Responsável pelo Museu Nacional, UFRJ preferiu captar dinheiro para criar rádio
http://www.ilisp.org/noticias/responsav ... iar-radio/
Mais antigo do país, o Museu Nacional – que pegou fogo na madrugada do último domingo (02) – é subordinado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e vinha passando por cortes de orçamento para manutenção desde 2014, dois anos antes da “PEC do Teto”. E documentos da UFRJ mostram que a universidade tinha outras prioridades culturais.
Relatórios da Pró Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças da UFRJ obtidos pelo ILISP mostram que a universidade atuou para obter recursos extras por meio de emendas parlamentares, mas que a prioridade não era o Museu Nacional, mas criar a “Rádio UFRJ FM”. Para este fim foi obtido um total de R$ 2,24 milhões em dois anos (2016 e 2017), o suficiente para custear a manutenção do Museu Nacional, orçada em R$ 520 mil anuais, por pouco mais de quatro anos.
No evento “A Comunicação na UFRJ“, realizado em 2016, o superintendente de comunicação do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Fernando Salis, deixou claro que a Rádio UFRJ FM é a prioridade: foi tratada como “o principal projeto de comunicação pública do país”, com a pretensão de concorrer com as principais rádios privadas do Rio de Janeiro. Segundo Fernando, é necessário “radicalizar uma política de comunicação pública no país e a universidade pública é pioneira nisso”. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, é um dos fundadores do PSOL, enquanto o responsável pela pró-Reitoria de Finanças, Roberto Antônio Gambine Moreira, é militante do PCdoB.
Por outro lado, desde 2014 o Museu Nacional não vinha recebendo a totalidade da verba prevista para manutenção. O local apresentava sinais visíveis de má conservação, como pareces descascadas e fios elétricos expostos, há muito tempo: o então Secretário Estadual de Energia, Wagner Victer, chegou a alertar há 14 anos que o museu pegaria fogo: “O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, mal conservadas, alas com infiltrações, uma situação de total irresponsabilidade com o patrimônio histórico”.
O museu político da UFRJ
Brasil 03.09.18 12:33
Pertence à UFRJ o Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído no domingo pelas chamas.
A tragédia cultural voltou a chamar a atenção para o aparelhamento político-ideológico da universidade federal, cuja reitoria é composta pelo seguinte quadro de socialistas e comunistas:
Reitor: Roberto Leher – filiado ao PSOL;
Vice-reitora: Denise Fernandes Lopez – filiada ao PSOL;
Pró-reitor de graduação: Eduardo Gonçalves – filiado ao PCB;
Pró-Reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças: Roberto Antonio Gambine Moreira – filiado ao PCdoB;
Pró-Reitora de Extensão: Maria Mello de Malta – filiada ao PSOL;
Pró-Reitor de Pessoal: Agnaldo Fernandes – filiado ao PSOL.
Isso é que é reitoria com partido.
Não causa surpresa que o reitor socialista tenha culpado até os bombeiros.
“É óbvio que a forma de combate não guardou proporção com o tamanho do incêndio. Percebemos claramente que faltou logística e capacidade de infraestrutura do Corpo de Bombeiros que desse conta de um acontecimento tão devastador com foi esse”, disse Roberto Leher, segundo a Folha.
Gasto da UFRJ chega a R$ 2,5 bi por ano
https://ufrj.br/noticia/2017/12/14/cons ... -para-2018
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educaca ... nca-r-4384
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, filiado ao PSOL, diz que a redução das verbas para o Museu Nacional pelo governo federal estaria na raiz do incêndio ocorrido no domingo, 2, como se ele não fosse vinculado à instituição, que tem total autonomia administrativa e financeira para administrá-lo. Leher reclama também que os R$ 21,7 milhões destinados pelo BNDES ao museu só foram liberados neste ano. Além disso, “esquece” de dizer que a verba da UFRJ no orçamento federal equivale apenas a uma fração de seu gasto total.
Na verdade, a verba do BNDES para o Museu Nacional representa apenas 0,8% do gasto anual anual da UFRJ, de cerca de R$ 2,5 bilhões– R$ 1,2 bilhão para pagamento de professores e funcionários administrativos da ativa, R$ 900 milhões por ano para inativos e pensionistas e R$ 388 milhões de custeio em 2018, segundo dados da própria universidade e da Agência Brasil. Com tantos gastos “mais importantes” da UFRJ, não é de estranhar que esteja faltando dinheiro para o museu. / José Fucs
Pedido da UFRJ ao BNDES não previa sistema de combate a incêndio no Museu Nacional
Brasil 03.09.18 20:24
Por Claudio Dantas
Quando a reitoria da UFRJ pediu ao BNDES apoio financeiro para o Museu Nacional, em 2015, não previu a implantação efetiva de um sistema de combate a incêndio, apenas a elaboração dos projetos.
Segundo relatório interno obtido por O Antagonista, foi o comitê de patrimônio cultural do banco que identificou a falha e condicionou a liberação dos recursos à apresentação de um plano específico para evitar uma tragédia como a de ontem.
O pedido original contemplava: a) reforma do prédio da biblioteca, b) restauração artístico-arquitetônica do Palácio-sede – salas históricas; c) restauração do telhado do Torreão Sul; e d) elaboração dos projetos executivos de segurança contra incêndio e pânico.
Ou seja, o dinheiro seria apenas para a elaboração dos projetos.
A equipe técnica do BNDES considerou que os itens eram insuficientes para a resolução do problema e recomendou “o apoio a uma reestruturação mais abrangente do sistema elétrico, a transferência das coleções armazenadas em líquidos inflamáveis para fora do prédio histórico devido ao risco que representavam, além de prever recursos para a estruturação de um Fundo Patrimonial (endowment) em benefício do Museu Nacional, como forma de proporcionar recursos de longo prazo para sua manutenção”.
Recomendou-se também incluir como obrigação da UFRJ direcionar um orçamento anual de manutenção do Museu, após a conclusão das obras de restauro.
O licenciamento do Museu para a obtenção do dinheiro só foi obtido no segundo semestre de 2017. O empréstimo foi aprovado em dezembro e sua contratação efetiva – após a entrega da documentação exigida – foi realizada em 6 de junho de 2018.
A liberação estava prevista para depois do período eleitoral.
UFRJ não tinha contrato para manutenção elétrica do Museu Nacional
Brasil 03.09.18 21:34
Por Claudio Dantas
O Antagonista não encontrou na prestação de contas da UFRJ, dirigida pelo psolista Roberto Leher, sequer um contrato de manutenção predial ou elétrica do Museu Nacional.
Parece que o reitor priorizou os edifícios ligados à administração central da universidade, além da própria Reitoria.
O único contrato relacionado ao Museu Nacional, que pegou fogo ontem, foi para manutenção dos elevadores – firmado em 2016.
Como O Antagonista revelou mais cedo, o comando da UFRJ priorizou outros projetos.