pmicchi escreveu:Mais barato pois é um navio menor (abaixo de 2,000t). Mais seguro pois é um projeto testado e em uso, com comprovadas qualidades marinheiras.
Não seria um Navio Patrulha mas sim uma corveta de porte proximo ao da Inhaúma, mas sem os problemas de projeto da mesma (que podem ou não ter sido resolvidos na CV-03).
Esse navio poderia ser armado com uma peça de 76mm, um sistema AA (Sea Ceptor?), misseis antinavio (MAN-SUP?), TTs e sensores semelhantes ao da CV-03 (ou um pouco mais simples para reduzir custo), além de operar um helicoptero do porte do Sea Lynx. De novo, nada muito diferente da Inhauma atualizada para os dias de hoje.
Não, não seria uma corveta se fosse derivado diretamente das River, pois estas não possuem a resistência estrutural, as subdivisões internas, os recursos de combate à avarias, a redundância dos sistemas mais críticos, a distribuição de energia, refrigeração, água e etc... para receber sistemas mais complexos de armas e sensores e etc... .
Tudo isso teria que ser incorporado, implicando em um reprojeto completo do navio com aumento do deslocamento, da complexidade, dos riscos e do custo. Nem mesmo se poderia garantir que tudo isso possa ser de fato incorporado ao projeto existente. Mudar a compartimentalização interna de um casco e reforçar as anteparas para evitar naufrágio após o impacto de armas inimigas implica em total modificação da distribuição de pesos e da resistência estrutural. É como querer colocar blindagem e armamento de tanque de guerra em um caveirão. Pode até ser feito, mas teria que mudar a estrutura do chassis, a suspensão, a motorização, o câmbio, a eletrônica e etc..., e isso não ficaria nada barato e jamais chegaria à efici6encia de um tanque de verdade para cumprir as missões deste.
Nesse meio tempo, me informei melhor e, pelo que li, a MB adquiriu a licença para produzir mais 5 unidades de OPVs Amazonas. Ao invés de usar essa licenças para produzir OPVs de pouco valor militar, o que talvez nunca se faça por falta de recursos, poderíamos produzir uma versao de melhores capacidades ASW e ASuW.
Não me entenda mal: não acredito que um navio assim possa substituir à contento as escoltas atuais, assim como as CV-03 também não. Obviamente, a capacidade de sobrevivencia é inferior ao de um navio de 3,000t, mas vejo uma melhor relação custo-benefício e talvez uma oportunidade visto que temos a licença de fabricação.
A MB adquiriu o direito e os desenhos para construir navios IGUAIS às Amazonas, mas não de qualquer versão incrementada com mais sistemas de armas e sensores. Este seria um novo projeto que teria que ser desenvolvido, e a MB não tem sequer os memoriais de cálculo para poder implementar quaisquer modificações com um mínimo de segurança e teria que refazer os cálculos sozinha, com mais riscos e custos envolvidos do que a própria CV-3 que é baseada em um projeto cujo domínio é nosso.
O mais provável é que tivéssemos que contratar os ingleses para desenvolver esta nova versão e comprar de novo a licença para produzí-la, e duvido muito que eles fariam isso baratinho só "por conta de nossos lindos olhos azuis". E o risco ainda existiria, os últimos projetos de navios militares desenvolvidos por lá não são nem de longe exemplos de sucesso, muito pelo contrário. E ainda que um navio de 2500 ton como a CV-3 não tenha a capacidade de sobrevivência de um de 3.000, um OPV ainda mais leve terá muito menos capacidade ainda. Ou seja, não haveria garantia alguma de riscos ou custos menores, a única coisa garantida seria menor eficiência e resistência.
Ainda estou tentando entender onde estaria a vantagem.
Leandro G. Card