Iraque - Noticias de Guerra

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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marcelo l.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1411 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 13, 2011 10:57 pm

FoxTroop escreveu:
marcelo l. escreveu:Nunca. Operação errada, razões idem.Depois ainda para piorar a administração americana e inglesa foi muito ruim, vide o documentário o legado de Lawrence,

Agora não era o regime do Sadam que resolvia o problema da questão religiosa, tanto que foi só cair que deu no que deu, uma das razões da poder dele é nunca ter resolvido ou tentado melhorar, sim dividi-los e aumentar muitas vezes essa tensão entre os grupos.

A invasão é condenável em si, mas muito do que ocorreu depois se explica até pela perpetuação de um regime por tantos anos como o de Sadam, é muito difícil acontecer transições tão calmas como no Brasil ou no Chile em grande parte por que nesses Estados os regimes autoritários realmente criaram estruturas administrativas e programas sociais.

:shock: :shock: :shock: Diz isso com que bases?!!!
Bom empiricamente: Angola pediu um convênio para ministério da Educação com o Brasil para se estruturar por que na realidade não tem nada,
Iraque só ver os textos do autor do referido documentário,
E se procurar o relatório do Timor quando tornou-se independente ele é bem claro.


O problema é que o que o público considera estrutura administrativa, a rigor eu deveria ter dito nos regimes autoritários não existe diferencição entre administração direta e indireta, os controles são precários, a questão da escolha de pessoal é feita para beneficiar o tirano podendo ser por critérios religiosos ou sociais* (mesmo com todas imperfeições e práticas danosas que existiam aqui ainda havia a idéia de concurso), as estruturas políticas de fato todas estão nas mas do executivo central, e em sua maioria são estados unitários.

Mesmo parecendo igual ao público e privado, o conceito de fortuna pessoal do déspota sempre pareceu o mais importante, mas o que me parece melhor é quanto de dinheiro ele pode utilizar do Estado sem prestar contas para qualquer fins, vários principes sauditas têm 20 bi ou mais pelo que li a pouco. Já, aqui e lá, sempre houve muito forte no orçamento programa quanto o presidente podia utilizar sem restrições na prática.

A questão social, você coloca o programa em si dentro de um conceito de eficiência, eficácia e efetividade, esses programas que existem de a diminuir desigualdade ou diferenças entre etnias são reprovadas, esse ano mesmo e o passado o Human Rights demonstra que houve um agravamento da questão da mulher no espaço público, isso antes da Túnisia. No Egito, li qualquer coisa, acho que tinha citado que a maior parte do orçamento efetivo para o combater o problema da segregação copta na sociedade era gasto em festas e eventos.

Quando os militares tiveram um programa social ligado ao governador de então Sr. Paulo Maluf, uma figura execrável, esse programa atingiu a periferia e foi elogiado mais tarde pela Sra Ruth Cardoso (esposa de FHC) e a Luisa Erundina (era do PT, hoje PSB) - entre outros, foi um programa que apesar das críticas não tinha conotação religiosa e apesar da ideologia do governo da época de lá saiu uma grande liderança popular (Erundina). Na maioria dos Estados a questão social é tratada ou apenas como era no Brasil pela primeira dama, um programa de caridade com uma data festiva para arrecadar fundos ou nesses estados ligando o Estado e a uma igreja.

Quando o regime autoritário aqui acabou, nós tínhamos Estados funcionando, a expansão da educação foi ligadas aos Estados e Municipios, sendo laica até no seu conteúdo. Há competências claras em algumas áreas até da segurança federal e estadual,

A mentalidade do militar brasileiro se você procurar nas entrevistas da FGV, acho que até tem vídeos da globonews, as figuras de proa vão dizer eu nunca quis sair de lá para ir para Brasilia - bom aqui eu posso dizer que as festas de despedida que vi na minha infância você via a tristeza do militar e a alegria da esposa que agora o marido iria entrar em uma nota, são militares que sempre se consideraram profissionais, o exército na maioria das ditaduras são esvaziados, quase a margem., não há uma função apenas repressão ou manter o poder do ditador em determinado território, o exercito brasileiro nunca foi na sua alma uma guarda pretoriana,a ele nunca foi controlado por um ditador totalmente nem Vargas conseguiu essa façanha.


Mas, são os únicos estados que me lembro que sem tropas estrangeiras conseguiram fazer uma transição sem ameaça de guerra civil ou secessão, agora é claro que em determinados vamos encontrar algumas características até mais positivas, mas essa soma desconheço, pelo máximo que criticamos no Brasil a zona do serviço público as responsabilidades e competências sempre foram dadas e sempre os agentes intermediários quando quiseram seguir a lei até o fizeram.


Mas friso nem por isso são ditaduras benéficas ou boas. São certas diferenças e institucionalização que levaram a esses Estados terem uma transição sem perigo de uma guerra civil sem tropas estrangeiras.

Mas, textos é complicado, mas quando o FMI, Banco Mundial, Human Rights, ONGs discutem reformas do Estado e sua legislação, mas não é só criar mas como atua na prática e seu papel dentro do sistema de poder, veremos que existem algumas semelhanças entre alguns países que os levaram a terem problemas na transição, não apenas a qualidade de seus políticos.


* Tem país como no Iraque que o médico formado não podia atuar por que que era xiita :shock:, alguns lugares se escolhe quem entra na faculdade por isso Concurso, um sistema de provas e mesmo durante os cursos existe controle do estado até impedindo que a pessoa se forme.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1412 Mensagem por kurgan » Qua Dez 14, 2011 5:47 pm

14/12/2011 - 17h24
Obama fala em 'sucesso' no Iraque, mas pede que EUA aprendam lição da guerra

Fort Bragg (EUA)

O presidente Barack Obama saudou esta quarta-feira "o sucesso extraordinário" dos Estados Unidos no Iraque, mas pediu que seja aprendida a lição da guerra, em discurso no qual prestou homenagem aos soldados, às vésperas da retirada dos militares americanos do país do Oriente Médio.

Em discurso aos soldados em Fort Bragg (Carolina do Norte, sudeste), Obama também fez alusão ao "alto preço" desta guerra de quase nove anos, à qual ele se opôs quando ainda não era presidente.

"Deixamos atrás de nós um Iraque soberano, estável e autossuficiente, com um governo representativo eleito por seu povo", afirmou Obama, cercado dos boinas vermelhas da 82ª divisão aerotransportada, na Carolina do Norte.

"Estamos construindo uma nova associação entre nossos países e pondo fim a uma guerra não com uma batalha final, mas com uma marcha final para casa", acrescentou.

Acompanhado da primeira-dama, Michelle, o presidente discursou para milhares de militares reunidos em Fort Bragg, enorme complexo de 650 quilômetros quadrados, sede de várias unidades de forças especiais e da 82ª divisão de infantaria aerotransportada, deslocadas várias vezes no Iraque desde a invasão ao país, em 2003.

"É um sucesso extraordinário, que levou nove anos", afirmou, ao mesmo tempo em que reconheceu "o duro trabalho e o sacrifício" que foram necessários.

"Estas palavras apenas descrevem o preço desta guerra e a coragem de homens e mulheres" que o pagaram, destacou.

"Conhecemos muito bem o preço alto desta guera. Mais de 1,5 milhão de americanos serviram no Iraque. Mais de 30 mil americanos ficaram com ferimentos visíveis", acrescentou, em alusão às sequelas psicológicas que sofrem alguns veteranos.

"Cerca de 4.500 norte-americanos" perderam a vida no Iraque, lembrou o presidente, "entre eles 202 heróis caídos no campo de honra procedentes daqui, de Fort Bragg", acrescentou.

"Hoje, fazemos uma pausa para rezar por todas as famílias que perderam um ente querido, porque todos são parte da nossa grande família americana", afirmou.

Durante sua vitoriosa campanha eleitoral de 2008, Obama fez alusão, em muitas ocasiões, à sua oposição inicial à guerra no Iraque, em 2002 e 2003, quando era apenas um legislador local.

O dirigente democrata, de fato, criticou duramente seu antecessor, George W. Bush, por ter lançado esta guerra.

No entanto, precisou administrar as consequências do conflito nos âmbitos doméstico e internacional. De fato, a guerra contribuiu para aumentar o déficit orçamentário no qual sua administração ainda se debate.

O presidente, que na segunda-feira destacou, ao receber o premier iraquiano, Nuri al-Maliki, na Casa Branca, que "a História julgará" a decisão de lançar a guerra, evitou uma vez mais a controvérsia, ao destacar que "os dirigentes e os historiadores continuarão analisando as lições estratégicas do Iraque".

A "lição mais importante que vocês nos ensinaram não é uma lição de estratégia militar; é uma lição sobre o caráter do nosso país", já que, "apesar de todas as dificuldades que nosso país enfrenta, vocês nos lembram que nada é impossível para os americanos quando são solidários", disse o Obama, candidato à reeleição nas presidenciais de novembro de 2012, e confrontado com a hostilidade de seus adversários republicanos.

Restam no Iraque alguns milhares de soldados americanos enquanto se aproxima o dia 31 de dezembro, data em que terão deixado definitivamente o país onde, desde 2003, pelo menos 126 mil civis iraquianos morreram no conflito, segundo Neta Crawford, professora da Universidade de Boston.

A eles se somam 20 mil soldados e policiais iraquianos e mais de 19 mil insurgentes.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... uerra.jhtm




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1413 Mensagem por Clermont » Qua Dez 14, 2011 7:08 pm

kurgan escreveu:"Deixamos atrás de nós um Iraque soberano, estável e autossuficiente, com um governo representativo eleito por seu povo", afirmou Obama, cercado dos boinas vermelhas da 82ª divisão aerotransportada, na Carolina do Norte.
Eu acho que eles deixaram um Iraque arruinado, empobrecido, dominado pelo sectarismo religioso, cheio de órfãos e viúvas; de mutilados; e com boa parte de sua população exilada.

E soberano país algum do mundo é, com milhares de soldados e mercenários estrangeiros estacionados no seu território.

E nem vou entrar no mérito de perguntar se foi para isso que muitos milhares de militares americanos deixaram lá suas vidas e seus membros. Não para garantir a segurança e a soberania dos Estados Unidos, mas para "deixar para trás um Iraque soberano, estável e autosuficiente."

Com certeza, não foi isso que o governo Bush e os seus defensores democratas e republicanos disseram ao povo de seu país, para justificar a invasão de 2003.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1414 Mensagem por FoxTroop » Qui Dez 15, 2011 9:48 am

Caro Marcelo, empiricamente posso também afirmar muita coisa. A sua afirmação sustenta-se apenas numa opinião formada sobre nada, julgando que era assim porque acha que era assim. Existia, sobre jugo do Saddam, uma liberdade religiosa como dificilmente o Iraque voltará a ter. Além disso existia uma rede de ensino universal onde as mulheres não eram discriminadas, um sistema de saúde universal e uma estrutura administrativa oleada e funcional que os USA fizeram o favor de desmantelar e depois foram obrigados a reactivar em parte quando viram a Nação à beira da guerra civil e caos total. Apesar do seu comportamento por vezes paranóico, Saddam nunca teve problemas em colocar em cargos de chefia, pessoas de quadrantes que não fossem o seu (sunita), desde que os considerasse leais e capazes e vai demorar décadas para que o povo iraquiano se recupere aos patamares de bem estar que tinha no tempo do Ditador.

Por isso, o seu discurso é muito bonito e cheio de bela ideologia, mas repare bem as nações onde a Democracia foi imposta. Veja bem, porque a democracia é um processo interno dos Povos, que quando se atinge uma determinada massa critica, não há ditadura que os aguente e são eles que fazem a transição. Foi assim com Portugal, foi assim com o Brasil, foi assim com os países do Bloco Comunista e existem muitos mais exemplos por este mundo fora. "Democracia" imposta à lei da bomba, disfarçada para cumprir desígnios geo-estratégicos, apenas dá em balcanização de nações e a longo prazo vai rebentar-nos nas mãos. Democracia não se impõe, conquista-se

Clermont escreveu:Eu acho que eles deixaram um Iraque arruinado, empobrecido, dominado pelo sectarismo religioso, cheio de órfãos e viúvas; de mutilados; e com boa parte de sua população exilada.

E soberano país algum do mundo é, com milhares de soldados e mercenários estrangeiros estacionados no seu território.

E nem vou entrar no mérito de perguntar se foi para isso que muitos milhares de militares americanos deixaram lá suas vidas e seus membros. Não para garantir a segurança e a soberania dos Estados Unidos, mas para "deixar para trás um Iraque soberano, estável e autosuficiente."

Com certeza, não foi isso que o governo Bush e os seus defensores democratas e republicanos disseram ao povo de seu país, para justificar a invasão de 2003.


Para não falar do pesado envenenamento da população, onde as mulheres recusam ter filhos com medo das malformações. De uma esperança média de vida que caiu para patamares parecidos ao do Corno de África, etc, etc......

Eu, cá no meu canto da Europa, nem sequer estou sentado em cima de reservas estratégicas. Aí, os partidários das intervenções democratizadoras, já não é bem assim..... e o mundo é redondo.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1415 Mensagem por marcelo l. » Qui Dez 15, 2011 1:54 pm

FoxTroop escreveu:Caro Marcelo, empiricamente posso também afirmar muita coisa. A sua afirmação sustenta-se apenas numa opinião formada sobre nada, julgando que era assim porque acha que era assim. Existia, sobre jugo do Saddam, uma liberdade religiosa como dificilmente o Iraque voltará a ter. Além disso existia uma rede de ensino universal onde as mulheres não eram discriminadas, um sistema de saúde universal e uma estrutura administrativa oleada e funcional que os USA fizeram o favor de desmantelar e depois foram obrigados a reactivar em parte quando viram a Nação à beira da guerra civil e caos total. Apesar do seu comportamento por vezes paranóico, Saddam nunca teve problemas em colocar em cargos de chefia, pessoas de quadrantes que não fossem o seu (sunita), desde que os considerasse leais e capazes e vai demorar décadas para que o povo iraquiano se recupere aos patamares de bem estar que tinha no tempo do Ditador.

Por isso, o seu discurso é muito bonito e cheio de bela ideologia, mas repare bem as nações onde a Democracia foi imposta. Veja bem, porque a democracia é um processo interno dos Povos, que quando se atinge uma determinada massa critica, não há ditadura que os aguente e são eles que fazem a transição. Foi assim com Portugal, foi assim com o Brasil, foi assim com os países do Bloco Comunista e existem muitos mais exemplos por este mundo fora. "Democracia" imposta à lei da bomba, disfarçada para cumprir desígnios geo-estratégicos, apenas dá em balcanização de nações e a longo prazo vai rebentar-nos nas mãos. Democracia não se impõe, conquista-se

Clermont escreveu:Eu acho que eles deixaram um Iraque arruinado, empobrecido, dominado pelo sectarismo religioso, cheio de órfãos e viúvas; de mutilados; e com boa parte de sua população exilada.

E soberano país algum do mundo é, com milhares de soldados e mercenários estrangeiros estacionados no seu território.

E nem vou entrar no mérito de perguntar se foi para isso que muitos milhares de militares americanos deixaram lá suas vidas e seus membros. Não para garantir a segurança e a soberania dos Estados Unidos, mas para "deixar para trás um Iraque soberano, estável e autosuficiente."

Com certeza, não foi isso que o governo Bush e os seus defensores democratas e republicanos disseram ao povo de seu país, para justificar a invasão de 2003.


Para não falar do pesado envenenamento da população, onde as mulheres recusam ter filhos com medo das malformações. De uma esperança média de vida que caiu para patamares parecidos ao do Corno de África, etc, etc......

Eu, cá no meu canto da Europa, nem sequer estou sentado em cima de reservas estratégicas. Aí, os partidários das intervenções democratizadoras, já não é bem assim..... e o mundo é redondo.
FoxTroop, EUA nem no caso do Afeganistão nem no caso do Iraque foi para impor a democracia, foi como no caso Alemão/Japão era um inimigo a ser vencido, foi deposto e escolhido uma forma de governo.

Em maior ou menor grau, houve intervenção americana em todos os países que hoje são democracias pós-segunda guerra, isso é fato, nenhum teve transição simples nem Portugal*, teve pressão americana e dinheiro americano. Agora mesmo na crise financeira européia um dos fantasmas é 1929 e seus resultados foram levantados, e no alvorecer da Crise falou-se em perigo de golpe de Estado em um estado membro do Euro e mesmo as saídas para crise na Itália foram de colocar governos não eleitos sem consulta da população.

O discurso interventivo atual e contrário é que está em bases falsas, só ler o livro da Samantha Powers, Genocidio, isso de intervenção de direitos humanos na política americana não existe até o Kosovo, depois existe sérias dúvidas pelas razões, por isso o discurso contrário que utiliza a falácia que não dá intervir em um sem outro caso, como se uma nação fosse sobretudo uma entidade moral, e não o Estado ser uma "pessoa de direito internacional" que age com padrões de dualidade dentro dos seus interesses

O público ou saúda ou não conforme o que prefere para o "se", tem até a cita os dados econômicos e sociais do Afeganistão para mostrar como o país melhorou desde o Talebã e são dados sólidos do banco mundial e FMI, e claro o famigerado IDH.

Discussão de competência de administração e modelos, nunca vi ninguém citando nesses modelos gerenciais pode ser até a teoria de Rensis Likert, me parece sempre a mesma falta de noção do que alguém versado em Direito dizer que uma república árabe é laica e que não utiliza a Charia. As condenações que existem da ONU a determinados país quando sai ao relatórios poucos os leem, mas no final do documento há quais leis, tratados e acordos internacionais que ele descumpre e que faz parte do contrato social, eles assinaram e consideram o que é crime.

Eu mesmo não sendo favorável a intervenção no Iraque, não vejo como as bombas americanas sejam somente elas responsáveis por problemas de saúde da população maiores que as armas químicas que o Sadam usou contra a sua população em diversos momentos do seu poder, nessa questão tem se fazer prospecção dos dados em que regiões ocorrem maior incidente e qual o evento ocorreu (bombas americanas ou armas químicas). Até por que fica aquela razão se os EUA são tão maus de jogar bombas, o governante que fez isso contra esse povo é santo? As armas químicas quem deu foi ocidente, verdade e isso já foi uma intervenção?

A questão das intervenções, elas existem e sempre existiram, tanto para suportar governos como para tira-los, nenhum país é neutro em sua história a pressão externas, há séculos não são apenas as forças sociais internais que impõe a forma de governo para sua nação, antigamente foram as colonizações, que foi uma forma mais brutal de genocídio e exploração dos países do hoje conhecidos terceiro mundo, depois a Europa terceirizou a coisa com os EUA impôs os ditadores, agora temos uma nova leva que são as intervenção em alguns casos e não intervenção outros, é apenas mais uma fase da história, os resultados só saberemos no futuro, e o juízo histórico que for tomado sempre o será condicionado ao seu tempo.

* Império derrotado - Kenneth Maxwell.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1416 Mensagem por FoxTroop » Qui Dez 15, 2011 2:31 pm

Caro Marcelo:

http://www.mdpi.com/1660-4601/7/7/2828/pdf

http://sic.sapo.pt/online/video/informa ... iraque.htm *

*imagens chocantes


Já pisei terra devastada por esse assassino silencioso. Camaradas meus já adoeceram inexplicavelmente. Nenhum faleceu à data (que se saiba), mas nos pára-quedistas à pelo menos uma morte confirmada por essa causa e várias suspeitas. Americanos e ingleses muitas e muitas. Por ter andando por sítios desses, antes de ser pai tive de pesar esse risco.

Por isso, se não vê como bombas americanas são responsáveis por "isso", ainda bem e que nunca tenha de ver, ao vivo e a cores.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1417 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Dez 15, 2011 3:40 pm

FoxTroop escreveu:Caro Marcelo:

http://www.mdpi.com/1660-4601/7/7/2828/pdf

http://sic.sapo.pt/online/video/informa ... iraque.htm *

*imagens chocantes


Já pisei terra devastada por esse assassino silencioso. Camaradas meus já adoeceram inexplicavelmente. Nenhum faleceu à data (que se saiba), mas nos pára-quedistas à pelo menos uma morte confirmada por essa causa e várias suspeitas. Americanos e ingleses muitas e muitas. Por ter andando por sítios desses, antes de ser pai tive de pesar esse risco.

Por isso, se não vê como bombas americanas são responsáveis por "isso", ainda bem e que nunca tenha de ver, ao vivo e a cores.

Confirmo-o!




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1418 Mensagem por EDSON » Qui Dez 15, 2011 6:13 pm

Observe quais bandeiras se queimam na comemoração da retirada das tropas americanas.



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Certas coisas não irão mudar nunca.

Acho que os americanos terão que voltar no futuro para derrubar outro regime inimigo aqui.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1419 Mensagem por marcelo l. » Qui Dez 15, 2011 6:48 pm

FoxTroop escreveu:Caro Marcelo:

http://www.mdpi.com/1660-4601/7/7/2828/pdf

http://sic.sapo.pt/online/video/informa ... iraque.htm *

*imagens chocantes


Já pisei terra devastada por esse assassino silencioso. Camaradas meus já adoeceram inexplicavelmente. Nenhum faleceu à data (que se saiba), mas nos pára-quedistas à pelo menos uma morte confirmada por essa causa e várias suspeitas. Americanos e ingleses muitas e muitas. Por ter andando por sítios desses, antes de ser pai tive de pesar esse risco.

Por isso, se não vê como bombas americanas são responsáveis por "isso", ainda bem e que nunca tenha de ver, ao vivo e a cores.
É crime, tem que ser punido e proibido, mas as conferências que tentam criar essas "leis restritivas" são boicotadas, responsabilidade então...por isso vejo:

Ao meu ver o momento para concessões seria agora, a comunidade internacional deveria aproveitar da fraqueza econômica e negociar os cortes ao orçamento militar americano fossem em armas que deveriam ser proibidas, não apenas os países, mas ONGs também.

Vai ser preciso para dar estudos que embasem a tese, conseguir apoio de veteranos militares e ainda que demonstram que estão morrendo por servir a pátria, fotos de crianças e soldados americanos morrendo pelos efeitos, que seria melhor tal arma ( e que ela dá mais lucro indústria que essa) e spin. E claro nunca entrar discussão de outros casos graves, afinal a idéia é resolver um problema de cada vez.

Se for discutir nos EUA*, que a arma é uma violação dos direitos humanos ou do direito humanitário, ou atos de genocídio ou crimes contra a humanidade (afinal seus efeitos são duradouros); prejudicar seriamente o desenvolvimento socioeconômico dos países onde foram usadas, não consegue chegar a lugar nenhum.

Mas, pelo calendário eu diria que o próximo a entrar em discussão e votação será o Arms Trade Treaty.

*É exemplo apenas poderia ter citado outros.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1420 Mensagem por EDSON » Dom Dez 18, 2011 11:09 am

18/12/2011 - 10h54
EUA saem do Iraque, mas problemas continuam pendentes


COMENTE
BAGDÁ, 18 dez 2011 (AFP) -Após a retirada das tropas americanas concluída neste domingo, restarão vários problemas a serem solucionados no Iraque.

- Disputas territoriais

Os curdos aceitaram a autonomia e deixaram de pedir independência, mas continuam se opondo ao poder central de Bagdá pelo controle de uma faixa de 650 km de comprimento com importantes reservas de hidrocarbonetos que cruza quatro províncias.

- Rebeldes, Al-Qaeda

A insurreição sunita perdeu influência, após os Estados Unidos aliarem-se a alguns líderes tribais, mas continua havendo atentados, execuções e sequestros. Por outro lado, o "Estado Islâmico do Iraque", que inclui grupos vinculados à Al-Qaeda, realizaram graves atentados.

- Tensões religiosas

Muitos iraquianos lamentam que os Estados Unidos tenha introduzido uma dimensão confessional que não existia no Iraque de Saddam Hussein, derrubado após a invasão de 2003 liderada por Washington. O atual governo, dominado por xiitas, acusa ex-partidários sunitas de Saddam Hussein de organizar conspirações e os reprime severamente.

- Crise na Síria

A Síria tem 600 km de fronteira com o Iraque. Se o regime de Bashar al Assad cair, a possível chegada de milhares de refugiados ao Iraque poderia agravar os conflitos internos. Além disso, Bagdá depende muito da importação de alimentos provenientes da Síria.

- Influência iraniana

O Irã foi acusado de influenciar o governo e as milícias xiitas responsáveis por atentados antiamericanos. Washington os acusa de querer formar "um governo no governo", como faz o Hezbollah libanês.

- Instituições fracas e corrupção

O Iraque não tem ministro do Interior há dois anos, por não ter conseguido um compromisso entre os diferentes grupos políticos. As instituições são fracas e o Iraque é considerado um dos países mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional, uma ONG com sede em Berlim.

Algumas províncias reclamam um estatuto de autonomia como o do Curdistão.

Segundo seu chefe de Estado Maior, as forças armadas serão incapazes de defender as fronteiras e o espaço aéreo iraquiano pelo menos até 2020.

- Petróleo

O Iraque não tem uma lei que rege a produção de hidrocarbonetos, primeira fonte de receitas do país.

- Problemas sociais

Um quarto da população é considerada pobre. A condição da mulher degradou-se sensivelmente desde 2003. O Iraque conta com 1,75 milhão de deslocados internos e refugiados.

- Separatistas curdos

O PKK turco e o PJAK iraniano têm bases no norte iraquiano. Os exércitos turco e iraniano realizam operações militares contra eles.

- Conflito com o Kuwait

As relações entre os dois países continuam sendo tensas durante a invasão iraquiana de 1990 e a guerra do Golfo de 1991. O Iraque acusa o Kuwait de bloquear sua saída para o mar, construindo um porto que cria obstáculos para suas exportações de petróleo




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1421 Mensagem por EDSON » Dom Dez 18, 2011 11:13 am

O abismo entre Xiitas e Sunitas esta aumentando cada vez mais. O Iraque corre o risco de deixar de existir como país. Mas só o futuro dirá o que realmente vai acontecer.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1422 Mensagem por EDSON » Dom Dez 18, 2011 11:28 am

18/12/2011 - 00h01

Relatos de massacre no Iraque recuperados revelam sangre frio de soldados americanos
Michael S. Schmidt
Em Bagdá (Iraque)
The New York Times

Um a um, os fuzileiros navais se sentaram, juraram dizer a verdade e começaram a conceder entrevistas secretas discutindo um dos episódios mais horríveis da época norte-americana no Iraque: o massacre de civis iraquianos pelos fuzileiros navais na cidade de Haditha em 2005.
"Quero dizer, quer seja um resultado de nossa ação ou de outra ação, você sabe, descobrir 20 corpos, com as gargantas cortadas, você sabe, sem cabeça, 20 corpos aqui, 20 corpos ali", disse o coronel Thomas Cariker, comandante na província de Anbar na época, aos investigadores enquanto descrevia o caos no Iraque. Às vezes, diz ele, as mortes eram causadas por "ataques de granadas nos pontos de vigilância, você sabe, com morte de civis."
As 400 páginas de interrogatórios, antes guardadas como segredos de guerra, deveriam ter sido destruídas à medida que os últimos soldados norte-americanos se preparam para deixar o Iraque. Em vez disso, elas foram descobertas junto com resmas de outros documentos confidenciais, incluindo mapas militares mostrando as rotas de helicóptero e localização de radares, por um repórter do The New York Times num depósito de lixo nas cercanias de Bagdá. Um atendente estava usando os documentos como combustível para acender uma fogueira e fazer um jantar de carpa defumada.
Os documentos – muitos marcados como secretos – fazem parte da própria investigação militar interna e confirmam a maior parte do que aconteceu em Haditha, uma cidade no rio Eufrates onde os fuzileiros navais mataram 24 iraquianos, incluindo um homem de 76 anos numa cadeira de rodas, mulheres e crianças, algumas ainda de colo. Haditha se tornou um momento definitivo da guerra, ajudando a consolidar uma desconfiança perene dos iraquianos em relação aos Estados Unidos e um ressentimento de que nenhum fuzileiro naval nunca foi processado. Esta é uma das principais razões pela qual as tropas de combate dos EUA estão indo embora no fim de semana.
Mas os relatos são tão extremos, pois revelam o estresse extraordinário dos soldados que foram enviados para o país, suas frustrações e seus encontros frequentemente dolorosos com uma população que eles não entendiam. Em suas próprias palavras, o relatório documenta a natureza desumanizante da guerra, onde os fuzileiros navais passaram a ver 20 civis mortos não como algo "incomum", mas como rotina.
Civis iraquianos eram mortos o tempo todo. O major general Steve Johnson, comandante das forças norte-americanas na província de Anbar, em seu próprio testemunho, descreveu isso como "o custo de fazer negócios".
O estresse do combate deixou alguns soldados paralisados, mostraram os depoimentos. Soldados, traumatizados com o aumento da violência e se sentindo constantemente cercados, ficaram cada vez mais nervosos, matando mais e mais civis em encontros acidentais. Outros ficaram tão dessensibilizados e acostumados às mortes que atiravam deliberadamente em civis iraquianos enquanto seus colegas tiravam fotos, e eram enviados a corte marcial. Os corpos se empilhavam numa época em que a guerra ficou horrivelmente errada.
Acusações foram retiradas contra seis dos fuzileiros envolvidos no episódio de Haditha, outro foi inocentado e o último caso contra um fuzileiro naval deve ir a julgamento no ano que vem.Essa impunidade por fim envenenou qualquer chance de as forças norte-americanas continuarem no Iraque, porque os iraquianos não as deixariam ficar sem que se sujeitassem às leis e tribunais iraquianos, uma condição que a Casa Branca não poderia aceitar.
Depois de saber que os documentos haviam sido encontrados, o coronel Barry Johnson, porta-voz do exército norte-americano no Iraque, disse que muitos deles continuam confidenciais e deveriam ter sido destruídos. "Apesar da forma inadequada como eles foram descartados e chegaram à nossa posse, não temos liberdade para discutir informações confidenciais", disse ele.
Muitos dos que testemunharam nas bases no Iraque ou nos Estados Unidos eram claramente responsáveis por não ter investigado uma atrocidade e podem ter tentado moldar seus testemunhos para descartar qualquer ideia de que tentaram encobrir os eventos. Mas os relatos também mostram a consternação dos fuzileiros navais enquanto lutavam para controlar uma terra pouco familiar e seu povo no que acabou se tornando um constante estado de sítio por conta dos guerilheiros que eram quase indistinguíveis dos não combatentes.
Alguns, sentindo que estavam constantemente sendo atacados, decidiram usar a força primeiro e fazer perguntas depois. Se os fuzileiros incendiavam um prédio, eles normalmente o derrubavam. Motoristas que se aproximavam dos pontos de fiscalização sem parar eram considerados homens-bomba.
"Quando um carro não para, ele cruza a linha de fogo, os fuzileiros entram em combate e, sim senhor, há pessoas dentro do carro que são mortas e não tem nada a ver com a coisa", testemunhou o sargento major Edward T. Sax, oficial sênior do batalhão. Ele acrescentou: "tive fuzileiros que atiraram em crianças em carros e tive que lidar com eles individualmente, um a um, porque eles tinham muita dificuldade em lidar com isso."
Sax disse que perguntava aos fuzileiros responsáveis se eles sabiam que havia crianças no carro. Quando eles diziam que não, ele dizia que a culpa não era deles. Ele diz que se sentia mal pelos fuzileiros que tinham atirado, dizendo que eles carregariam um fardo para a vida toda.
"Uma coisa é matar um insurgente num conflito aberto", testemunhou Sax. "Outra coisa muito diferente – e odeio dizer isso, da forma como somos criados nos Estados Unidos – é ferir uma mulher ou ferir uma criança ou, no pior caso, matar uma mulher ou matar uma criança."
Eles não conseguiam entender porque tantos iraquianos não paravam nos postos de fiscalização e especulavam que era por causa do analfabetismo ou de problemas de visão. "Eles não têm óculos ou coisa parecida", disse o coronel John Ledoux. "Isso de fato faz pensar, por causa de algumas coisas que eles faziam para continuar andando. Você sabe, é difícil imaginar que eles simplesmente continuavam vindo, mas às vezes eles faziam isso."
Este era o ambiente em 2005, quando os fuzileiros da Companhia K do 3º Batalhão, 1º Regimento de Fuzileiros Navais de Camp Pendleton, Califórnia, chegaram na província Anbar, onde se localiza Haditha, muitos pela segunda ou terceira vez no Iraque.
A província havia se tornado um forte para sunitas sem direitos e guerrilheiros estrangeiros que queriam expulsar os Estados Unidos do Iraque, ou simplesmente matar o máximo possível de norte-americanos. Das 4.483 mortes no Iraque, 1.335 aconteceram em Anbar.
Em 2004, quatro funcionários da Blackwater foram assassinados e arrastados pelas ruas de Fallujah, tiveram os corpos queimados e pendurados numa ponte sobre o rio Eufrates. Dias mais tarde, o exército norte-americano entrou em Fallujah, e o resultado foi o caos na província de Anbar durante os dois anos seguintes à medida que os norte-americanos tentavam lutar contra os insurgentes.
O estresse do combate logo chegou ao máximo. Um conselheiro legal da unidade de fuzileiros navais parou de tomar sua medicação para transtorno obsessivo compulsivo e parou de funcionar. "Tivemos o episódio em que os fuzileiros se fotografaram atirando nas pessoas", testemunhou o coronel R. Kelly, dizendo que eles chamaram imediatamente o Serviço de Investigação Criminal Naval e "confiscaram a máquina deles". Ele disse que os soldados envolvidos foram enviados à corte marcial.
Tudo isso estabeleceu o cenário para o que aconteceu em Haditha em 19 de novembro de 2005. Naquela manhã, um comboio militar de quatro veículos estava a caminho de um posto militar em Haditha quando um dos veículos foi atingido por uma bomba na beira da estrada. Vários fuzileiros saíram para socorrer os feridos, incluindo um que eventualmente morreu, enquanto outros procuraram insurgentes que poderiam ter montado a bomba. Dentro de algumas horas, 24 iraquianos, incluindo um homem cego de 76 anos de idade e crianças de 3 a 15 anos – foram mortos, muitos dentro de suas casas.
Moradores da cidade sustentam que os fuzileiros reagiram exageradamente ao ataque e atiraram em civis, dos quais só um estava armado. Os fuzileiros disseram que acreditavam estar sendo atacados. Quando os relatos iniciais chegaram dizendo que mais de 20 civis haviam sido mortos em Haditah, os fuzileiros que os receberam disseram que não ficaram surpresos pelo número alto de mortes civis.
O oficial chefe K.R. Norwood, que recebeu os relatos do local, no dia dos eventos em Haditha, e os transmitiu aos comandantes, testemunhou que 20 civis mortos não era um número incomum. "Quer dizer, não era excepcional, baseado na área eu não diria que era excepcional, senhor", disse Norwood. "E esta é apenas a minha definição. Não que eu ache que uma vida não vale, é que..."
Um investigador perguntou ao oficial: "quer dizer excepcional ou notável em termos de algo que teria lhe chamado a atenção e que você teria dito imediatamente: 'preciso ter mais informações sobre isso. Há muitas mortes'." "Não na época, senhor", testemunhou o oficial.
Johnson, comandante das forças norte-americanas na província de Anbar, disse que não se sentiu compelido a voltar e examinar os fatos porque eles faziam parte de um padrão contínuo de morte de civis. "Aquilo acontecia o tempo todo, não necessariamente em MNF-Oeste o tempo todo, mas por todo o país", testemunhou Johnson, usando uma sigla militar para as forças de coalizão no oeste do Iraque.
"Então, você sabe, talvez – imagino que se eu estivesse sentado aqui em Quantico e ouvisse que 15 civis haviam morrido eu teria ficado surpreso e chocado e teria tomado mais providências para investigar", testemunhou, referindo-se à Base de Fuzileiros Navais em Quantico, Virginia. "Mas naquele momento, senti que aquilo era – ou costumava ser, porque qualquer motivo, parte daquela ação e senti que era apenas o custo de atuar naquela luta em particular."
Quando os fuzileiros chegaram no local para avaliar o número de corpos, pelo menos um fuzileiro achou que seria um bom momento para tirar fotos para ele mesmo guardar. "Eu sei que um fuzileiro estava tirando fotos apenas para tirar fotos e eu disse a ele para deletar todas elas", testemunhou um primeiro tenente identificado como M.D. Frank. "Ele estava comigo, senhor, e ele estava tirando algumas fotos e eu disse: 'Sargento, delete essas fotos porque você está simplesmente se envolvendo num mundo de problemas.' Então ele respondeu, 'Entendido, senhor'."
Os documentos revelados pelo The Times – que incluem bilhetes escritos a mão pelos soldados, documentos de fuzileiros garantindo seu direito contra a auto-incriminação, diagramas de onde as mulheres e crianças mortas foram encontradas, e fotos do local onde o fuzileiro foi morto pela bomba na estrada no dia do massacre – continuam confidenciais.
Num encontro com a mídia em outubro, antes que os militares ficassem sabendo sobre a descoberta dos documentos, o comandante dos EUA encarregado da logística da retirada disse que os arquivos das bases foram transferidos para outras partes do exército ou incinerados. "Nós não colocamos documentos oficiais no lixo", disse o comandante, major general Thomas Richardson, num encontro na Embaixada dos EUA em Bagdá.
Os documentos foram empilhados em trailers militares e transportados para o ferro-velho por uma empresa iraquiana que estava tentando vender o que havia sobrado das bases norte-americanas, disse o funcionário do ferro-velho. O atendente disse que não tinha ideia sobre o que eram os documentos, só que eles eram importantes para os norte-americanos.
Ele disse que ao longo de várias semanas queimou dezenas e dezenas de pastas, transformando em cinzas mais histórias não contadas sobre a guerra. "O que podemos fazer com isso?", disse o atendente. "Essas coisas não valem nada para nós, mas entendemos que são importantes e que é melhor queimá-las para proteger os norte-americanos. Se eles estão indo embora, significa que seu trabalho terminou aqui."




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1423 Mensagem por marcelo l. » Dom Dez 18, 2011 11:54 am

EDSON escreveu:O abismo entre Xiitas e Sunitas esta aumentando cada vez mais. O Iraque corre o risco de deixar de existir como país. Mas só o futuro dirá o que realmente vai acontecer.
A discussão inicial da ocupação dos americanos foi divisão dos lucros do petróleo, e não criar instituições legítimas, autônomas e eficazes, já seria de se pensar que era morte anunciada, assim como os Europeus criaram o Iraque para seu interesse e não pensando em quem vivia lá, só podia dar no que deu.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1424 Mensagem por EDSON » Dom Dez 18, 2011 12:29 pm

Nuri al-Maliki quer destituir vice-primeiro-ministro iraquiano
Por Jim Watson | AFP – 16 minutos atrás

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CONTEÚDO RELACIONADO

O primeiro-ministro Maliki (foto) enviou uma carta oficial ao Parlamento para que …
O chefe de governo iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu neste domingo ao Parlamento que retire a confiança do vice-primeiro-ministro Saleh Mutlak, do partido Al Iraqiya, que o chamou na televisão de "ditador pior que Saddam Hussein".
Atualmente existe uma forte disputa entre o primeiro-ministro e o bloco Al Iraqiya, que no sábado suspendeu sua participação no Parlamento.
"O primeiro-ministro enviou uma carta oficial ao Parlamento para que retire a confiança de Salé Mutlak depois de suas recentes declarações", disse à AFP Ali Musaui, um assessor de Maliki.
Mutlak, um sunita que foi acusado de ter pertencido ao Baath (o ex-partido de Saddam Hussein, atualmente proibido), afirmou durante uma entrevista concedida ao canal americano CNN que os Estados Unidos deixavam o Iraque "nas mãos de um ditador que ignora o que é a repartição do poder, que controla as forças de segurança do país e que prendeu centenas de pessoas nas últimas semanas".
Na rede de televisão Babeliya, que lhe pertence, Mutlak sustentou que "Maliki é pior do que Saddam Hussein, porque ele era um construtor, enquanto Maliki não fez nada".
O Al Iraqiya, o segundo grupo parlamentar, com 82 deputados, atrás dos 159 legisladores da Aliança Nacional - uma coalizão de partidos religiosos xiitas, suspendeu no sábado sua participação no Parlamento e divulgou um comunicado com um violento ataque contra Maliki.
Esta crise política iraquiana ocorre depois que os últimos soldados dos Estados Unidos deixaram o Iraque, após nove anos de presença.




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Re: Iraque - Noticias de Guerra

#1425 Mensagem por P44 » Dom Dez 18, 2011 6:08 pm

agora é que vai começar a festa... :mrgreen: ^^^^^^




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