Enviado: Qua Jan 23, 2008 11:32 am
Plinio Jr escreveu:
Não creio muito neste possibilidade não cupincha.....
Deus te ouça (ou leia), truta véio...
Tomara que Ele esteja logado...
Plinio Jr escreveu:
Não creio muito neste possibilidade não cupincha.....
Túlio escreveu:Se tivermos algo que AS LANCE, sim...
Túlio escreveu:EU aposto que os EUA nos mandam fazer isso, e nós OBEDECEMOS, como buenos paus-mandados...
Túlio escreveu:No dia em que tivermnos GOVERNO - tudo em maiúsculas - daí eles DEVEM MESMO se preocupar, enquanto forem só os batedores de carteira sem-espinha a que estamos acostumados há décadas, nem precisam esquentar, podem se dar ao luxo de terem uma frota de papel...
Túlio escreveu:Ué, mas uma frota sem navios vai encostar como?
Wolfgang escreveu:Túlio escreveu:Ué, mas uma frota sem navios vai encostar como?
Você sabe melhor do que eu, gaudério, que eles são os únicos que transformam papel em aço em curto espaço de tempo...
Vinicius Pimenta escreveu:Senhores, vejamos.
A Venezuela está sofrendo com desabastecimento. O Chávez não sabe como resolver. Acabou de anunciar o envio de soldados para a fronteira com a Colômbia para conter o "contrabando" desses itens. Daí a dizer que a culpa do desabastecimento é da Colômbia que age à mando do "Império"...
Venezuela x Colômbia: conflito à vista
Vitor Gomes Pinto
Para Álvaro Uribe Vélez, a reforma constitucional que lhe deu a partir de 2006 o segundo mandato está sendo demasiado cara. Estava convencido de que vinha bem, com aprovação popular acima dos 60%, desmobilização de 32 mil paramilitares, modernização e aumento das Forças Armadas graças ao apoio norte-americano, queda no número e gravidade dos atentados terroristas e gradativo confinamento das Farc a regiões cada vez mais profundas da selva colombiana. Há, contudo, uma missão para a qual Uribe parece ser claramente incapaz: conseguir a paz para a Colômbia. Seu sucesso não impediu que as Farc permaneçam ativas (2.200 militantes se entregaram nos últimos doze meses, mas outros 1.800 foram recrutados), mantendo suas fontes de financiamento: seqüestros e narcotráfico. As guerrilhas, pressionadas como nunca, odeiam-no e não negociam, pois sabem que é preciso livrar-se dele se quiserem sobreviver. Este instável equilíbrio acaba de ser rompido pela agressiva intervenção de Hugo Chávez que, numa escalada de ofensas pessoais (Uribe é débil, cínico, incapaz, guerreiro) e ao governo colombiano, ameaça desestabilizar de vez as relações bilaterais.
A solução é conversar, insistem os diplomatas, mas não há "química" de entendimento entre os dois. O colombiano, um advogado com especializações em Harvard e Oxford, foi de vereador a governador de estado antes de chegar à presidência, sempre como um político conservador e pró-ocidente. O venezuelano optou pela Academia Militar e chegou a tenente-coronel antes de dar um golpe fracassado e afinal eleger-se presidente nove anos atrás, transformando-se aos poucos em líder de esquerda e inimigo dos EUA. Por que, agora, teima em provocar o vizinho?
Há razões secundárias: Chávez ofendeu-se por ter sido retirado da mediação do acordo humanitário com as Farc; quer exportar o bolivarianismo para a Colômbia; familiares dos seqüestrados pedem-lhe que, após ter conseguido a liberdade de dois reféns, prossiga negociando com as Farc para que soltem os outros 750. Nada disso, porém, justifica as ameaças e o deslocamento de tropas pela Venezuela para a fronteira (2.260 km. que inclui o prolongamento da cordilheira dos Andes, floresta amazônica e limites urbanos na região dos Llanos), a exemplo do que ocorreu há três anos logo após a captura pela inteligência colombiana do chanceler das Farc, Rodrigo Granda, em Caracas. Ao que tudo indica, trata-se de um caso de "bonapartismo (ou cesarismo)", termo usado em relações internacionais para a estratégia de consolidação do domínio interno por meio da provocação artificial de um conflito externo. No fundo, Chávez pretende eternizar-se no poder em seu país. Ameaçado por três grandes fiascos – derrota no Referendo, reprimenda pública pelo rei de Espanha e fracasso da missão humanitária de dezembro em Villavicenzio –, aproveitou a notoriedade da libertação de Clara Rojas e Consuelo Rodríguez para propor o reconhecimento do estado de beligerância às Farc e ao ELN, sugerir novo plebiscito perguntando se "você está de acordo com a reeleição indefinida" e para desancar ao presidente da Colômbia, provocando-o na esperança de que ele não agüente as ofensas e corte as relações diplomáticas. Curiosamente, o "bonapartismo" pode também servir a Uribe, que almeja um 3º mandato.
No horizonte há três cenários possíveis: a) a disputa se esgota em poucas semanas, restringindo-se aos xingamentos pessoais; b) há uma evolução até a suspensão de relações diplomáticas, com implicações comerciais danosas para os dois lados (a Venezuela importa U$ 3,2 bilhões ao ano da Colômbia na forma de alimentos, veículos, têxteis, calçados, exportando U$ 1,2 bilhão principalmente petróleo e derivados. A escassez de gêneros de primeira necessidade tornar-se-ia crítica no lado venezuelano e o contrabando de gasolina voltaria, forçando a reversão do quadro em poucos meses; c) os dois países chegariam a confrontos armados na fronteira, a médio prazo poderiam ser fornecidos armamentos pesados às Farc e o conflito se tornaria mais sério, passando a depender de um deixa-disso internacional. O Brasil, que tem amplas fronteiras com os dois países, é um observador atento e preocupado, mas um improvável mediador devido aos constantes vaivens da sua política continental.
Vitor Gomes Pinto é escritor e analista internacional