Guerra na Selva
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Re: Guerra na Selva
O CIGS é um centro e existem vários níveis de curso. O curso básico é pra todo mundo, incluindo recruta de SMO, e não lá grande coisa (assim como o próprio SMO). Os cursos mais avançados do CIGS são reservados apenas aos sargentos e oficiais, pois o exército é mais uma repartição pública do que um exército de verdade, e por isso tudo é focado nos oficiais (com os sargentos ocasionalmente ganhando alguma coisa).
Dito isto, mesmo o curso mais avançado é passado por militares nacionais e estrangeiros há anos, com muita gente reprovando pois - e isso precisa ficar muito claro pra vocês - qualquer curso pode ser tornado insuportável se os instrutores assim o quiserem. No caso do CIGS, é meramente pra gerar número e propaganda. "Olhem só, olhem só como é difícil". O curso paraquedista, uma goiaba que qualquer um tem condições de passar, tem "reprovação" arbitrária pra fazer número e pagar embuste. E isso não quer dizer absolutamente nada. O pessoal do EB acha que se quase ninguém tiver o brevê, isso quer dizer que o curso é "super-duper difícil e foden-house"; o que é uma tolice tanto prática, quanto estatística - mas é feito assim, e com o dinheiro do pagador de impostos.
Dito isto, mesmo o curso mais avançado é passado por militares nacionais e estrangeiros há anos, com muita gente reprovando pois - e isso precisa ficar muito claro pra vocês - qualquer curso pode ser tornado insuportável se os instrutores assim o quiserem. No caso do CIGS, é meramente pra gerar número e propaganda. "Olhem só, olhem só como é difícil". O curso paraquedista, uma goiaba que qualquer um tem condições de passar, tem "reprovação" arbitrária pra fazer número e pagar embuste. E isso não quer dizer absolutamente nada. O pessoal do EB acha que se quase ninguém tiver o brevê, isso quer dizer que o curso é "super-duper difícil e foden-house"; o que é uma tolice tanto prática, quanto estatística - mas é feito assim, e com o dinheiro do pagador de impostos.
- FCarvalho
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Re: Guerra na Selva
E nisso, muita gente que poderia estar sendo bem aproveitada em OM especializadas e depois disseminando o conhecimento pelo EB, fica ao largo da profissão, e não raras vezes se esvai das fileiras do exército em busca de melhores oportunidades de crescimento profissional.
Não se como é no comdo de operações especiais, mas a maioria dos cursos de formação do EB teria condições de formar muito mais gente do que sempre se formou em média se os critérios fossem mais técnicos e impessoais.
Tem gente que faz curso só para ter o brevê, mas qualificação que é bom, nada.
Não estou dizendo que todos os cursos são iguais, mas diante do "excesso de meritocracia" e da falta de critérios objetivos e claros durante as avaliações destes, muita gente boa se perde pelo caminho. E isso para um exército que tem uma necessidade cada vez maior de pessoal especializado e em constante formação continuada soa até contraditório.
abs
Não se como é no comdo de operações especiais, mas a maioria dos cursos de formação do EB teria condições de formar muito mais gente do que sempre se formou em média se os critérios fossem mais técnicos e impessoais.
Tem gente que faz curso só para ter o brevê, mas qualificação que é bom, nada.
Não estou dizendo que todos os cursos são iguais, mas diante do "excesso de meritocracia" e da falta de critérios objetivos e claros durante as avaliações destes, muita gente boa se perde pelo caminho. E isso para um exército que tem uma necessidade cada vez maior de pessoal especializado e em constante formação continuada soa até contraditório.
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Re: Guerra na Selva
Isto talvez só mude quando e se um dia a tropa como um todo for profissionalizada. E tivermos mais missões reais do que a aceitável para a burrocracia castrense, impondo um exército mais operacional do que funcional.FilipeREP escreveu: ↑Qui Nov 28, 2019 4:30 pm O CIGS é um centro e existem vários níveis de curso. O curso básico é pra todo mundo, incluindo recruta de SMO, e não lá grande coisa (assim como o próprio SMO). Os cursos mais avançados do CIGS são reservados apenas aos sargentos e oficiais, pois o exército é mais uma repartição pública do que um exército de verdade, e por isso tudo é focado nos oficiais (com os sargentos ocasionalmente ganhando alguma coisa).
As missões da ONU tem providenciado uma geração que pensa mais naquilo do que nisto, mas em comparação com a imensa maioria que ainda fica por aqui e prefere estar atrás de mesas ao invés de campo, vamos demorar muito para dispor de um exército no século XXI diferente daquele do 1942.
abs
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Re: Guerra na Selva
Aí não é sequer uma questão de esperar sentado, mas de esperar deitado e enrolado.
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Re: Guerra na Selva
Bem, no que dependesse de mim, com cerca de 85 batalhões de infantaria, fosse eu o MD, enviava no mínimo metade desses para cá, e serem baseados ao longo dos 10 mil kms de fronteira que temos aqui no norte.
Operacionalidade e necessidade de tropas mais profissionais com certeza é que não se teria falta.
É só olhar a cota de incorporação de cabos e soldados nos BIS que também servem de cmdo de fronteira ou estão na fronteira.
abs
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Re: Guerra na Selva
O CIGS oferece atualmente dois tipos de categorias de cursos (COS "B" e "C"), realizados durante o ano de instrução com variações no efetivo e quantidade de cursos oferecidos de acordo com as necessidades do Comando Militar da Amazônia. Os tipos existentes/que já existiram são:
- COS Categoria “A” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para oficiais superiores do Comando Militar da Amazônia (CMA) e oficiais superiores designados para a função de comando de Organização Militar na área do CMA.
- COS Categoria “B” - Duração de dez semanas; voltado para capitães e tenentes das Armas/Quadros/Serviços do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
- COS Categoria “C” - Duração de dez semanas; para segundos e terceiros sargentos das Armas/Quadros/Serviços, exceto o Serviço de Saúde, do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
Houve uma reestruturação dos cursos oferecidos sendo suprimidos alguns e os candidatos distribuidos nos cursos já citados anteriormente:
- COS Categoria “D” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para subtenentes e primeiro sargentos das Armas/Quadros/Serviços, exceto o Serviço de Saúde, do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
- COS Categoria “E” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para oficiais do Serviço de Saúde do Comando Militar da Amazônia, da Marinha e da Força Aérea.
- COS Categoria “F” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para subtenentes e sargentos do Serviço de Saúde do Comando Militar da Amazônia, da Marinha e da Força Aérea.
- COS Categoria “G” - Duração de dez semanas; voltado para cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras das Armas/Quadros/Serviços.
Os estágios oferecidos pelo CIGS destinam-se a:
- Estágio de Vida na Selva e Operações - Militares do Exército, demais Forças Armadas e instituições policiais;
- Estágio de Vida na Selva - Órgãos civis cujos conhecimentos básicos de vida na selva são imprescindíveis para o desenvolvimento de suas atividades (INPA, Petrobras, IBAMA, Universidade Federal do Amazonas, entre outros).
Recentemente, o CIGS também tem realizado estágios no exterior por solicitação de nações amigas. Foram realizados estágios no Senegal e na República Popular da China, sendo deslocada uma equipe de instrução para aqueles países.
Para executar as atividades de instrução, o CIGS conta com as seguintes Bases de Instrução (BI):
- BI 1 – Marechal Rondon
- BI 2 – Plácido de Castro
- BI 3 – Lobo D’Almada
- BI 4 – Pedro Teixeira
- BI 5 – Ajuricaba
- BI 6 – Felipe Camarão
- BI 7 – Jatuarana
A missão de realizar pesquisas e experimentação doutrinária sobre material de emprego militar e outras áreas de interesse é desempenhada pela Divisão de Doutrina e Pesquisa (DDP) do CIGS. Isso já resultou em diversas modificações no Exército Brasileiro, como a atual camuflagem padrão, que foi desenvolvida pelo CIGS, visando o ambiente de selva. Uma das atribuições da DDP é avaliar e sugerir aperfeiçoamento de armamento para emprego em operações na selva.
O lema dos militares do CIGS é o que “a selva não pertence ao mais forte, mas ao sóbrio, habilidoso e resistente”, assim, o CIGS tem sido nos últimos anos um dos mais importantes atores no desenvolvimento da chamada “Estratégia de Resistência” do Exército Brasileiro, para a eventualidade de um confronto militar entre nossas forças e a forças com poderio militar superior.
Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados ou aperfeiçoados pelo EB nos últimos anos para o emprego em operações em ambiente operacional de selva. Muitos são aprovados e muitos são recusados. A constatação de que receptores GPS não funcionam adequadamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Nesta situação o militar com o receptor é obrigado a se deslocar até uma clareira ou até a margem de um rio para usar o equipamento. No dia a dia das operações na selva, o que se usa são as tradicionais cartas e bússolas. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia.
No que se refere ao armamento individual do combatente de selva, o EB tem ao mesmo tempo o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o norte-americano Colt M16A2, ambos no calibre 5,56 mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62 mm. O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Pára-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas paraquedistas brasileiras e outras unidades. O Pára-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56 mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate em selva devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. Isso acaba retirando do projétil muita energia e, consequentemente, o poder de parada (stopping power).
Uma das preocupações do CIGS era resolver a questão do transporte de armas, munição, água, rações e outros equipamentos por frações de tropa empenhadas na guerra de selva. Assim, na busca de um meio de transporte eficiente e de baixo custo para o ressuprimento nas operações na selva, tentou-se a utilização de animais de carga ou que pudessem ser adestrados para esse fim. Durante o Comando do Cel Gélio Fregapani, foi testada a utilização de uma anta, criada desde cedo no zoológico do Centro; a experiência infelizmente não obteve sucesso, já que o animal selvagem jamais aceitou transportar qualquer carga em suas costas.
Outra tentativa, também frustrada, mas que começou a demonstrar a validade do conceito da utilização de animais, foi executada a partir de 1983 com a utilização de muares. Estes, apesar de historicamente já haverem sido bastante utilizados, não só pela população civil como em operações militares, infelizmente não se adaptaram à Amazônia, sendo que o principal problema verificado foi de natureza veterinária. O animal teve sérios problemas com apodrecimento de cascos e doenças de natureza epidérmica.
Com a continuidade dos estudos chegou-se finalmente ao búfalo, pelo menos quatro raças do animal já são criadas com sucesso na Amazônia, rústico e com diversas características que foram ao encontro das necessidades militares para o emprego de animais.
O chamado Projeto Búfalo nasceu em 2000, e tem demonstrado ser uma das soluções para as necessidades das tropas de selva brasileiras, devido à resistência do animal, sua adaptação ao ambiente e, principalmente, à sua capacidade de transportar cerca de 400 kg de carga atrelada ao corpo ou até três vezes esse número quando tracionando carroças.
- COS Categoria “A” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para oficiais superiores do Comando Militar da Amazônia (CMA) e oficiais superiores designados para a função de comando de Organização Militar na área do CMA.
- COS Categoria “B” - Duração de dez semanas; voltado para capitães e tenentes das Armas/Quadros/Serviços do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
- COS Categoria “C” - Duração de dez semanas; para segundos e terceiros sargentos das Armas/Quadros/Serviços, exceto o Serviço de Saúde, do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
Houve uma reestruturação dos cursos oferecidos sendo suprimidos alguns e os candidatos distribuidos nos cursos já citados anteriormente:
- COS Categoria “D” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para subtenentes e primeiro sargentos das Armas/Quadros/Serviços, exceto o Serviço de Saúde, do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
- COS Categoria “E” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para oficiais do Serviço de Saúde do Comando Militar da Amazônia, da Marinha e da Força Aérea.
- COS Categoria “F” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para subtenentes e sargentos do Serviço de Saúde do Comando Militar da Amazônia, da Marinha e da Força Aérea.
- COS Categoria “G” - Duração de dez semanas; voltado para cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras das Armas/Quadros/Serviços.
Os estágios oferecidos pelo CIGS destinam-se a:
- Estágio de Vida na Selva e Operações - Militares do Exército, demais Forças Armadas e instituições policiais;
- Estágio de Vida na Selva - Órgãos civis cujos conhecimentos básicos de vida na selva são imprescindíveis para o desenvolvimento de suas atividades (INPA, Petrobras, IBAMA, Universidade Federal do Amazonas, entre outros).
Recentemente, o CIGS também tem realizado estágios no exterior por solicitação de nações amigas. Foram realizados estágios no Senegal e na República Popular da China, sendo deslocada uma equipe de instrução para aqueles países.
Para executar as atividades de instrução, o CIGS conta com as seguintes Bases de Instrução (BI):
- BI 1 – Marechal Rondon
- BI 2 – Plácido de Castro
- BI 3 – Lobo D’Almada
- BI 4 – Pedro Teixeira
- BI 5 – Ajuricaba
- BI 6 – Felipe Camarão
- BI 7 – Jatuarana
A missão de realizar pesquisas e experimentação doutrinária sobre material de emprego militar e outras áreas de interesse é desempenhada pela Divisão de Doutrina e Pesquisa (DDP) do CIGS. Isso já resultou em diversas modificações no Exército Brasileiro, como a atual camuflagem padrão, que foi desenvolvida pelo CIGS, visando o ambiente de selva. Uma das atribuições da DDP é avaliar e sugerir aperfeiçoamento de armamento para emprego em operações na selva.
O lema dos militares do CIGS é o que “a selva não pertence ao mais forte, mas ao sóbrio, habilidoso e resistente”, assim, o CIGS tem sido nos últimos anos um dos mais importantes atores no desenvolvimento da chamada “Estratégia de Resistência” do Exército Brasileiro, para a eventualidade de um confronto militar entre nossas forças e a forças com poderio militar superior.
Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados ou aperfeiçoados pelo EB nos últimos anos para o emprego em operações em ambiente operacional de selva. Muitos são aprovados e muitos são recusados. A constatação de que receptores GPS não funcionam adequadamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Nesta situação o militar com o receptor é obrigado a se deslocar até uma clareira ou até a margem de um rio para usar o equipamento. No dia a dia das operações na selva, o que se usa são as tradicionais cartas e bússolas. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia.
No que se refere ao armamento individual do combatente de selva, o EB tem ao mesmo tempo o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o norte-americano Colt M16A2, ambos no calibre 5,56 mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62 mm. O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Pára-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas paraquedistas brasileiras e outras unidades. O Pára-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56 mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate em selva devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. Isso acaba retirando do projétil muita energia e, consequentemente, o poder de parada (stopping power).
Uma das preocupações do CIGS era resolver a questão do transporte de armas, munição, água, rações e outros equipamentos por frações de tropa empenhadas na guerra de selva. Assim, na busca de um meio de transporte eficiente e de baixo custo para o ressuprimento nas operações na selva, tentou-se a utilização de animais de carga ou que pudessem ser adestrados para esse fim. Durante o Comando do Cel Gélio Fregapani, foi testada a utilização de uma anta, criada desde cedo no zoológico do Centro; a experiência infelizmente não obteve sucesso, já que o animal selvagem jamais aceitou transportar qualquer carga em suas costas.
Outra tentativa, também frustrada, mas que começou a demonstrar a validade do conceito da utilização de animais, foi executada a partir de 1983 com a utilização de muares. Estes, apesar de historicamente já haverem sido bastante utilizados, não só pela população civil como em operações militares, infelizmente não se adaptaram à Amazônia, sendo que o principal problema verificado foi de natureza veterinária. O animal teve sérios problemas com apodrecimento de cascos e doenças de natureza epidérmica.
Com a continuidade dos estudos chegou-se finalmente ao búfalo, pelo menos quatro raças do animal já são criadas com sucesso na Amazônia, rústico e com diversas características que foram ao encontro das necessidades militares para o emprego de animais.
O chamado Projeto Búfalo nasceu em 2000, e tem demonstrado ser uma das soluções para as necessidades das tropas de selva brasileiras, devido à resistência do animal, sua adaptação ao ambiente e, principalmente, à sua capacidade de transportar cerca de 400 kg de carga atrelada ao corpo ou até três vezes esse número quando tracionando carroças.
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Re: Guerra na Selva
Junior Leadership Cadre (JLC) dos Gurkhas
É requerimento para se tornar lance-corporal no Regimento Gurkha do Exército Britânico.
O objetivo do curso é treinar, identificar e selecionar quem têm potencial hoje ou no futuro para liderar frações seja em treinamento ou operações.
É requerimento para se tornar lance-corporal no Regimento Gurkha do Exército Britânico.
O objetivo do curso é treinar, identificar e selecionar quem têm potencial hoje ou no futuro para liderar frações seja em treinamento ou operações.
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Re: Guerra na Selva
Alguém possui esse manual ou sabe onde baixar ou achar? Manual EB20-MC-10.210 – Combate de Resistência. Se sim, disponibilize aqui.
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Re: Guerra na Selva
dalton romao escreveu: ↑Sex Fev 21, 2020 2:44 pm Alguém possui esse manual ou sabe onde baixar ou achar? Manual EB20-MC-10.210 – Combate de Resistência. Se sim, disponibilize aqui.
Este material já esteve na web, hoje eu duvido que continue, por razões óbvias, mas achei outra coisa legal, orientações do CIGS sobre o Curso de Operações de Selva. Pensa num troço desgraçado de difícil, depois multiplica por mil e vais ter uma ideia do que escreveram aqui:
https://docplayer.com.br/11806190-Minis ... selva.html
PUTZ, nadar dois km com uniforme e boots mais um PARAFAL ou IA-2 e mochila ainda por cima? PQP!!!
https://docplayer.com.br/11806190-Minis ... selva.html
PUTZ, nadar dois km com uniforme e boots mais um PARAFAL ou IA-2 e mochila ainda por cima? PQP!!!
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Guerra na Selva
Pois é, Tulio, o combate de resistência ainda é assunto pouco conhecido até mesmo no Exército, acredito eu. No meu entender seria uma coisa pra ser mais discutida e treinada por todas as forças ( Exército, Marinha e Força Aérea) já que possivelmente o único cenário que pode vir a acontecer é a Amazônia como zona de conflito
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Re: Guerra na Selva
A mochila é o que salva a coisa, já que a mesma flutua e ajuda o militar, dito isto... são 2km!!!Túlio escreveu: ↑Sex Fev 21, 2020 11:25 pmdalton romao escreveu: ↑Sex Fev 21, 2020 2:44 pm Alguém possui esse manual ou sabe onde baixar ou achar? Manual EB20-MC-10.210 – Combate de Resistência. Se sim, disponibilize aqui.Este material já esteve na web, hoje eu duvido que continue, por razões óbvias, mas achei outra coisa legal, orientações do CIGS sobre o Curso de Operações de Selva. Pensa num troço desgraçado de difícil, depois multiplica por mil e vais ter uma ideia do que escreveram aqui:
https://docplayer.com.br/11806190-Minis ... selva.html
PUTZ, nadar dois km com uniforme e boots mais um PARAFAL ou IA-2 e mochila ainda por cima? PQP!!!
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Re: Guerra na Selva
dalton romao escreveu: ↑Sex Fev 21, 2020 11:46 pm Pois é, Tulio, o combate de resistência ainda é assunto pouco conhecido até mesmo no Exército, acredito eu.
Não é não, no auge dos meus contatos (Portal Defesa - sempre que eu me apresentava os caras respondiam "ata, Defesa Brasil, né? ) pessoais e virtuais com gente desde Sd até Gen do EB, muitas vezes no interior de OMs, isso volta e meia era trazido à tona. Muita coisa me pediram para não comentar e mantenho assim até hoje, sem data para mudar de ideia (e sou muito menor que gente como o Padilha véio ou o Paulo Bastos; perguntes a eles se podem contar TUDO, mesmo em off, e vejas a resposta), mas posso afiançar que era assunto recorrente.
Mas, se aceitas uma opinião estritamente pessoal, diria que finalmente se puseram de acordo sobre a necessidade de fazer alterações, eis que é um Manual não só para o CIGS mas para todo o Exército Brasileiro. A guerra se mudou de mala e cuia para as cidades, isso é um FATO ATUAL e uma TENDÊNCIA praticamente irreversível, TODOS os exemplos modernos indicam a mesma coisa. Mesmo sem estar mais "no circo", posso garantir que tem muita gente com e sem estrela debatendo internamente, de maneira formal ou informal, o que está acontecendo na Síria, os comos, os ondes e os porquês. Não duvido nem por um segundo que uma nova versão apareça e dessa vez os espaços pouco habitados passem ao segundo plano, com os bastante habitados passando ao primeiro. Só uma opinião...
Mas, se aceitas uma opinião estritamente pessoal, diria que finalmente se puseram de acordo sobre a necessidade de fazer alterações, eis que é um Manual não só para o CIGS mas para todo o Exército Brasileiro. A guerra se mudou de mala e cuia para as cidades, isso é um FATO ATUAL e uma TENDÊNCIA praticamente irreversível, TODOS os exemplos modernos indicam a mesma coisa. Mesmo sem estar mais "no circo", posso garantir que tem muita gente com e sem estrela debatendo internamente, de maneira formal ou informal, o que está acontecendo na Síria, os comos, os ondes e os porquês. Não duvido nem por um segundo que uma nova versão apareça e dessa vez os espaços pouco habitados passem ao segundo plano, com os bastante habitados passando ao primeiro. Só uma opinião...
dalton romao escreveu: ↑Sex Fev 21, 2020 11:46 pm No meu entender seria uma coisa pra ser mais discutida e treinada por todas as forças ( Exército, Marinha e Força Aérea) já que possivelmente o único cenário que pode vir a acontecer é a Amazônia como zona de conflito
Aí é que está, este cada vez mais me parece um entendimento ERRADO! Recordo de uma vez, em um momento de charla descontraída no coffee-break de um dos muitos eventos do EB com a BID e Academia, estava um grupinho de Oficiais Superiores conversando e um deles (Cav), que me conhecia, fez sinal com a mão para eu chegar mais; se convidado, eu vou até o inferno, desde que tenha alguma coisa que me interesse lá. O assunto era algo relacionado ao emprego de Bld no Norte e já estava murchando mas o índio não tinha me chamado à toa, como falei já me conhecia e sabia do meu interesse na região, então me apresentou aos demais (e tive que ouvir de novo "ah, o DB" ), dae um TC me olhou e perguntou à queima-roupa "tá, qual a sua principal dúvida?" e, claro, como bom entusiasta perguntei o que o Exército podia, na prática, fazer para defender a Amazônia em caso de ataque por uma coalizão liderada pelos EUA. A resposta dele, já meio que rindo da minha cara, foi "mas QUAL Amazônia?" e, vendo que eu tinha me perdido, sem saber direito que terminologia usar, me deu uma explicação interessantíssima e que eu deveria saber, pois debatia o assunto aqui e em outros espaços fazia quase uma década: a BACIA AMAZÔNICA é quase do tamanho do Brasil e abrange uns sete ou oito Países além de nós: é atacar UM e os demais vão ficar todos de orelha em pé. Daí é aquilo, uma linha que nunca deveria ser cruzada o foi (uma palavra com carga tremendamente negativa chamada COLONIALISMO ou a versão atual, NEOCOLONIALISMO, se tornaria parte de todas as charlas do dia-a-dia, mesmo no chamado Primeiro Mundo, e o custo político tu podes bem imaginar qual seria) e isso se tornou irreversível, ou seja, todo mundo que tem alguma riqueza importante a proteger vai (até a Argentina, que nem tem Amazônia mas muitas riquezas naturais) atrás de algum tipo de WMD para se defender, porque levaria décadas para construir um poderio convencional capaz de encarar uma coalizão deste tipo. Tem mais coisa que eu estaria liberado para comentar (além de outras que já comentei e ninguém deu bola) mas este post está longo demais e creio já ter demonstrado meu ponto.
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