Sim, os sistemas guiados por rádio são mais sensíveis à interferência, sem a menor dúvida. A questão é o inimigo estar usando ECM nos níveis mais baixos, de companhia ou mesmo pelotão. Se estiver e o equipamento for realmente bom o sistema que imaginei teria que integrar ECCM, o que complica um pouco mais a história mas não é muito difícil de fazer, por exemplo usando antenas direcionais instaladas no míssil. Se o inimigo usar ECM a nível maior vai ter muita dificuldade de identificar os sinais de controle dos mísseis na confusão da batalha, teria que bloquear faixas inteiras do espectro. Mas é sim possível, embora aí seja ainda mais fácil escapar da interferência com antenas direcionais.FCarvalho escreveu:Leandro, estes sistemas guiados por radio digital não estariam mais propicios a interferência eletrônica? Os sistemas de fibra ótica não poderiam ser miniaturizados permitindo invólucros menores e mais leves?
A fibra ótica evita este problema, e em princípio também pode ser miniarurizada. Só que aí surgem dois problemas: O primeiro é que sistemas de comunicação por fibra ótica miniaturizados não estão (até onde eu sei) disponíveis comercialmente, por não terem muitas aplicações, enquanto os de rádio digital estão. Por isso a fibra ótica sai mais cara. O segundo é que o míssil teria que levar uma bobina de fibra ótica a ser desenrolada durante o vôo, o que complica seu projeto e aumenta seu peso e custo.
Eu imagino (não sou militar profissional, então não tenho certeza) que um míssil menor como o que estou projetando teria uma aplicação diferente de um míssil como o FOG-MPM da Avibrás. Aquele seria um míssil maior, para emprego a nível de batalhão para cima e contra alvos mais valiosos, enquanto o meu seria empregado por escalões mais baixos contra alvos menos valiosos, mas em alcances que um CSR não pode alcançar, ou pelo menos não com precisão. Poderiam existir sim diferentes versões, mas teria que ser vista a aplicação delas em cada caso.Até onde entendi seu projeto, ele seria como uma versão do Eryx nacional, só que com um alcance melhorado e guiagem mais simples. Posto isso, haveria espaço em seu projeto para a criação de uma família de misseis, tal como os FOG's o seriam? Qual a viabilidade comercial de um missil no Brasil que estaria concorrendo indiretamente, penso, com CSR's e lança-rojões, haja vista existirem hoje no mercado, não poucas munições capazes de oferecer melhor alcance e desempenho a estas armas? Ainda em tempo, não temos doutrina operacional consolidada na infantaria para a utilização deste tipo de equipamento. Lembre que a maioria dos conscritos no EB, alé da pouca ou nenhuma formação, nunca viu ou mesmo verá nos seus poucos meses de SM, algo mais avançado do que um 106 ou 57 do tempo da vovó...
Abraços
Quanto a concorrência com os CSR's e lança-rojões, imagine por exemplo o inimigo equipado com metralhadoras (e até CSR's como o Carl Gustav) em uma casamata protegendo a encosta de uma colina. Ou um Sniper em um prédio de apartamentos no fim de uma rua, com infantaria nos prédios de cada lado. Como você se aproxima a menos de 1000m para ter um tiro preciso com um CSR? Um canhão de maior calibre poderia sim resolver o problema, mas aí seria muito mais pesado e exigiria uma guarnição específica. Por algum motivo os gringos usam míssil, não canhão. Realmente não tenho certeza do porquê disso, o que li é que se você não acertar o inimigo no primeiro tiro vira alvo para os CSR's e lança-rojões DELE, e o míssil garante este acerto. Mas li isto na internet, se alguém tiver mais informações por favor esclareça a questão.SGT-GUERRA escreveu:Mas porque fazer isso no escalão pel/cia? Já não vamos ter uma versão 105. Nesse escalão não é melhor ter um canhão para o combate desembarcado?
Agora, o ponto da doutrina é realmente um problema. O uso de simuladores (que podem estar instalados na própria unidade de tiro que seria ligada a TV's comuns, ou ser rodados em computadores pessoais) teria que ser integrado ao treinamento padrão dos recrutas, para pelo menos permitir que soubessem a operação básica do sistema mesmo que não fizessem tiro real. Os soldados com certeza adorariam ficar brincando com um videogame assim... .
A minha opinião é que uma melhoria deste tipo no treinamento dos soldados é imperiosa (nem digo com relação ao meu míssil, mas a diversos equipamentos e sistemas) se o EB quiser se habilitar a lutar em uma guerra moderna. Ou vamos esperar que os chilenos, venezuelanos, colombianos etc... o façam para depois pensar no assunto?
Abraços à todos,
Leandro G. Card