
Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brevemente veremos o Traíra-345 José Goldemberg na Globonews junto com o X9 dando total apoio a esta matéria mirabolante do Estadão, e falando mal do programa nuclear da Marinha. Aguardem. Fui 

- cassiosemasas
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brevemente veremos o Traíra-345 José Goldemberg na Globonews junto com o X9 dando total apoio a esta matéria mirabolante do Estadão, e falando mal do programa nuclear da Marinha. Aguardem. Fui

...
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
ESP
ESPAÇO ABERTO
O Brasil e a segurança nuclear
Michel Temer (Vice-Presidente da República)
Mais de 50 chefes de Estado e de governo compareceram a Seul, na República da Coreia, para a segunda Cúpula sobre Segurança Nuclear, no final do mês de março. Esses encontros surgiram há dois anos a partir de iniciativa do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama.
Todas as manifestações de plenário foram no mesmo sentido, quer do chinês Hu Jintao, do russo Dmitri Medvedev, do italiano Mario Monti, do chileno Sebastián Piñera e tantos outros. No fim do século passado, a fragmentação da antiga União Soviética deixou no ar o temor a respeito do controle dos arsenais nucleares. Desde então, outros países adquiriram também essa tecnologia ou estão perto de a controlar. E, sob o impacto do ataque de 11 de setembro de 2001, o mundo passou a ver nova dimensão no terrorismo. O tema preocupa a todos pela capacidade de destruição das armas nucleares, principalmente diante da possibilidade de esses arsenais ficarem ao alcance de núcleos terroristas.
A preocupação dos líderes globais é compreensível. O uso de armas nucleares em conflitos mundiais já deixou marcas profundas na humanidade. Nas mãos de terroristas, então, o potencial de dano é inimaginável. Essa foi a preocupação central do encontro.
O Brasil, registrei durante a minha fala, é signatário dos principais tratados de controle e não proliferação de armas nucleares. Ratificamos 12 tratados da Organização das Nações Unidas (ONU) e um da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nossa consonância é, portanto, absoluta com os países que desejam usar o potencial das pesquisas nucleares apenas para fins pacíficos. Ademais, repudiamos o terrorismo, qualquer que seja a sua manifestação.
Ao mesmo tempo que os Estados participantes do encontro em Seul diziam das providências tomadas após a primeira reunião de cúpula, em Washington (2010), esclarecemos que antevimos os riscos da utilização equivocada das pesquisas nucleares quando reconstituímos o Estado brasileiro, na Constituição federal de 1988.
Assim é que na nossa Constituição - artigo 21, inciso XXIII - se permite a exploração dos serviços e a possibilidade de instalações nucleares de qualquer natureza, assegurando o monopólio estatal sobre pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios nucleares e seus derivados, desde que para fins pacíficos. E ainda que para tais fins, mediante aprovação do Congresso Nacional. Portanto, há uma guarda extraordinária em relação à eventual atividade nuclear em nosso país.
Outro dispositivo da Constituição - o inciso VIII do artigo 4.º - diz que a República Federativa do Brasil se rege por vários princípios, dentre os quais o repúdio ao terrorismo. No particular, ao terrorismo nuclear. O ódio não pode ser instrumento de interferência nas relações internacionais. O terrorismo semeia discórdia, desconfiança, rancor e ódio.
Ao fim da Nuclear Security Summit de Seul, conseguiu-se chegar a um documento que efetivamente prega essa utilização exclusivamente para fins lícitos e, de outro lado, condenou qualquer espécie de terrorismo de natureza nuclear. Todos estão cientes da necessidade de meios administrativos e legislativos no sentido de um cuidado extraordinário com o material nuclear. Cuidados e medidas que sejam adotados para tentar evitar até mesmo acidentes, como o grave episódio de Fukushima, no Japão, ocorrido no ano passado.
Entretanto, nação pacífica que somos, temos posição ainda mais radical sobre armas atômicas. Defendemos o fim dos arsenais dos países que os detêm. Pode parecer apenas um ideal, mas é muito mais que isso: é a esperança de um mundo sem o medo do desastre nuclear. Hoje, a Rússia e os Estados Unidos são donos de 95% de todo o armamento desse tipo, com capacidade de destruição total de nosso planeta.
A simples supressão desses arsenais atômicos facilitaria a busca pela paz mundial. O que sempre preocupa os países é a possibilidade do armamento nuclear e a destruição em massa. Por isso foram alvissareiras as declarações do presidente Barack Obama, na Universidade de Seul, quando, em tom emotivo, disse esperar que seus netos vivam num mundo onde os arsenais nucleares não sejam necessários.
Hoje há preocupações com as pesquisas na área atômica da Coreia do Norte e do Irã. Entretanto, deve-se respeitar a soberania desses países, desde que eles também estejam sob controle de organismos oficiais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão credenciado em todo o mundo para exercer o controle da utilização desse tipo de energia. Pesquisas sobre fontes nucleares de energia não podem servir de pretexto para alimentar discursos belicistas, nem ações que ponham em risco a paz e a tranquilidade geopolítica mundial. Mas é preciso que haja limites para a utilização dessa tecnologia.
Já na década de 1960, aliás, nos antecipamos ao risco atômico. Por meio do Tratado de Tlatelolco - negociado em 1967, no México - os países da América Latina constituíram-se numa região livre de armas nucleares. No caso do Brasil, admite-se, sob regime de permissão, a comercialização e utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico, agrícola e industrial. Portanto, a medicina, a agricultura e a indústria podem beneficiar-se do uso pacífico da energia nuclear. Verifica-se que já temos essa composição constitucional, que não deriva do desejo do povo ou do governo, mas é uma determinação da própria soberania popular inserida na nossa Lei Maior.
O Brasil autoriza a fiscalização da AIEA para controlar as atividades nucleares no País, o que revela a transparência com que agimos nessa matéria. Transparência e responsabilidade hão de ser a tônica e o exemplo para todos os países que utilizam material nuclear.
ESPAÇO ABERTO
O Brasil e a segurança nuclear
Michel Temer (Vice-Presidente da República)
Mais de 50 chefes de Estado e de governo compareceram a Seul, na República da Coreia, para a segunda Cúpula sobre Segurança Nuclear, no final do mês de março. Esses encontros surgiram há dois anos a partir de iniciativa do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama.
Todas as manifestações de plenário foram no mesmo sentido, quer do chinês Hu Jintao, do russo Dmitri Medvedev, do italiano Mario Monti, do chileno Sebastián Piñera e tantos outros. No fim do século passado, a fragmentação da antiga União Soviética deixou no ar o temor a respeito do controle dos arsenais nucleares. Desde então, outros países adquiriram também essa tecnologia ou estão perto de a controlar. E, sob o impacto do ataque de 11 de setembro de 2001, o mundo passou a ver nova dimensão no terrorismo. O tema preocupa a todos pela capacidade de destruição das armas nucleares, principalmente diante da possibilidade de esses arsenais ficarem ao alcance de núcleos terroristas.
A preocupação dos líderes globais é compreensível. O uso de armas nucleares em conflitos mundiais já deixou marcas profundas na humanidade. Nas mãos de terroristas, então, o potencial de dano é inimaginável. Essa foi a preocupação central do encontro.
O Brasil, registrei durante a minha fala, é signatário dos principais tratados de controle e não proliferação de armas nucleares. Ratificamos 12 tratados da Organização das Nações Unidas (ONU) e um da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nossa consonância é, portanto, absoluta com os países que desejam usar o potencial das pesquisas nucleares apenas para fins pacíficos. Ademais, repudiamos o terrorismo, qualquer que seja a sua manifestação.
Ao mesmo tempo que os Estados participantes do encontro em Seul diziam das providências tomadas após a primeira reunião de cúpula, em Washington (2010), esclarecemos que antevimos os riscos da utilização equivocada das pesquisas nucleares quando reconstituímos o Estado brasileiro, na Constituição federal de 1988.
Assim é que na nossa Constituição - artigo 21, inciso XXIII - se permite a exploração dos serviços e a possibilidade de instalações nucleares de qualquer natureza, assegurando o monopólio estatal sobre pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios nucleares e seus derivados, desde que para fins pacíficos. E ainda que para tais fins, mediante aprovação do Congresso Nacional. Portanto, há uma guarda extraordinária em relação à eventual atividade nuclear em nosso país.
Outro dispositivo da Constituição - o inciso VIII do artigo 4.º - diz que a República Federativa do Brasil se rege por vários princípios, dentre os quais o repúdio ao terrorismo. No particular, ao terrorismo nuclear. O ódio não pode ser instrumento de interferência nas relações internacionais. O terrorismo semeia discórdia, desconfiança, rancor e ódio.
Ao fim da Nuclear Security Summit de Seul, conseguiu-se chegar a um documento que efetivamente prega essa utilização exclusivamente para fins lícitos e, de outro lado, condenou qualquer espécie de terrorismo de natureza nuclear. Todos estão cientes da necessidade de meios administrativos e legislativos no sentido de um cuidado extraordinário com o material nuclear. Cuidados e medidas que sejam adotados para tentar evitar até mesmo acidentes, como o grave episódio de Fukushima, no Japão, ocorrido no ano passado.
Entretanto, nação pacífica que somos, temos posição ainda mais radical sobre armas atômicas. Defendemos o fim dos arsenais dos países que os detêm. Pode parecer apenas um ideal, mas é muito mais que isso: é a esperança de um mundo sem o medo do desastre nuclear. Hoje, a Rússia e os Estados Unidos são donos de 95% de todo o armamento desse tipo, com capacidade de destruição total de nosso planeta.
A simples supressão desses arsenais atômicos facilitaria a busca pela paz mundial. O que sempre preocupa os países é a possibilidade do armamento nuclear e a destruição em massa. Por isso foram alvissareiras as declarações do presidente Barack Obama, na Universidade de Seul, quando, em tom emotivo, disse esperar que seus netos vivam num mundo onde os arsenais nucleares não sejam necessários.
Hoje há preocupações com as pesquisas na área atômica da Coreia do Norte e do Irã. Entretanto, deve-se respeitar a soberania desses países, desde que eles também estejam sob controle de organismos oficiais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão credenciado em todo o mundo para exercer o controle da utilização desse tipo de energia. Pesquisas sobre fontes nucleares de energia não podem servir de pretexto para alimentar discursos belicistas, nem ações que ponham em risco a paz e a tranquilidade geopolítica mundial. Mas é preciso que haja limites para a utilização dessa tecnologia.
Já na década de 1960, aliás, nos antecipamos ao risco atômico. Por meio do Tratado de Tlatelolco - negociado em 1967, no México - os países da América Latina constituíram-se numa região livre de armas nucleares. No caso do Brasil, admite-se, sob regime de permissão, a comercialização e utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico, agrícola e industrial. Portanto, a medicina, a agricultura e a indústria podem beneficiar-se do uso pacífico da energia nuclear. Verifica-se que já temos essa composição constitucional, que não deriva do desejo do povo ou do governo, mas é uma determinação da própria soberania popular inserida na nossa Lei Maior.
O Brasil autoriza a fiscalização da AIEA para controlar as atividades nucleares no País, o que revela a transparência com que agimos nessa matéria. Transparência e responsabilidade hão de ser a tônica e o exemplo para todos os países que utilizam material nuclear.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- augustoviana75
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
O senhor BERNARD ARONSON fez esse comentário nas vésperas da visita da Presidente Dilma aos EUA somente para criar essa sensação ruim na mesa de negociações. "Os Brasileiros têm que ceder em algum ponto". Mas no fundo não vai mudar nada. Afinal, a Comissão Presidencial Brasileira está indo pra lá com vários argumentos/pedidos. Eles precisam de contra-argumentos. Já estão lançando alguns previamente, somente isso.
[ ]´s
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- Centurião
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Acho que o que um artigo como esse consegue fazer e dar mais razao a quem defende o re-equipamento das forcas e o programa de enriquecimento de uranio.
Sempre houve no Brasil a ideia de que quando a tensao com o programa de enriquecimento de uranio estivesse resolvida no Oriente Medio, as atencoes se voltariam ao nosso programa. Talvez seja preciso adiantar esse programa e a producao do SNA.
Sempre houve no Brasil a ideia de que quando a tensao com o programa de enriquecimento de uranio estivesse resolvida no Oriente Medio, as atencoes se voltariam ao nosso programa. Talvez seja preciso adiantar esse programa e a producao do SNA.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
A Suiça.Boss escreveu:O Brasil ?
Mas se as pressões já estão neste nível conosco operando apenas F 5 modernizados. Imaginem se o nosso principal caça for o Super Hornet.
Não será uma coleira. Mas a própria corda da forca.
![Forca [002]](./images/smilies/002.gif)
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
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Os sábios PENSAM
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- faterra
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Este elemento, Bernard Aronson, juntamente com este New York Times, deveriam pegar suas sugestões e enfiar... bem... todos sabem onde.
O que deixa mais revoltado é que estas "sugestões" encontram ecos traidores no Brasil que aproveitam de suas atividades para trombetearem criticas desconstrutivas contra seu próprio País.
Eita falta de uma penazinha de morte para calar estas "trombetas do apocalipse"!

O que deixa mais revoltado é que estas "sugestões" encontram ecos traidores no Brasil que aproveitam de suas atividades para trombetearem criticas desconstrutivas contra seu próprio País.
Eita falta de uma penazinha de morte para calar estas "trombetas do apocalipse"!

Um abraço!
Fernando Augusto Terra
- jeanscofield
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
O problema é que as potencias nao querem que paises emergentes se tornem fortes tanto belicamente ou economicamente ao ponto de ameaçar sua hegemonia, por isso querer controlar os arsenais internacionais.

- FCarvalho
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não sei porque alguma coisa me diz que antes de batermos a primeira martelada no casco do Subnuc o projeto já estará totalmente inviabilizado por pressões "obscuras" de dentro e de fora do país.
Esta idéia de subnuc no Brasil e AS, ainda parece aos olhos dos americanos, mais uma daquelas sandices de caudilhos sulamericanos que não tem o que fazer. Eles simplesmente deploram a idéia e a creem ridicula e improvável por estas paragens, por simplesmente nos verem ainda como mero quintal.
O problema pode ser que, quando eles perceberem que a coisa é realmente séria e que correm efetivamente o risco de ter um(ou mais) submarino(s) nuclear(es) baseado(s), bem "na sua cara", debaixo do seu nariz, eles certamente virão com tudo para por abaixo o mesmo, e não medirão esforços para tal. Sabemos do que são capazes quando querem algo. E infelizmente, nestas paragens tupiniquins, não há de faltar que lhes apoie os esforços.
Se este projeto do Subnuc vingar, que o faça o quanto mais cedo melhor. Porque nós neste campo, já perdemos tempo mais que demais. E a história,e nossos netos e bisnetos, irão nos julgar por tal leniência.
abs
Esta idéia de subnuc no Brasil e AS, ainda parece aos olhos dos americanos, mais uma daquelas sandices de caudilhos sulamericanos que não tem o que fazer. Eles simplesmente deploram a idéia e a creem ridicula e improvável por estas paragens, por simplesmente nos verem ainda como mero quintal.
O problema pode ser que, quando eles perceberem que a coisa é realmente séria e que correm efetivamente o risco de ter um(ou mais) submarino(s) nuclear(es) baseado(s), bem "na sua cara", debaixo do seu nariz, eles certamente virão com tudo para por abaixo o mesmo, e não medirão esforços para tal. Sabemos do que são capazes quando querem algo. E infelizmente, nestas paragens tupiniquins, não há de faltar que lhes apoie os esforços.
Se este projeto do Subnuc vingar, que o faça o quanto mais cedo melhor. Porque nós neste campo, já perdemos tempo mais que demais. E a história,e nossos netos e bisnetos, irão nos julgar por tal leniência.
abs
Carpe Diem
- cassiosemasas
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
to contigo, mas acho que chegamos a um ponto onde não há mais volta!!!podem fazer o que quiser, mas esse sub vai sair sim!FCarvalho escreveu:Não sei porque alguma coisa me diz que antes de batermos a primeira martelada no casco do Subnuc o projeto já estará totalmente inviabilizado por pressões "obscuras" de dentro e de fora do país.
Esta idéia de subnuc no Brasil e AS, ainda parece aos olhos dos americanos, mais uma daquelas sandices de caudilhos sulamericanos que não tem o que fazer. Eles simplesmente deploram a idéia e a creem ridicula e improvável por estas paragens, por simplesmente nos verem ainda como mero quintal.
O problema pode ser que, quando eles perceberem que a coisa é realmente séria e que correm efetivamente o risco de ter um(ou mais) submarino(s) nuclear(es) baseado(s), bem "na sua cara", debaixo do seu nariz, eles certamente virão com tudo para por abaixo o mesmo, e não medirão esforços para tal. Sabemos do que são capazes quando querem algo. E infelizmente, nestas paragens tupiniquins, não há de faltar que lhes apoie os esforços.
Se este projeto do Subnuc vingar, que o faça o quanto mais cedo melhor. Porque nós neste campo, já perdemos tempo mais que demais. E a história,e nossos netos e bisnetos, irão nos julgar por tal leniência.
abs
...
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
ARTIGO
O TNP no centro do debate
Devemos trabalhar para garantir que tratado se adapte à nova realidade para combater as
atuais e futuras ameaças à paz
Alistair Burt - Ministro Adjunto de Relações Exteriores da Grã-Bretanha
Especial para O Estado
A palavra "nuclear" é encontrada com frequência nas primeiras páginas dos jornais, seja em
Teerã, Tóquio ou Túnis. Somente nas últimas semanas, assistimos a debates internacionais sobre o
programa nuclear do Irã e a preocupação generalizada de que o país esteja desenvolvendo armas
nucleares. Também acompanhamos o lançamento fracassado de um foguete da Coreia do Norte -
suspeito de ser parte de um programa de armas nucleares. Mas, ao mesmo tempo, testemunhamos,
durante a Cúpula de Segurança Nuclear em Seul, acordos inéditos entre líderes mundiais dispostos a
trabalhar para combater a ameaça do terrorismo atômico.
A questão da segurança nuclear conquistou as manchetes em 2011 durante a reação
emergencial ao acidente na usina nuclear de Fukushima, resultante do terremoto e do tsunami ocorridos
no Japão. Dada a expectativa de que a demanda mundial por energia dobrará até 2050, e a inevitável
necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitarmos uma mudança catastrófica
do clima, não há dúvidas sobre a importância de levarmos adiante o debate sobre o uso pacífico da
energia nuclear e os riscos associados à difusão de armas nucleares.
O Tratado de Não Proliferação Nuclear, que surgiu do medo de que a Guerra Fria levaria a uma
corrida atômica, superou as expectativas em termos de longevidade, participação e cumprimento de seus
objetivos de combater a proliferação. Hoje, com 189 Estados-membros, o TNP possui mais signatários
do que qualquer outro tratado semelhante. Os três países não signatários - Índia, Israel e Paquistão - são
os únicos que supostamente teriam obtido armas nucleares desde o início do tratado, em 1968.
Há muito tempo deixamos para trás a era da Guerra Fria. Embora o TNP continue a ser um
considerável fator dissuasivo à proliferação de armas nucleares, todos devemos trabalhar a fim de
garantir que ele evolua e se adapte à nova realidade para combater as atuais e futuras ameaças à paz e
à segurança internacionais.
Obtivemos progresso significativo nesse sentido em 2010. Em minha primeira missão no exterior
representando o Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, participei da Conferência de
Revisão do Tratado de Não Proliferação na sede da ONU, em Nova York. O resultado foi um impulso
significativo ao multilateralismo. Todos os Estados-membros concordaram em apoiar o TNP para lidar
com ameaças atuais e potenciais. Foi aprovado um plano de ação quinquenal que cobre os três pilares
do TNP - progresso com vistas ao desarmamento dos Estados detentores de armas nucleares; medidas
de prevenção da proliferação de armas nucleares a outros países; e apoio ao uso pacífico da energia
nuclear para os Estados que desejarem - parte crucial do acordo. A aprovação do Plano de Ação
representou o início de um processo. O verdadeiro teste será sua execução para garantir o cumprimento
dos compromissos até a Conferência de Revisão, em 2015.
As reuniões do Comitê Preparatório do TNP de 2012 em Viena (de segunda-feira até o dia11)
representarão a primeira oportunidade para avaliarmos e consolidarmos os avanços obtidos. Espero que
todos venham preparados para discutir seu progresso e planos de adoção do Plano de Ação do TNP.
Estou feliz em afirmar que a Grã-Bretanha terá uma excelente história para contar.
Desde 2010, a Grã-Bretanha vem definindo planos para a redução de ogivas e mísseis
nucleares, assim como os arsenais nucleares em geral. Entre os países detentores de armas nucleares
(China, França, Rússia, Grã-Bretanha e EUA), os arsenais atingiram seus níveis mais baixos desde a
Guerra Fria. Realizamos reuniões regulares para discutir nossa cooperação rumo à meta de longo prazo
de um mundo livre de armas nucleares. A Grã-Bretanha também está conduzindo um trabalho inovador
com a Noruega para a verificação da desmontagem de ogivas nucleares.
Também demos passos importantes rumo à prevenção da proliferação de armas nucleares.
Continuaremos a apoiar um sistema universal e fortalecido de salvaguardas para certificar que os
Estados cumpram suas obrigações internacionais de manutenção de um regime de não proliferação. As
Zonas Livres de Armas Nucleares fortalecem o regime e aumentam a segurança regional e internacional.
Em apoio a essa medida, chegamos a um acordo com a Associação de Nações do Sudeste Asiático,
frisando que não utilizaremos, nem ameaçaremos usar, armas nucleares contra os dez Estadosmembros
de sua Zona Livre de Armas Nucleares.
Na Conferência de Revisão em 2010, fiquei impressionado com a posição favorável de todos ao
fortalecimento do TNP. Isso reflete a crença geral de que o tratado representa nossa melhor chance de
obter uma situação equilibrada em relação a questões nucleares, que preveja progresso rumo às metas
de longo prazo de um mundo livre da ameaça de armas nucleares, ao passo que permita o uso pacífico
da energia nuclear. Se fracassarmos, arriscaremos a proliferação descontrolada de armas nucleares em
Estados párias e grupos terroristas. É de nossa mútua responsabilidade garantir que não fracassemos.
O TNP no centro do debate
Devemos trabalhar para garantir que tratado se adapte à nova realidade para combater as
atuais e futuras ameaças à paz
Alistair Burt - Ministro Adjunto de Relações Exteriores da Grã-Bretanha
Especial para O Estado
A palavra "nuclear" é encontrada com frequência nas primeiras páginas dos jornais, seja em
Teerã, Tóquio ou Túnis. Somente nas últimas semanas, assistimos a debates internacionais sobre o
programa nuclear do Irã e a preocupação generalizada de que o país esteja desenvolvendo armas
nucleares. Também acompanhamos o lançamento fracassado de um foguete da Coreia do Norte -
suspeito de ser parte de um programa de armas nucleares. Mas, ao mesmo tempo, testemunhamos,
durante a Cúpula de Segurança Nuclear em Seul, acordos inéditos entre líderes mundiais dispostos a
trabalhar para combater a ameaça do terrorismo atômico.
A questão da segurança nuclear conquistou as manchetes em 2011 durante a reação
emergencial ao acidente na usina nuclear de Fukushima, resultante do terremoto e do tsunami ocorridos
no Japão. Dada a expectativa de que a demanda mundial por energia dobrará até 2050, e a inevitável
necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitarmos uma mudança catastrófica
do clima, não há dúvidas sobre a importância de levarmos adiante o debate sobre o uso pacífico da
energia nuclear e os riscos associados à difusão de armas nucleares.
O Tratado de Não Proliferação Nuclear, que surgiu do medo de que a Guerra Fria levaria a uma
corrida atômica, superou as expectativas em termos de longevidade, participação e cumprimento de seus
objetivos de combater a proliferação. Hoje, com 189 Estados-membros, o TNP possui mais signatários
do que qualquer outro tratado semelhante. Os três países não signatários - Índia, Israel e Paquistão - são
os únicos que supostamente teriam obtido armas nucleares desde o início do tratado, em 1968.
Há muito tempo deixamos para trás a era da Guerra Fria. Embora o TNP continue a ser um
considerável fator dissuasivo à proliferação de armas nucleares, todos devemos trabalhar a fim de
garantir que ele evolua e se adapte à nova realidade para combater as atuais e futuras ameaças à paz e
à segurança internacionais.
Obtivemos progresso significativo nesse sentido em 2010. Em minha primeira missão no exterior
representando o Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, participei da Conferência de
Revisão do Tratado de Não Proliferação na sede da ONU, em Nova York. O resultado foi um impulso
significativo ao multilateralismo. Todos os Estados-membros concordaram em apoiar o TNP para lidar
com ameaças atuais e potenciais. Foi aprovado um plano de ação quinquenal que cobre os três pilares
do TNP - progresso com vistas ao desarmamento dos Estados detentores de armas nucleares; medidas
de prevenção da proliferação de armas nucleares a outros países; e apoio ao uso pacífico da energia
nuclear para os Estados que desejarem - parte crucial do acordo. A aprovação do Plano de Ação
representou o início de um processo. O verdadeiro teste será sua execução para garantir o cumprimento
dos compromissos até a Conferência de Revisão, em 2015.
As reuniões do Comitê Preparatório do TNP de 2012 em Viena (de segunda-feira até o dia11)
representarão a primeira oportunidade para avaliarmos e consolidarmos os avanços obtidos. Espero que
todos venham preparados para discutir seu progresso e planos de adoção do Plano de Ação do TNP.
Estou feliz em afirmar que a Grã-Bretanha terá uma excelente história para contar.
Desde 2010, a Grã-Bretanha vem definindo planos para a redução de ogivas e mísseis
nucleares, assim como os arsenais nucleares em geral. Entre os países detentores de armas nucleares
(China, França, Rússia, Grã-Bretanha e EUA), os arsenais atingiram seus níveis mais baixos desde a
Guerra Fria. Realizamos reuniões regulares para discutir nossa cooperação rumo à meta de longo prazo
de um mundo livre de armas nucleares. A Grã-Bretanha também está conduzindo um trabalho inovador
com a Noruega para a verificação da desmontagem de ogivas nucleares.
Também demos passos importantes rumo à prevenção da proliferação de armas nucleares.
Continuaremos a apoiar um sistema universal e fortalecido de salvaguardas para certificar que os
Estados cumpram suas obrigações internacionais de manutenção de um regime de não proliferação. As
Zonas Livres de Armas Nucleares fortalecem o regime e aumentam a segurança regional e internacional.
Em apoio a essa medida, chegamos a um acordo com a Associação de Nações do Sudeste Asiático,
frisando que não utilizaremos, nem ameaçaremos usar, armas nucleares contra os dez Estadosmembros
de sua Zona Livre de Armas Nucleares.
Na Conferência de Revisão em 2010, fiquei impressionado com a posição favorável de todos ao
fortalecimento do TNP. Isso reflete a crença geral de que o tratado representa nossa melhor chance de
obter uma situação equilibrada em relação a questões nucleares, que preveja progresso rumo às metas
de longo prazo de um mundo livre da ameaça de armas nucleares, ao passo que permita o uso pacífico
da energia nuclear. Se fracassarmos, arriscaremos a proliferação descontrolada de armas nucleares em
Estados párias e grupos terroristas. É de nossa mútua responsabilidade garantir que não fracassemos.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Revista IstoÉ
Nasce uma usina à prova de terremotos
Michel Alecrim
ISTOÉ teve acesso às obras de Angra 3 e revela os segredos que podem fazer dela uma das usinas mais seguras do mundo
Quem passa pela translitorânea BR-101, na parte que margeia o sul do Estado do Rio de Janeiro, já vê metade do prédio do reator da usina nuclear Angra 3, pronto para receber sua característica cúpula de concreto. Depois de 30 anos de espera, cercada de sigilo e polêmicas, a expectativa é de que a unidade comece a gerar energia no fim de 2015. A reportagem de ISTOÉ esteve no local e viu um frenético campo de obras tocadas por três mil operários, que trabalham em turnos dia e noite. Para o que se espera de um centro de abastecimento de energia, as dimensões são até modestas, o diâmetro do prédio principal é de 56 metros e a altura chegará a 65 metros. Mas vários detalhes impressionam, como a galeria que formará caminho subterrâneo, inclusive passando dentro de uma rocha, para que as águas do mar entrem e possam resfriar a usina. Paradisíaca, a praia está separada de turistas e moradores de Angra dos Reis apenas por uma montanha, atrás da qual fica um dos resorts mais sofisticados do balneário, o Hotel do Frade. Mas os prognósticos tranquilizam a vizinhança: Angra 3 será uma das primeiras usinas a ser construída após o trágico acidente de Fukushima, no Japão (2011), e pode ser considerada uma das mais seguras do mundo.
O terceiro reator da central instalada em Angra será totalmente controlado com equipamentos digitais e terá condições de se manter funcionando, mesmo se uma catástrofe parecida com a de Fukushima – terremoto seguido de tsunami – ocorrer no Brasil. Em qualquer processo industrial, 60% das falhas têm como motivo fatores humanos. Com a tecnologia digital, a operação fica mais independente e mais segura, diz o pesquisador Aquilino Senra, vice-diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ. Senra ressalta que o Brasil não está sujeito a tragédias naturais como as ocorridas no Japão, mas aprendeu com a tragédia do país asiático. O prédio principal é o que vai abrigar o reator. É a estrutura mais protegida do complexo, por ser o local onde o combustível nuclear ficará armazenado e onde ocorrerá a fissão que gera energia. A proximidade de Angra 3 com o mar requer cuidados especiais para que nem o movimento das marés nem qualquer onda cause acidente. Por isso, um quebra-mar protege o terreno contra ondas de até 4,5 metros de altura. A estrutura também foi projetada para suportar um terremoto de até 7,5 graus na escala Richter. Neste caso, no entanto, a hipótese é mais do que remota, pois não há registro desses fenômenos no País.
Outra inovação na usina está sendo avaliada junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Tendo em vista o colapso no fornecimento de energia em Fukushima, que causou o superaquecimento do reator, estuda-se a introdução de um sistema móvel em Angra 3, que seria acrescido aos já projetados. Numa hipótese remota de um maremoto que danificasse todos os sistemas de emergência, geradores a diesel externos entrariam em ação. “Os sistemas de refrigeração do núcleo do reator em Fukushima e em Angra são diferentes. Mas aquele acidente nos obrigou a fazer uma extrapolação nas avaliações de risco”, afirma Alexandre Gromann, coordenador-geral de Reatores Nucleares da Cnen.
Ao caminhar por dentro do prédio de concreto, vê-se já a montagem das chapas de aço que formarão a cápsula para envolver o reator. Mas a etapa que está mais avançada é a do prédio do gerador, uma das quatro obras que vão rodear o central, cujas paredes de concreto estão praticamente prontas. Nele é que o vapor produzido pelo reator movimentará as turbinas que geram energia. Quem entra no setor percebe a importância das variações de temperatura da água para a produção de energia elétrica. Imensas galerias na parte baixa dessa estrutura terão ligação com o mar, cuja função será resfriar o sistema. A vazão de água marinha prevista equivale a uma vez e meia à da estação de tratamento do Rio Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio.
O superintendente da construção Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos, é o principal responsável por conciliar todas as exigências de segurança com o rigoroso cronograma. Segundo ele, a estrutura do prédio anexo da turbina, onde a energia efetivamente é gerada, está quase pronta, com 35% das obras civis realizadas. “Por conta de uma greve de operários no início do ano, teremos que fazer um ajuste no cronograma, mas o prazo final não será alterado”, afirma o engenheiro, que participou da construção das duas usinas anteriores.
A questão que ainda não está resolvida no projeto é seu licenciamento ambiental. O Ibama concedeu a licença de instalação em 2009, o que permitiu o início das obras. No entanto, uma série de condicionantes teriam que ser cumpridas até a licença definitiva. Uma delas é a construção por parte da Eletronuclear de uma rodovia entre Paraty (RJ) e Cunha (SP). A pavimentação da estrada é necessária para criar uma nova rota de fuga, em caso de acidente nuclear. A obra, estimada em R$ 66 milhões, ainda depende de finalização de estudo do próprio Ibama. Os responsáveis pela obra, no entanto, estão otimistas. Estão convencidos de que a parte burocrática não irá atrapalhar o início do funcionamento da usina pós-Fukushima tida como uma das mais seguras do mundo.
Nasce uma usina à prova de terremotos
Michel Alecrim
ISTOÉ teve acesso às obras de Angra 3 e revela os segredos que podem fazer dela uma das usinas mais seguras do mundo
Quem passa pela translitorânea BR-101, na parte que margeia o sul do Estado do Rio de Janeiro, já vê metade do prédio do reator da usina nuclear Angra 3, pronto para receber sua característica cúpula de concreto. Depois de 30 anos de espera, cercada de sigilo e polêmicas, a expectativa é de que a unidade comece a gerar energia no fim de 2015. A reportagem de ISTOÉ esteve no local e viu um frenético campo de obras tocadas por três mil operários, que trabalham em turnos dia e noite. Para o que se espera de um centro de abastecimento de energia, as dimensões são até modestas, o diâmetro do prédio principal é de 56 metros e a altura chegará a 65 metros. Mas vários detalhes impressionam, como a galeria que formará caminho subterrâneo, inclusive passando dentro de uma rocha, para que as águas do mar entrem e possam resfriar a usina. Paradisíaca, a praia está separada de turistas e moradores de Angra dos Reis apenas por uma montanha, atrás da qual fica um dos resorts mais sofisticados do balneário, o Hotel do Frade. Mas os prognósticos tranquilizam a vizinhança: Angra 3 será uma das primeiras usinas a ser construída após o trágico acidente de Fukushima, no Japão (2011), e pode ser considerada uma das mais seguras do mundo.
O terceiro reator da central instalada em Angra será totalmente controlado com equipamentos digitais e terá condições de se manter funcionando, mesmo se uma catástrofe parecida com a de Fukushima – terremoto seguido de tsunami – ocorrer no Brasil. Em qualquer processo industrial, 60% das falhas têm como motivo fatores humanos. Com a tecnologia digital, a operação fica mais independente e mais segura, diz o pesquisador Aquilino Senra, vice-diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ. Senra ressalta que o Brasil não está sujeito a tragédias naturais como as ocorridas no Japão, mas aprendeu com a tragédia do país asiático. O prédio principal é o que vai abrigar o reator. É a estrutura mais protegida do complexo, por ser o local onde o combustível nuclear ficará armazenado e onde ocorrerá a fissão que gera energia. A proximidade de Angra 3 com o mar requer cuidados especiais para que nem o movimento das marés nem qualquer onda cause acidente. Por isso, um quebra-mar protege o terreno contra ondas de até 4,5 metros de altura. A estrutura também foi projetada para suportar um terremoto de até 7,5 graus na escala Richter. Neste caso, no entanto, a hipótese é mais do que remota, pois não há registro desses fenômenos no País.
Outra inovação na usina está sendo avaliada junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Tendo em vista o colapso no fornecimento de energia em Fukushima, que causou o superaquecimento do reator, estuda-se a introdução de um sistema móvel em Angra 3, que seria acrescido aos já projetados. Numa hipótese remota de um maremoto que danificasse todos os sistemas de emergência, geradores a diesel externos entrariam em ação. “Os sistemas de refrigeração do núcleo do reator em Fukushima e em Angra são diferentes. Mas aquele acidente nos obrigou a fazer uma extrapolação nas avaliações de risco”, afirma Alexandre Gromann, coordenador-geral de Reatores Nucleares da Cnen.
Ao caminhar por dentro do prédio de concreto, vê-se já a montagem das chapas de aço que formarão a cápsula para envolver o reator. Mas a etapa que está mais avançada é a do prédio do gerador, uma das quatro obras que vão rodear o central, cujas paredes de concreto estão praticamente prontas. Nele é que o vapor produzido pelo reator movimentará as turbinas que geram energia. Quem entra no setor percebe a importância das variações de temperatura da água para a produção de energia elétrica. Imensas galerias na parte baixa dessa estrutura terão ligação com o mar, cuja função será resfriar o sistema. A vazão de água marinha prevista equivale a uma vez e meia à da estação de tratamento do Rio Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio.
O superintendente da construção Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos, é o principal responsável por conciliar todas as exigências de segurança com o rigoroso cronograma. Segundo ele, a estrutura do prédio anexo da turbina, onde a energia efetivamente é gerada, está quase pronta, com 35% das obras civis realizadas. “Por conta de uma greve de operários no início do ano, teremos que fazer um ajuste no cronograma, mas o prazo final não será alterado”, afirma o engenheiro, que participou da construção das duas usinas anteriores.
A questão que ainda não está resolvida no projeto é seu licenciamento ambiental. O Ibama concedeu a licença de instalação em 2009, o que permitiu o início das obras. No entanto, uma série de condicionantes teriam que ser cumpridas até a licença definitiva. Uma delas é a construção por parte da Eletronuclear de uma rodovia entre Paraty (RJ) e Cunha (SP). A pavimentação da estrada é necessária para criar uma nova rota de fuga, em caso de acidente nuclear. A obra, estimada em R$ 66 milhões, ainda depende de finalização de estudo do próprio Ibama. Os responsáveis pela obra, no entanto, estão otimistas. Estão convencidos de que a parte burocrática não irá atrapalhar o início do funcionamento da usina pós-Fukushima tida como uma das mais seguras do mundo.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brasil se propõe a participar de negociações sobre programa nuclear iraniano, diz embaixador
29/05/2012 - 7h05
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo do Brasil está disposto a colaborar, mais uma vez, com o Irã para negociar um acordo entre o país e a comunidade internacional sobre o programa nuclear. O embaixador do Brasil no Irã, Antônio Salgado, disse que as autoridades brasileiras se dispõem a ajudar a mediar as negociações, cuja próxima etapa será em junho na Rússia.
O embaixador ressaltou que, por enquanto, não recebeu solicitação alguma para a participação do Brasil nas negociações. No próximo mês, em Moscou, as autoridades do Irã se reúnem com os representantes do grupo P5 +1 (formado pelos Estados Unidos, o Reino Unido, a França, Rússia, China e Alemanha).
Segundo o diplomata brasileiro, o processo de negociações entre o Irã e o P5 +1 é “uma boa chance de alcançar uma solução definitiva para a questão”. Paralelamente, o governo iraniano adiou a decisão de lançar o satélite de observação Fajr. A previsão do lançamento era 23 de maio. A nova data é mantida em sigilo.
O chefe da agência espacial iraniana, Hamid Fazeli, disse que até 20 de março de 2013 o Fajr pode ser lançado. Ele evitou divulgar a data precisa. O programa espacial iraniano é acompanhado atentamente pela comunidade internacional, assim como o programa nuclear desenvolvido no país.
Especialistas internacionais suspeitam que o Irã pretende desenvolver mísseis de longo alcance capazes de transportar ogivas convencionais ou nucleares. As autoridades iranianas negam essas suspeitas.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... embaixador
29/05/2012 - 7h05
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo do Brasil está disposto a colaborar, mais uma vez, com o Irã para negociar um acordo entre o país e a comunidade internacional sobre o programa nuclear. O embaixador do Brasil no Irã, Antônio Salgado, disse que as autoridades brasileiras se dispõem a ajudar a mediar as negociações, cuja próxima etapa será em junho na Rússia.
O embaixador ressaltou que, por enquanto, não recebeu solicitação alguma para a participação do Brasil nas negociações. No próximo mês, em Moscou, as autoridades do Irã se reúnem com os representantes do grupo P5 +1 (formado pelos Estados Unidos, o Reino Unido, a França, Rússia, China e Alemanha).
Segundo o diplomata brasileiro, o processo de negociações entre o Irã e o P5 +1 é “uma boa chance de alcançar uma solução definitiva para a questão”. Paralelamente, o governo iraniano adiou a decisão de lançar o satélite de observação Fajr. A previsão do lançamento era 23 de maio. A nova data é mantida em sigilo.
O chefe da agência espacial iraniana, Hamid Fazeli, disse que até 20 de março de 2013 o Fajr pode ser lançado. Ele evitou divulgar a data precisa. O programa espacial iraniano é acompanhado atentamente pela comunidade internacional, assim como o programa nuclear desenvolvido no país.
Especialistas internacionais suspeitam que o Irã pretende desenvolver mísseis de longo alcance capazes de transportar ogivas convencionais ou nucleares. As autoridades iranianas negam essas suspeitas.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... embaixador
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Energia nuclear será tema de discussão na Rio+20, avisa diretor-geral da Aiea
04/06/2012 - 9h03
Brasília – O desenvolvimento e uso adequados da energia nuclear serão discutidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, ressaltou hoje (4) que o assunto está entre os temas a serem discutidos no encontro que começa em nove dias.
“A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio +20, que começa na próxima semana, debaterá sobre sobre energia sustentável, água, alimentos e oceanos dentro de um conceito de planejamento energético”, destacou Amano.
O diretor mencionou a Rio+20 na abertura da segunda reunião de governadores (representantes de todos os países na agência). O discurso completo está disponível na página da Aiea na internet (http://www.iaea.org/newscenter/statemen ... 2n009.html).
Para as autoridades brasileiras, a Rio+20 será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde definindo um novo padrão para o setor. A expectativa é que mais de 120 chefes de Estado e de Governo participem do evento. O presidente da França, François Hollande, e todos os líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) confirmaram presenças.
No discurso de hoje, Amano fez um balanço sobre as atividades relacionadas às discussões para ampliar o desenvolvimento sustentável com base em energia nuclear. Segundo ele, é possível haver “boas práticas” e definir um planejamento a longo prazo. Para 2013, a Aiea organiza a Conferência Internacional Ministerial sobre Energia Nuclear do Século, que ocorrerá de 21 a 27 de junho, em São Petersburgo, na Rússia.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... al-da-aiea
04/06/2012 - 9h03
Brasília – O desenvolvimento e uso adequados da energia nuclear serão discutidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, ressaltou hoje (4) que o assunto está entre os temas a serem discutidos no encontro que começa em nove dias.
“A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio +20, que começa na próxima semana, debaterá sobre sobre energia sustentável, água, alimentos e oceanos dentro de um conceito de planejamento energético”, destacou Amano.
O diretor mencionou a Rio+20 na abertura da segunda reunião de governadores (representantes de todos os países na agência). O discurso completo está disponível na página da Aiea na internet (http://www.iaea.org/newscenter/statemen ... 2n009.html).
Para as autoridades brasileiras, a Rio+20 será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde definindo um novo padrão para o setor. A expectativa é que mais de 120 chefes de Estado e de Governo participem do evento. O presidente da França, François Hollande, e todos os líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) confirmaram presenças.
No discurso de hoje, Amano fez um balanço sobre as atividades relacionadas às discussões para ampliar o desenvolvimento sustentável com base em energia nuclear. Segundo ele, é possível haver “boas práticas” e definir um planejamento a longo prazo. Para 2013, a Aiea organiza a Conferência Internacional Ministerial sobre Energia Nuclear do Século, que ocorrerá de 21 a 27 de junho, em São Petersburgo, na Rússia.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... al-da-aiea
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Japão suspende contratatação de brasileiros para limpar lixo tóxico de Fukushima
Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 06/06/2012 14:06
A contratação de brasileiros para a perigosa tarefa de retirar lixo e entulho contaminado no entorno da usina nuclear de Fukushima, no Japão, foi cancelada após intervenção da Embaixada do Brasil em Tóquio.
A polêmica oferta de emprego, que chamou a atenção pelo alto salário oferecido - cerca de R$ 22 mil reais por mês, por duas horas de trabalho máximo por dia -, fez com que a embaixada entrasse em contato com a empresa de recrutamento, localizada em Osaka, para comunicar a insatisfação do governo brasileiro.
'O presidente dessa empreiteira, ante a repercussão tão negativa, disse que havia rescindido o contrato com o empregador final e que, portanto, nenhum brasileiro será contratado para trabalhar na usina nuclear de Fukushima', disse Batalha.
Os brasileiros seriam os primeiros estrangeiros a retirar o entulho e lixo tóxico da usina, atingida pelo terremoto e tsunami em 11 de março do ano passado. Até agora, somente japoneses estavam autorizados a fazer o serviço.
O diplomata contou que fez o contato por telefone e explicou ao presidente da empreiteira que a embaixada brasileira iria acompanhar o tema com preocupação e que tomaria as medidas necessárias para garantir a preservação da saúde dos brasileiros.
Segundo Batalha, o recrutamento preocupa 'por tratar-se de zona de risco, em usina nuclear que sofreu grave acidente no ano passado'.
O próprio empresário disse ao diplomata que sua empresa teria recebido diversos telefonemas, tanto de brasileiros como de japoneses, expressando semelhante preocupação.
Trabalho perigoso
De acordo com informações divulgadas pela própria empreiteira, 20 pessoas seriam recrutadas para o serviço.
Centenas de pessoas, no entanto, teriam se cadastrado para o emprego, após a publicação do anúncio em um jornal em português que circula na comunidade brasileira.
A oferta era de 30 mil ienes por dia, o que equivale a cerca de R$ 750. Por medida de segurança, os trabalhadores só podem ficar na área de 20 quilômetros em volta da usina por apenas duas horas diárias.
O trabalho, perigoso, requer roupa especial e autorização do governo. Os trabalhadores selecionados devem, ainda, passar por uma rígida avaliação de saúde.
Fonte: http://noticias.br.msn.com/mundo/jap%C3 ... -fukushima
Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 06/06/2012 14:06
A contratação de brasileiros para a perigosa tarefa de retirar lixo e entulho contaminado no entorno da usina nuclear de Fukushima, no Japão, foi cancelada após intervenção da Embaixada do Brasil em Tóquio.
A polêmica oferta de emprego, que chamou a atenção pelo alto salário oferecido - cerca de R$ 22 mil reais por mês, por duas horas de trabalho máximo por dia -, fez com que a embaixada entrasse em contato com a empresa de recrutamento, localizada em Osaka, para comunicar a insatisfação do governo brasileiro.
'O presidente dessa empreiteira, ante a repercussão tão negativa, disse que havia rescindido o contrato com o empregador final e que, portanto, nenhum brasileiro será contratado para trabalhar na usina nuclear de Fukushima', disse Batalha.
Os brasileiros seriam os primeiros estrangeiros a retirar o entulho e lixo tóxico da usina, atingida pelo terremoto e tsunami em 11 de março do ano passado. Até agora, somente japoneses estavam autorizados a fazer o serviço.
O diplomata contou que fez o contato por telefone e explicou ao presidente da empreiteira que a embaixada brasileira iria acompanhar o tema com preocupação e que tomaria as medidas necessárias para garantir a preservação da saúde dos brasileiros.
Segundo Batalha, o recrutamento preocupa 'por tratar-se de zona de risco, em usina nuclear que sofreu grave acidente no ano passado'.
O próprio empresário disse ao diplomata que sua empresa teria recebido diversos telefonemas, tanto de brasileiros como de japoneses, expressando semelhante preocupação.
Trabalho perigoso
De acordo com informações divulgadas pela própria empreiteira, 20 pessoas seriam recrutadas para o serviço.
Centenas de pessoas, no entanto, teriam se cadastrado para o emprego, após a publicação do anúncio em um jornal em português que circula na comunidade brasileira.
A oferta era de 30 mil ienes por dia, o que equivale a cerca de R$ 750. Por medida de segurança, os trabalhadores só podem ficar na área de 20 quilômetros em volta da usina por apenas duas horas diárias.
O trabalho, perigoso, requer roupa especial e autorização do governo. Os trabalhadores selecionados devem, ainda, passar por uma rígida avaliação de saúde.
Fonte: http://noticias.br.msn.com/mundo/jap%C3 ... -fukushima
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Liev Tolstói
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