ninjanki escreveu:Eu já acho que o trauma por aqui é tão grande, que quando finalmente alguém dos EUA fala que a gente não é mais desprezível, já vira ofensa(porque implica que antes éramos...). Falta um pouco de simancol por aqui, assim como sobra prepotência nos americanos. O fato é que até pouco tempo atrás, ainda eramos uma república das bananas. De fato, qualquer um que preste atenção ao que ocorre no congresso, ao naipe dos nossos deputados, senadores, e da qualidade e conteúdo dos discursos deles, vai achar que ainda somos... Muito me admira um embaixador de um novo governo americano finalmente dizer, para o seu próprio congresso, que nós crescemos, que somos dignos de nota e relevantes, finalmente. Acho até que ele está se precipitando. Ainda não chegamos lá. Mas também é fato que, desde o FHC, e agora continuando com o Lula(só Deus entende porque...), o Brasil vem ganhando maior importancia econômica, comercial, eventualmente militar e diplomática. Estamos saindo do limbo em que viviamos desde o descobrimento, e começando a assumir de fato não apenas a liderança da AL(o Chavito que me perdoe, mas ele não apita nada), mas também em alguns grandes movimentos mundiais. Ser reconhecido pelos EUA como player internacional é um marco relevante na nossa evolução. Por si só, não muda nada noque somos, ou noque vai acontecer, mas pelo menos nos chama a atenção de que estamos de fato mudando.
Allan
ps. Muitos brasileiros tem problema de entender que a maioria dos países de "primeiro mundo" nunca nos acharam relevantes. Confundem carnaval e notoriedade com qualidade. E quando alguém demonstra essa percepção, automaticamente os gringos é que são prepotentes, esnobes, a gente é que é bão! Pessoalmente, creio mais em gostar de ser brasileiro, de não me curvar aos interesses estrangeiros, mas de ter auto-crítica para perceber nossas falhas e oquanto ainda falta...
O problema não é o reconhecimento, e esse conceito de relevancia, possui diversas facetas, e o Brasil passou por altos e baixos nesse processo, principalmente no malfadado milagre economico....Sinceramente, após a II Guerra mundial os fatores que traziam um maior destaque e relevancia as nações era o fato de terem sido os vencedores ou ter feito de fato, parte desse processo que desencadeou a queda do III Reich, ou seja, ideologias economicas políticas e sociais divididas em blocos alinhados ou não, com o 1ºmundo(formado por países capitalistas),2ºmundo(países que faziam parte das economias planificadas de Estado,vulgo comunistas) e o 3ºmundo era os que não se alinhanhavam, de fato com nenhuma dessas duas vertentes...essa questão de ser primeiro, segundo, ou terceiro mundo, é muito mais uma questão de alinhamento político que se tornou uma forma pejorativa de se retratar os não alinhados.....O grande problema dos países terceiromundistas, foi o fato de terem sido massa de manobra nesse grande tabuleiro mundial, recebendo goela abaixo ideologias como a das vantagens comparativas, acumulo de capitais baseado em um processo de ideias positivistas de processos evolutivos de um lado e, do outro lado uma utopia Marxista mal resolvida que trouxe uma perspectiva da necessidade de controle, até irracional, dos sublevadores da ordem mundial de uma elite controladora, ou seja, cortina de ferro, e quem for contra minha área de influencia leva pau, originando ditaduras e governos opressores e vendidos direta ou indiretamente....
Alguém tem que explicar para os EUA e muitos outros por aí, que a cortina de ferro caiu!!!O paradigma economico venceu, não existe mais comedores de criancinhas comunistas dos quais eles devem nos defender..... é muito bom ser reconhecido sim, porém, não com uma percepção retrógrada de que a cartilha deles é quem vai nos garantir o Paraíso aqui na terra....Se fosse assim, a Argentina estaria numa situação privilegiada, pois, até pouco tempo era a menina dos olhos do FMI e do Banco Mundial, exemplo a ser seguido de obediencia e disciplina aos principios norteadores do neo-liberalismo mundial, e agora olha bem o caos em que se encontram.
Em suma, o Brasil deve procurar com inteligencia o seu espaço e não se basear em alinhamentos ou exemplos alheios, ser reconhecido sim, mas sem o lisonjeio de que só conseguiremos alcançar alguma coisa sob a tutela do grande irmão e de suas boas intenções!!