Re: NOTÍCIAS do EXÉRCITO PORTUGUÊS
Enviado: Sáb Dez 28, 2019 2:37 pm
Militar pagou 91 mil euros para poder deixar o Exército
Por Executive Digest 10:00, 28 Dez 2019
A desmotivação, os melhores salários no privado e a qualidade de vida civil têm levado muitos militares do quadro permanente a desembolsar milhares de euros para deixarem as Forças Armadas — cada vez com mais problemas com a falta de pessoal, avança o Expresso na edição deste sábado.
O Semanário dá o exemplo de Ângela Pedro, major e médica, que pagou €91.000 ao Estado para deixar o Exército e passar a dedicar-se à clínica privada. Pediu o abate aos quadros, o Exército fez as contas aos cursos e formações que deu à major ao longo da carreira — para indemnizar o Estado desse investimento segundo uma fórmula de cálculo prevista na lei — e Ângela Pedro engrossou as fileiras de médicos militares a deixar a instituição.
Na Força Aérea, há pilotos a pagar entre €180.000 e €300.000 para ingressarem nas companhias comerciais, explica ao Expresso o tenente-coronel António Mota, da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA). No grupo do Facebook Naval Zero há relatos de praças da Marinha (que ganham pouco mais do que o salário mínimo) a pagarem entre €1500 e €5000 para ‘comprar’ o abate aos quadros.
Dados do Ministério da Defesa citados pela Renascença, revelam que mais de 15 mil militares saíram das Forças Armadas por vontade própria ou por rescisão dos contratos a termo certo, entre 2014 e 2018. No último ano, mais de três mil militares abandonaram os cargos e oito em cada dez partiram antes do tempo previsto. O Exército é o ramo que vive a situação mais preocupante. Segundo o Almirante Silva Ribeiro, faltam 4.100 praças no Exército, 535 na Marinha e 950 na Força Aérea.
Os representantes dos militares falam numa situação limite e traçam cenários negros para as Forças Armadas, caso não sejam adotadas medidas para reforçar o recrutamento e conter as saídas. Como o aumento de salários – um soldado aufere o ordenado mínimo – e a criação de um quadro permanente de praças na Força Aérea e no Exército, o ramo que mais efetivos tem perdido.
Mas no Orçamento não há aumentos salariais nem mudanças nas carreiras. É uma política de médio prazo. Estão em curso “medidas que visam reverter o longo ciclo de desinvestimento nas Forças Armadas”, diz ao Expresso fonte oficial do Ministério da Defesa, que cita o Plano de Ação para a Profissionalização, um documento que o Governo lançou em abril, onde sobretudo se planeiam estudos para tomar decisões “nos próximos cinco anos”.
https://executivedigest.sapo.pt/militar ... -exercito/
Por Executive Digest 10:00, 28 Dez 2019
A desmotivação, os melhores salários no privado e a qualidade de vida civil têm levado muitos militares do quadro permanente a desembolsar milhares de euros para deixarem as Forças Armadas — cada vez com mais problemas com a falta de pessoal, avança o Expresso na edição deste sábado.
O Semanário dá o exemplo de Ângela Pedro, major e médica, que pagou €91.000 ao Estado para deixar o Exército e passar a dedicar-se à clínica privada. Pediu o abate aos quadros, o Exército fez as contas aos cursos e formações que deu à major ao longo da carreira — para indemnizar o Estado desse investimento segundo uma fórmula de cálculo prevista na lei — e Ângela Pedro engrossou as fileiras de médicos militares a deixar a instituição.
Na Força Aérea, há pilotos a pagar entre €180.000 e €300.000 para ingressarem nas companhias comerciais, explica ao Expresso o tenente-coronel António Mota, da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA). No grupo do Facebook Naval Zero há relatos de praças da Marinha (que ganham pouco mais do que o salário mínimo) a pagarem entre €1500 e €5000 para ‘comprar’ o abate aos quadros.
Dados do Ministério da Defesa citados pela Renascença, revelam que mais de 15 mil militares saíram das Forças Armadas por vontade própria ou por rescisão dos contratos a termo certo, entre 2014 e 2018. No último ano, mais de três mil militares abandonaram os cargos e oito em cada dez partiram antes do tempo previsto. O Exército é o ramo que vive a situação mais preocupante. Segundo o Almirante Silva Ribeiro, faltam 4.100 praças no Exército, 535 na Marinha e 950 na Força Aérea.
Os representantes dos militares falam numa situação limite e traçam cenários negros para as Forças Armadas, caso não sejam adotadas medidas para reforçar o recrutamento e conter as saídas. Como o aumento de salários – um soldado aufere o ordenado mínimo – e a criação de um quadro permanente de praças na Força Aérea e no Exército, o ramo que mais efetivos tem perdido.
Mas no Orçamento não há aumentos salariais nem mudanças nas carreiras. É uma política de médio prazo. Estão em curso “medidas que visam reverter o longo ciclo de desinvestimento nas Forças Armadas”, diz ao Expresso fonte oficial do Ministério da Defesa, que cita o Plano de Ação para a Profissionalização, um documento que o Governo lançou em abril, onde sobretudo se planeiam estudos para tomar decisões “nos próximos cinco anos”.
https://executivedigest.sapo.pt/militar ... -exercito/