Entrevista com o Comandante da Marinha do Brasil

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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VICTOR
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#16 Mensagem por VICTOR » Ter Dez 14, 2004 8:36 am

Exato, JLRC, quanto ao modo de lançamento do MiG-29, é exatamente o que eu iria dizer.

Quanto a mudar a catapulta, me parece um pouco complicado e caro, já que esta costuma fazer parte da estrutura do NAe, tendo-se que praticamente reconstruir o barco para colocar outra catapulta.

:arrow: Flankers - o Kuznetzov desloca 67.000 toneladas e leva pouco mais de um esquadrão de Flankers, o que é considerado por muitos um número demasiado pequeno de caças. O Flanker é muito grande, ainda mais se formos pensar que o São Paulo desloca 33.000 t apenas... Mesmo se der Su-35 na FAB um dia, parece-me ser pouco viável para a MB.




Carlos Eduardo

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#17 Mensagem por VICTOR » Ter Dez 14, 2004 8:41 am

FinkenHeinle escreveu:Simplesmente porque no cenário atual o São Paulo é nada mais do que um alvo gigantesco e caro!

Para operá-lo, a MB gasta pelo menos 2,5X o valor de compra dele por ano!

E ainda assim, ele é inútil! Agora, se a MB (e aí não é só culpa dela) tivesse um programa com recursos garantidos e continuados para tornar o A-12 numa verdadeira arma, aí sim. Mas, assim, ele serve apenas para gastar preciosos recursos que poderiam tornar nosso SNB uma realidade mais próxima!

Concordo. E tem-se a impressão de que a capacidade anti-submarina da MB está se deteriorando tanto, que a São Paulo é um General Belgrano com convés de vôo: grande e indefeso contra submarinos.




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Lauro Melo
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#18 Mensagem por Lauro Melo » Ter Dez 14, 2004 9:04 am

FinkenHeinle escreveu:
Lauro Melo escreveu:Fala pt,
Se a verba vier ( pelo memos em 2005 vem )
1 ) Instalação de devesa de ponto -
2 ) Instalação de devesa de médio alcance - Idem Niterói.
3 ) Modernização de 12 a 23 aeronaves - A-4.
4 ) Substituição dos atuais 13 ( treze ) SH-3 H por – 8 ( oito ) Merlin ou Cougar Naval.
Lembrando que o São Paulo chegou em meados de 2001 e a Marinha planeja que em 2007 ou 2008 ele esteja “concluído”. Com a competência que a MB ela vai conseguir.
Abraços,

Onde está citado isso, Lauro?!
Nunca vi ninguém da Marinha mencionar isso, embora seja de conhecimento geral que ela quer!
De qualquer forma, o Merlin está descartado, por seu altíssimo valor!
E, reitero, somente se efetivamente a MB tornar o São Paulo uma verdadeira arma é que ele poderá se justificar, o que infelizmente não vem ocorrendo!


A revista Tecnologia e defesa Nº 100, trouxe uma ótima entrevista com o diretor geral de material da marinha, mostrando o PRM 2004 a 2019, que retende fazer a Marinha.
Vou destacar os pontos principais, e acho que são ótimos pontos para debate aqui no DB.

1 ) NA São Paulo.
Modificação de sensores, implantação de sistema de defesa de ponto e outro de apoio à decisão. Entre outros.


2 ) Modfrag - Faltam 1 ano e meio para termino do projeto. As 6 ( seis ) fragatas deverão estar operacionais até 2019.

3 )Aquisição de 14 navios de escolta ( fragas e corvetas ), sendo 5 ( cinco ) construídas no Brasil e 9 ( nove ) adquiridas por compra de oportunidades.
Estas 14 ( quatorze ) novas aquisição vão substituir até 2019 as :
6 Fragatas Niterói.
4 Fragatas Greenhalgh
4 Corvetas Inhúma.

4 ) Fragasas Classe Greenhalgh, não há previsão de modernização.
A F-47 esta em serviço semi-ativo, devendo voltar a ativa de acordo com as verbas de 2005.

5 ) Fragatas Classe Greenhalgh - SUBSTITUIÇÃO DOS Exocet MM-38 por MM-40 BLOCK 2 .
Todas as 4 ( quatro ) fragatas terão seus Exocet MM-38, substituídos pelos MM-40.
A FRAGATA F-46, já teve seus Exocet substituídos.

5 ) Classe Barroso. Termino da Fabricação Dezembro de 2006, incorporação 2007/2008.

6 ) Submarino Classe Tikuna. Vai ser incorporado em Dezembro de 2005.

7 ) Modernização Classe Tupi. Já existe um cronograma de revitalização JÁ em andamento. Atrasos devidos a verbas.

8 ) Previsão de construção de mais 1 submarino classe Tikuna e de mais 5 ( cinco ) de classe mais moderna. Estes 5 ( cinco ), vão substituir aos poucos os Tupi. Sendo que estes 5, podem ser construídos em parceria ou através de compra de oportunidades.

9 ) Aeronaves de AWE – Previsão de aquisição de 3 ( três ) aeronaves a médio prazo.

10 ) Aeronaves de asas rotativas - anti-submarinos - SH-3. Em estados avançados e deverão ser adquiridos em 2005 / 2006, 12 aeronaves ou será efetuado a modernização dos atuais SH-3.


11 ) Substituição classe Pará - Ainda não há previsão.




Editado pela última vez por Lauro Melo em Ter Dez 14, 2004 10:01 am, em um total de 1 vez.
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#19 Mensagem por Lauro Melo » Ter Dez 14, 2004 9:09 am

Brasileiro escreveu:Discordo que o porta-aviões São Paulo é um imenso alvo e inútil.
É a mesma coisa que dizer que os R-99 da FAB são imensos e inúteis. Sim, realmente os dois são alvos imensos, mas do mesmo jeito que a FAB não tem nenhum avião que seja capaz de proteger o R-99 ou mesmo para fazer valer a sua detectação, a Marinha não tem todos os meios necessário para protege-lo ou operá-lo.
Devo lembrar que diferentemente da marinha Britânica, Americana ou Francesa, a Marinha Brasileira está em constante construção, ou seja, daqui 20 anos por exemplo teremos mais do que hoje, pois ela está em construção, ainda está para chegar a um patamar estacionário de crescimento.
Pra falar a verdade, o porta aviões São Paulo nunca operou em sua capacidade máxima no Brasil. Porquê? Resposta: Por que ela está em formação, seus pilotos estão em formação, possui um esquadrão de caça em formação, nossos pilotos estão pegando praticamente pela primeira vez em um avião próprio.
O que impede a Marinha de começar seus planos de ter um porta aviões com equipamentos total, com pilotos formados? Voce não quer comparar a nossa marinha com a dos Eua ou com a da França né?
Ainda temos que crescer, pois nosso porta aviões ainda nao esta formada, nossa marinha ainda nao esta formada.
A nossa marinha inteira é um imenso alvo. O Brasil é um imenso alvo.
Se pensarmos assim nunca iriamos querer crescer militarmente, pois se nos somos um imenso alvo. Pra que querer crescer militarmente, se somo apenas um alvo ? Pra que formar um esquadrão de caça?
abraços


Valeu Brasileiro.......... notáveis palavras - resumiu tudo muito bem, valeu........
Todos nos queremos que o Brasil de uma hora para outra vire a Inglaterra. Mas é difícil. E critícar a Marinha é muito fácil. Falar em reforma etc. Mas ninguém fala de como ela se sai bem, mesmo com as dificuldadades.
Mas fazer criticas e apontar erros ( ainda mais do lado de fora ) é mais fácil do que encontrar as soluções.
Abraços,




Editado pela última vez por Lauro Melo em Ter Dez 14, 2004 10:00 am, em um total de 2 vezes.
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#20 Mensagem por Lauro Melo » Ter Dez 14, 2004 9:15 am

FinkenHeinle escreveu:
pt escreveu:O Almirante não referiu em nenhum lugar a mais importante aquisição da marinha nos ultimos anos, que é o Porta-Aviões São Paulo e o seu grupo aéreo.

Simplesmente porque no cenário atual o São Paulo é nada mais do que um alvo gigantesco e caro!
Para operá-lo, a MB gasta pelo menos 2,5X o valor de compra dele por ano!
E ainda assim, ele é inútil! Agora, se a MB (e aí não é só culpa dela) tivesse um programa com recursos garantidos e continuados para tornar o A-12 numa verdadeira arma, aí sim. Mas, assim, ele serve apenas para gastar preciosos recursos que poderiam tornar nosso SNB uma realidade mais próxima!


Blz André,

Se analisarmos por este lado então na minha opinião o Kuznetzov e um alvo hiper gigantesco. Pois a Marinha Russa que esta sucateada e tem como teatro de operações a OTAN, EUA e JAPÃO.
O que o Kuznetzov pode fazer contra estes além de ser um gigantesco alvo.

André sobre o Merlin veja também a nova edição da Segurança e Defesa. Valeu.........

Abraços,




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