmo aquele país dando os primeiros passos na sua liberação política e econômica sob Mikail Gorbachov.
Como se sabe, o Pantera e o Esquilo foram os vencedores, já que a Helibrás estava aqui e eram bem mais baratos de operar manter, principalmente com a linha de montagem aqui em terras tupiniquins.
Por outro lado, o modelo voltou várias vezes ao longo do tempo a ser cotado como opção para novas compras da Avex, sendo preterido sistematicamente em todas. A explicação acima vale para as demais oportunidades, quando da Momep, por exemplo, e da compra dos Cougar, e mais recentemente quando o a Avex buscou substituir aqueles mesmo helos anos atrás.
A expansão da Avex travou em algum momento há coisa de 20 anos atrás, depois da compra dos Cougar, e depois disto nada mais em termos de investimento se ouviu falar até por volta de 2016 ou 2017, quando o comando do exército começou a falar no assunto novo helo de manobra, principalmente para uso na região norte.
Como se sabe, o Mil Mi-17, a versão de exportação do Mi-8, opera na Colômbia e no Peru há anos, principalmente nas regiões amazônicas dos respectivos países, sendo que em ambos há centros de manutenção e revisão destes helos, privados e públicos, no caso deste último. E o retrospecto operacional destes helos tem sido, conforme diversas fontes, muito bom.
Apesar disso, e de ser oferecido diversas vezes à Avex, eu pelo menos nunca ouvi falar que o exército chegou a testar este helo na prática, seja aqui, em países vizinhos ou na Rússia. O mesmo não ocorreu com os helos de ataque, no caso, o Mi-28 foi testado, mesmo não se podendo fazer todas as avaliações solicitadas.
De qualquer forma, me parece que pelos próximos anos, o Mil Mi-17 tem a porta fechada na Avex e em qualquer outra força armada, pelos motivos já sabidos. Uma pena, pois seria um helo de manobra por excelência.
Rostec - Helicópteros Russos
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Ainda persiste essa lenda de pós-venda horrível? Os próprios participantes do programa do AH-2 relatam não terem problemas após 2012 e os únicos que tiveram foram quanto a pneus, mas sempre tem a lenda.
Seria uma boa oportunidade conhecerem o trabalho que a IAS promoveu, pois pela estrutura dava pra operar os Sabres por uns 15 anos com peças até do mercado negro.
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Sempre terá uma nuvem preta por cima dessa aposentadoria dos AH-2.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Um dos motivos é o modo da operação da mesma , totalmente o oposto dos rivais nível OTAN , as outras que posso mencionar , confiabilidade , dava muito pane hidráulica e elétrica , só teve 2 vezes que conseguiram colocar 9 das 12 em operação total, o outro motivo erros de fabricação , na tentativa de canibalizar algumas unidades , observou que muitas peças como porta , carenagens e outros não servia em algumas unidades , se tornando exclusiva para aquele helicóptero, as outras situações era a aviônica , não era bem confiável , a aviônica de navegação era israelense a pedido da FAB ! É muito mais …
Mas no ponto positivo , elogiaram muito o armamento , até o sistema de foguetes é superior a tudo que já tivemos aqui , além do canhão preciso é confiável ….
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Só para constar , na época do recebimento desses AH-2 , era de fato pra ir pro EB , mas devido à recusa do mesmo e até da MB , foi pra FAB
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Cara, você tem absoluta certeza dessa informação?gogogas escreveu: ↑Qui Mar 28, 2024 8:26 am Um dos motivos é o modo da operação da mesma , totalmente o oposto dos rivais nível OTAN , as outras que posso mencionar , confiabilidade , dava muito pane hidráulica e elétrica , só teve 2 vezes que conseguiram colocar 9 das 12 em operação total, o outro motivo erros de fabricação , na tentativa de canibalizar algumas unidades , observou que muitas peças como porta , carenagens e outros não servia em algumas unidades , se tornando exclusiva para aquele helicóptero, as outras situações era a aviônica , não era bem confiável , a aviônica de navegação era israelense a pedido da FAB ! É muito mais …
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Tenho sim Gabriel , um dos motivos da desativação do mesmo primeiramente esses problemas , segundo motivo dinheiro , a FAB não tem doutrina do uso de helicópteros de ataque , a mesma função que faz com eles faz com os Super Tucano ! Na tentativa de desenvolver doutrina , foi colocado membros do Para SAR para missões C-SAR mas não houve bons resultados !gabriel219 escreveu: ↑Qui Mar 28, 2024 8:40 amCara, você tem absoluta certeza dessa informação?gogogas escreveu: ↑Qui Mar 28, 2024 8:26 am Um dos motivos é o modo da operação da mesma , totalmente o oposto dos rivais nível OTAN , as outras que posso mencionar , confiabilidade , dava muito pane hidráulica e elétrica , só teve 2 vezes que conseguiram colocar 9 das 12 em operação total, o outro motivo erros de fabricação , na tentativa de canibalizar algumas unidades , observou que muitas peças como porta , carenagens e outros não servia em algumas unidades , se tornando exclusiva para aquele helicóptero, as outras situações era a aviônica , não era bem confiável , a aviônica de navegação era israelense a pedido da FAB ! É muito mais …
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
O que tenho e o que o Schwertz falam é justamente o contrário disso. Dinheiro e função eu concordo, essas aeronaves deveriam ter ido pro EB, mas todos os problemas logísticos foram sanados por volta de 2012, com a entrada da IAS, que já tive oportunidade de conhecer. Os caras desmontavam o AH-2 e remontavam lá dentro.gogogas escreveu: ↑Qui Mar 28, 2024 8:55 am Tenho sim Gabriel , um dos motivos da desativação do mesmo primeiramente esses problemas , segundo motivo dinheiro , a FAB não tem doutrina do uso de helicópteros de ataque , a mesma função que faz com eles faz com os Super Tucano ! Na tentativa de desenvolver doutrina , foi colocado membros do Para SAR para missões C-SAR mas não houve bons resultados !
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Lenda????gabriel219 escreveu: ↑Qua Mar 27, 2024 9:37 pm Ainda persiste essa lenda de pós-venda horrível? Os próprios participantes do programa do AH-2 relatam não terem problemas após 2012 e os únicos que tiveram foram quanto a pneus, mas sempre tem a lenda.
Seria uma boa oportunidade conhecerem o trabalho que a IAS promoveu, pois pela estrutura dava pra operar os Sabres por uns 15 anos com peças até do mercado negro.
Lenda para os keyboard warriors amantes da URSS/Rússia. Havia problemas de fabricação em inúmeras peças, como pás do rotor, por exemplo, que vinham com fissuras, identificadas pela FAB, mas que os russos diziam ser frescura e não queriam trocar.
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Se você automaticamente leva pra esse lado, fica à vontade. É massa ver que o primeiro nível de argumentação é simplesmente ir dizer que o cara é amante desse e aquele, depois de fato fala algo do nada ao vento e fica por isso mesmo.
Todo mundo opera helicóptero Russo e até com disponibilidade maior do que Ocidentais por ser equipamentos mais rudimentares - relato do US Army no Afeganistão, basta ler o relatório que colocaram aqui a uns anos atrás - mas só aqui que eles tinham problemas de disponibilidade, deve ser preconceito de Russo contra tupiniquins. Aliás, o cara que participou do processo de compra diz que só tiveram problemas com os pneus, um Coronel, mas quem só reproduz o que ele diz é amante de Russo kkkkk.
Beleza cara, boa páscoa!
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Já fui da FAB e visitei pessoalmente o Esquadrão em 2013, pelo que vi in loco aparelho canibalizado. Não falo com base em disse me disse nem em lorotas da internet. Esse "Coronel" aí que fala que só houve problemas nos pneus é um baita mentiroso. Militar adora mentir para o público.gabriel219 escreveu: ↑Sáb Mar 30, 2024 8:43 amSe você automaticamente leva pra esse lado, fica à vontade. É massa ver que o primeiro nível de argumentação é simplesmente ir dizer que o cara é amante desse e aquele, depois de fato fala algo do nada ao vento e fica por isso mesmo.
Todo mundo opera helicóptero Russo e até com disponibilidade maior do que Ocidentais por ser equipamentos mais rudimentares - relato do US Army no Afeganistão, basta ler o relatório que colocaram aqui a uns anos atrás - mas só aqui que eles tinham problemas de disponibilidade, deve ser preconceito de Russo contra tupiniquins. Aliás, o cara que participou do processo de compra diz que só tiveram problemas com os pneus, um Coronel, mas quem só reproduz o que ele diz é amante de Russo kkkkk.
Beleza cara, boa páscoa!
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Olá @ernando
Em termos de América Latina, os helos russos são operados há mais de 40 anos na região por vários países, dentre eles México, Peru e Colombia são os maiores e principais usuários. No Peru e Colombia hoje existem centros de manutenção autorizados da Rostec, o que a IAS no Brasil foi também autorizada a fazer, e até onde se sabe, em nível de check D nas células dos Mi-35 da FAB. Poucas empresas fora da Rússia, Bielorússia e Ucrânia são capazes de elaborar tal nível de trabalho neste tipo de helo.
A compra de apenas 12 células foi a meu ver um limitador bem grande do negócio para se exigir qualquer coisa em termos contratuais, e mesmo que se tenha problemas, como de fato houveram na operação e manutenção destas células na FAB, é praticamente inviável esperar maior colaboração quando não se tem em mãos uma relação propriamente longeva e de interesse recíproco como foi o caso destes helos. Uma compra\venda meramente burocrática de ambas as partes, sem maiores ambições.
Me parece que, sendo verdade que o EB á época teria escolhido o Mi-28 para ser operado pela Avex, antes do governo entrar na conversa de HX-BR, e ao invés disso, recebemos os Mi-35, por questões que fogem à capacidade decisória do comando da força, talvez não tivéssemos tantos problemas com operação e manutenção de helos russos, tendo em vista que seria um negócio governo a governo dentro de especificações bem mais definidas e claras.
Não lembro agora porque foi que deixaram o Mi-28 de lado e quiseram empurrar os Mi-35, que mesmo não sendo o helo desejado, daria aos militares do EB a experiência e a capacidade necessárias para progredir além deles no futuro a médio e longo prazo, podendo mesmo optar por helos ocidentais, e até mesmo pelos Mi-28 escolhidos em versões modernizadas como a NM, fosse o caso.
Enfim, é difícil dizer hoje que os Mi-35 foram uma péssima compra tendo em vista apenas os helos em si, e as dificuldades do pós-venda russo à época. Tanto que uma empresa brasileira foi treinada para ser um centro de apoio daqueles helos na FAB em nível bem mais profundo do que se esperaria dos russos para o mercado sul americano, visando uma futura ampliação dos negócios em helos tanto civis quanto militares e, quiçá, outros modelos no mercado sul americano. Algo que obviamente foi defenestrado pela retirada incondicional dos mesmos sem maiores explicações pelo comando da FAB.
Hoje no Brasil, enquanto público civil leigo, não temos como saber se helos russos poderiam ou não operar aqui em todo o território nacional sem maiores problemas, e apresentando uma operacionalidade aceitável para os padrões OTAN que vige nas ffaa's, simplesmente porque a experiência de menos de 10 anos com os Mi-35 não são, a meu ver, suficientes para determinar sua validade ou não. Nossos vizinhos operam helos russos de diversos tipos há décadas, e nunca se ouviu dizer de público que os governos destes países e\ou suas ffaa's se opuseram a operar e manter tais helos apenas em função de sua procedência ou questões limitantes de apoio pós venda russo.
Ao contrário do que se prega em terras tupiniquins e a propaganda pró ocidental quer fazer crer, o que nos chega aqui da vizinhança é que são material extremamente robusto, confiáveis e que ao contrário de vários modelos ocidentais similares operando na região, tem uma disponibilidade maior e melhor, com menores custos de manutenção e operação. Se verdade ou não, ficamos a dever pela fiabilidade das inúmeras fontes, oficiais e não oficiais, que fazem chegar estas informações.
Enfim, eu particularmente gostaria muito de ver a Avex, por exemplo, equipada com 12 Mi-28. Talvez hoje eles fossem até bem mais que 12 unidades, quem sabe. Mas fato é que teríamos um helo de ataque verdadeiramente efetivo para a missão fim. E seríamos dos poucos com tal capacidade abaixo da linha do equador, quiçá, com a logística industrial e operacional bem resolvida. Afinal, os russos não se dariam o trabalho de apor uma base logística aqui de graça apenas para 12 unidades se não tivessem em mente expandir o mercado no país para seus helos além da Avex. Mas isso agora é apenas sonho de uma noite de verão que poderia ter tido melhor destino, penso eu.
Em termos de América Latina, os helos russos são operados há mais de 40 anos na região por vários países, dentre eles México, Peru e Colombia são os maiores e principais usuários. No Peru e Colombia hoje existem centros de manutenção autorizados da Rostec, o que a IAS no Brasil foi também autorizada a fazer, e até onde se sabe, em nível de check D nas células dos Mi-35 da FAB. Poucas empresas fora da Rússia, Bielorússia e Ucrânia são capazes de elaborar tal nível de trabalho neste tipo de helo.
A compra de apenas 12 células foi a meu ver um limitador bem grande do negócio para se exigir qualquer coisa em termos contratuais, e mesmo que se tenha problemas, como de fato houveram na operação e manutenção destas células na FAB, é praticamente inviável esperar maior colaboração quando não se tem em mãos uma relação propriamente longeva e de interesse recíproco como foi o caso destes helos. Uma compra\venda meramente burocrática de ambas as partes, sem maiores ambições.
Me parece que, sendo verdade que o EB á época teria escolhido o Mi-28 para ser operado pela Avex, antes do governo entrar na conversa de HX-BR, e ao invés disso, recebemos os Mi-35, por questões que fogem à capacidade decisória do comando da força, talvez não tivéssemos tantos problemas com operação e manutenção de helos russos, tendo em vista que seria um negócio governo a governo dentro de especificações bem mais definidas e claras.
Não lembro agora porque foi que deixaram o Mi-28 de lado e quiseram empurrar os Mi-35, que mesmo não sendo o helo desejado, daria aos militares do EB a experiência e a capacidade necessárias para progredir além deles no futuro a médio e longo prazo, podendo mesmo optar por helos ocidentais, e até mesmo pelos Mi-28 escolhidos em versões modernizadas como a NM, fosse o caso.
Enfim, é difícil dizer hoje que os Mi-35 foram uma péssima compra tendo em vista apenas os helos em si, e as dificuldades do pós-venda russo à época. Tanto que uma empresa brasileira foi treinada para ser um centro de apoio daqueles helos na FAB em nível bem mais profundo do que se esperaria dos russos para o mercado sul americano, visando uma futura ampliação dos negócios em helos tanto civis quanto militares e, quiçá, outros modelos no mercado sul americano. Algo que obviamente foi defenestrado pela retirada incondicional dos mesmos sem maiores explicações pelo comando da FAB.
Hoje no Brasil, enquanto público civil leigo, não temos como saber se helos russos poderiam ou não operar aqui em todo o território nacional sem maiores problemas, e apresentando uma operacionalidade aceitável para os padrões OTAN que vige nas ffaa's, simplesmente porque a experiência de menos de 10 anos com os Mi-35 não são, a meu ver, suficientes para determinar sua validade ou não. Nossos vizinhos operam helos russos de diversos tipos há décadas, e nunca se ouviu dizer de público que os governos destes países e\ou suas ffaa's se opuseram a operar e manter tais helos apenas em função de sua procedência ou questões limitantes de apoio pós venda russo.
Ao contrário do que se prega em terras tupiniquins e a propaganda pró ocidental quer fazer crer, o que nos chega aqui da vizinhança é que são material extremamente robusto, confiáveis e que ao contrário de vários modelos ocidentais similares operando na região, tem uma disponibilidade maior e melhor, com menores custos de manutenção e operação. Se verdade ou não, ficamos a dever pela fiabilidade das inúmeras fontes, oficiais e não oficiais, que fazem chegar estas informações.
Enfim, eu particularmente gostaria muito de ver a Avex, por exemplo, equipada com 12 Mi-28. Talvez hoje eles fossem até bem mais que 12 unidades, quem sabe. Mas fato é que teríamos um helo de ataque verdadeiramente efetivo para a missão fim. E seríamos dos poucos com tal capacidade abaixo da linha do equador, quiçá, com a logística industrial e operacional bem resolvida. Afinal, os russos não se dariam o trabalho de apor uma base logística aqui de graça apenas para 12 unidades se não tivessem em mente expandir o mercado no país para seus helos além da Avex. Mas isso agora é apenas sonho de uma noite de verão que poderia ter tido melhor destino, penso eu.
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
Peru e Colômbia já estão sofrendo com a falta de peças devido à guerra ! O Exército colombiano já aterrou a maior parte de sua frota de Mil Mi 17 , sendo que só tem 9 operacionais com a possibilidade de diminuir , além disso a Colômbia vai antecipar a aposentadoria devido a não ter confiança nos russos para abastecer tais unidades
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Re: Rostec - Helicópteros Russos
O problema nunca foi de falta de confiança, mas as sanções que tem dificultado, e muito, a venda de peças e suprimentos para estes helicopteros, já que os governos não querem arrumar uma briga gratuita com USA e UE por causa destes helos.
No caso peruano eles tem conseguido sanar boa parte dos problemas até mesmo fabricando localmente peças mais simples, e usando nos seus helos. Ambos países tem oficinas que fazem a manutenção dos helos, mas tem limitações claras.
Ademais, os russos estão enrolados demais em fornecer insumos para a frota local em virtude das demandas da guerra. E o mercado externo tem pago o preço pelos demandos e loucuras de Vladimir Putin no poder.
No caso peruano eles tem conseguido sanar boa parte dos problemas até mesmo fabricando localmente peças mais simples, e usando nos seus helos. Ambos países tem oficinas que fazem a manutenção dos helos, mas tem limitações claras.
Ademais, os russos estão enrolados demais em fornecer insumos para a frota local em virtude das demandas da guerra. E o mercado externo tem pago o preço pelos demandos e loucuras de Vladimir Putin no poder.
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