1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#16 Mensagem por P44 » Ter Dez 20, 2011 1:24 pm

joao fernando escreveu:Amigos alem mar, seria dificil nos explicar de maneira didatica, o que foi Portugal no século 20? Pra mim essas guerras coloniais, são de conhecimento nulo...

em traços muito gerais:

1910- Instauração da República
1916- Portugal entra na I GM ao lado dos aliados
1926- Golpe de Estado e inicio da Ditadura
1932- Salazar presidente do conselho (1º Ministro), lider do governo do "Estado Novo", regime autoritário de cariz fascista
1961- Inicio da Guerra Colonial (Angola), perda da India
1964- Guerra Colonial estende-se a Moçambique
1970- Morte de Salazar, sucede-lhe Marcelo Caetano
1974 - Ao fim de 13 anos de Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné, o movimento dos capitães organiza a Revolução do 25 de Abril que leva á queda imediata do regime ditatorial
1974-1975- Periodo de grande instabilidade politica (PREC); Independência das colónias africanas
1986- Adesão á então CEE
2011- Bancarrota

sites relevantes
http://www.arqnet.pt/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Portugal
http://www2.crb.ucp.pt/Biblioteca/Bibli ... rtugal.htm

e muito mais , basta "googlar"




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#17 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Dez 20, 2011 1:51 pm

P44 escreveu:
joao fernando escreveu:Amigos alem mar, seria dificil nos explicar de maneira didatica, o que foi Portugal no século 20? Pra mim essas guerras coloniais, são de conhecimento nulo...

em traços muito gerais:

1910- Instauração da República
1916- Portugal entra na I GM ao lado dos aliados
1926- Golpe de Estado e inicio da Ditadura
1932- Salazar presidente do conselho (1º Ministro), lider do governo do "Estado Novo", regime autoritário de cariz fascista
1961- Inicio da Guerra Colonial (Angola), perda da India
1964- Guerra Colonial estende-se a Moçambique
1970- Morte de Salazar, sucede-lhe Marcelo Caetano
1974 - Ao fim de 13 anos de Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné, o movimento dos capitães organiza a Revolução do 25 de Abril que leva á queda imediata do regime ditatorial
1974-1975- Periodo de grande instabilidade politica (PREC); Independência das colónias africanas
1986- Adesão á então CEE
2011- Bancarrota

sites relevantes
http://www.arqnet.pt/
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e muito mais , basta "googlar"
Segundo o meu avô Socialista à antiga, o melhor PM que Portugal teve no século XX (só pecou por não ter tido mais garra nas suas reformas).




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#18 Mensagem por P44 » Ter Dez 20, 2011 1:52 pm

mau, então não era o salazar?????????




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#19 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Dez 20, 2011 2:00 pm

O meu avô tem a tendência a cuspir para o chão sempre que houve o nome da criatura. :lol:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#20 Mensagem por P44 » Ter Dez 20, 2011 2:06 pm

:lol:




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#21 Mensagem por joao fernando » Ter Dez 20, 2011 2:09 pm

Obrigado moçada

Começarei com "1974 - Ao fim de 13 anos de Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné, o movimento dos capitães organiza a Revolução do 25 de Abril que leva á queda imediata do regime ditatorial"

Tenho curiosidade sobre essas gueras na Africa...




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#22 Mensagem por J.Ricardo » Ter Dez 20, 2011 2:18 pm

Dificilmente um país com uma população do tamanho da portuguesa conseguiria manter tantas frentes de combate...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#23 Mensagem por gaia » Ter Dez 20, 2011 4:16 pm

cabeça de martelo escreveu:O meu avô tem a tendência a cuspir para o chão sempre que houve o nome da criatura. :lol:
A maioria da população com alguma idade , excluindo os comunistas tem uma grande adoração pelo Caetano.
Foi o P.M., mais popular da nossa história .
Há dias estava falar com um senhor socialista , e dizia que tinha muitas saudades de Caetano.

O país estava a ter um crescimento nunca visto, era um individuo incrivelmente inteligente ,e segundo se dizia em Coimbra , era capaz de ler um página de um livro , e pouco depois dizer textualmente tudo o que lá estava escrito , uma memória fotográfica especial.


Tinha um grande drama familiar , a mulher estava louca , e dirigia muitas vezes o país de sua casa , para estar o mais tempo possível com ela .

O antigo regime teve dois lideres especialmente bons , nada comparado, com os que seguiram depois 25A.




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#24 Mensagem por Túlio » Ter Dez 20, 2011 4:34 pm

Isso porque não elegeram o Pinto da Costa para Premier: ele subornaria todas as agências de rating e Portugal passaria a AAA em menos de seis meses...

Entrevistado pela Agência Lusa sobre o tema, cerca de um ano atrás, José Sócrates saiu-se com:

- Pá, estou a kgar-me para o Pinto da Costa!




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#25 Mensagem por gaia » Ter Dez 20, 2011 4:53 pm

J.Ricardo escreveu:Dificilmente um país com uma população do tamanho da portuguesa conseguiria manter tantas frentes de combate...
Nunca esquecer , que Portugal teve sempre uma grande tradição militar , foi um império militar , e poucas guerras perdeu, por isso foi último europeu.

O exército português , com a adesão á NATO , teve na década de 50, grandes reformas , e investimentos .

Só no fim dos anos 50, estava a preparar-se para uma guerra colonial , e os diversos militares portugueses , estiveram nos EUA, Argélia , etc .
Estudaram logística, e diversas guerras semelhantes , que iriam deparar em 60.
Quando começa a guerra colonial , poucos meses depois , os militares já tem manuais de combate , sobre equipamento inimigo, etc. Algo que os americanos só tiveram no meio da guerra do Vietname.
Um sistema de informações fabuloso, uma logística fantástica , a utilização muito inteligente dos helicópteros,em que os militares americanos não sabiam utilizar no Vitename .
Uma guerra em três frentes , e foi primeiro exército do mundo ,treinado para uma guerra de contra-subversão.
A situação na Guiné era complicada , devido às características do terreno, e com fronteiras muito próximas , e por vezes obrigava a fazer surtidas nos territórios vizinhos.
Em Angola , a partir de 1968, houve uma reviravolta na guerra , a estratégia do melhor general português do século XX http://www.operacional.pt/in-memorium-g ... rodrigues/ , em 1974 , a guerra estava ganha no território crucial da politica estratégica portuguesa .
Em Moçambique , a situação iria ter o desenvolvimento semelhante que teve em Angola .

Portugal perde a guerra na secretaria com o 25A , a data mais humilhante da nossa história , mas não no terreno , nessa época os americanos estavam a sair de Saigão apressadamente , as colónias estavam a crescer a um ritmo económico muito acelerado .

Agora já sabem do que se passa nesses territórios .

Na Guiné , uma plataforma do narcotráfico , em que segundo me foi dito há dois anos , no antigo hospital de Bissau , muitas vezes nem tem electricidade ,e as operações são feitas à luz de lanternas .
Moçambique , teve uma guerra civil muito complicada , mas só agora esta recuperar lentamente , mas é um países mais pobres do mundo, em que tem a segunda maior barragem de África ,Cahora Bassa , construída pelos portugueses, na década de 60 e 70.
Angola , já sabem que uma pequena minoria vive uma vida de super luxo , e o resto da população na miséria , e todo o sistema produtivo, agrícola, que existia no tempo colonial , desapareceu. Tudo é importado , até o café, em que na década de 60, foi o segundo maior exportador mundial .

A China está a espoliar África , com o pragmatismo da sua politica , e fomentando a corrupção.

Muitos pessoas que conheço que trabalham em Angola e Moçambique , não tem qualquer problema com as suas populações , pelo contrário , e muitos mais velhos tem saudades do período colonial. Os que vivem actualmente da corrupção é que não tem saudades . :mrgreen:




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#26 Mensagem por gaia » Ter Dez 20, 2011 4:59 pm

Túlio escreveu:Isso porque não elegeram o Pinto da Costa para Premier: ele subornaria todas as agências de rating e Portugal passaria a AAA em menos de seis meses...

Entrevistado pela Agência Lusa sobre o tema, cerca de um ano atrás, José Sócrates saiu-se com:

- Pá, estou a kgar-me para o Pinto da Costa!
O seu sobrinho foi meu colega no liceu .

É um bom presidente , mas mulheres são o seu ponto fraco . :mrgreen:

Mas sabe tratar dos problemas , e à sua maneira , Portugal teria Triple A , mandava os seus colaboradores a N Y , para "negociar". :mrgreen:




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#27 Mensagem por FoxTroop » Ter Dez 20, 2011 5:39 pm

gaia escreveu:
J.Ricardo escreveu:Dificilmente um país com uma população do tamanho da portuguesa conseguiria manter tantas frentes de combate...
Nunca esquecer , que Portugal teve sempre uma grande tradição militar , foi um império militar , e poucas guerras perdeu, por isso foi último europeu.

O exército português , com a adesão á NATO , teve na década de 50, grandes reformas , e investimentos .

Só no fim dos anos 50, estava a preparar-se para uma guerra colonial , e os diversos militares portugueses , estiveram nos EUA, Argélia , etc .
Estudaram logística, e diversas guerras semelhantes , que iriam deparar em 60.
Quando começa a guerra colonial , poucos meses depois , os militares já tem manuais de combate , sobre equipamento inimigo, etc. Algo que os americanos só tiveram no meio da guerra do Vietname.
Um sistema de informações fabuloso, uma logística fantástica , a utilização muito inteligente dos helicópteros,em que os militares americanos não sabiam utilizar no Vitename .
Uma guerra em três frentes , e foi primeiro exército do mundo ,treinado para uma guerra de contra-subversão.
A situação na Guiné era complicada , devido às características do terreno, e com fronteiras muito próximas , e por vezes obrigava a fazer surtidas nos territórios vizinhos.
Em Angola , a partir de 1968, houve uma reviravolta na guerra , a estratégia do melhor general português do século XX http://www.operacional.pt/in-memorium-g ... rodrigues/ , em 1974 , a guerra estava ganha no território crucial da politica estratégica portuguesa .
Em Moçambique , a situação iria ter o desenvolvimento semelhante que teve em Angola .

Portugal perde a guerra na secretaria com o 25A , a data mais humilhante da nossa história , mas não no terreno , nessa época os americanos estavam a sair de Saigão apressadamente , as colónias estavam a crescer a um ritmo económico muito acelerado .

Agora já sabem do que se passa nesses territórios .

Na Guiné , uma plataforma do narcotráfico , em que segundo me foi dito há dois anos , no antigo hospital de Bissau , muitas vezes nem tem electricidade ,e as operações são feitas à luz de lanternas .
Moçambique , teve uma guerra civil muito complicada , mas só agora esta recuperar lentamente , mas é um países mais pobres do mundo, em que tem a segunda maior barragem de África ,Cahora Bassa , construída pelos portugueses, na década de 60 e 70.
Angola , já sabem que uma pequena minoria vive uma vida de super luxo , e o resto da população na miséria , e todo o sistema produtivo, agrícola, que existia no tempo colonial , desapareceu. Tudo é importado , até o café, em que na década de 60, foi o segundo maior exportador mundial .

A China está a espoliar África , com o pragmatismo da sua politica , e fomentando a corrupção.

Muitos pessoas que conheço que trabalham em Angola e Moçambique , não tem qualquer problema com as suas populações , pelo contrário , e muitos mais velhos tem saudades do período colonial. Os que vivem actualmente da corrupção é que não tem saudades . :mrgreen:
Espantoso, espantoso, espantoso. Utilização inteligente dos helicópteros?!!! Onde?!!! Quando?!!! Sabias que boa parte dos mortos das NT foram devido a não haver evacuação porque, segundo o tal "maior do Sec XX" era preferível perder um homem a perder material e os helis , muito contra a vontade dos pilotos, muitas vezes não eram autorizados a ir buscar os feridos, especialmente a partir das 4 da tarde?!!! Ao contrário dos americanos, esses sim, utilizaram bem os helis e nunca tiveram, nem têm, problemas em empregar o material que for necessário para salvar um homem.

Logística fantástica?!!! Tirando os comandos de sector, mesmo em unidades em zonas relativamente calmas a fominha era muita. Muitas unidades era obrigadas a recorrer a caçadas para suprimir as necessidades de alimentação da tropa. Sabes ao menos do que falas?!!!!

Tirando Angola, onde a situação estava controlada, mais devido ao facto de os movimentos terroristas andarem ocupados a matar-se, que a lutar contra os portugueses e ter havido um excelente general que aproveitou de forma genial isso, na Guiné a situação era desesperada e Marcelo já tinha pedido apoio da US Navy ao Nixon, para tirar de lá a nossa malta em caso de colapso do nosso dispositivo militar e se tivesses lido e estudado um pouco o que o Spínola escreveu sobre o TO, não mandavas alavres desses. Em Moçambique a guerra estava a correr tão bem que em inícios de 72 estava confinada ao norte de Cabo Delgado e em inícios de 74 estava a chegar à Beira (muito por culpa de um verdadeiro incompetente que respondia pelo nome de Kaúlza de Arriaga). Pega lá num mapa, mede a distância de Mueda à Beira e vê lá o "avanço vitorioso" das NT :evil:

14 anos, 14 anos, foi o tempo que um pequeno Povo, de gigante coragem e coração sem fim, comprou com o sangue dos seus jovens, para que um regime caduco arranjasse uma solução politica. Solução essa que foi procurada pelos movimentos terroristas, com contrapartidas que garantiam benesses para Portugal e para os seus cidadãos entretanto radicados nos territórios ultramarinos. Tudo jogou ao lixo, os interesses de Portugal e os interesses e bem estar do Portugueses e o resultado é o que se sabe. :evil: :evil:




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#28 Mensagem por Túlio » Ter Dez 20, 2011 6:04 pm

FoxTroop escreveu:
Espantoso, espantoso, espantoso. Utilização inteligente dos helicópteros?!!! Onde?!!! Quando?!!! Sabias que boa parte dos mortos das NT foram devido a não haver evacuação porque, segundo o tal "maior do Sec XX" era preferível perder um homem a perder material

INACREDITÁVEL: até nisso somos iguais??? :shock: :shock: :shock: :shock:

Estou tentando fazer andar um tópico sobre assuntos assim - o desvalor que o homem de farda tem para o EB - nas "Terrestres" e tá brabo; mesmo nós, os supostos 'que sabem mais' em Defesa preferimos falar de...equipamentos, pouco importa que estes mesmos equipamentos de nada valham sem HOMENS à sua altura para operá-los...




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#29 Mensagem por P44 » Ter Dez 20, 2011 7:01 pm

Voltando á questão da India, e pondo de lado as teorias delirantes dos saudosistas, o Costa Gomes, que foi ao território avaliar do estado das tropas portuguesas, afirmou que na India Portuguesa tanto fazia estarem 5000 soldados ou o Exército Português inteiro, se a India invadisse, numa questão de horas estava tudo acabado.
O equipamento dos 3500 soldados que lá estavam era anedótico, espingardas da I GM, algumas auto-metralhadoras e antiaéreas obsoletas para as quais não havia munições...avioes nem um e a Marinha tinha o velho aviso "Afonso de Albuquerque" e 2 lanchas de fiscalização, a "Vega" e a "Sirius".

Salazar, esse lunático, ordenou o suicidio das tropas portuguesas. Felizmente, o General Vassalo e Silva, governador do território, evitou não só o massacre como a destruição do território e seu património histórico , caso os indianos tivessem avançado para o bombardeamento.




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Re: 1961-2011: 50 anos da queda da Índia Portuguesa

#30 Mensagem por P44 » Ter Dez 20, 2011 7:20 pm

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VASSALO E SILVA - prisioneiro do ditador -
Sexta, 15 Agosto 2008 00:00

Na senda de pensamento sobre a intenção de homenagem ao ditador na que se deseja continuar a ser a sossegada freguesia de Vimieiro, é mais que actual e pertinente sublinhar a intervenção há cerca de um mês, em programa específico da RTP “GOA - o último adeus”, por parte do deputado do CDS, Narana Coissoró.

Em detalhada análise aos últimos tempos de Portugal na Índia, debruça-se aquele deputado sobre as atribulações de que foi vítima, por parte de Salazar, Manuel António Vassalo e Silva, oficial-general, arma de Engenharia, comandante geral das Forças Expedicionárias no Extremo Oriente após a 2.ª Grande Guerra, e último governador-geral de Goa, Damão e Diu.

Enquanto vagas sucessivas de dezenas de milhar de sathiagris avançavam ameaçadoramente sobre as nossas escassas tropas, Salazar, peremptório e fanático, dava ordens determinantes para que nem um só soldado se rendesse, o que seria na sua vesga e cristalizada visão, traição à Pátria a sancionar sem recurso possível.

Vassalo e Silva, ante a eminente chacina dos três mil militares por si comandados, desobedece às ordens do velho caduco e aceita a rendição. Enquanto tal, a rádio oficial portuguesa no Continente, continuava a proclamar “Goa é nossa. Quem manda é Portugal”. Espectáculo de estertor e enlouquecimento.

Feito prisioneiro em 1961 pelas forças da União Indiana, durante cinco meses, com todos os seus militares, o velho “Botas” recusava a sua extradição para Portugal, como castigo. Deixava de ser prisioneiro da União Indiana para o ser da sua própria Pátria!

O incrível, o inominável, aconteceu depois quando Narana Coissoró, publicamente nesse pequeno círculo de entrevistados na RTP, afirmou que Salazar encomendou uma… POÇÃO VENENOSA destinada a Vassalo e Silva, a levar por um emissário, pessoa do seu conhecimento que, por razões pessoais não mencionou. Este escusou-se, com redobrados cuidados, não aceitando a incumbência letal.

Não é acintoso nem demasiado forte, qualificar este acto hediondo de satânico, de perversão de carácter, de ódio indegerido. Isto deve funcionar de chamada de atenção aos que, ou por ignorância ou mal intencionados, tentam branquear um passado sombrio; que ele era bom, má era a PIDE. Mas, afinal, quem criou a serpente, quem foi o seu obreiro, teria sido a oposição? A morte não nos limpa; após ela, seremos os mesmos na memória da vida.

Muito recentemente - 22 de Junho último -, foi este general, homenageado na Lourinhã, na sua freguesia natal (Atalaia), tendo sido descerrada uma singela lápide em sua memória, numa praceta que passou a designar-se Praceta General Vassalo e Silva, e aonde marcaram presença a Escola Prática de Infantaria de Mafra, a Banda Filarmónica local e a Associação Nacional Prisioneiros de Guerra na índia, esta representada pelo General Jorge Silvério.

E, como disse no acto, o presidente da Câmara Municipal da Lourinhã “a capitulação das tropas na índia não foi uma traição à Pátria mas uma defesa de três mil militares que lá estavam e que sabiam que iam ser fuzilados. Foi uma tentativa de defesa daquilo que era indefensável”.

Assim o não pensava o velho louco, para quem a morte das tropas seria um assunto de “lana caprina”.

O senil ditador foi-o de Portugal e não somente da sua terra e seria estultícia ou brincadeira pouco ingénua ser referendado por um enésimo do universo dos portugueses. “A raia dos medos”, “Quando os lobos uivam” e tantos outros casos tenebrosos da história recente, não são para esvanecer como duendes etéreos ou para relegar ao panteão do esquecimento.

Extremismos de sinal contrário a nada conduzem de construtivo. Em democracia e não como em tempos pidescos, é consignada a livre expressão e manifestação a pessoas ou partidos, sejam eles ou não da nossa simpatia, e, para afirmar isto, não se torna necessário ser advogado de ninguém. A parte contrária pode igualmente ter as suas manifestações em paz: ilegal é a contra manifestação, a proibição de outros se manifestarem, como aconteceu tristemente entre nós, em que um arruaceiro incitava ao ódio, à violência.

Sejam de fora ou de dentro ou, ainda, dos dois lados, certos escribas fazem-se esquecidos de que, na contra manifestação, havia escória vinda de fora, como uma pessoa de Seia e skinheads em saudação nazista.

Aliás, o que importa são os princípios.

Um único Galileu fez frente ao resto da humanidade de então, onde era convicção universal o geocentrismo - todo o Universo volteava em redor da Terra em homenagem aos humanos-.

E venceu: o geocentrismo foi banido de vez, muito embora a sua coragem e conhecimentos o levassem ao limiar das fogueiras da Inquisição, para tocha humana.

H. Pereira dos Santos

http://www.vozdodao.net/index.php?optio ... &Itemid=79




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