Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14416 Mensagem por Túlio » Seg Jan 09, 2017 1:12 pm

Bolovo escreveu: A China é o nosso maior parceiro comercial, a potência econômica dos BRICS (na qual fazemos parte) e vendem tudo balatinho (e nos amamos $$$).

Não considerar essa opção por ideologia? Pensei que isso era coisa de putista...
Cupincha, somos a piada dos BRICS. Sem dinheiro, sem Poder Militar, sem políticas consistentes para nada, sem judiciário confiável (o que significa sem LEIS confiáveis), como nos comparar com Rússia, Índia e China? E, se o Trump fizer o que vem dizendo que vai fazer, kabô-se BRICS, a Rússia sai fora, África do Sul idem e o nosso TEMERoso "presidente" é que não vai pagar pra ver.

E ficarias surpreso ao ver que tem mais IDEOLOGICE numa sala cheia de OGs (EB, MB e FAB) do que em todos os diretórios PUTISTAS juntos! Estou te falando do que já vi, ouvi e postei aqui mesmo, no DB.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14417 Mensagem por Bolovo » Seg Jan 09, 2017 1:16 pm

Túlio escreveu:
Bolovo escreveu: A China é o nosso maior parceiro comercial, a potência econômica dos BRICS (na qual fazemos parte) e vendem tudo balatinho (e nos amamos $$$).

Não considerar essa opção por ideologia? Pensei que isso era coisa de putista...
Cupincha, somos a piada dos BRICS. Sem dinheiro, sem Poder Militar, sem políticas consistentes para nada, sem judiciário confiável (o que significa sem LEIS confiáveis), como nos comparar com Rússia, Índia e China? E, se o Trump fizer o que vem dizendo que vai fazer, kabô-se BRICS, a Rússia sai fora, África do Sul idem e o nosso TEMERoso "presidente" é que não vai pagar pra ver.
Não é por isso que citei o BRICS. Citei esse grupo, no qual fazemos parte, porque significa que é um canal de comunicação em especial que temos com os chineses, algo que não temos com outros países, como por exemplo, nossos tradicionais fornecedores de equipamento militar.
Túlio escreveu:E ficarias surpreso ao ver que tem mais IDEOLOGICE numa sala cheia de OGs (EB, MB e FAB) do que em todos os diretórios PUTISTAS juntos! Estou te falando do que já vi, ouvi e postei aqui mesmo, no DB.
Não duvido.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14418 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 3:20 pm

JL escreveu:1-) Parabéns Leandro as suas postagens são magníficas, seus argumentos são muito bons, mas permita discordar, não porque não esteja corretos, mas porque a situação do país não permitem que venham a vingar.

2-) O Brasil não tem inimigos, concordo, mas existem algumas coisinhas básicas que qualquer país tem que possuir para poder ter alguma soberania, alguns caças dignos do nome, para poder ter algum controle do seu espaço aéreo e também alguma forma de retaliação, no mar tem ter algum tipo de navio oceânico que possa ir a qualquer ponto do Atlântico e que tenha algum armamento que o torne capaz de combate, sem isso este país não é nada e hoje estamos quase assim. Então precisamos ter algumas fragatas, não porque iremos atacar ou seremos atacados. Lembro que na história a II Grande Guerra pegou o Brasil de cuecas, não tínhamos caças e somente navios obsoletos, nem tanques. A história pode se repetir, a história mundial não esta nem um pouco preocupada com o Brasil.

3-) O parque industrial brasileiro é grande e esta sendo massacrado por políticas erradas, existem inúmero nichos de mercado, em que a indústria nacional poderá ser beneficiada, não vejo como construir 04 navios, que serão equipados 90 % com sistemas importados irá dá este salto a indústria nacional e repito, já temos um caríssimo programa em andamento e que já tende a se arrastar como foram os outros, desculpe-me mas não concordo com você, vejo mas como ufanismo dizer que a corveta foi projetada no Brasil, quando na prática é uma mistura de importados, assim como é a Barroso.

4-) Se assim fosse deveríamos ter colhido um ganho imenso com as Niterói, com as Inhaúma, com os Tupi, parece que não adiantou nada.

5-) 03 ou 04 corvetas ou fragatas sul coreanas, não são super trunfo nenhum, são apenas navios, aliás joguei super trunfo quando tinha dez anos anos de idade, não sei porque volta e meia aparece esta palavra por aqui. Isso não faz nenhum sentido.

6-) Aqui se tem um p... preconceito com o a ideia de OPV mais poderosos, um caminho que esta sendo seguido por muitos países para gerar massa para as suas forças navais deixando os navios de combate para a sua tarefa principal combate. Já disse antes deveríamos esta construindo OPV e não pensando em corvetas.

7-) Inimigos aparecem quando não se tem defesas, deixa a sua casa aberta, sem muro, porta aberta, sem grades e você convidará o ladrão.

8-) Não sou vidente, mas aposto que a CV 3 vai repetir as histórias anteriores.

9-) O pessoal tem que cair na realidade e sim precisamos de 03 fragatas boas no mínimo e precisamos de alguns caças rápido este Gripen esta demorando demais, precisamos de armas anti carro que não temos, precisamos de SAM, precisamos de quase tudo e olha isso não tem nada de super trunfo, não é jogo de criança, PRECISAMOS criar uma guarda de fronteiras, precisamos vigiar as fronteiras com DRONES, precisamos levar a coisa mais a sério, isto aqui esta ficando muito, mas muito feito.
Olá JL,

Sua argumentação basicamente é de que precisamos de muitas coisas e rápido para nos prover de alguma defesa minimamente eficaz contra alguma ameaça que possa talvez quem sabe aparecer no futuro próximo devido ao nosso estado atual praticamente indefeso. Isso é verdade, não há como contestar.

Mas existe um problema muito maior, mais prático e imediato, que é o estado de quase desmantelamento total de nossa indústria, que já foi muito mais pujante e está hoje em estado tão deplorável que uma retomada fica a cada dia mais difícil. Veja o gráfico abaixo para ter uma idéia:

Imagem

Perceba que 2014 a participação da indústria em nosso PIB já havia caído para níveis inferiores ao que era em meados da década de 1950, e de lá para cá nossa produção industrial caiu ainda mais rapidamente que o PIB e a situação agora é ainda bem pior. E não há ainda fim à vista para este processo de desmantelamento, que no momento está em pleno curso.

Isso não afetou apenas as linhas de produção e os salários mínimos dos apertadores de parafuso, está destruindo os poucos e frágeis departamentos de engenharia que ainda existiam nas empresas nacionais (que na grande maioria dos casos ainda são percebidos apenas como despesas, assim como o cafezinho ou o papel-higiênico) e estão sendo ainda mais pressionados, com demissões e aposentadoria precoce em massa de gerentes, projetistas e engenheiros experientes que não serão repostos. É uma base de conhecimentos e expertise que foi acumulada ao longo de décadas e está sendo perdida, e que será cada vez mais difícil recompor se e quando o país vislumbrar alguma possibilidade de sair do sufoco econômico em que estupidamente se meteu.

Este não um risco para talvez quem sabe no futuro, é algo que está ocorrendo agora, neste exato momento, e com prejuízos incalculáveis para o Brasil e seus cidadãos, mesmo os que não trabalham no setor industrial pois além de também precisarem adquirir produtos industriais no seu dia-à-dia a perda da maior agregação de valor e dos salários mais elevados típicos dos profissionais especializados do segmento industrial freiam de forma muito dura o crescimento econômico, prejudicando a todos.

Por conta disso a escolha agora me parece bem definida: Já está claro que não há recursos e nem haverá tão cedo para atender a ambas as demandas, a exclusivamente de defesa e a da salvaguarda de pelo menos parte de nossa capacidade tecno-industrial. Mas as necessidades de defesa (e geopolíticas) não são claras e o mais provável é que jamais se materializem, ao passo que os problemas do segmento industrial são reais e imediatos. Além disso, Se as necessidades de defesa foram satisfeitas agora estaremos apenas prorrogando o problema mais para a frente, pois assim que chegarem os navios contratados fora iniciarão seu inexorável processo de envelhecimento e obsolescência, e em 15 ou 20 anos estaremos de volta ao ponto em que estamos, com navios desatualizados já demandando recursos (provavelmente inexistentes) para uma atualização de meia-vida. Por outro lado, o desenvolvimento local permitiria ajudar a alavancar a indústria naval e consequentemente a economia do país, e deixaria como legado uma infra-estrutura humana e material que por si só demandaria atenção da sociedade e dos governantes futuros (coisa que dificilmente ocorre com material bélico por si só).

Considerando tudo isso não vejo como se pode defender a aquisição pura e simples de material estrangeiro (gastando até mais recursos, hoje extremamente escassos) em detrimento de um desenvolvimento nacional, ainda mais quando uma de nossas FA’s já tomou justamente a decisão de optar pelo caminho que melhor atende aos interesses nacionais mais importantes e prementes, e o programa já está até em andamento com verbas definidas e reservadas pela própria força. Pode até ser que a evolução futura do país (que pode sim continuar piorando cada vez mais, e mais ainda se se der ao luxo de gastar recursos agora para ajudar ao setor industrial de terceiros países ou invés do seu próprio) não permita a devida continuidade do processo após o programa das CV3, este é um risco que de fato existe. Mas aí o erro não será do pessoal da MB que tomou a decisão de tocar este programa e sim de governantes e da sociedade, que não conseguem perceber e priorizar os reais problemas do país.

O que acho inconcebível é desistir logo de cara antes mesmo de se tentar, e adotar simplesmente a solução rápida e fácil de dar as costas para as reais necessidades na nação apenas para obter mais rapidamente algo que muito provavelmente só vai ter utilidade para enfeitar eventos militares e uma ou outra eventual presença em exercícios internacionais (que servirão de propaganda para o país que desenvolveu o projeto por mais que seja a bandeira do Brasil a hasteada na popa :roll: ).


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14419 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 3:38 pm

Túlio escreveu:MY CONGRATZ, concordo integralmente. As intenções do Leandro véio são buenas mas as conclusões não batem: fazer casco de navio gera qual tecnologia? Mil vezes desenvolver SISTEMAS, que têm muito maior valor agregado, geram muito mais avanços tecnológicos (a maioria de emprego dual) e empregos para verdadeiros especialistas.
Túlio, Espanha, Coréia do Sul e até mesmo a Alemanha também não fazem muito mais do que o casco e alguns poucos subsistemas, sensores e armamentos são importados. E não vejo ninguém dizendo que eles são idiotas por fazerem isso e que de deveriam importar logo os seus navios prontinhos para uso dos EUA.
Antes de fazer um casco e rechear com conteúdo estrangeiro, deveríamos é desenvolver propulsão, sensores, armas e munições, sistemas de comunicações, EM, ECM, ECCM e por aí vai. Qual seria a diferença em termos de desenvolvimento tecnológico, comparando a visão "desenhar e fazer o casco para depois encher de coisa estrangeira cheia de controles internacionais" e "comprar pronto"? Quase nenhuma, um casco comprado pronto pode ser reparado aqui, quero ver fazer o mesmo com turbinas e grandes motores diesel, substituir tubos de canhão, mísseis AAe, reparar sonares e radares, etc...
Acontece que casco é mais simples e já temos infra-estrutura para tal, mesmo que em um nível abaixo do ideal. E outras coisas como CoC, ECM/ECCM e parte do armamento (como mísseis e eventualmente torpedos) também já poderíamos estar começando a desenvolver aqui (sem contar o MAN-1, que já estamos). Até os radares poderiam ser desenvolvidos pela Bradar, se houvesse interesse em gastar tempo e $$$ nisso.

Propulsão até poderíamos fazer aqui também, se houvesse demanda. Até fábrica de turbinas (a vapor) de grande porte nacional nós temos, se é que já não fechou justamente pro falta de encomendas. E muitas outras coisas como geração de energia e combate a inc6endio também já são feitas no Brasil ainda que por filiais de empresas multinacionais.

Mas sem dúvida parte dos sensores e armamento exigem grandes investimentos em desenvolvimento tecnológico que não teremos condições de fazer tão cedo, se é que teremos algum dia. Mas se não pudermos desenvolver um radar avançado ou um míssil AAe de longo alcance então devemos desistir de todo o resto, a coisa tem que ser assim, na base do tudo-ou-nada? Além disso, tente ir lá fora e adquirir um navio militar sem usar os sistemas indicados pelo país de origem, e veja se eles deixam assim tão fácil. Ou pergunte para a MB se todos os sistemas que serão instalados nos Scorpène-BR serão franceses mesmo quando havia interesse em adotar sistemas desenvolvidos aqui por escolha dela ou por insistência dos franceses, sem a qual não teria havido negócio?


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14420 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 3:45 pm

Juniorbombeiro escreveu:Então, em vez de rechear aquela CV3, que já vem de um projeto meio problemático de casco, de equipamento europeu, faz logo um casco novo e com mais potencial de crescimento.
Que eu saiba o projeto da CV-3 tem o casco baseado no da Barroso, que não apresenta problema nenhum pois foi justamente desenvolvida para superar os problemas da classe anterior (Inhaúma).

Qual o problema de casco da Barroso?


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14421 Mensagem por J.Ricardo » Seg Jan 09, 2017 3:56 pm

Bolovo escreveu:
Túlio escreveu:Sei lá eu, essa dependência da MB de Franceses e Ingleses (que já vem de bem mais de um século) e depois dos ianques é um modelo que já se provou um FRACASSO! Sempre acaba em treta! O que propus foi algo sustentável e benéfico à nossa indústria e P&D, aproveitando o FATO de que a frota de Escoltas está com os dias contados e sem chance de substituição, porque mesmo tendo MAIS navio véio ferrugento por aí para vender, não há $$$ para comprar, não em número suficiente. Pega a merreca que estão juntando para comprar ferrugem e bota em Patrulha e Programas, POWS!!!
Por mim comprava tudo da China.
Estava pensando nisso quando estava lendo as postagens, mas comprava o navio e básico, e recheava aqui, seria mais barato e rápido.
Deixaria nossos estaleiros ocupados com NPO, esses são a verdadeira prioridade da marinha.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14422 Mensagem por Juniorbombeiro » Seg Jan 09, 2017 4:03 pm

LeandroGCard escreveu:
Juniorbombeiro escreveu:Então, em vez de rechear aquela CV3, que já vem de um projeto meio problemático de casco, de equipamento europeu, faz logo um casco novo e com mais potencial de crescimento.
Que eu saiba o projeto da CV-3 tem o casco baseado no da Barroso, que não apresenta problema nenhum pois foi justamente desenvolvida para superar os problemas da classe anterior (Inhaúma).

Qual o problema de casco da Barroso?


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Talvez tenha me expressado mal, o problemático realmente era a Inhaúma, fizeram a Barroso para arrumar e agora vão arriscar "estragar" aumentando o projeto no limite para fazer a CV3, enquanto a River II tem mais potencial de crescimento e mais "folga" de projeto (mais boca), além de uma marinha consagrada (RN) com os mesmos anseios de produzir um "corvetão" em cima do mesmo projeto, bem como a já declarada vontade da MB de participar do próximo degrau (Type 26) desta mesma RN. São projetos em início, que tem raízes em produtos que já usamos com sucesso, de estaleiros que a MB já tem experiência com a filosofia de projeto e estão em um estágio ideal para embarcarmos, são praticamente um Gripen NG, dos mares. Isso na minha opinião, claro.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14423 Mensagem por Bolovo » Seg Jan 09, 2017 4:08 pm

J.Ricardo escreveu:
Bolovo escreveu: Por mim comprava tudo da China.
Estava pensando nisso quando estava lendo as postagens, mas comprava o navio e básico, e recheava aqui, seria mais barato e rápido.
Deixaria nossos estaleiros ocupados com NPO, esses são a verdadeira prioridade da marinha.
Lembrando que recentemente a Marinha do Brasil incorporou o navio hidroceanográfico 'Vital de Oliveira' que foi fabricado na China (porém é de projeto norueguês).




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14424 Mensagem por J.Ricardo » Seg Jan 09, 2017 4:12 pm

Muito bem lembrado Bolovo!




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14425 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 4:21 pm

Juniorbombeiro escreveu:Talvez tenha me expressado mal, o problemático realmente era a Inhaúma, fizeram a Barroso para arrumar e agora vão arriscar "estragar" aumentando o projeto no limite para fazer a CV3, enquanto a River II tem mais potencial de crescimento e mais "folga" de projeto (mais boca), além de uma marinha consagrada (RN) com os mesmos anseios de produzir um "corvetão" em cima do mesmo projeto, bem como a já declarada vontade da MB de participar do próximo degrau (Type 26) desta mesma RN. São projetos em início, que tem raízes em produtos que já usamos com sucesso, de estaleiros que a MB já tem experiência com a filosofia de projeto e estão em um estágio ideal para embarcarmos, são praticamente um Gripen NG, dos mares. Isso na minha opinião, claro.
A MB já desistiu de ampliar demais o casco e também de aumentar muito o efetivo da CV-3 (o que desde sempre me pareceu um enorme absurdo) justamente para não arriscar as qualidades marinheiras do navio. Não vejo porque ela teria mais problemas do que a Barroso.

Quanto à River, é um OPV, um navio de uso basicamente policial sem estrutura e sem recursos de combate à avarias para enfrentar armamento minimamente militar. Até um míssil AT já seria um problema sério para ela, e mísseis pequenos como o Sea Skua e o Pengin provavelmente já seriam o suficiente para tirá-la fora de combate com um único acerto, o que dificilmente aconteceria com um navio realmente militar de mesmo porte como a Barroso.

Não basta ter tamanho de casco, tem que ser projetado e construído para encarar o rojão. A Barroso o foi desde o princípio e a River não, simples assim. O reprojeto terá que ser extenso e o resultado final não pode ser dado como garantido (a RN tem errado mais do que acertado nas últimas décadas). Afirmar categoricamente desde agora que o projeto inglês (e não nosso, veja bem, o que temos são apenas os desenhos da versão OPV mesmo, se quisermos a "versão militar" dela teremos que pagar) será sem dúvida melhor como navio de uso realmente militar não tem base factual.


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14426 Mensagem por Túlio » Seg Jan 09, 2017 4:25 pm

LeandroGCard escreveu: Túlio, Espanha, Coréia do Sul e até mesmo a Alemanha também não fazem muito mais do que o casco e alguns poucos subsistemas, sensores e armamentos são importados. E não vejo ninguém dizendo que eles são idiotas por fazerem isso e que de deveriam importar logo os seus navios prontinhos para uso dos EUA.
Não é o mesmo caso, Leandro véio: Países Europeus (e membros da UE e OTAN, ainda por cima), além de um aliado estratégico dos EUA na Ásia não estão de modo algum no mesmo barquinho furado que nós. E sei que sabes disso, apostyo que só querias saber se eu também sei. :lol: :lol: :lol: :lol:

LeandroGCard escreveu: Acontece que casco é mais simples e já temos infra-estrutura para tal, mesmo que em um nível abaixo do ideal. E outras coisas como CoC, ECM/ECCM e parte do armamento (como mísseis e eventualmente torpedos) também já poderíamos estar começando a desenvolver aqui (sem contar o MAN-1, que já estamos). Até os radares poderiam ser desenvolvidos pela Bradar, se houvesse interesse em gastar tempo e $$$ nisso.
Fazemos isso desde os encouraçados fluviais empregados na Guerra do Paraguai (para os quais importamos até os pregos de ferro, mas tudo tri, desenhamos e montamos aqui). Se a "receita" prestasse, já teria funcionado, não? E já perdi a esperança de ver algum interesse SÉRIO em "gastar" com essas "bobagens de P&D" nesta vida e pior, nem acredito em reencarnação (se acreditasse, pediria pra renascer em qualquer outro lugar)...
LeandroGCard escreveu: Propulsão até poderíamos fazer aqui também, se houvesse demanda. Até fábrica de turbinas (a vapor) de grande porte nacional nós temos, se é que já não fechou justamente pro falta de encomendas. E muitas outras coisas como geração de energia e combate a inc6endio também já são feitas no Brasil ainda que por filiais de empresas multinacionais.
Ia comentar no teu outro post (excelente, como sempre) que falava sobre a queda vertiginosa da Indústria; esta, a "nacional", já é, na maioria dos casos (automóveis, motos e caminhões, por exemplo), "nacional" só no nome, tipo "Do Brasil". A bélica vai pelo mesmo caminho, AEL, ARES & cia ltda (cada vez mais ltda, aliás). As que tentam emergir (jipes civis e militares, p ex) ou são compradas (Troller pela Ford, p ex) ou morrem à míngua porque as FFAA e mesmo as Policiais não estão nem aí, querem é IMPORTAR (mas nas palestras juram de pés juntos que só querem material feito em casa)!
LeandroGCard escreveu: Mas sem dúvida parte dos sensores e armamento exigem grandes investimentos em desenvolvimento tecnológico que não teremos condições de fazer tão cedo, se é que teremos algum dia. Mas se não pudermos desenvolver um radar avançado ou um míssil AAe de longo alcance então devemos desistir de todo o resto, a coisa tem que ser assim, na base do tudo-ou-nada? Além disso, tente ir lá fora e adquirir um navio militar sem usar os sistemas indicados pelo país de origem, e veja se eles deixam assim tão fácil. Ou pergunte para a MB se todos os sistemas que serão instalados nos Scorpène-BR serão franceses mesmo quando havia interesse em adotar sistemas desenvolvidos aqui por escolha dela ou por insistência dos franceses, sem a qual não teria havido negócio?


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OK, mas acho que o começo do teu post está mais perto da realidade: "sensores e armamento exigem grandes investimentos em desenvolvimento tecnológico que não teremos condições de fazer tão cedo, se é que teremos algum dia". POWS, tivemos quase dois SÉCULOS para fazer e sempre deixamos para depois (e sempre com essa mesma desculpa), o que me levaria a crer que algo ainda pode mudar? Aqui na Terra do Nunca a Defesa é assunto sério apenas para meia dúzia de gatos pingados como nós, o resto só quer saber da comi$$ão, azar do Contribuinte.

Cupincha, isso chega a ser deprimente de falar.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14427 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 4:35 pm

Túlio escreveu:OK, mas acho que o começo do teu post está mais perto da realidade: "sensores e armamento exigem grandes investimentos em desenvolvimento tecnológico que não teremos condições de fazer tão cedo, se é que teremos algum dia". POWS, tivemos quase dois SÉCULOS para fazer e sempre deixamos para depois (e sempre com essa mesma desculpa), o que me levaria a crer que algo ainda pode mudar? Aqui na Terra do Nunca a Defesa é assunto sério apenas para meia dúzia de gatos pingados como nós, o resto só quer saber da comi$$ão, azar do Contribuinte.

Cupincha, isso chega a ser deprimente de falar.
Pois é, deixamos de fazer estes investimentos justamente porque sempre aparecia a opção fácil, segura e baratinha de comprar pronto lá de fora. E agora até mesmo produzir simples cascos no Brasil (que já foi o segundo produtor mundial de navios na década de 1960, atrás apenas do Japão :? ) é complicado e controverso :roll: .

Mas a MB se dispõem novamente a tentar, e é o que a grana que ela tem permite bancar agora. Vamos desistir de vez? Para obter qual vantagem, mais alguns poucos navios importados que irão depois justificar a falta de investimentos neste setor industrial do Brasil enquanto obsolescem de forma inexorável pelas próximas décadas, como sempre? Só para enganar a nós mesmos de que temos uma marinha bonitinha e moderninha, mesmo que ela não sirva para nada além de fazer propaganda do país que nos vendeu os navios?


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14428 Mensagem por Juniorbombeiro » Seg Jan 09, 2017 4:37 pm

LeandroGCard escreveu:Que eu saiba o projeto da CV-3 tem o casco baseado no da Barroso, que não apresenta problema nenhum pois foi justamente desenvolvida para superar os problemas da classe anterior (Inhaúma).

Qual o problema de casco da Barroso?


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Talvez tenha me expressado mal, o problemático realmente era a Inhaúma, fizeram a Barroso para arrumar e agora vão arriscar "estragar" aumentando o projeto no limite para fazer a CV3, enquanto a River II tem mais potencial de crescimento e mais "folga" de projeto (mais boca), além de uma marinha consagrada (RN) com os mesmos anseios de produzir um "corvetão" em cima do mesmo projeto, bem como a já declarada vontade da MB de participar do próximo degrau (Type 26) desta mesma RN. São projetos em início, que tem raízes em produtos que já usamos com sucesso, de estaleiros que a MB já tem experiência com a filosofia de projeto e estão em um estágio ideal para embarcarmos, são praticamente um Gripen NG, dos mares. Isso na minha opinião, claro.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14429 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 4:40 pm

Túlio escreveu:Não é o mesmo caso, Leandro véio: Países Europeus (e membros da UE e OTAN, ainda por cima), além de um aliado estratégico dos EUA na Ásia não estão de modo algum no mesmo barquinho furado que nós. E sei que sabes disso, apostyo que só querias saber se eu
Peguemos então a Índia como exemplo. Os sistemas são basicamente importados também, mas eles desenvolveram a sua capacitação nas plataformas e agora seguem adiante, através de parceria ou sozinhos.

Mas porque não podemos fazer tudo vamos desistir e não fazer nada? Viver de trocar produtos industriais por café, minério de ferro e suco de laranja é mesmo o futuro mais adequado para este país, desde que possamos importar um punhado de plataformas bonitinhas lá de fora com isso?


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14430 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jan 09, 2017 4:43 pm

Juniorbombeiro escreveu:Talvez tenha me expressado mal, o problemático realmente era a Inhaúma, fizeram a Barroso para arrumar e agora vão arriscar "estragar" aumentando o projeto no limite para fazer a CV3, enquanto a River II tem mais potencial de crescimento e mais "folga" de projeto (mais boca), além de uma marinha consagrada (RN) com os mesmos anseios de produzir um "corvetão" em cima do mesmo projeto, bem como a já declarada vontade da MB de participar do próximo degrau (Type 26) desta mesma RN. São projetos em início, que tem raízes em produtos que já usamos com sucesso, de estaleiros que a MB já tem experiência com a filosofia de projeto e estão em um estágio ideal para embarcarmos, são praticamente um Gripen NG, dos mares. Isso na minha opinião, claro.
A MB já desistiu de ampliar demais o casco e também de aumentar muito o efetivo da CV-3 (o que desde sempre me pareceu um enorme absurdo) justamente para não arriscar as qualidades marinheiras do navio. Não vejo porque ela teria mais problemas do que a Barroso.

Quanto à River, é um OPV, um navio de uso basicamente policial sem estrutura e sem recursos de combate à avarias para enfrentar armamento minimamente militar. Até um míssil AT já seria um problema sério para ela, e mísseis pequenos como o Sea Skua e o Pengin provavelmente já seriam o suficiente para tirá-la fora de combate com um único acerto, o que dificilmente aconteceria com um navio realmente militar de mesmo porte como a Barroso.
Bem, mas a questão seria, botar as CV3 no tal do pacote de modernização do AMRJ, fechar um pacote com a BAe seria um incentivo para trazer esses projetos para cá, apenas no campo das especulações, claro. O projeto das "Corvetonas" da RN, é baseado no casco da River II sim, mas seguramente não é um OPV e os erros da RN foram em campos onde tentaram inovar (propulsão das Type 45, por exemplo), esse projeto não tem nada de inovador, pelo contrário, é um projeto "baixo custo" e "pé no chão", para eles, claro. De qualquer forma, nada impede de tocar as CV3 também, mas aí teria que buscar um outro parceiro ou simplesmente mandar construir em um estaleiro local ou estrangeiro, tem aquela história de "não por todos os ovos na mesma cesta".
Não basta ter tamanho de casco, tem que ser projetado e construído para encarar o rojão. A Barroso o foi desde o princípio e a River não, simples assim. O reprojeto terá que ser extenso e o resultado final não pode ser dado como garantido (a RN tem errado mais do que acertado nas últimas décadas). Afirmar categoricamente desde agora que o projeto inglês (e não nosso, veja bem, o que temos são apenas os desenhos da versão OPV mesmo, se quisermos a "versão militar" dela teremos que pagar) será sem dúvida melhor como navio de uso realmente militar não tem base factual.


Leandro G. Card




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