Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Quinta-feira, 14 de janeiro de 2010, 20:39
Por falta de espaço para aviões, Haiti suspende aterrissagens
Atingido por terremoto, aeroporto de Porto Príncipe não tem espaço e nem combustível para voos civis
WASHINGTON - verno do Haiti suspendeu nesta quinta-feira, 14, a aterrissagem de voos civis procedentes dos Estados Unidos em Porto Príncipe, já que não há espaço disponível no aeroporto da cidade para as aeronaves estacionarem, e falta combustível para novas decolagens, informou a porta-voz da agência de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), Laura Brown.
Aeronaves transportando ajuda humanitária ou equipes de resgate terão permissão para pousar.
Por conta disso, a FAA parou de autorizar decolagens com destino ao país centro-americano. Novos voos só serão liberados quando houver pistas disponíveis.
Segundo relato da Associated Press, dez aviões civis e um militar sobrevoam o Haiti no momento em que a decisão foi tomada.
Os primeiros voos com ajuda internacional às vítimas do terremoto de terça-feira começaram a chegar hoje no país.
O espaço aéreo foi aberto esta manhã para organizações humanitárias. Mas, devido às limitações nas infraestruturas do aeroporto, que sofreu graves danos durante o tremor, falta espaço para os aviões que tentam chegar à ilha para ajudar a população.
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 (Brasília) de terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.
Na quarta-feira, 13, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.
O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.
A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, também morreu no tremor.
Com informações da Efe e Associated Press
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 5878,0.htm
Por falta de espaço para aviões, Haiti suspende aterrissagens
Atingido por terremoto, aeroporto de Porto Príncipe não tem espaço e nem combustível para voos civis
WASHINGTON - verno do Haiti suspendeu nesta quinta-feira, 14, a aterrissagem de voos civis procedentes dos Estados Unidos em Porto Príncipe, já que não há espaço disponível no aeroporto da cidade para as aeronaves estacionarem, e falta combustível para novas decolagens, informou a porta-voz da agência de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), Laura Brown.
Aeronaves transportando ajuda humanitária ou equipes de resgate terão permissão para pousar.
Por conta disso, a FAA parou de autorizar decolagens com destino ao país centro-americano. Novos voos só serão liberados quando houver pistas disponíveis.
Segundo relato da Associated Press, dez aviões civis e um militar sobrevoam o Haiti no momento em que a decisão foi tomada.
Os primeiros voos com ajuda internacional às vítimas do terremoto de terça-feira começaram a chegar hoje no país.
O espaço aéreo foi aberto esta manhã para organizações humanitárias. Mas, devido às limitações nas infraestruturas do aeroporto, que sofreu graves danos durante o tremor, falta espaço para os aviões que tentam chegar à ilha para ajudar a população.
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 (Brasília) de terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.
Na quarta-feira, 13, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.
O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.
A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, também morreu no tremor.
Com informações da Efe e Associated Press
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 5878,0.htm
- PQD
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Re: Missão de Paz no Haiti
Planalto prepara cerimônia fúnebre de heróis
Governo quer mostrar apreço às Forças Armadas e Lula deve comparecer à homenagem
Vannildo Mendes e Rodrigo Rangel
O governo federal e as Forças Armadas preparam homenagens de heróis para os militares mortos no Haiti. O traslado dos corpos está sendo providenciado pela ONU, responsável pela missão de paz no Haiti, à qual os militares serviam. A data ainda não está definida.
A programação será preparada pelo Palácio do Planalto em parceria com o Ministério da Defesa e terá como ponto alto uma solenidade coletiva, que será realizada, possivelmente, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ato deverá ocorrer na Base Aérea de Brasília, de onde os corpos seguirão para ser enterrados em cerimônias militares individuais nas cidades de origem ou em locais indicados pelas famílias.
O Palácio do Planalto quer usar o ato para demonstrar apreço às Forças Armadas, com as quais o governo tem tido nos últimos tempos um estremecimento de relações - por causa do Programa Nacional de Direitos Humanos. A ideia é que todos os corpos sejam trasladados num mesmo voo.
Como há desaparecidos, é possível que haja uma segunda cerimônia, posteriormente. O cerimonial incluirá uma salva de tiros e a execução do toque fúnebre, durante o qual um grupo de cadetes levará o caixão envolto na bandeira do Brasil até o túmulo. Nesse instante, a bandeira é retirada do caixão, dobrada e entregue à família. A responsabilidade pelo cerimonial deverá ficar com o Comando de Operações Terrestres do Exército.
A tragédia no Haiti deixou até agora um saldo de 14 militares brasileiros mortos, além de 4 desaparecidos e 25 feridos. Desses, três estão em estado grave. Dois deles foram levados para a República Dominicana e um está no Hospital das Forças Armadas da Argentina, o mais estruturado em funcionamento no Haiti.
Os outros 22, com ferimentos de menor gravidade, foram transferidos para o serviço médico do próprio Batalhão Brasileiro (Brabatt), depois de medicados no hospital argentino.
Ainda está desaparecido o diplomata brasileiro Luiz Carlos da Costa, vice-representante especial da ONU no Haiti.
Governo quer mostrar apreço às Forças Armadas e Lula deve comparecer à homenagem
Vannildo Mendes e Rodrigo Rangel
O governo federal e as Forças Armadas preparam homenagens de heróis para os militares mortos no Haiti. O traslado dos corpos está sendo providenciado pela ONU, responsável pela missão de paz no Haiti, à qual os militares serviam. A data ainda não está definida.
A programação será preparada pelo Palácio do Planalto em parceria com o Ministério da Defesa e terá como ponto alto uma solenidade coletiva, que será realizada, possivelmente, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ato deverá ocorrer na Base Aérea de Brasília, de onde os corpos seguirão para ser enterrados em cerimônias militares individuais nas cidades de origem ou em locais indicados pelas famílias.
O Palácio do Planalto quer usar o ato para demonstrar apreço às Forças Armadas, com as quais o governo tem tido nos últimos tempos um estremecimento de relações - por causa do Programa Nacional de Direitos Humanos. A ideia é que todos os corpos sejam trasladados num mesmo voo.
Como há desaparecidos, é possível que haja uma segunda cerimônia, posteriormente. O cerimonial incluirá uma salva de tiros e a execução do toque fúnebre, durante o qual um grupo de cadetes levará o caixão envolto na bandeira do Brasil até o túmulo. Nesse instante, a bandeira é retirada do caixão, dobrada e entregue à família. A responsabilidade pelo cerimonial deverá ficar com o Comando de Operações Terrestres do Exército.
A tragédia no Haiti deixou até agora um saldo de 14 militares brasileiros mortos, além de 4 desaparecidos e 25 feridos. Desses, três estão em estado grave. Dois deles foram levados para a República Dominicana e um está no Hospital das Forças Armadas da Argentina, o mais estruturado em funcionamento no Haiti.
Os outros 22, com ferimentos de menor gravidade, foram transferidos para o serviço médico do próprio Batalhão Brasileiro (Brabatt), depois de medicados no hospital argentino.
Ainda está desaparecido o diplomata brasileiro Luiz Carlos da Costa, vice-representante especial da ONU no Haiti.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Re: Missão de Paz no Haiti
Essa do consul do Haiti foi f0d@....
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http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6091,0.htm
Cônsul diz frases infelizes antes de gravar entrevista para a TV
Antes de gravar ao SBT, George Antoine soltou fez comentários sobre o terrmoto no Haiti
Ricardo Valota, da Central de Notícias
Tamanho do texto? A A A A
SÃO PAULO - O cônsul-geral do Haiti em São Paulo, George Antoine, segundos antes de iniciar a gravação de uma entrevista para o SBT na quinta-feira, 14, soltou algumas frases infelizes em relação ao terremoto que devastou o país mais pobre da América Central. O cônsul tem mais de 100 parentes no Haiti.
Com microfone de lapela e aparentemente sem saber que o áudio já estava sendo gravado, Antoine virou-se para um funcionário da representação diplomática e disse: "A desgraça de lá tá sendo uma boa para a gente aqui ficar conhecido (...) Aquele povo africano acho que de tanto mexer com macumba, não sei o que á aquilo (...) O africano em si tem maldição. Todo lugar em que tem africano tá f..."
Após saber que o microfone de lapela estava ligado, o cônsul, já durante a entrevista, segurou um terço nas mãos, e disse estar abalado com o que ocorreu no Haiti. "Esse terço nós usamos pois nos dá uma energia positiva que acalma a pessoa. Como eu estou muito tenso e deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se acalmar".
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http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6091,0.htm
Cônsul diz frases infelizes antes de gravar entrevista para a TV
Antes de gravar ao SBT, George Antoine soltou fez comentários sobre o terrmoto no Haiti
Ricardo Valota, da Central de Notícias
Tamanho do texto? A A A A
SÃO PAULO - O cônsul-geral do Haiti em São Paulo, George Antoine, segundos antes de iniciar a gravação de uma entrevista para o SBT na quinta-feira, 14, soltou algumas frases infelizes em relação ao terremoto que devastou o país mais pobre da América Central. O cônsul tem mais de 100 parentes no Haiti.
Com microfone de lapela e aparentemente sem saber que o áudio já estava sendo gravado, Antoine virou-se para um funcionário da representação diplomática e disse: "A desgraça de lá tá sendo uma boa para a gente aqui ficar conhecido (...) Aquele povo africano acho que de tanto mexer com macumba, não sei o que á aquilo (...) O africano em si tem maldição. Todo lugar em que tem africano tá f..."
Após saber que o microfone de lapela estava ligado, o cônsul, já durante a entrevista, segurou um terço nas mãos, e disse estar abalado com o que ocorreu no Haiti. "Esse terço nós usamos pois nos dá uma energia positiva que acalma a pessoa. Como eu estou muito tenso e deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se acalmar".
- Edu Lopes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil; assista
da Folha Online
Atualizado às 08h27.
Reportagem exibida ontem (14) no "SBT Brasil" mostra o cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, afirmando que a tragédia no Haiti está tendo bons resultados para ele e atribuindo a culpa do terremoto de terça-feira (12) à religião.
Antoine deu as declarações à repórter Elaine Cortez sem saber que estava sendo gravado.
"A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido", disse o cônsul. "Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...", completa Antoine.
Uma das principais correntes religiosas no país é o vodu, que tem relação com outras manifestações de origem africana como o candomblé e a santeria.
Após a gravação da reportagem, o jornalista Carlos Nascimento informou que foi feito outro contato com o cônsul, que disse ser uma pessoa preparada para o cargo.
O total de mortos pelo terremoto de 7 graus pode chegar a 50 mil, diz a Cruz Vermelha no Haiti, e os desabrigados devem somar 3 milhões. O governo enterrou na quinta-feira 7.000 corpos em uma vala comum.
Dezessete brasileiros morreram no tremor que devastou a capital do país, Porto Príncipe. Há cerca de 1.310 brasileiros no país, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que sucedeu décadas de violência e pobreza.
Corpos
Na tarde desta quinta-feira, ao menos 1.500 corpos estavam empilhados dentro e fora do necrotério do hospital geral de Porto Príncipe, e caminhonetes continuam a ser usadas para transportar as vítimas do terremoto, o que indicava que o número poderia aumentar. "Não posso dizer quantos corpos serão trazidos para cá", disse o diretor do hospital, Guy LaRoche.
Ainda há muitos corpos que continuam nas ruas, a maioria coberta apenas por panos brancos sob um calor de 27ºC. Algumas pessoas enterravam seus parentes em covas rasas nas margens de uma estrada. Uma mulher foi amarrada a uma tábua e coberta com um lençol antes do enterro, enquanto fogueiras eram acesas para afastar moscas.
Outros tentaram enterrar seus parentes nas encostas, o que não foi recomendado pelos militares brasileiros --que lideram a missão de paz da ONU no país-- porque os corpos poderiam ficar expostos após a ocorrência de chuvas.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9672.shtml
da Folha Online
Atualizado às 08h27.
Reportagem exibida ontem (14) no "SBT Brasil" mostra o cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, afirmando que a tragédia no Haiti está tendo bons resultados para ele e atribuindo a culpa do terremoto de terça-feira (12) à religião.
Antoine deu as declarações à repórter Elaine Cortez sem saber que estava sendo gravado.
"A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido", disse o cônsul. "Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...", completa Antoine.
Uma das principais correntes religiosas no país é o vodu, que tem relação com outras manifestações de origem africana como o candomblé e a santeria.
Após a gravação da reportagem, o jornalista Carlos Nascimento informou que foi feito outro contato com o cônsul, que disse ser uma pessoa preparada para o cargo.
O total de mortos pelo terremoto de 7 graus pode chegar a 50 mil, diz a Cruz Vermelha no Haiti, e os desabrigados devem somar 3 milhões. O governo enterrou na quinta-feira 7.000 corpos em uma vala comum.
Dezessete brasileiros morreram no tremor que devastou a capital do país, Porto Príncipe. Há cerca de 1.310 brasileiros no país, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que sucedeu décadas de violência e pobreza.
Corpos
Na tarde desta quinta-feira, ao menos 1.500 corpos estavam empilhados dentro e fora do necrotério do hospital geral de Porto Príncipe, e caminhonetes continuam a ser usadas para transportar as vítimas do terremoto, o que indicava que o número poderia aumentar. "Não posso dizer quantos corpos serão trazidos para cá", disse o diretor do hospital, Guy LaRoche.
Ainda há muitos corpos que continuam nas ruas, a maioria coberta apenas por panos brancos sob um calor de 27ºC. Algumas pessoas enterravam seus parentes em covas rasas nas margens de uma estrada. Uma mulher foi amarrada a uma tábua e coberta com um lençol antes do enterro, enquanto fogueiras eram acesas para afastar moscas.
Outros tentaram enterrar seus parentes nas encostas, o que não foi recomendado pelos militares brasileiros --que lideram a missão de paz da ONU no país-- porque os corpos poderiam ficar expostos após a ocorrência de chuvas.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9672.shtml
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- Clermont
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Re: Missão de Paz no Haiti
LULA QUER ADOTAR O HAITI.
Gerson Camarotti - O Globo / Blog do Noblat - 15.01.10.
O Palácio do Planalto já considera inevitável uma crise política no Haiti com o desaparecimento de qualquer condição de governabilidade naquele país.
A situação preocupa o governo brasileiro e já foi avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A constatação no núcleo do governo é que a destruição completa da infraestrutura haitiana, que já era sofrível, pode pôr em risco a tentativa de estabilizar politicamente o país, afetando ainda mais a sua frágil democracia. Por isso, além da ajuda emergencial, o presidente determinou que o Brasil elabore uma estratégia para ajudar o Haiti a médio e longo prazos.
Em vez de um afastamento gradativo por causa da tragédia, a ordem de Lula é para que o país adote o Haiti de forma definitiva. O presidente Lula informou que vai aguardar a volta do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que está em Porto Príncipe, para decidir qual estratégia será adotada para ajudar os haitianos. Num primeiro momento, Lula quer ampliar a presença brasileira no país destruído pelo terremoto.
Um interlocutor do presidente Lula acrescentou que a missão do Brasil no Haiti é respeitada pela população local. O próprio Lula costuma ressaltar a estratégia acertada de conquistar a confiança dos haitianos, quando, em 2004, levou para o país a seleção brasileira de futebol para jogar uma partida amistosa contra jogadores do Haiti. O evento ficou conhecido como "diplomacia do futebol".
Neste momento, o temor é de que a tragédia da última terça-feira possa ter consequências políticas imediatas, como o provável adiamento das eleições parlamentares, que estavam previstas para acontecer no próximo mês. Não há condições materiais para realizar o pleito. Também há preocupação em relação ao grau de dificuldade para realizar a eleição presidencial prevista para ocorrer em novembro.
_____________________________
(Mas que coisinha tão altruísta! Que tal, se o Governo do Brasil adotasse, por exemplo, estados pobres do Brasil como o Maranhão, ou o Piauí, ou Ceará?
Ou será que, o Haiti, concordou em fazer parte da Federação brasileira, e eu não sei?
Gerson Camarotti - O Globo / Blog do Noblat - 15.01.10.
O Palácio do Planalto já considera inevitável uma crise política no Haiti com o desaparecimento de qualquer condição de governabilidade naquele país.
A situação preocupa o governo brasileiro e já foi avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A constatação no núcleo do governo é que a destruição completa da infraestrutura haitiana, que já era sofrível, pode pôr em risco a tentativa de estabilizar politicamente o país, afetando ainda mais a sua frágil democracia. Por isso, além da ajuda emergencial, o presidente determinou que o Brasil elabore uma estratégia para ajudar o Haiti a médio e longo prazos.
Em vez de um afastamento gradativo por causa da tragédia, a ordem de Lula é para que o país adote o Haiti de forma definitiva. O presidente Lula informou que vai aguardar a volta do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que está em Porto Príncipe, para decidir qual estratégia será adotada para ajudar os haitianos. Num primeiro momento, Lula quer ampliar a presença brasileira no país destruído pelo terremoto.
Um interlocutor do presidente Lula acrescentou que a missão do Brasil no Haiti é respeitada pela população local. O próprio Lula costuma ressaltar a estratégia acertada de conquistar a confiança dos haitianos, quando, em 2004, levou para o país a seleção brasileira de futebol para jogar uma partida amistosa contra jogadores do Haiti. O evento ficou conhecido como "diplomacia do futebol".
Neste momento, o temor é de que a tragédia da última terça-feira possa ter consequências políticas imediatas, como o provável adiamento das eleições parlamentares, que estavam previstas para acontecer no próximo mês. Não há condições materiais para realizar o pleito. Também há preocupação em relação ao grau de dificuldade para realizar a eleição presidencial prevista para ocorrer em novembro.
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(Mas que coisinha tão altruísta! Que tal, se o Governo do Brasil adotasse, por exemplo, estados pobres do Brasil como o Maranhão, ou o Piauí, ou Ceará?
Ou será que, o Haiti, concordou em fazer parte da Federação brasileira, e eu não sei?
- Skyway
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Re: Missão de Paz no Haiti
Fico pensando...seria interessante o Haiti se tornar algo parecido com território brasileiro por longo prazo para a reconstrução e estabilização do país.
Haiti é muito menor que a maioria dos estados brasileiros, e tem uma população do porte dos estados médios...Acho que o Brasil poderia, a longo prazo, dar conta do Haiti, e depois de um certo tempo pré estabelecido, devolver o país aos Haitianos.
Haiti é muito menor que a maioria dos estados brasileiros, e tem uma população do porte dos estados médios...Acho que o Brasil poderia, a longo prazo, dar conta do Haiti, e depois de um certo tempo pré estabelecido, devolver o país aos Haitianos.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Sem dúvida, diante dessa situação caótica o Brasil deve pensar em plano de ajuda ao Haiti, um plano para a próxima década quem sabe, poderíamos construir ali uma base brasileira que projetaria o Brasil na América Central.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Missão de Paz no Haiti
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Missão de Paz no Haiti
Creio que todo mundo que puder ajudar o povo haitiano, legal, o faça.....mas esta idéia de adotar....é como vc disse, temos muitos cidadãos brasileiros aqui no Brasil necessitando de ¨adoção¨, por parte do governo brasileiro......é aquele negócio...vc estica o cobertor por um lado e o outro lado acaba ficando s/ nada ....Clermont escreveu:LULA QUER ADOTAR O HAITI.
Gerson Camarotti - O Globo / Blog do Noblat - 15.01.10.
O Palácio do Planalto já considera inevitável uma crise política no Haiti com o desaparecimento de qualquer condição de governabilidade naquele país.
A situação preocupa o governo brasileiro e já foi avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A constatação no núcleo do governo é que a destruição completa da infraestrutura haitiana, que já era sofrível, pode pôr em risco a tentativa de estabilizar politicamente o país, afetando ainda mais a sua frágil democracia. Por isso, além da ajuda emergencial, o presidente determinou que o Brasil elabore uma estratégia para ajudar o Haiti a médio e longo prazos.
Em vez de um afastamento gradativo por causa da tragédia, a ordem de Lula é para que o país adote o Haiti de forma definitiva. O presidente Lula informou que vai aguardar a volta do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que está em Porto Príncipe, para decidir qual estratégia será adotada para ajudar os haitianos. Num primeiro momento, Lula quer ampliar a presença brasileira no país destruído pelo terremoto.
Um interlocutor do presidente Lula acrescentou que a missão do Brasil no Haiti é respeitada pela população local. O próprio Lula costuma ressaltar a estratégia acertada de conquistar a confiança dos haitianos, quando, em 2004, levou para o país a seleção brasileira de futebol para jogar uma partida amistosa contra jogadores do Haiti. O evento ficou conhecido como "diplomacia do futebol".
Neste momento, o temor é de que a tragédia da última terça-feira possa ter consequências políticas imediatas, como o provável adiamento das eleições parlamentares, que estavam previstas para acontecer no próximo mês. Não há condições materiais para realizar o pleito. Também há preocupação em relação ao grau de dificuldade para realizar a eleição presidencial prevista para ocorrer em novembro.
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(Mas que coisinha tão altruísta! Que tal, se o Governo do Brasil adotasse, por exemplo, estados pobres do Brasil como o Maranhão, ou o Piauí, ou Ceará?
Ou será que, o Haiti, concordou em fazer parte da Federação brasileira, e eu não sei?
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¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
- Skyway
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Re: Missão de Paz no Haiti
Concordo, mas o galho é que nosso cobertor tem crescido um pouco todo ano, e promete crescer cada vez mais...era só questão de fazer as coisas de forma gradual.
Mas estamos falando de Brasil né...organizado aqui, só o tráfico.
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Mas estamos falando de Brasil né...organizado aqui, só o tráfico.
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AD ASTRA PER ASPERA
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Re: Missão de Paz no Haiti
Um Nobel para Zilda Arns
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Estimados leitores. Desde quarta-feira que aqui em casa toca, somente e sem parar, a bela e triste Haiti, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Pensem no Haiti. Chorem pelo Haiti.
Um haitiano chamado Joel Dreyfuss escreveu que "alguns países simplesmente não têm sorte". O Haiti não tem sorte. Teve uma série de governos desastrosos, vive um caos ambiental, passou por furacões terríveis no ano passado, todos esses desastres se empilhando, uns sobre os outros, até esse terremoto vir para empilhar tudo, de vez. Pobre Haiti, choremos todos por ele.
O Brasil já ajuda o Haiti há anos e hoje, por estarmos lá, muitos dos nossos estão mortos, vitimados por sua presença, por sua generosidade. Pensem nos nossos militares no Haiti, enviados para lá para pacificar e ajudar. Pensem neles, chorem pelos que não vão voltar com vida dessa missão tão nobre.
Para nossa enorme surpresa, Dona Zilda Arns também estava lá. Pensem nela, chorem por ela.
Essa coluna costuma tratar dos mais diversos assuntos, em geral, com uma dose de humor que eu mesmo não sei onde é encontrado, muitas vezes. Hoje, não existe alegria ou humor aqui. Existe reflexão e dor. E existe o desejo de honrar os nossos, de agradecer e homenagear o sacrifício que fizeram. De assegurar que recebam do seu país o carinho e o respeito que merecem.
Porque nem sempre somos muito bons na missão de honrar os nossos heróis. Talvez sejamos um povo escaldado, que, se por um lado suspeita ¿ com razão- das intenções dos grandes discursos, também resiste em reconhecer a grandeza das belas ações. Mas, se alguém cumpre ordens e se dedica a uma missão de ajuda, se alguém está em um lugar terrível e passa os dias trabalhando para torná-lo menos terrível, isso não é algo maior? Cada um dos brasileiros enviados ao Haiti, não fazia e faz parte de algo imenso? Se suas vidas chegam ao fim durante essa missão, do que podemos chamá-los? Filhos honrados da nação? Brasileiros que dignificaram o país com suas vidas? Heróis? Podemos chamá-los de tudo isso, mas seremos definidos, como nação, pelo tratamento que receberem ao chegar. Honremos esses irmãos, meus queridos leitores, por favor, é o que peço. Lembrem que, diferentemente dos jovens soldados de outros países, que morrem em guerras muitas vezes inexplicáveis, esses brasileiros eram soldados da paz. Lembrem.
Dona Zilda Arns estava impressa em nossas mentes faz tempo. Para mim, ela tinha essa curiosa imagem de uma avó feliz com os netos que resolve ir lá e mudar o mundo. Incomum, como quase todas as grandes pessoas, quase incompreensível. E é tão incompreensível, que ela estivesse exatamente lá, nessa exata hora, e seu destino se unisse ao desses nossos jovens em sua missão de paz. Dona Zilda vivia a sua missão de paz, ou contra o flagelo da ignorância e da desnutrição, e ela teve sucesso. Portanto, essa coluna outorga a ela o Nobel da Paz, independentemente do que vier a decidir o comitê que oferece o Nobel oficial. Coloquei a foto de Dona Zilda aqui ao lado do meu computador, e a foto vai permanecer aqui enquanto ela resistir ao tempo.
Nossos queridos irmãos que foram ao Haiti e não voltaram com vida se tornaram maiores do que a vida, e muito, muito maiores do que a morte. Agora, é a nossa vez de fazer a nossa parte, dando a eles a certeza de que serão lembrados para sempre.
E fazer a nossa parte significa também darmos todo nosso apoio ¿ agora e por muito tempo ainda - ao povo do Haiti, que vai seguir vivendo como der, no seu pobre, triste e devastado país. Pensem no Haiti, chorem pelo Haiti, mas ajudem o Haiti. Não apenas o governo e seus aviões carregados de ajuda. Não. Cada um de nós, doando para uma instituição que já atue lá e que garanta o bom uso do dinheiro.
Eu iniciei doando para a Cruz Vermelha Internacional ¿www.icrc.org.br, mas ainda estou contatando a Médicos Sem Fronteiras -www.msf.org.br e a ONG Viva Rio, http://www.vivario.org.br para doar.
Por vezes, o mundo se torna um lugar simples, onde fazer a coisa certa está ao nosso alcance. Obrigado, a todos que o fizerem. Obrigado.
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Estimados leitores. Desde quarta-feira que aqui em casa toca, somente e sem parar, a bela e triste Haiti, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Pensem no Haiti. Chorem pelo Haiti.
Um haitiano chamado Joel Dreyfuss escreveu que "alguns países simplesmente não têm sorte". O Haiti não tem sorte. Teve uma série de governos desastrosos, vive um caos ambiental, passou por furacões terríveis no ano passado, todos esses desastres se empilhando, uns sobre os outros, até esse terremoto vir para empilhar tudo, de vez. Pobre Haiti, choremos todos por ele.
O Brasil já ajuda o Haiti há anos e hoje, por estarmos lá, muitos dos nossos estão mortos, vitimados por sua presença, por sua generosidade. Pensem nos nossos militares no Haiti, enviados para lá para pacificar e ajudar. Pensem neles, chorem pelos que não vão voltar com vida dessa missão tão nobre.
Para nossa enorme surpresa, Dona Zilda Arns também estava lá. Pensem nela, chorem por ela.
Essa coluna costuma tratar dos mais diversos assuntos, em geral, com uma dose de humor que eu mesmo não sei onde é encontrado, muitas vezes. Hoje, não existe alegria ou humor aqui. Existe reflexão e dor. E existe o desejo de honrar os nossos, de agradecer e homenagear o sacrifício que fizeram. De assegurar que recebam do seu país o carinho e o respeito que merecem.
Porque nem sempre somos muito bons na missão de honrar os nossos heróis. Talvez sejamos um povo escaldado, que, se por um lado suspeita ¿ com razão- das intenções dos grandes discursos, também resiste em reconhecer a grandeza das belas ações. Mas, se alguém cumpre ordens e se dedica a uma missão de ajuda, se alguém está em um lugar terrível e passa os dias trabalhando para torná-lo menos terrível, isso não é algo maior? Cada um dos brasileiros enviados ao Haiti, não fazia e faz parte de algo imenso? Se suas vidas chegam ao fim durante essa missão, do que podemos chamá-los? Filhos honrados da nação? Brasileiros que dignificaram o país com suas vidas? Heróis? Podemos chamá-los de tudo isso, mas seremos definidos, como nação, pelo tratamento que receberem ao chegar. Honremos esses irmãos, meus queridos leitores, por favor, é o que peço. Lembrem que, diferentemente dos jovens soldados de outros países, que morrem em guerras muitas vezes inexplicáveis, esses brasileiros eram soldados da paz. Lembrem.
Dona Zilda Arns estava impressa em nossas mentes faz tempo. Para mim, ela tinha essa curiosa imagem de uma avó feliz com os netos que resolve ir lá e mudar o mundo. Incomum, como quase todas as grandes pessoas, quase incompreensível. E é tão incompreensível, que ela estivesse exatamente lá, nessa exata hora, e seu destino se unisse ao desses nossos jovens em sua missão de paz. Dona Zilda vivia a sua missão de paz, ou contra o flagelo da ignorância e da desnutrição, e ela teve sucesso. Portanto, essa coluna outorga a ela o Nobel da Paz, independentemente do que vier a decidir o comitê que oferece o Nobel oficial. Coloquei a foto de Dona Zilda aqui ao lado do meu computador, e a foto vai permanecer aqui enquanto ela resistir ao tempo.
Nossos queridos irmãos que foram ao Haiti e não voltaram com vida se tornaram maiores do que a vida, e muito, muito maiores do que a morte. Agora, é a nossa vez de fazer a nossa parte, dando a eles a certeza de que serão lembrados para sempre.
E fazer a nossa parte significa também darmos todo nosso apoio ¿ agora e por muito tempo ainda - ao povo do Haiti, que vai seguir vivendo como der, no seu pobre, triste e devastado país. Pensem no Haiti, chorem pelo Haiti, mas ajudem o Haiti. Não apenas o governo e seus aviões carregados de ajuda. Não. Cada um de nós, doando para uma instituição que já atue lá e que garanta o bom uso do dinheiro.
Eu iniciei doando para a Cruz Vermelha Internacional ¿www.icrc.org.br, mas ainda estou contatando a Médicos Sem Fronteiras -www.msf.org.br e a ONG Viva Rio, http://www.vivario.org.br para doar.
Por vezes, o mundo se torna um lugar simples, onde fazer a coisa certa está ao nosso alcance. Obrigado, a todos que o fizerem. Obrigado.
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos "Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe", publicados pela editora Projeto.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Missão de Paz no Haiti
Caríssimo CMG, ia postar este texto agora. Ele levanta algo muito, muito importante. É fundamental que reflitamos sobre ele e façamos acontecer.Marino escreveu:Um Nobel para Zilda Arns
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo
Estimados leitores. Desde quarta-feira que aqui em casa toca, somente e sem parar, a bela e triste Haiti, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Pensem no Haiti. Chorem pelo Haiti.
Um haitiano chamado Joel Dreyfuss escreveu que "alguns países simplesmente não têm sorte". O Haiti não tem sorte. Teve uma série de governos desastrosos, vive um caos ambiental, passou por furacões terríveis no ano passado, todos esses desastres se empilhando, uns sobre os outros, até esse terremoto vir para empilhar tudo, de vez. Pobre Haiti, choremos todos por ele.
O Brasil já ajuda o Haiti há anos e hoje, por estarmos lá, muitos dos nossos estão mortos, vitimados por sua presença, por sua generosidade. Pensem nos nossos militares no Haiti, enviados para lá para pacificar e ajudar. Pensem neles, chorem pelos que não vão voltar com vida dessa missão tão nobre.
Para nossa enorme surpresa, Dona Zilda Arns também estava lá. Pensem nela, chorem por ela.
Essa coluna costuma tratar dos mais diversos assuntos, em geral, com uma dose de humor que eu mesmo não sei onde é encontrado, muitas vezes. Hoje, não existe alegria ou humor aqui. Existe reflexão e dor. E existe o desejo de honrar os nossos, de agradecer e homenagear o sacrifício que fizeram. De assegurar que recebam do seu país o carinho e o respeito que merecem.
Porque nem sempre somos muito bons na missão de honrar os nossos heróis. Talvez sejamos um povo escaldado, que, se por um lado suspeita ¿ com razão- das intenções dos grandes discursos, também resiste em reconhecer a grandeza das belas ações. Mas, se alguém cumpre ordens e se dedica a uma missão de ajuda, se alguém está em um lugar terrível e passa os dias trabalhando para torná-lo menos terrível, isso não é algo maior? Cada um dos brasileiros enviados ao Haiti, não fazia e faz parte de algo imenso? Se suas vidas chegam ao fim durante essa missão, do que podemos chamá-los? Filhos honrados da nação? Brasileiros que dignificaram o país com suas vidas? Heróis? Podemos chamá-los de tudo isso, mas seremos definidos, como nação, pelo tratamento que receberem ao chegar. Honremos esses irmãos, meus queridos leitores, por favor, é o que peço. Lembrem que, diferentemente dos jovens soldados de outros países, que morrem em guerras muitas vezes inexplicáveis, esses brasileiros eram soldados da paz. Lembrem.
Dona Zilda Arns estava impressa em nossas mentes faz tempo. Para mim, ela tinha essa curiosa imagem de uma avó feliz com os netos que resolve ir lá e mudar o mundo. Incomum, como quase todas as grandes pessoas, quase incompreensível. E é tão incompreensível, que ela estivesse exatamente lá, nessa exata hora, e seu destino se unisse ao desses nossos jovens em sua missão de paz. Dona Zilda vivia a sua missão de paz, ou contra o flagelo da ignorância e da desnutrição, e ela teve sucesso. Portanto, essa coluna outorga a ela o Nobel da Paz, independentemente do que vier a decidir o comitê que oferece o Nobel oficial. Coloquei a foto de Dona Zilda aqui ao lado do meu computador, e a foto vai permanecer aqui enquanto ela resistir ao tempo.
Nossos queridos irmãos que foram ao Haiti e não voltaram com vida se tornaram maiores do que a vida, e muito, muito maiores do que a morte. Agora, é a nossa vez de fazer a nossa parte, dando a eles a certeza de que serão lembrados para sempre.
E fazer a nossa parte significa também darmos todo nosso apoio ¿ agora e por muito tempo ainda - ao povo do Haiti, que vai seguir vivendo como der, no seu pobre, triste e devastado país. Pensem no Haiti, chorem pelo Haiti, mas ajudem o Haiti. Não apenas o governo e seus aviões carregados de ajuda. Não. Cada um de nós, doando para uma instituição que já atue lá e que garanta o bom uso do dinheiro.
Eu iniciei doando para a Cruz Vermelha Internacional ¿www.icrc.org.br, mas ainda estou contatando a Médicos Sem Fronteiras -www.msf.org.br e a ONG Viva Rio, http://www.vivario.org.br para doar.
Por vezes, o mundo se torna um lugar simples, onde fazer a coisa certa está ao nosso alcance. Obrigado, a todos que o fizerem. Obrigado.
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos "Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe", publicados pela editora Projeto.
Abraço!
- Marino
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Re: Missão de Paz no Haiti
Somente hoje alguns jornais dão destaque à morte dos militares.
A impressão que eu tinha era de que os mesmos eram descartáveis, que estavam lá para isso.
Perdoem-me se me equivocava, mas me punha no lugar das famílias dos que morreram.
Em uma nota li que eram voluntários, como a justificar o ocorrido.
Eram brasileiros, com famílias, com esperanças, com planos, jovens, que morreram a serviço do Brasil.
Merecem tanto respeito quanto os civis mortos, que também representavam nosso país com dignidade no exterior.
Que todos sejam recebidos igualmente, pranteados da mesma forma, lembrados, todos, pelo sacrifício supremo que ofereceram ao Brasil e ao povo humilde e necessitado do Haiti.
A impressão que eu tinha era de que os mesmos eram descartáveis, que estavam lá para isso.
Perdoem-me se me equivocava, mas me punha no lugar das famílias dos que morreram.
Em uma nota li que eram voluntários, como a justificar o ocorrido.
Eram brasileiros, com famílias, com esperanças, com planos, jovens, que morreram a serviço do Brasil.
Merecem tanto respeito quanto os civis mortos, que também representavam nosso país com dignidade no exterior.
Que todos sejam recebidos igualmente, pranteados da mesma forma, lembrados, todos, pelo sacrifício supremo que ofereceram ao Brasil e ao povo humilde e necessitado do Haiti.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Missão de Paz no Haiti
Basta lembrar que o Haiti praticamente ficou sem infraestrutura e essa possível "adoção" pode ser uma boa oportunidade para empresas brasileiras, via financiamento BNDES, além de perspectivas de trabalho para os próprios haitianos.Skyway escreveu:Concordo, mas o galho é que nosso cobertor tem crescido um pouco todo ano, e promete crescer cada vez mais...era só questão de fazer as coisas de forma gradual.
Mas estamos falando de Brasil né...organizado aqui, só o tráfico.![]()
- joao fernando
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Re: Missão de Paz no Haiti
Alguem acredita que o Haiti tem futuro?
Não acertamos nem as nossas favelas, vamos pegar a dos outros, e pior, com gente que no minimo, ficaria orgulhoso em matar um cacapece azul brasuca neo-imperialista?
Eu acho que quando formos potencia, sem problemas internos, podemos pensar em ir pro estrangeiro fazer bonito. Mas agora? Nem em sonho, povo![Rolling Eyes :roll:](./images/smilies/icon_rolleyes.gif)
Não acertamos nem as nossas favelas, vamos pegar a dos outros, e pior, com gente que no minimo, ficaria orgulhoso em matar um cacapece azul brasuca neo-imperialista?
Eu acho que quando formos potencia, sem problemas internos, podemos pensar em ir pro estrangeiro fazer bonito. Mas agora? Nem em sonho, povo
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Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG