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Enviado: Sáb Dez 11, 2004 11:13 pm
por JLRC
alex escreveu:por não conhecer os objetivos e atribuições da Marinha Portuguesa.
Poderiam me dar alguns esclarecimentos sobre qual é a atribuição da MP na OTAN ....
Caro Alex
Obrigado pelas boas-vindas. Creia que é um verdadeiro prazer participar no vosso Forum.
Neste momento, falando unicamente da Marinha, esta participa com uma fragata Meko 200 da classe Vasco da Gama, na força naval permanente do Atlantico da OTAN, a STANAVFORLANT. Também participa, quando para tal é solicitada, na força naval do Mediterraneo, a STANAVFORMED. Por outro lado, há um Joint Command da OTAN em Oeiras, perto de Lisboa e Portugal contribui com a sua força naval, para a defesa do triangulo estratégico Continente, Açores, Madeira. Por outro lado, dentro das suas obrigações para com a União Europeia, Portugal, juntamente com a Espanha, França e Itália, participa com uma fragata na força naval europeia EUROMARFOR, a qual é uma força não permanente e que neste momento integra a Task Force 150 que se encontra no Golfo Pérsico (Portugal presentemente, não integra esta força, provavelmente por falta de unidades). Recentemente, Portugal aderiu também, juntamente com a Grécia, ao Battle Group de Fuzileiros Navais conjunto da Espanha e Itália. O Battle Group (cujo nome não me lembro) ficará formado pelos Fuzileiros Navais de Portugal, Espanha, Itália e Grécia e respectivos navios anfíbios de transporte. Por outro lado, a Marinha portuguesa (Armada portuguesa), participa em acções de apoio às ex-colónias, dando inclusivamente apoio à evacuação de populações, como na guerra civil que ocorreu à poucos anos na Guiné-Bissau. Como sabem, durante essa guerra cívil, a Guiné-Bissau foi ocupada por tropas do Senegal e da Gambia, com apoio da França (nossa suposta aliada), e só não foi anexada pelo Senegal, porque Portugal mandou uma divisão naval formada por uma fragata Meko, 2 corvetas e um navio de apoio, o Bérrio. Muita coisa se passou que ainda não veio a público. Portugal enviou também, aquando da independência de Timor-Leste, uma fragata Meko e uma companhia de fuzileiros para este território do Índico, sob o comando da ONU.
Portugal comprometeu-se também a fornecer às forças navais da UE, um submarino sempre que lhe for solicitado.
Devo acrescentar que Portugal tem de patrulhar e manter a soberania da maior ZEE da UE, preparando-se para a aumentar com a incorporação da Plataforma Continental.
Para ficar com uma ideia da nossa ZEE veja a imagem seguinte
Se me esqueci de alguma coisa, os colegas de Forum que completem.
Um abraço
Enviado: Dom Dez 12, 2004 8:58 am
por P44
A propósito das OHPs…
FFG-50 (USS TAYLOR)? EM LISBOA- 11/12/2004
Ontem passei pela ponte sobre o tejo e reparei que no cais de Alcantara se encontrava atracada uma OHP com o nº “50” pintado a branco na proa.
Também reparei que faltava o lançador de misseis AAW na proa.
Penso tratar-se da FFG-50, embora estivesse habituado a ver de há uns anos a esta parte todos os navios da US Navy com o nº identificativo em “low visibility scheme” e este era branco branquinho, tipo floco de neve.
Se algum colega português ler isto e tiver hipótese de ir dar uma espreitadela... 8)
Enviado: Seg Dez 13, 2004 8:32 am
por Rui Elias Maltez
JLRC:
As forças navais que foram para a Guiné em Junho de 98 destinaram-se a garantir a integridade da Guiné-Bissau.
Estabeleceram uma base recuada em Cabo Verde, e o resto da evacuação decorreu enquanto se tentava estabelecer um acordo provisório de cessar fogo entre os revoltosos e o regime de Nino Vieira.
Até se diz que o C-130 portugues que foi o primeiro avião a aterrar em Bissau após muitos meses de este estar encerrado, levava "umas prendas" para os rebeldes.
Chegaram lá depois do navio Sagres, da Marinha Mercante ter feito uma primeira evacuação, já que navegava perto aquando dos acontecimentos.
As forças que depois ocuparam a Guiné eram da ECOMOG, e eram basicamente da Guiné-Conacri e do Senegal.
Nesse periodo, a Gâmbia acabou por apoiar Portugal e os revoltosos da Guiné-Bissau (já que é um pequeno país de lingua inglesa e teme a sua anexação pelo Senegal.
A França nessa altura também fez deslocar para lá um NLP, mas a presença portuguesa acabou por fazer esse navio ir para parte mais discreta.
A presença da ECOMOG resultou do acordo de paz assinado a bordo da NRP Corte Real (que entretanto rendera a Vasco da Gama).
Mas a situação manteve-se "podre" até que os guineenses aborreceram-se com a crescente "mão" francesa no país, e acabaram or saquear instlalações francesas, nomeadamente o Centro Cultural, e o Nino acabou por se refugiar na nossa embaixada, de onde partiu para o exílio, exactamente em Portugal.
O que aconteceu na Guiné nesse periodo de 1998/99, e com a vitória das tropas de Mané a acabaram por representar uma vitória dos interesses portugueses na zona, e uma derrota da Guiné e do Senegal.
Em qualquer caso, as novas autoridades guineenses acordaram em serem mais discretas no apoio militar aos guerrilheiros de Casamansa.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 7:53 am
por P44
Bom, voltando ás OHP
coloquei um pedido de informações nos discussion boards americano e europeu do
http://www.warships1.com e recebi hj este mail, de um colega americano:
FFG-12 may(Im still looking for confirmation) still be in the US a Portuguese crew has been undergoing training since Jan 2004.
Portugal would like two more but I havent heard anything specific as of late.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 9:12 am
por Rui Elias Maltez
P-44:
Não entendi bem a última parte da mensagem.
Isso significa que para além da FFG 12, virão mais 2?
Não tenho qualquer informação sobre isso, mas se viesse, seria bom.
Ficaríamos com 6 fragatas, e se no futruro, ao NavPol, e aos 12 patrulhões oceânicos, se juntassem dois destroyeres, para além dos sub's ficariamos bem melhor.
No entanto, eu mantenho-me na minha:
Em vez de 2 sub's bem poderiamos ter tentado um LHD com uma guarnição de helis, e capacidade anfíbia para complementar o NavPol.
Mas é só a minha ideia de como poderiamos ter capacidade oceânica, e sem deixar de desrespeitar quem defende a manutenção da capacidade submarina e as suas virtualidades.
Em resumo:
Um NavPol, um LHD, 6 fragatas (3 meko 200 e 3 OHP), 2 destroyeres e 12 patrulhões.
Que tal?
Enviado: Ter Dez 14, 2004 9:26 am
por P44
Rui,
Realmente a mensagem não é muito explicita...terá a ver com o rumor da 3ª OHP?
As FFG-12 e FFG-14 estão confirmadas, se vier mais uma serão 3...o moço fala da FFG-12 e mais 2 =3 ...vou escrever de volta a perguntar, dp digo qq coisa...
Um NavPol, um LHD, 6 fragatas (3 meko 200 e 3 OHP), 2 destroyeres e 12 patrulhões.
Isso seria um espectáculo, mas sinceramente duvido...
Acho que em 2009 a MP deve ser
2 FFG (OHP) (+1?)
3 FF (VdG)
2 U209PN (+1?)
10 NPOs
1 NPL (?)
1 AO (Bérrio?)
Sabe de algo relativamente a uma eventual "substituição" do Bérrio?
Enviado: Ter Dez 14, 2004 9:34 am
por Rui Elias Maltez
Em concreto não, e embora o NRP Bérrio tenha sido um negócio de ocasião comprado à Inglaterra, julgo que um melhor reabastecedor de esquadra nos daria maiores capacidades para que agíssemos mais longe de Portugal, em qualquer missão.
Imagine uma missão com o NavPol, e dois escoltas.
O Bérrio daria para tudo?
Por mim manteriamos o Bério para o triângulo Portugal continental/Madeira/Açores, e arranjaríamos um segundo reabastecedor para outro tipo de missões.
Mas como em princípio o Bérrio virá a ser simplesmente substituido, já ouvi qualquer coisa sobre a aquisição de um novo reabastecedor.
Essa aquisição não está consignada na LPM, mas poderá vir a ser adquirido através das verbas normais atribuídas anualmente à Marinha, para equipamento.
Para quando não sei.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 9:41 am
por P44
Sim, penso que deveriamos ter (pelo menos )2 reabastecedores, um para operar junto com o NavPol e escoltas e outro para outras missões...
Já agora, o NavPol (que passaria a ser o navio "mais importante" da MP, digamos) seria escoltado apenas pelas OHP ou tb pelas VdG (ou misto?)
Enviado: Ter Dez 14, 2004 9:53 am
por Rui Elias Maltez
P-44:
Para responder, faria aqui falta o PapaTango ou o JLRC.
No entanto, depende do tipo de preparação que as Vasco da Gama e as OHP tenham.
Creio que para uma missão de risco, num teatro de conflito, o NavPol deveria ser acompanhado por uma fragata com capacidade de boa defesa anti-aérea, e outra com capacidade de luta anti-submarina.
Se o risco fosse muito elevado, até se poderia justificar o acompanhamento de um submarino.
Quanto a este último ponto, não sei se o próprio NavPol terá essa capacidade de detecção e defesa.
Se se destinar a uma missão humanitária, sem riscos militares, creio que bastaria uma escolta de uma fragata, ou mesmo de um ou dois NPO's, e se essa missão fosse longe, em África, por exemplo, já precisaríamos do Bérrio ou de um seu substituto.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 10:08 am
por P44
Ficaríamos com 6 fragatas, e se no futruro, ao NavPol, e aos 12 patrulhões oceânicos, se juntassem dois destroyeres, para além dos sub's ficariamos bem melhor.
No entanto, eu mantenho-me na minha:
Em vez de 2 sub's bem poderiamos ter tentado um LHD com uma guarnição de helis, e capacidade anfíbia para complementar o NavPol.
Rui,
Aqui acho que voltamos á história do Barracuda e do Eiseinhower...penso que os Subs fazem sempre falta (tinha-me esquecido de referir isto á bocado)
Já agora, não conseguiu "espreitar" a OHP que esteve em Lisboa no Fim de semana????
Enviado: Ter Dez 14, 2004 10:18 am
por Rui Elias Maltez
Não a vi, nem sabia que teriamos a visita de tão imponente vazo de guerra a fazer lembrar os couraçados da II GG tipo USS Missouri
Mas vi a OHP da Turquia que cá este há uns meses.
Não é por nada de especial, mas fiquei tão impressionado como se tivesse olhado para um cacilheiro pintado de cinzento
Enviado: Ter Dez 14, 2004 10:24 am
por P44
Pois...
A única coisa que me "impressionou" nas OHP (a única que vi de perto até hj foi a Reina sofia) é que são muito maiores do que parecem em fotos...tirando isso, têm a "elegância" de um caixote
são dos navios de guerra mais feios que já vi...bem sei que a função de um navio de guerra não é ser elegante...mas por exemplo os italianos conseguem construir navios bonitos, como as LUPO e as MAESTRALE...
Ai Pero Escobar, que pena nunca te ter visto ao vivo
Enviado: Ter Dez 14, 2004 11:43 am
por Rui Elias Maltez
P-44:
Sobre elegância e beleza, eu sei que as João Belo já não têm valor militar relevante para as nossas necessidades (se bem que eu acredito que pudessem ainda dar um jeitão às marinhas de Moçambique ou da Guiné-Bissau).
Mas quanto ao aspecto estético não me parecem feias.
E em termos de silhueta, até as nossas velhas corvetas são bonitas.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 12:56 pm
por P44
Aqui está uma bela foto da F 481 NRP Comandante Hermenegildo Capelo.
Está no site da Marinha
e a qualidade lá tá melhor
Eu até a imprimi em papel fotográfico e a emoldurei (sou maluco, prontos)
Sempre achei as JB bonitas, assim como as Pereira da Silva.
Enviado: Ter Dez 14, 2004 1:03 pm
por P44
Descobri esta foto "no baú"
foi scanner da Revista de Marinha
Datada de 1989 (exercicio Contex), 2 JB ainda com o Morteiro ASW e as 3 peças de 100mm, 2 Destroyeres Espanhois, já desaparecidos, o velhinho "São Gabriel", tb já desaparecido, e
2 fragatas NITEROI
Acho que foi tirada no Funchal.