CBF não anuncia novo treinador, mas apresenta goleiro do tetra para coordenar a Seleção
O presidente da entidade José Maria Marin apresentou os novos rumos do futebol brasileiro após o fracasso na Copa. Gilmar Rinaldi, que participou da campanha vitoriosa nos EUA, será responsável por todas as seleções brasileiras
Manaus (AM), 17 de Julho de 2014
Cúpula da CBF se reúne, anuncia Gilmar Rinaldi para coordenador, mas técnico só na próxima semana. (Divulgação/CBF)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) convocou a imprensa de todo o País para uma entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (17), para mostrar os novos rumos do futebol nacional. A expectativa maior era pela apresentação do novo técnico da Seleção Canarinho. Porém, os cartolas deixaram o anúncio do substituto de Felipão para a próxima semana. A novidade ficou por conta do ex-goleiro Gilmar Rinaldi, que foi apresentado como coordenador-geral de seleções.
Muito bem acomodado na sede da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o presidente da entidade José Maria Marin ainda não decidiu pelo nome que comandará a seleção verde-amarela depois da saída de toda comissão técnica anterior, que tinha o gaúcho Luiz Felipe Scolari à frente. Mas adiantou que na próxima semana, o anúncio deve ocorrer de forma oficial.
“Nós pensamos (em anunciar o novo técnico) no início da próxima semana, talvez. Depende de algumas conversas que vamos ter neste fim de semana e esperamos até terça-feira (fazer o anúncio). É muito importante que o treinador, além da sua capacidade técnica, esteja dentro do que foi exposto aqui. O Gilmar vai participar ativamente desta escolha. Esperamos, no mais tardar, estar aqui na terça-feira para apresentar o novo treinador”, explicou o cartola.
Sob nova coordenação
Sem um nome para treinador, Marin se encarregou de apresentar o ex-atleta Gilmar como novo coordenador-geral de seleções. Como jogador, o mais novo funcionário da CBF acumulou passagens pelo Flamengo, Internacional, São Paulo e Cerezo Osaka do Japão. Além de ser goleiro reserva na campanha do tetracampeonato mundial com a Seleção Brasileira nos Estados Unidos, na Copa de 1994.
Após a aposentadoria, Rinaldi virou empresário e gerenciador de jogadores de futebol.
A única experiência do mais novo funcionário da CBF a frente de um clube como coordenador, foi no clube da Gávea, onde exerceu a função de superintendente de futebol na gestão conturbada do presidente Edmundo dos Santos Silva.
Como agenciador de atletas, Gilmar teve como clientes o atacante Adriano “Imperador” e o ex-jogador Washington (com passagens por Atlético-PR e Fluminense-RJ). Até pouco tempo, o agora ex-agente, comandava as carreiras de Fabio Santos e Danilo (Corinthinas) e Fabio Simplício (São Paulo e Roma-ITA).
O discurso do novo funcionário
Em sua primeira entrevista na nova função, Rinaldi se preocupou logo em desvincular seu nome do cargo de agenciador de futebol. “"Vou citar alguns itens que acho que são importantes. Minha atividade que exerci por 14 anos está extinta. Agora, oficialmente, não existe mais. Meu foco exclusivamente é a Seleção Brasileira, estou de volta para casa. Sei das dificuldades que vamos encontrar, ajustes que vamos fazer, mas espero corresponder às expectativas", explicou Gilmar.
O ex-goleiro revelou que está tendo conversas diárias com o presidente Marin e o vice, Marco Polo Del Nero, a fim de definir o nome do futuro comandante da Seleção. O coodenador-geral de seleções assume um cargo superior ao de Carlos Alberto Parreira, que era responsável apenas em coordenar a seleção principal.
Rinaldi se mostrou afinado com o discurso da direção da CBF e citou a renovação e integração entre as seleções de base. “O principal objetivo é ajudar a definir uma nova filosofia, que vai ser a base de tudo. O que vai prevalecer sempre é a parte coletiva sobre a individual. Para formar um plano, eu vou conversar com jogadores, treinadores. Acho que o momento agora é de ouvir e saber o que está acontecendo", completou Gilmar.
Técnico 'made in Brasil'
O novo coordenador ainda descartou qualquer possibilidade de apresentar um treinador estrangeiro como técnico da Seleção Brasileira. “Não é o momento. Vamos buscar em nossa casa alguém que conheça o nosso futebol, nossas qualidades, nossos defeitos. O tempo que nós temos nem é tão grande, e temos que definir isso logo.”, afirmou Rinaldi.
Gilmar também citou a Alemanha como exemplo a ser seguido futuramente. “O maior exemplo que a Alemanha me deu foi no primeiro jogo (contra Portugal). O maior ensinamento que a gente tenha além da parte tática. Eles tinham um jogador no elenco, e mesmo com o time ganhando de 4 a 0, o treinador não colocou esse jogador em campo. Eu me perguntei: Por que ele não colocava o Klose para fazer o gol? O coletivo estava acima do individual.”, explicou.
O boné de Neymar
O ex-goleiro do tetra também entrou em uma polêmica logo na sua chegada à CBF. Rinaldo ficou incomodado com o fato dos atletas apoiarem Neymar e esquecer de Bernard, seu substituto no fatídico jogo contra a Seleção da Alemanha.
“O que mais me incomodou no jogo com a Alemanha foi o boné. Não o boné, mas o que estava escrito (Força, Neymar). Ali deveria ser Força, Bernard. No futebol é tudo muito rápido, dinâmico. Deveria ter Força, Bernard ou o nome do jogador que vai entrar. Me incomodou, comentei com meus filhos”, lamentou o novo coordenador da CBF.
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