Thor escreveu:Glauber Prestes escreveu:Se o Chile, com sua poderosa força aérea for atacada pelo norte, com certeza ela irá reforçar suas defesas com unidades do sul, assim como o Thor exemplificou para a situação amazônica. O Pacau já está lá, assim como as unidades de A-29... Se houver necessdade, podemos deslocar poker, centauro, adelphi, pif-paf, por exemplo, sem "descobrir" o sul e o sudeste. Seriam coisa de 60 aeronaves deslocadas sem descobrir nada....
Isso só não é válido se houver uma guerra assimétrica com todos os países sul americanos ao mesmo tempo, desde Uruguai à Venezuela/Suriname. Ou entrarmos em guerra contra uma coalizão da OTAN por todos os lados com alguns Porta Aviões espalhados por nossa costa.
Mesmo se tivéssemos um Esquadrão com Gripen em Manaus e outro em Boa Vista, em caso de conflito, não decoaríamos aeronaves de ataque a partir do Rio de Janeiro, nem usaríamos o GDA decolando de Anápolis. Independente de se haver passados 70 anos, não há outra maneira a não ser mobilizar os esforços de uma nação para o TO. A não ser que tivéssemos pelo menos 200 aeronaves de caça em cada estado brasileiro, com seus AEW e REVO...
Em todos os conflitos que temos conhecimento, fez-se necessário o envio de tropas, esquadrões e esquadras para a área de operações. Talvez isso não ocorra em países como Israel, Coreia do Sul, etc. O resto faz assim.
Podem ter certeza que eu estou na lista dos que mais queriam ter Forças Armadas no padrão dos países continentes (EUA, China, Rússia), mas a realidade não é essa.
Eu vou tentar ser bem objetivo.
Temos um país continental. Mas a nossa realidade histórica militar em tempo algum foi, ou é, condizente com o mérito que tem diante de tantos outros óbices nacionais. Ponto.
Isto nos desobriga, ou nos admite pensar e/ou aceitar nivelar por baixo, o investimento que devemos fazer em termos do necessário em defesa? Na minha opinião não.
Então, para um país que se pretende ser e estar entre os grandes do mundo, o tal "complexo de vira-latas nacional" tem mais é que ser combatido e eliminado tanto do pensamento quanto das nossas práticas em defesa.
Não estou a defender aqui um FAB à la USAF. Mas convenhamos amigos, já passamos do tempo em que ter uma força aérea totalmente voltada para uma defesa aérea a moda dos anos 40's não é simplesmente admissível. Como se a capital federal ainda do Brasil ainda fosse o Rio de Janeiro.
O que defendo hoje é que tenhamos uma defesa aérea realmente crível, no mesmo nível de nossas necessidades, seja para enfrentarmos um conflito assimétrico, uma guerra pontual com um ou mais vizinhos, ou uma coalizão.
No mínimo, no meu modo de ver, o Brasil tem a obrigação de dispor à FAB uma estrutura de defesa aérea capaz de suportar e enfrentar, sem meias soluções, e em igualdade de condições de preferência, a mesma a força de caças existente do outro lado de nossas fronteiras, e que hoje salvo engano, ronda a casa das 200/250 undes.
E isto tem que ser colocado como objeto concreto de nosso planejamento estratégico não somente militar, mas político-estratégico nacional. O poder público e a sociedade tem que ser postos a par e compreender e embasar a perseguição de tal objetivo.
Assim, eu não julgo como sendo algo inexequível ou impossível, a busca e a consecução de uma força de caças para a FAB no século XXI baseada, como tantas vezes já defendi aqui, em 7 grupos de caças, com um para cada Comar, perfazendo um total de 252 undes, admitindo-se o padrão do FX para estes esquadrões(18 caças).
O contrário disso, como estamos vendo, é o continuísmo de velhas fórmulas posta já aí e que conhecemos bem, não solucionam a questão de nossa precária e "peneirística" defesa aérea, mas simplesmente coadunam um simples tapar de buracos que em si mesmo, mais tempo, menos tempo, voltarão a nos colocar na mesma situação do início desta conversa toda de FX, a vinte anos atrás.
Queremos repetir tudo isso novamente?
Eu acho que não.
É preciso pensar a FAB, e o Brasil, não mais como se ela fosse uma mera figuração na defesa do nosso espaço aéreo. Ou começas a pensar, e a buscar, e fazer com que a nossa defesa aérea seja a que precisamos que ela seja, ou vamos ficar aqui de tempos em tempos repetindo 5 mil pgs de discussões sobre FX's que nunca terminam e governos que não decidem nada, ou nunca o quiseram fazer.
Acho que já chega disso.
Temos uma p..ta chance agora com o Gripen NG-BR, e o futuro provável FX-3 com o FS2020, de mudar este quadro caótico, da infraestrutura da defesa aérea embasada em conceitos ultrapassados, que penso, não se justificam mais, por força de condições históricas conhecidas.
Somos um país grande. Temos então que começar a pensar, e a agir, como gente grande. Como uma força aérea "grande". E não uma simples representação do que gostaríamos de ser.
Já passou do tempo.
abs.