Fórum Defesa Brasil

Clermont escreveu:

Wingate escreveu:A Hydroar também fabrica lança-chamas. Pergunta: O EB utiliza atualmente esse tipo de armamento?

Sim, não só na função tradicional - deixar o inimigo "crocante" - como também em descontaminação química.

Grato ao colega pela resposta.

Wingate

Na página atual não vi referência a armas, faziam isso nos 80...

PTR-32 da PTR Industries





7.62x39mm

Uma dúvida: O Brasil ainda fabrica minas terrestres anti-pessoal e anti-carro?

Wingate

Viktor Reznov escreveu:PTR-32 da PTR Industries





7.62x39mm

A maquinaria que faz essas armas veio de Portugal (antiga Fábrica de Braço de Prata).

Wingate escreveu:Uma dúvida: O Brasil ainda fabrica minas terrestres anti-pessoal e anti-carro?

Anticarro, deve produzir. Já antipessoal, provavelmente não, já que o Brasil é signatário do tratado contra minas terrestres. Provavelmente, deve manter estoques para adestramento das Forças Armadas, somente. Já li que algumas minas antipessoal de fabricação brasileira foram utilizadas pelas forças de Khadaffi, na guerra civil líbia de anos atrás. Eram estoques comprados nos áureos tempos da venda de material bélico nos anos 1980.

Agora, eu sou contra o Brasil ter assinado um acordo destes. Podia ter concordado em proibir a venda ou cessão de qualquer espécie deste armamento para o exterior, mas mantendo a produção para a defesa nacional. É fácil para países como os Estados Unidos e os países europeus posarem de magnânimos e banirem a produção, já que não correm o risco de sofrerem ataques. Ao contrário, americanos e europeus, NA MAIORIA DOS CASOS, são os atacantes dos outros. E todo mundo pode ver como eles sofrem com IEDs (que são apenas minas artesanais) usadas pelas vítimas agredidas no Iraque e no Afeganistão.

Eu vejo o Brasil como um país que NUNCA vai atacar e abusar de ninguém, mas que precisa, sim, se preparar para defender a sua soberania. E pra isso, minas sempre serão a arma do mais fraco contra o mais forte. E o Brasil nunca será o lado mais forte numa guerra defensiva contra alguma agressão externa.

IED é uma coisa, mina anti-pessoal é outra. Eu sou a favor dessa proibição, por várias razões, incluindo o facto de que acabam-se as guerras mas a mina fica no terreno. Basta ver países como Angola e Moçambique, onde anos depois do fim das guerras civis ainda morrem pessoas.

SOBRE MINAS.

As minas terrestres foram criadas pelos espanhóis no século XVI, com o objetivo de destruir os muros das fortalezas. Entretanto, a partir da Primeira Guerra Mundial foram usadas sistematicamente contra carros blindados. Sua aplicação específica contra tropas inimigas ocorreu na Segunda Grande Guerra e não só mudou o rumo dos confrontos terrestres como incentivou seu uso nos conflitos depois de segunda metade do século XX. Pela facilidade de emprego, pela capacidade para deter o avanço de tropas inimigas, pela rápida proteção proporcionada e pelos baixíssimos custos, as minas antipessoal (MAP) foram utilizadas na África, na Ásia, na antiga União Soviética, no Oriente Médio e no continente americano. As MAP podem ser consideradas uma das mais cruéis armas de guerra, pois atuam por longo período de tempo e, mesmo depois do término do conflito, continuam vitimando soldados e não combatentes - agricultores, mulheres e crianças inocentes -, impondo-lhes pesado fardo de restrições físicas, econômicas e sociais..."

"...Por essas razões e fruto de intensa campanha internacional, em 3 de dezembro de 1997, na cidade de Ottawa, ocorreu a Convenção Sobre a Proibição de Minas Antipessoal (também denominada Tratado de Ottawa). Disponibilizado aos estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU), o Tratado de Ottawa entrou em vigor em 1º de março de 1999, sendo já ratificado por 156 países, que se comprometeram a não empregar, fabricar, comercializar, transferir, ou armazenar as MAP, bem como a destruir as existentes. Entre os países que não ratificaram o Tratado de Ottawa estão incluídos os Estados Unidos, a China, a Índia e a Rússia..."

Autor: CF(FN) Anderson da Costa Medeiros. Foi chefe do Grupo de Monitores Interamericanos na Colômbia (GMI-CO) / Período: 2009-10.
Este artigo foi publicado, originalmente, na Revista O Anfíbio, do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, edição 2010.

jauro escreveu:Entre os países que não ratificaram o Tratado de Ottawa estão incluídos os Estados Unidos, a China, a Índia e a Rússia..."

Não sabia disso.

Obrigado pela informação, Jauro.

Quanto a questão do tratado contra as minas, como dizia o dito popular "pimenta nos olhos dos outros é refresco".

Isso explica também, e muito, o porque de até hoje, os principais atores internacionais na seara nuclear se recusam peremptoriamente a assinar o tratado de não proliferação nuclear, mas fazem questão de fiscalizar e apontar o dedo na direção dos vizinhos.

É a realidade como ela é. Aqui do lado colombiano da fronteira graças à Deus não temos mais problemas com minas. Mas nem sempre foi assim. E ainda hoje, há regiões inteiras proibidas ao transito humano por causa delas na Colombia. E não raro, toda semana ou mês várias pessoas são feridas ou mortas por causa delas. É uma arma de uma mente extremamente diabólica.

Enfim, é e sempre foi e será uma arma dos mais fracos contra os mais fortes. Contudo, existem por aí fracos e fracos... e neste caso, as minas não fazem diferença de objetivos, justificativas, ideologias ou de participação. Elas simplesmente fazem o que foram feitas para fazer, na primeira oportunidade.

O problema todo é como conviver com isso.


http://lainfo.es/pt/2014/04/04/mais-de- ... -colombia/

abs.

Aí fica o grande, terrível dilema...

A mina anti-pessoal é uma arma terrível, cuja proposta principal, em muitos casos, é mutilar o soldado, não matá-lo, para que ele volte para casa e cause comoção no seu país pela sua desgraça, além do custo do país em tratar dos feridos por toda a vida. Como já foi dito, mesmo depois do conflito ter acabado as minas continuam matando por anos a fio.

Mas, no caso de um país invadido por força imensamente superior- não deve esse país lançar mão de todos os recursos possíveis para deter ou atrasar o avanço do inimigo, que por certo vai também empregar armas de amplo poder de destruição para subjugá-lo?

As considerações humanistas costumam ir para o ralo quando a primeira bomba é lançada...

Wingate

Esta é a questão fulcral Wingate. O conceito de humanidade sempre o primeiro a ir para o ralo ao longo dos séculos quando alguns seres ditos humanos resolvem decidir que a vida de seus semelhantes, também humanos, não é tão, ou mesmo menos, importante que os seus próprios interesses. Sempre foi assim e vai sempre ser.

As minas, em teoria quando usadas por um exercito profissional tendem a ser mapeadas e identificadas em seu uso, a fim de que não acabem sendo usadas contra suas próprias tropas. Mas isto talvez também seja um ufanismo retórico, visto que na história das guerras, mesmo os exércitos mais preparados e organizados deixaram atrás de si um rastro de morte e destruição causados pelas mesmas minas que ele plantou.

E como sabemos nós, quem planta vento, colhe tempestade. No caso das minas, também.

abs.

Wingate escreveu:A mina anti-pessoal é uma arma terrível, cuja proposta principal, em muitos casos, é mutilar o soldado, não matá-lo, para que ele volte para casa e cause comoção no seu país pela sua desgraça, além do custo do país em tratar dos feridos por toda a vida. Como já foi dito, mesmo depois do conflito ter acabado as minas continuam matando por anos a fio.

Bobagem... A prioridade das minas é matar, mas como é uma tarefa difícil se contentam em mutilar o inimigo.

A dificuldade das minas terrestres em matar humanos é por causa de nossa estatura, os órgão vitais ficam longe do chão e assim, uma mina precisaria de muito explosivo para ser letal, se a mina ficar cara demais, não vale a pena, então, destruir as pernas sem matar é um compromisso entre o custo da mina e o dano ao inimigo, não uma tática deliberada.

E até houveram esforços de fazer com que as minas matassem, os alemães usavam uma mina que se lançava no ar e detonava na altura da cabeça dos soldados inimigos, matando ao invés de mutilar e, potencialmente, atingindo mais de um soldado, mas tinha seu custo.

FCarvalho escreveu:As minas, em teoria quando usadas por um exercito profissional tendem a ser mapeadas e identificadas em seu uso, a fim de que não acabem sendo usadas contra suas próprias tropas.

Se essas tropas perderem, ninguém vai se lembrar de onde as minas foram escondidas...

Marechal-do-ar escreveu:E até houveram esforços de fazer com que as minas matassem, os alemães usavam uma mina que se lançava no ar e detonava na altura da cabeça dos soldados inimigos, (...)

Na verdade, ela só ia até a altura da cintura...

Alguém já ganhou ou perdeu uma guerra por causa de minas terrestres? Tem algum valor estratégico?