Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Muito bom discutir a competência legal da OAB, talvez possamos mudar alguma coisa. Entretanto, não esqueçamos as nukes! Sugeri que o Brasil deveria seguir o exemplo dos EUA, isto é, construir suas nukes e não dar bola para ninguém. Depois preconizar que em nome da paz, nenhum país deveria construir armas nucleares. Com esta "intenção" o Obama ganhou o nobel da paz.
Save the Amazon!! Burn an english!!!
co ivi oguereco iara (esta terra tem dono)
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... omica#more
Algum médico no grupo? A suspeita de assassinato é plausível, ou melhor, uma leucemia pode ser "causada" e matar em 2 semanas?
Algum médico no grupo? A suspeita de assassinato é plausível, ou melhor, uma leucemia pode ser "causada" e matar em 2 semanas?
As consequências da assimetria nuclear
19/Janeiro/2012
por Sued Lima [*]
Na década de 70 do século passado, o Brasil desenvolvia secretamente seu programa nuclear para fins militares. Para assegurar-lhe recursos financeiros, estabelecera parceria com o Iraque, que bancava os elevados investimentos necessários em troca de acesso aos conhecimentos tecnológicos brasileiros. O responsável pelo programa na Aeronáutica era o tenente-coronel aviador José Alberto Albano do Amarante, engenheiro eletrônico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Em outubro de 1981, Amarante foi atacado por uma leucemia arrasadora, que o matou em menos de duas semanas. Sua família tem como certo que o cientista foi morto pelos serviços secretos dos EUA e de Israel, com o objetivo de impedir a capacitação brasileira à produção de armas atômicas. Dando força às suspeitas, foi identificado um agente israelense do Mossad, de nome Samuel Giliad, atuando à época em São José dos Campos, e que fugiu do país logo após a misteriosa morte do oficial brasileiro.
O episódio dá bem o tom da virulência empregada pelos EUA e Israel para bloquear a entrada de outros países no fechado clube nuclear. Não por coincidência, apenas quatro meses antes da suposta ação em território brasileiro, Israel desfechara devastador ataque aéreo ao reator nuclear de Osirak, no Iraque, que vinha sendo construído pelos franceses.
Tais fatos dão credibilidade às reiteradas denúncias do governo iraniano de que seus cientistas estão sendo alvo de atentados por parte dos serviços secretos estadunidense, britânico e israelense. Somente em 2010, foram mortos os físicos Masud Ali Mohamadi e Majid Shariari, que atuavam no desenvolvimento de reatores nucleares, ambos vítimas de explosões de bombas em seus próprios automóveis, enquanto o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Abbasi-Davanina, escapava por pouco da detonação de um carro-bomba, conforme ele próprio denunciou durante a conferência anual da Agência Internacional de Energia Atômica, em setembro último. Em julho de 2011, o físico Daryush Rezaei, 35 anos, foi morto a tiros em frente a sua casa, em ataque que também feriu sua esposa. Esses são alguns dos muitos casos de assassinatos e desaparecimentos de cientistas e chefes militares iranianos nos últimos anos.
Os crimes se dão em paralelo às intensas pressões do governo dos EUA para que a comunidade internacional aplique severas sanções ao Irã sob o argumento de que o país descumpre o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Criado pela ONU em 1968, o acordo tem três objetivos principais: coibir o uso de tecnologia nuclear para produção de armas, eliminar os armamentos nucleares existentes e regular o uso de energia nuclear para fins pacíficos. Convenientemente, as grandes potências interpretam o acordo segundo seus próprios interesses: bloqueiam o desenvolvimento da pesquisa dos países não detentores de armas atômicas, mesmo quando para fins pacíficos, e fazem letra morta dos dispositivos do tratado que determinam o desarmamento.
Como previa o embaixador do Brasil na ONU, em 1968, José Augusto Araújo de Castro, quando atuou para impedir a adesão do Brasil ao TNP, o tratado é apenas um instrumento para perpetuar o poder das grandes potências.
Documentos divulgados pelo Wikileaks deixam clara a disposição dos EUA em não reduzir o número de ogivas nucleares instaladas na Europa. Por outro lado, enquanto todos os países do Oriente Médio fazem parte do TNP, Israel, único detentor de armas nucleares na região, nega-se a aderir ao acordo e repudiou as censuras de que foi alvo no relatório final da última reunião quinquenal do TNP, em 2010, gerando a ameaça dos demais governos vizinhos de abandonar o tratado na próxima reunião, marcada para 2012.
As guerras contra o Afeganistão, Iraque e Líbia, mais as ameaças contra a Síria, Coreia e Irã, parecem evidenciar que somente a capacidade de retaliação atômica intimida o império, já que a assimetria das forças alimenta aventuras dos Estados Unidos e de seus sócios de rapina, todos em busca de conflitos bélicos, seja para assegurar domínios seja para encobrir seus graves problemas domésticos.
A conjuntura estratégica do Oriente Médio indica que, para sua sobrevivência, o Irã não tem outra alternativa que a de construir sua bomba e, nesse sentido, corre contra o tempo, dado o cerco que se fecha contra o país.
Como analisa o cientista político paquistanês Tariq Ali, não é despropositado considerar que o surgimento de outra potência nuclear no Oriente Médio possa propiciar estabilidade política à região e ao mundo, por contraditório que possa parecer.
[*] Brasileiro, Coronel Aviador reformado e pesquisador do Observatório das Nacionalidades
http://resistir.info/irao/assimetria_nuclear.html
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Se é verdade acho que nunca poderá ser provado. Mas esse episódio sempre foi comentado nos meios do programa neclear.Paulo Lavorato escreveu:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... omica#more
Algum médico no grupo? A suspeita de assassinato é plausível, ou melhor, uma leucemia pode ser "causada" e matar em 2 semanas?
As consequências da assimetria nuclear
19/Janeiro/2012
por Sued Lima [*]
Na década de 70 do século passado, o Brasil desenvolvia secretamente seu programa nuclear para fins militares. Para assegurar-lhe recursos financeiros, estabelecera parceria com o Iraque, que bancava os elevados investimentos necessários em troca de acesso aos conhecimentos tecnológicos brasileiros. O responsável pelo programa na Aeronáutica era o tenente-coronel aviador José Alberto Albano do Amarante, engenheiro eletrônico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Em outubro de 1981, Amarante foi atacado por uma leucemia arrasadora, que o matou em menos de duas semanas. Sua família tem como certo que o cientista foi morto pelos serviços secretos dos EUA e de Israel, com o objetivo de impedir a capacitação brasileira à produção de armas atômicas. Dando força às suspeitas, foi identificado um agente israelense do Mossad, de nome Samuel Giliad, atuando à época em São José dos Campos, e que fugiu do país logo após a misteriosa morte do oficial brasileiro.
O episódio dá bem o tom da virulência empregada pelos EUA e Israel para bloquear a entrada de outros países no fechado clube nuclear. Não por coincidência, apenas quatro meses antes da suposta ação em território brasileiro, Israel desfechara devastador ataque aéreo ao reator nuclear de Osirak, no Iraque, que vinha sendo construído pelos franceses.
Tais fatos dão credibilidade às reiteradas denúncias do governo iraniano de que seus cientistas estão sendo alvo de atentados por parte dos serviços secretos estadunidense, britânico e israelense. Somente em 2010, foram mortos os físicos Masud Ali Mohamadi e Majid Shariari, que atuavam no desenvolvimento de reatores nucleares, ambos vítimas de explosões de bombas em seus próprios automóveis, enquanto o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Abbasi-Davanina, escapava por pouco da detonação de um carro-bomba, conforme ele próprio denunciou durante a conferência anual da Agência Internacional de Energia Atômica, em setembro último. Em julho de 2011, o físico Daryush Rezaei, 35 anos, foi morto a tiros em frente a sua casa, em ataque que também feriu sua esposa. Esses são alguns dos muitos casos de assassinatos e desaparecimentos de cientistas e chefes militares iranianos nos últimos anos.
Os crimes se dão em paralelo às intensas pressões do governo dos EUA para que a comunidade internacional aplique severas sanções ao Irã sob o argumento de que o país descumpre o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Criado pela ONU em 1968, o acordo tem três objetivos principais: coibir o uso de tecnologia nuclear para produção de armas, eliminar os armamentos nucleares existentes e regular o uso de energia nuclear para fins pacíficos. Convenientemente, as grandes potências interpretam o acordo segundo seus próprios interesses: bloqueiam o desenvolvimento da pesquisa dos países não detentores de armas atômicas, mesmo quando para fins pacíficos, e fazem letra morta dos dispositivos do tratado que determinam o desarmamento.
Como previa o embaixador do Brasil na ONU, em 1968, José Augusto Araújo de Castro, quando atuou para impedir a adesão do Brasil ao TNP, o tratado é apenas um instrumento para perpetuar o poder das grandes potências.
Documentos divulgados pelo Wikileaks deixam clara a disposição dos EUA em não reduzir o número de ogivas nucleares instaladas na Europa. Por outro lado, enquanto todos os países do Oriente Médio fazem parte do TNP, Israel, único detentor de armas nucleares na região, nega-se a aderir ao acordo e repudiou as censuras de que foi alvo no relatório final da última reunião quinquenal do TNP, em 2010, gerando a ameaça dos demais governos vizinhos de abandonar o tratado na próxima reunião, marcada para 2012.
As guerras contra o Afeganistão, Iraque e Líbia, mais as ameaças contra a Síria, Coreia e Irã, parecem evidenciar que somente a capacidade de retaliação atômica intimida o império, já que a assimetria das forças alimenta aventuras dos Estados Unidos e de seus sócios de rapina, todos em busca de conflitos bélicos, seja para assegurar domínios seja para encobrir seus graves problemas domésticos.
A conjuntura estratégica do Oriente Médio indica que, para sua sobrevivência, o Irã não tem outra alternativa que a de construir sua bomba e, nesse sentido, corre contra o tempo, dado o cerco que se fecha contra o país.
Como analisa o cientista político paquistanês Tariq Ali, não é despropositado considerar que o surgimento de outra potência nuclear no Oriente Médio possa propiciar estabilidade política à região e ao mundo, por contraditório que possa parecer.
[*] Brasileiro, Coronel Aviador reformado e pesquisador do Observatório das Nacionalidades
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[]´s,
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Enquanto isso... No Reino Encantado do Planato Central, divulga-se nome, endereço, telefone e time pelo qual torcem os nossos agentes.
Em alguns aspectos tem-se que ouvir a contragosto que esse - ainda - não é um pais sério.
http://blogdaunr.blogspot.com/2008/11/a ... entes.html
Em alguns aspectos tem-se que ouvir a contragosto que esse - ainda - não é um pais sério.
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- Bourne
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Facilita a vida de agentes estrangeiros quando resolverem espionar ou eliminar alguns agnetes da ABIN. Economiza tempo e dinheiro.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Outro absurdo ocorrido estes dias, e que não tem nada a ver com partido político ou ocupante momentâneo do cargo, mas, sim, com segurança de estado, foi a divulgação do imóvel alugado em SP pelo Gsi para segurança do vice-presidente e família. Isto é uma ameaça real à segurança direta dele e, indiretamente, à segurança de estado do país. Deve ser corrigido e evitado ocorrer no futuro. Foram feitas até imagens da casa alugada!
Só como comparação, quando a bela e competente jornalista Patrícia Poeta fez aquela entrevista com a presidente Dilma, e acompanhou a mandatária do Palácio da Alvorada ao Palácio do Planalto, não foram feitas imagens da chegada delas ao palácio de governo, nitidamente, por questões de segurança.
Só como comparação, quando a bela e competente jornalista Patrícia Poeta fez aquela entrevista com a presidente Dilma, e acompanhou a mandatária do Palácio da Alvorada ao Palácio do Planalto, não foram feitas imagens da chegada delas ao palácio de governo, nitidamente, por questões de segurança.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brasileiros e alemães se aproximam em luta pelo fim das usinas nucleares
Carta Maior
Brasileiros e alemães se aproximam em luta pelo fim das usinas nucleares
Próximo do aniversário de um ano do desastre de Fukushima, organizações brasileiras intensificam luta para barrar a construção de Angra 3 e a previsão de mais 4 usinas no país. Em debate no Fórum Social, pesquisadores alertaram para riscos da tecnologia e articularam ações com organizações alemãs. Governo do país europeu ofereceu garantia financeira para investidores do setor no Brasil.
Bia Barbosa
Porto Alegre - No próximo dia 11 de março, protestos em todo o mundo marcarão o aniversário de um ano do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão, que expôs mais de 300 pessoas a um alto grau de radiação. O número de mortes por câncer no futuro pode chegar a mil neste que foi o maior desastre nuclear desde Chenobyl, em 1986. Em junho, durante a Rio+20, a questão da energia nuclear estará novamente em pauta. A 150 quilômetros de distância de Angra 1 e Angra 2 e do terreno onde está sendo feita a terraplanagem de Angra 3, o programa nuclear brasileiro também será alvo de manifestações dos movimentos sociais. Neste contexto, o Fórum Social Temático em Porto Alegre, que acontece até domingo, não podia ficar fora do roteiro das articulações nacionais e internacionais, que visam não apenas paralisar a construção de Angra 3 como acabar com a produção de energia nuclear no país.
Num debate realizado na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promovido pela Coalizão contra Usinas Nucleares e pela Articulação Antinuclear do Brasil, a lista exposta com as razões para se rejeitar esta forma de produção energética no país foi extensa, começando pelos riscos de acidentes. Os ambientalistas enfatizaram que não existe a possibilidade de risco zero na produção da energia nuclear.
“Antes de Fukushima, muitos defensores da energia nuclear afirmavam isso. Mas todos sabem que há o efeito da imprevisibilidade. No Japão, apesar de toda a tecnologia usada na segurança, o acidente foi catastrófico do ponto de vista social e ambiental”, avaliou Heitor Scalambrini, membro do Movimento Ecossocialista e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.
No estado, a cidade de Itacuruba, a 750 km do Recife, na fronteira com a Bahia, seria a principal opção para a construção de uma nova usina nuclear no país. Além de Angra 3, há uma previsão de colocar em operação outras quatros centrais em território nacional: duas no nordeste e duas no sudeste, a um custo de R$ 10 bilhões cada uma. Itacuruba teria sido escolhida por ficar às margens da lago de Itaparica, ao longo do Rio São Francisco, por ter solo estável e estar entre os três maiores mercados consumidores de energia elétrica da região: Salvador, Recife e o complexo portuário de Suape. A Eletronuclear fala de seis reatores, a serem instalados num complexo de 6 megawatts de produção.
Outra razão contrária à ampliação do programa nuclear brasileiro seria seu próprio custo. Depois de Fukushima, em função das novas regras de segurança que estão sendo definidas em âmbito internacional, o custo da produção da eletricidade via esta tecnologia, que já é caro – em média R$ 180 megawatt/hora –, deve aumentar, reforçando a necessidade dos subsídios já frequentes por parte dos Estados.
“É um custo alto, que não se justifica, até porque esta tecnologia contribui com apenas 2% da geração de energia elétrica no Brasil, facilmente realizáveis através da melhoria das hidrelétricas. Num país com 8 mil quilômetros de litoral, de clima tropical na sua maioria e com enormes potenciais para energias renováveis, não se deve investir em energia nuclear”, acredita Dawid Bartelt, da fundação alemã Heinrich Boll.
O governo da Alemanha está oferecendo a garantia financeira para os investimentos em Angra 3, que está sendo construída com tecnologia daquele país. A garantia financeira é uma peça decisiva para a consolidação da obra. Depois do acidente de Fukushima, no entanto, o governo alemão decidiu desativar 8 das 17 usinas nucleares em funcionamento no país; o restante será paralisado até 2022. “É um escândalo político. Enquanto acha que esta tecnologia é perigosa demais para a população alemã, o governo acredita que pode incentivá-la para a população brasileira. Está exportando uma tecnologia que já foi banida ali para outros países”, criticou Bartelt.
Na semana do dia 27 de fevereiro, o Parlamento alemão tomará a decisão se autoriza ou não o governo a conceder a garantia a Angra 3. Articuladas com organizações alemãs, as entidades brasileiras estão pressionando os congressistas europeus.
Já para o Parlamento brasileiro, foi lançada uma proposta popular de emenda constitucional, que pretende coletar pelo menos um milhão de assinaturas, para proibir, na Constituição Federal, que o país tenha usinas nucleares.
“Há um total desconhecimento da população brasileira em relação ao que está acontecendo. E uma própria ignorância dos governantes sobre este risco. Desde os prefeitos que disputam para sua cidade ser sede de usina ou para vencer licitações para receber lixo nuclear, tudo em busca de um troquinho”, disse Chico Whitaker, da Coalizão contra Usinas Nucleares. “Herdamos dos militares a ideia de que, para ser potência mundial e entrar no Conselho de Segurança da ONU, temos que ter um programa nuclear. É uma ignorância sobre o legado que deixaremos para as gerações futuras. Basta lembrar do que aconteceu com o Césio-137 em Goiânia”, alertou.
20 mil anos de lixo
Para além dos riscos de vazamento e contaminação durante a operação das usinas, a energia nuclear produz um lixo altamente radioativo, que demora 20 mil anos para esgotar seu potencial de radiação. Uma usina com vida útil de 30 anos, por exemplo, geraria mais de mil toneladas de lixo radioativo. A Finlândia é um dos poucos países do mundo que desenvolveu uma solução final para o armazenamento do lixo atômico. Em Angra, segundo os especialistas presentes no Fórum Social Temático, o armazenamento se dá em piscinas a céu aberto.
O risco, de fato, é enorme. Em 1987, uma pedra de apenas 19g de Césio-137 foi responsável pela contaminação de pelo menos 1.600 pessoas em Goiânia. A cápsula, exposta num depósito de material reciclável em uma máquina antiga de radioterapia, foi retirada por alguém que desconhecia a propriedade do elemento e que acabou, involuntariamente, contaminando todos que com ela entraram em contato. Odesson Alves, Presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, é irmão da pessoa que encontrou a pedra.
“Meu irmão achou a pedra e queria fazer um anel para esposa. Me mostrou o material, eu o toquei por alguns segundos e isso bastou para que 40 pessoas da nossa família fossem contaminadas. As autoridades não sabiam como gerir o acidente e todos que tiveram contato direto e indireto com o material foram atingidos. A partir daí começou nosso inferno. Tive que ficar mais de quatro meses em quarentena, distante de cinco metro das pessoas. Minha mulher teve caroços no corpo todo. A população queria nos apedrejar, nos acusavam de ter destruído a cidade, meus filhos tiveram que mudar de escola. Mas quem pegou o material também era vítima do processo, das autoridades da Comissão de Energia Nuclear, que deveria ter transportado e guardado o material com segurança”, afirma Odesson Alves.
Mesmo tendo feito 10 sessões de descontaminação, ele perdeu parte do dedo indicador da mão direita, tem uma deficiência na mão esquerda, seu nível de plaquetas opera sempre no mínimo, sente arrepio nos ossos e, muitas vezes, adquire várias doenças ao mesmo tempo, por ter o sistema imunológico deficiente. “Tem pessoas que tem feridas abertas no corpo até hoje, 25 anos depois”, contou. O acidente em Goiânia também gerou 6 mil toneladas de rejeitos radioativos.
Os riscos no entanto, começam muito antes, alertaram as organizações. Em Caetité, na Bahia, onde existe uma mina de extração de urânio – a primeira etapa da cadeia da produção da energia nuclear –, os problemas gerados na população são enormes. Em agosto, a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais divulgou o relatório da missão realizada na cidade para levantar as violações de direitos ocorridas no ciclo nuclear. Os documentos são reveladores do descaso do poder público com a vida dos moradores da região.
“Tudo começa com a explosão de dinamite na rocha, que gera um gás radônio, que não tem cheiro nem cor e vai ser inalado pelas pessoas, que sequer sabem que isso está acontecendo. Este gás contamina a água, o solo, os produtos agrícolas, os animais, as pessoas. Ninguém sabe a extensão das contaminações bacia hidrográfica abaixo. Até a água que a população bebia foi considerada contaminada”, contou Renato Cunha, do Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBA), que reivindica o fim da exploração do urânio na cidade. Desde o ano 2000, quando a mina começou a funcionar, a incidência de câncer na população não para de crescer.
“Queremos que o programa nuclear brasileiro seja desativado. Mas não é só fechar as usinas. Temos que acabar com a exploração do minério, instalar um sistema de monitoramento independente dos riscos da população e melhorar o atendimento à saúde na região. Desde sempre soubemos que é melhor deixar o urânio embaixo da terra”, disse Cunha.
Carta Maior
Brasileiros e alemães se aproximam em luta pelo fim das usinas nucleares
Próximo do aniversário de um ano do desastre de Fukushima, organizações brasileiras intensificam luta para barrar a construção de Angra 3 e a previsão de mais 4 usinas no país. Em debate no Fórum Social, pesquisadores alertaram para riscos da tecnologia e articularam ações com organizações alemãs. Governo do país europeu ofereceu garantia financeira para investidores do setor no Brasil.
Bia Barbosa
Porto Alegre - No próximo dia 11 de março, protestos em todo o mundo marcarão o aniversário de um ano do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão, que expôs mais de 300 pessoas a um alto grau de radiação. O número de mortes por câncer no futuro pode chegar a mil neste que foi o maior desastre nuclear desde Chenobyl, em 1986. Em junho, durante a Rio+20, a questão da energia nuclear estará novamente em pauta. A 150 quilômetros de distância de Angra 1 e Angra 2 e do terreno onde está sendo feita a terraplanagem de Angra 3, o programa nuclear brasileiro também será alvo de manifestações dos movimentos sociais. Neste contexto, o Fórum Social Temático em Porto Alegre, que acontece até domingo, não podia ficar fora do roteiro das articulações nacionais e internacionais, que visam não apenas paralisar a construção de Angra 3 como acabar com a produção de energia nuclear no país.
Num debate realizado na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promovido pela Coalizão contra Usinas Nucleares e pela Articulação Antinuclear do Brasil, a lista exposta com as razões para se rejeitar esta forma de produção energética no país foi extensa, começando pelos riscos de acidentes. Os ambientalistas enfatizaram que não existe a possibilidade de risco zero na produção da energia nuclear.
“Antes de Fukushima, muitos defensores da energia nuclear afirmavam isso. Mas todos sabem que há o efeito da imprevisibilidade. No Japão, apesar de toda a tecnologia usada na segurança, o acidente foi catastrófico do ponto de vista social e ambiental”, avaliou Heitor Scalambrini, membro do Movimento Ecossocialista e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.
No estado, a cidade de Itacuruba, a 750 km do Recife, na fronteira com a Bahia, seria a principal opção para a construção de uma nova usina nuclear no país. Além de Angra 3, há uma previsão de colocar em operação outras quatros centrais em território nacional: duas no nordeste e duas no sudeste, a um custo de R$ 10 bilhões cada uma. Itacuruba teria sido escolhida por ficar às margens da lago de Itaparica, ao longo do Rio São Francisco, por ter solo estável e estar entre os três maiores mercados consumidores de energia elétrica da região: Salvador, Recife e o complexo portuário de Suape. A Eletronuclear fala de seis reatores, a serem instalados num complexo de 6 megawatts de produção.
Outra razão contrária à ampliação do programa nuclear brasileiro seria seu próprio custo. Depois de Fukushima, em função das novas regras de segurança que estão sendo definidas em âmbito internacional, o custo da produção da eletricidade via esta tecnologia, que já é caro – em média R$ 180 megawatt/hora –, deve aumentar, reforçando a necessidade dos subsídios já frequentes por parte dos Estados.
“É um custo alto, que não se justifica, até porque esta tecnologia contribui com apenas 2% da geração de energia elétrica no Brasil, facilmente realizáveis através da melhoria das hidrelétricas. Num país com 8 mil quilômetros de litoral, de clima tropical na sua maioria e com enormes potenciais para energias renováveis, não se deve investir em energia nuclear”, acredita Dawid Bartelt, da fundação alemã Heinrich Boll.
O governo da Alemanha está oferecendo a garantia financeira para os investimentos em Angra 3, que está sendo construída com tecnologia daquele país. A garantia financeira é uma peça decisiva para a consolidação da obra. Depois do acidente de Fukushima, no entanto, o governo alemão decidiu desativar 8 das 17 usinas nucleares em funcionamento no país; o restante será paralisado até 2022. “É um escândalo político. Enquanto acha que esta tecnologia é perigosa demais para a população alemã, o governo acredita que pode incentivá-la para a população brasileira. Está exportando uma tecnologia que já foi banida ali para outros países”, criticou Bartelt.
Na semana do dia 27 de fevereiro, o Parlamento alemão tomará a decisão se autoriza ou não o governo a conceder a garantia a Angra 3. Articuladas com organizações alemãs, as entidades brasileiras estão pressionando os congressistas europeus.
Já para o Parlamento brasileiro, foi lançada uma proposta popular de emenda constitucional, que pretende coletar pelo menos um milhão de assinaturas, para proibir, na Constituição Federal, que o país tenha usinas nucleares.
“Há um total desconhecimento da população brasileira em relação ao que está acontecendo. E uma própria ignorância dos governantes sobre este risco. Desde os prefeitos que disputam para sua cidade ser sede de usina ou para vencer licitações para receber lixo nuclear, tudo em busca de um troquinho”, disse Chico Whitaker, da Coalizão contra Usinas Nucleares. “Herdamos dos militares a ideia de que, para ser potência mundial e entrar no Conselho de Segurança da ONU, temos que ter um programa nuclear. É uma ignorância sobre o legado que deixaremos para as gerações futuras. Basta lembrar do que aconteceu com o Césio-137 em Goiânia”, alertou.
20 mil anos de lixo
Para além dos riscos de vazamento e contaminação durante a operação das usinas, a energia nuclear produz um lixo altamente radioativo, que demora 20 mil anos para esgotar seu potencial de radiação. Uma usina com vida útil de 30 anos, por exemplo, geraria mais de mil toneladas de lixo radioativo. A Finlândia é um dos poucos países do mundo que desenvolveu uma solução final para o armazenamento do lixo atômico. Em Angra, segundo os especialistas presentes no Fórum Social Temático, o armazenamento se dá em piscinas a céu aberto.
O risco, de fato, é enorme. Em 1987, uma pedra de apenas 19g de Césio-137 foi responsável pela contaminação de pelo menos 1.600 pessoas em Goiânia. A cápsula, exposta num depósito de material reciclável em uma máquina antiga de radioterapia, foi retirada por alguém que desconhecia a propriedade do elemento e que acabou, involuntariamente, contaminando todos que com ela entraram em contato. Odesson Alves, Presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, é irmão da pessoa que encontrou a pedra.
“Meu irmão achou a pedra e queria fazer um anel para esposa. Me mostrou o material, eu o toquei por alguns segundos e isso bastou para que 40 pessoas da nossa família fossem contaminadas. As autoridades não sabiam como gerir o acidente e todos que tiveram contato direto e indireto com o material foram atingidos. A partir daí começou nosso inferno. Tive que ficar mais de quatro meses em quarentena, distante de cinco metro das pessoas. Minha mulher teve caroços no corpo todo. A população queria nos apedrejar, nos acusavam de ter destruído a cidade, meus filhos tiveram que mudar de escola. Mas quem pegou o material também era vítima do processo, das autoridades da Comissão de Energia Nuclear, que deveria ter transportado e guardado o material com segurança”, afirma Odesson Alves.
Mesmo tendo feito 10 sessões de descontaminação, ele perdeu parte do dedo indicador da mão direita, tem uma deficiência na mão esquerda, seu nível de plaquetas opera sempre no mínimo, sente arrepio nos ossos e, muitas vezes, adquire várias doenças ao mesmo tempo, por ter o sistema imunológico deficiente. “Tem pessoas que tem feridas abertas no corpo até hoje, 25 anos depois”, contou. O acidente em Goiânia também gerou 6 mil toneladas de rejeitos radioativos.
Os riscos no entanto, começam muito antes, alertaram as organizações. Em Caetité, na Bahia, onde existe uma mina de extração de urânio – a primeira etapa da cadeia da produção da energia nuclear –, os problemas gerados na população são enormes. Em agosto, a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais divulgou o relatório da missão realizada na cidade para levantar as violações de direitos ocorridas no ciclo nuclear. Os documentos são reveladores do descaso do poder público com a vida dos moradores da região.
“Tudo começa com a explosão de dinamite na rocha, que gera um gás radônio, que não tem cheiro nem cor e vai ser inalado pelas pessoas, que sequer sabem que isso está acontecendo. Este gás contamina a água, o solo, os produtos agrícolas, os animais, as pessoas. Ninguém sabe a extensão das contaminações bacia hidrográfica abaixo. Até a água que a população bebia foi considerada contaminada”, contou Renato Cunha, do Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBA), que reivindica o fim da exploração do urânio na cidade. Desde o ano 2000, quando a mina começou a funcionar, a incidência de câncer na população não para de crescer.
“Queremos que o programa nuclear brasileiro seja desativado. Mas não é só fechar as usinas. Temos que acabar com a exploração do minério, instalar um sistema de monitoramento independente dos riscos da população e melhorar o atendimento à saúde na região. Desde sempre soubemos que é melhor deixar o urânio embaixo da terra”, disse Cunha.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Que irônico. É a principal parceria internacional nuclear do Brasil, desde sua implementação na década de 70.Brasileiros e alemães se aproximam em luta pelo fim das usinas nucleares
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
terra.com.br
Obama envia secretários ao Brasil para discutir segurança nuclear
05 de março de 2012 • 08h11 • atualizado às 08h14
A subsecretária norte-americana interina de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, e o secretário assistente de Estado para o Escritório de Segurança Internacional e Não Proliferação, Thomas M. Countryman, estarão hoje e amanhã no Brasil para várias reuniões com autoridades brasileiras para discutir a segurança nuclear. Em menos de uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou três assessores do governo a Brasília.
Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil definiu as relações com o governo brasileiro. "O Brasil é um importante parceiro global que compartilha metas comuns de controle e não proliferação com os norte-americanos", diz o texto.
"Apreciamos a liderança do Brasil tanto em escala regional quanto internacional e aguardamos para colaborar mais no endereçamento dos importantes desafios na área de não proliferação e desarmamento", acrescenta o comunicado.
Gottemoeller e Countryman estão no Brasil para conversas sobre a não proliferação e o desarmamento. Em pauta, a Cúpula de Segurança Nuclear, em 26 e 27 de março, em Seul, na Coreia do Sul, quando Obama e vários chefes de Estado e de Governo estarão presentes.
Nas conversas com os brasileiros, Gottemoeller e Countryman também devem mencionar as questões de controle de armas, como a implementação do novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (denominado Start). No tratado, firmado em 1991 pelos governos dos Estados Unidos e da Rússia, ambos comprometem-se a reduzir gradativamente as armas. Porém, os termos do acordo precisam ser revistos. O processo está em andamento.
As visitas de Gottemoeller e Countryman ocorrem depois de o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, vir ao Brasil e ter como temas principais de sua viagem o cancelamento do contrato para a venda de 20 aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) aos Estados Unidos e a ida da presidente Dilma Rousseff a Washington, no próximo mês.
Burns garantiu que o Brasil ainda pode participar da licitação para a venda de 20 aeronaves militares para os Estados Unidos, no valor de US$ 355 milhões. O governo norte-americano cancelou o processo licitatório no último dia 17, surpreendendo as autoridades brasileiras. Mas o Ministério das Relações Exteriores negou desconforto entre os dois países.
Obama envia secretários ao Brasil para discutir segurança nuclear
05 de março de 2012 • 08h11 • atualizado às 08h14
A subsecretária norte-americana interina de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, e o secretário assistente de Estado para o Escritório de Segurança Internacional e Não Proliferação, Thomas M. Countryman, estarão hoje e amanhã no Brasil para várias reuniões com autoridades brasileiras para discutir a segurança nuclear. Em menos de uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou três assessores do governo a Brasília.
Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil definiu as relações com o governo brasileiro. "O Brasil é um importante parceiro global que compartilha metas comuns de controle e não proliferação com os norte-americanos", diz o texto.
"Apreciamos a liderança do Brasil tanto em escala regional quanto internacional e aguardamos para colaborar mais no endereçamento dos importantes desafios na área de não proliferação e desarmamento", acrescenta o comunicado.
Gottemoeller e Countryman estão no Brasil para conversas sobre a não proliferação e o desarmamento. Em pauta, a Cúpula de Segurança Nuclear, em 26 e 27 de março, em Seul, na Coreia do Sul, quando Obama e vários chefes de Estado e de Governo estarão presentes.
Nas conversas com os brasileiros, Gottemoeller e Countryman também devem mencionar as questões de controle de armas, como a implementação do novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (denominado Start). No tratado, firmado em 1991 pelos governos dos Estados Unidos e da Rússia, ambos comprometem-se a reduzir gradativamente as armas. Porém, os termos do acordo precisam ser revistos. O processo está em andamento.
As visitas de Gottemoeller e Countryman ocorrem depois de o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, vir ao Brasil e ter como temas principais de sua viagem o cancelamento do contrato para a venda de 20 aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) aos Estados Unidos e a ida da presidente Dilma Rousseff a Washington, no próximo mês.
Burns garantiu que o Brasil ainda pode participar da licitação para a venda de 20 aeronaves militares para os Estados Unidos, no valor de US$ 355 milhões. O governo norte-americano cancelou o processo licitatório no último dia 17, surpreendendo as autoridades brasileiras. Mas o Ministério das Relações Exteriores negou desconforto entre os dois países.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
JB Online
Obama envia secretários ao Brasil para discutir segurança nuclear
05/03 às 09h06
A subsecretária norte-americana interina de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, e o secretário assistente de Estado para o Escritório de Segurança Internacional e Não Proliferação, Thomas M. Countryman, estarão hoje e amanhã no Brasil para várias reuniões com autoridades brasileiras para discutir a segurança nuclear. Em menos de uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou três assessores do governo a Brasília.
Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil definiu as relações com o governo brasileiro. "O Brasil é um importante parceiro global que compartilha metas comuns de controle e não proliferação com os norte-americanos", diz o texto.
"Apreciamos a liderança do Brasil tanto em escala regional quanto internacional e aguardamos para colaborar mais no endereçamento dos importantes desafios na área de não proliferação e desarmamento", acrescenta o comunicado.
Gottemoeller e Countryman estão no Brasil para conversas sobre a não proliferação e o desarmamento. Em pauta, a Cúpula de Segurança Nuclear, em 26 e 27 de março, em Seul, na Coreia do Sul, quando Obama e vários chefes de Estado e de Governo estarão presentes.
Nas conversas com os brasileiros, Gottemoeller e Countryman também devem mencionar as questões de controle de armas, como a implementação do novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (denominado Start). No tratado, firmado em 1991 pelos governos dos Estados Unidos e da Rússia, ambos comprometem-se a reduzir gradativamente as armas. Porém, os termos do acordo precisam ser revistos. O processo está em andamento.
As visitas de Gottemoeller e Countryman ocorrem depois de o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, vir ao Brasil e ter como temas principais de sua viagem o cancelamento do contrato para a venda de 20 aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) aos Estados Unidos e a ida da presidente Dilma Rousseff a Washington, no próximo mês.
Burns garantiu que o Brasil ainda pode participar da licitação para a venda de 20 aeronaves militares para os Estados Unidos, no valor de US$ 355 milhões. O governo norte-americano cancelou o processo licitatório no último dia 17, surpreendendo as autoridades brasileiras. Mas o Ministério das Relações Exteriores negou desconforto entre os dois países.
Obama envia secretários ao Brasil para discutir segurança nuclear
05/03 às 09h06
A subsecretária norte-americana interina de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, e o secretário assistente de Estado para o Escritório de Segurança Internacional e Não Proliferação, Thomas M. Countryman, estarão hoje e amanhã no Brasil para várias reuniões com autoridades brasileiras para discutir a segurança nuclear. Em menos de uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou três assessores do governo a Brasília.
Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil definiu as relações com o governo brasileiro. "O Brasil é um importante parceiro global que compartilha metas comuns de controle e não proliferação com os norte-americanos", diz o texto.
"Apreciamos a liderança do Brasil tanto em escala regional quanto internacional e aguardamos para colaborar mais no endereçamento dos importantes desafios na área de não proliferação e desarmamento", acrescenta o comunicado.
Gottemoeller e Countryman estão no Brasil para conversas sobre a não proliferação e o desarmamento. Em pauta, a Cúpula de Segurança Nuclear, em 26 e 27 de março, em Seul, na Coreia do Sul, quando Obama e vários chefes de Estado e de Governo estarão presentes.
Nas conversas com os brasileiros, Gottemoeller e Countryman também devem mencionar as questões de controle de armas, como a implementação do novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (denominado Start). No tratado, firmado em 1991 pelos governos dos Estados Unidos e da Rússia, ambos comprometem-se a reduzir gradativamente as armas. Porém, os termos do acordo precisam ser revistos. O processo está em andamento.
As visitas de Gottemoeller e Countryman ocorrem depois de o subsecretário de Estado norte-americano, William Burns, vir ao Brasil e ter como temas principais de sua viagem o cancelamento do contrato para a venda de 20 aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) aos Estados Unidos e a ida da presidente Dilma Rousseff a Washington, no próximo mês.
Burns garantiu que o Brasil ainda pode participar da licitação para a venda de 20 aeronaves militares para os Estados Unidos, no valor de US$ 355 milhões. O governo norte-americano cancelou o processo licitatório no último dia 17, surpreendendo as autoridades brasileiras. Mas o Ministério das Relações Exteriores negou desconforto entre os dois países.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Organizações ambientais pressionam Berlim a retirar garantia financeira para Angra 3
dwelle.de
Estudo encomendado pelo Greenpeace e Urgewald, na Alemanha, considera projeto brasileiro "obsoleto" e com sérias falhas, que poderiam comprometer sua segurança. Garantia alemã passa de 1,3 bilhão de euros.
Um estudo divulgado nesta terça-feira (06/03) na Alemanha pelas organizações ambientais Greenpeace e Urgewald, reforçou as críticas ao posicionamento de Berlim por manter uma garantia de 1,3 bilhão de euros para a construção da usina nuclear de Angra 3 no Brasil. O levantamento, assinado pelo engenheiro brasileiro Francisco Corrêa, aponta falhas no projeto de construção da usina que poderiam comprometer seriamente sua segurança.
Segundo o especialista, a continuidade do programa nuclear brasileiro apresenta ainda um grave problema: o país não estaria cumprindo o acordo realizado com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de deixar nas mãos de um órgão independente a fiscalização sobre as atividades nucleares. Corrêa ressalta que atualmente essa fiscalização é feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), mesmo órgão que desenvolve as atividades nucleares no país.
"A CNEN não é independente, pois fiscaliza e é dona das indústrias nucleares do Brasil", afirmou Corrêa à Deutsche Welle. Ele foi contratado pelas duas organizações para mostrar os riscos da instalação da usina de Angra 3 no Rio de Janeiro.
Projeto obsoleto
Uma das maiores críticas apresentadas pelo estudo do consultor brasileiro é com relação à falta de atualização do projeto de Angra 3 com tecnologias e práticas modernas usadas nas usinas, hoje em dia. Planejada na década de 70, o projeto das instalações da usina são basicamente os mesmos desde os anos 80. "Angra 3 é totalmente obsoleta", afirma o especialista.
Ele explica que a contenção – construção que protege os reatores nucleares – prevista para a usina fluminense teria apenas 60 centímetros de espessura. "É muito fina, não resiste à queda de avião comercial ou militar, por exemplo", diz o especialista, reiterando que a colocação do governo de que não há linhas aéreas cruzando a região não justificaria a flexibilização. "Reatores modernos utilizam duas paredes de contenção de 1,30 metro."
Corrêa também critica o local escolhido para a construção da terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – onde já existem as usinas Angra 1 e 2. O município de Angra dos Reis, conhecido pela bela costa, oferece grandes riscos de deslizamentos de terra, como tem ocorrido nos últimos anos, podendo danificar as instalações das usinas e mesmo dificultar uma rota de evacuação da população, em caso de acidente.
"O local onde Angra 3 seria instalada não passaria nem nos critérios atuais estabelecidos pela Eletronuclear para futuras atividades, pois eles não aceitam locais onde possa haver deslizamento de terra, nem onde haja cidades próximas com mais de 5 mil habitantes", aponta o especialista.
Para o Greenpeace, o reator brasileiro descumpre totalmente os critérios básicos de segurança estabelecidos desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e a catástrofe de Fukushima no ano passado. "Este reator não seria passível de aprovação na Alemanha", alfineta o especialista em energia nuclear da organização na Alemanha, Tobias Riedl.
Pressão alemã
O uso de energia nuclear é um tema bastante sensível na Alemanha e tem levantado grandes discussões e gerado protestos contrários ao seu uso na Alemanha. Após o acidente em Fukushima, no Japão, exatamente há um ano, a chanceler federal Angela Merkel foi pressionada a rever a política nuclear do país, e por fim anunciou o fim do programa nuclear do país. "Se a chanceler quer manter a credibilidade de sua política atômica, é preciso acabar com este acordo nuclear no Brasil", afirma Riedl.
Há anos, as organizações ambientais vêm aumentando a pressão para que Berlim não conceda a garantia superior 1,3 bilhão de euros – uma espécie de fiança para proteger as empresas envolvidas do negócio, em caso de fracasso. Angra 3 será construída pelo conglomerado francês Areva, do qual participa também a empresa alemã Siemens.
Apesar das declarações anteriores de que o futuro reator brasileiro seguiria as técnicas usadas na Europa ocidental e de que a produção das peças asseguraria empregos na Alemanha, o governo alemão dá sinais de que pode recuar na garantia. Nesta segunda-feira, durante a feira de informática CeBit, em Hannover, Merkel ressaltou que uma decisão final ainda não foi tomada sobre o assunto.
Questionada pela imprensa, porém, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, recebida no evento pela premiê alemã, reiterou que o projeto Angra 3 está mantido.
dwelle.de
Estudo encomendado pelo Greenpeace e Urgewald, na Alemanha, considera projeto brasileiro "obsoleto" e com sérias falhas, que poderiam comprometer sua segurança. Garantia alemã passa de 1,3 bilhão de euros.
Um estudo divulgado nesta terça-feira (06/03) na Alemanha pelas organizações ambientais Greenpeace e Urgewald, reforçou as críticas ao posicionamento de Berlim por manter uma garantia de 1,3 bilhão de euros para a construção da usina nuclear de Angra 3 no Brasil. O levantamento, assinado pelo engenheiro brasileiro Francisco Corrêa, aponta falhas no projeto de construção da usina que poderiam comprometer seriamente sua segurança.
Segundo o especialista, a continuidade do programa nuclear brasileiro apresenta ainda um grave problema: o país não estaria cumprindo o acordo realizado com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de deixar nas mãos de um órgão independente a fiscalização sobre as atividades nucleares. Corrêa ressalta que atualmente essa fiscalização é feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), mesmo órgão que desenvolve as atividades nucleares no país.
"A CNEN não é independente, pois fiscaliza e é dona das indústrias nucleares do Brasil", afirmou Corrêa à Deutsche Welle. Ele foi contratado pelas duas organizações para mostrar os riscos da instalação da usina de Angra 3 no Rio de Janeiro.
Projeto obsoleto
Uma das maiores críticas apresentadas pelo estudo do consultor brasileiro é com relação à falta de atualização do projeto de Angra 3 com tecnologias e práticas modernas usadas nas usinas, hoje em dia. Planejada na década de 70, o projeto das instalações da usina são basicamente os mesmos desde os anos 80. "Angra 3 é totalmente obsoleta", afirma o especialista.
Ele explica que a contenção – construção que protege os reatores nucleares – prevista para a usina fluminense teria apenas 60 centímetros de espessura. "É muito fina, não resiste à queda de avião comercial ou militar, por exemplo", diz o especialista, reiterando que a colocação do governo de que não há linhas aéreas cruzando a região não justificaria a flexibilização. "Reatores modernos utilizam duas paredes de contenção de 1,30 metro."
Corrêa também critica o local escolhido para a construção da terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – onde já existem as usinas Angra 1 e 2. O município de Angra dos Reis, conhecido pela bela costa, oferece grandes riscos de deslizamentos de terra, como tem ocorrido nos últimos anos, podendo danificar as instalações das usinas e mesmo dificultar uma rota de evacuação da população, em caso de acidente.
"O local onde Angra 3 seria instalada não passaria nem nos critérios atuais estabelecidos pela Eletronuclear para futuras atividades, pois eles não aceitam locais onde possa haver deslizamento de terra, nem onde haja cidades próximas com mais de 5 mil habitantes", aponta o especialista.
Para o Greenpeace, o reator brasileiro descumpre totalmente os critérios básicos de segurança estabelecidos desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e a catástrofe de Fukushima no ano passado. "Este reator não seria passível de aprovação na Alemanha", alfineta o especialista em energia nuclear da organização na Alemanha, Tobias Riedl.
Pressão alemã
O uso de energia nuclear é um tema bastante sensível na Alemanha e tem levantado grandes discussões e gerado protestos contrários ao seu uso na Alemanha. Após o acidente em Fukushima, no Japão, exatamente há um ano, a chanceler federal Angela Merkel foi pressionada a rever a política nuclear do país, e por fim anunciou o fim do programa nuclear do país. "Se a chanceler quer manter a credibilidade de sua política atômica, é preciso acabar com este acordo nuclear no Brasil", afirma Riedl.
Há anos, as organizações ambientais vêm aumentando a pressão para que Berlim não conceda a garantia superior 1,3 bilhão de euros – uma espécie de fiança para proteger as empresas envolvidas do negócio, em caso de fracasso. Angra 3 será construída pelo conglomerado francês Areva, do qual participa também a empresa alemã Siemens.
Apesar das declarações anteriores de que o futuro reator brasileiro seguiria as técnicas usadas na Europa ocidental e de que a produção das peças asseguraria empregos na Alemanha, o governo alemão dá sinais de que pode recuar na garantia. Nesta segunda-feira, durante a feira de informática CeBit, em Hannover, Merkel ressaltou que uma decisão final ainda não foi tomada sobre o assunto.
Questionada pela imprensa, porém, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, recebida no evento pela premiê alemã, reiterou que o projeto Angra 3 está mantido.
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- Júnior
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Bem q fez, fica firme Dilma q eles vem com tudo agora, vamos ver se a imprensa pig e os oficiais param com o ranço e dão apoio a nossa independência nuclear
- cassiosemasas
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
podem espernear, mas ja estamos muito adiante no quesito nuclear do que muita gente pensa...e assim continuara, disso não tenho duvida, basta ver alguns projetos que nunca pararam, mesmo quando a verba era praticamente uma piada.
...
- cassiosemasas
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
romeo escreveu:Youtube:
isso quer dizer[destacar]"Bem vindo ao Clube"[/destacar]"tudo bem eles são de boa" e somos mesmos.
e isso não é de hoje!!!!
...