Brasileiro escreveu: Qui Nov 26, 2020 3:27 pm
Obrigado, FCarvalho. Só não concordo que a concorrência é "pouca ou quase nula". Na verdade, o novo turboélice da Embraer vai bater bem onde concorrem os mais conhecidos ATR-42/72 (Airbus) e Dash-8 (Bombardier). Por fora, a China está entrando com o Xian MA700, seguida da Rússia, com o novo Il-114. Então vai ser um jogo duríssimo para a Embraer neste mercado.
Chineses e russos estão olhando a priori os mercados internos, principalmente aqueles, e os países sob sua influência. Em um terceiro momento eles vão olhar para exportações no mercado ocidental, onde o ATR reina absoluto.
Os canadenses em termos de concorrência faz tempo não consegue mais bater o avião franco-italiano. Por outro lado, este é um modelo com já com mais de vinte anos de projeto e já mostra sinais de cansaço pelo tempo de uso. A Embraer está focando principalmente em mercados onde o diferencial tecnológico possa arbitrar uma diferença entre o seu avião e o europeu a fim de ganhar espaço.
Como eles dizem por lá, o negócio é oferecer algo disruptivo capaz de sacudir o mercado e fazer a diferença. Se não for assim, este novo projeto corre o sério risco de ser apenas mais um a tentar roubar um naco do reino do ATR. Jogo duríssimo.
Eu tenho cá para mim que tudo que a Embraer faz no campo comercial tem um respingo na área militar. Se este novo avião vingar, ou tiver problemas para sair do papel em função de um cliente lançador, eu sugiro que a MB seja este cliente. Até prova em contrário, pelos dados até aqui disponíveis, este avião será em termos físicos comparável aos P-3AM da FAB. Nada mais justo do que pensar nele como o substituto ideal. Mais barato de comprar, operar e manter do que um E-2 190 ASW. E melhor ainda, produzido aqui. Sendo um avião menor e turbohélice, ele pode muito bem concorrer em diversas versões para compor uma família de aviões militares, como ocorreu com os E-145. Ao menos no nosso caso, pensando assim por alto, há 3 esquadrões de patrulha a serem reequipados com novos vetores, sendo que, no papel, um esquadrão teria pelo menos 12 aeronaves. Se a MB operar 1 esquadrão por DN ao longo da costa, seria um mercado hipotético para até 72 aeronaves de patrulha. Posso até estar voando na maionese, mas que alguém na Embraer com certeza está pensando nessa e em outras possibilidades, com certeza está.
Pelo menos não sou o único a viajar sozinho.
abs