henriquejr escreveu:A MB segue a doutrina da USN, onde a defesa de área do NAE é feita pela sua ala aérea e pelas suas escoltas, sendo equipado apenas para defesa de ponto.
Ola Henrique;
Sendo bem otimista e generoso com a MB ela realmente segue a doutrina da USN, sendo mais realista porem a história é diferente.
A MB opera porta aviões há 56 anos NUNCA teve escoltas de defesa de área.
Outros operadores de porta aviões (para não citar membros da OTAN que possuem maiores recursos), nos atendo a países como, Argentina, Índia e Austrália, vemos que estes últimos tinham outra visão sobre o problema.
Os argentinos procuraram ter escoltas AA quando operaram o 25 de Maio mas não as mantiveram por serem as Type-42 britânicas e portando sujeitas a embargos pós 1982.
A Austrália mantinha até o começos dos anos de 1980 na escolta do HMAS Melbourne, navios da classe Perth que eram modificações da classe Charles F. Adams, ambos armados com o Tartar e posteriormente com o Standard.
Na Índia quando o Viraat foi incorporado nos anos de 1980 a sua defesa AA de área era realizada pela classe Rajput, armados com mísseis soviéticos S-125.
Na América do Sul outro país que tentou implantar alguma capacidade de defesa de área foi o Chile, que embora nunca tenha tido porta aviões operou o míssil Sea Slug na classe County, entre meados dos anos de 1980 e o inicio deste século.
Outro ponto em que a MB em nada se assemelha a marinhas modernas é na dotação de meios CIWS em seus porta aviões.
Nas Malvinas quando em situação de ataque com mísseis Exocet a RN percebeu que meios ECM como jammer e chaff tinham razoável eficiência em desviar o míssil do seu alvo, mas o buscador do míssil procurava imediatamente outro alvo e nele travava, se este outro alvo fosse uma nuvem de chaff, ótimo para a esquadra, mas poderia ser também outro navio, especialmente um cuja reflexão de radar fosse grande, foi o que aconteceu com o Atlantic Conveyor cujo míssil que o atingiu foi desviado por meio de ECM de outros alvos dentro do GT.
Se observarem navios americanos como a classe Newport, no Brasil o exemplar é o Mattoso Maia, verão que o mesmo possui um CIWS. Porque afinal um navio da USN que em uma operação de desembarque estará em baixo de um guarda chuva de caças embarcados e escoltas AEGIS precisa de um misero Vulcan? Exatamente porque a USN (e outras marinhas modernas) enxergam que contra um míssil anti navio todo navio dentro do GT precisa de meios orgânicos de proteção aproximada, mesmo um navio de desembarque.
Um Nae sem CIWS é uma jaboticaba que só existe no Brasil a algumas décadas já, claro que os mais crédulos podem acreditar que os Mistrais montados no antigo A-11 eram meios válidos de proteção contra modernos misseis anti navio.
Outra situação que mostra nosso descaso com sistemas AA é a classe Niterói.
Embora esta classe sejam navios de grande qualidade técnica em seu tempo, embora representassem alta tecnologia quando foram encomendadas, seus meios AA originais eram altamente questionáveis.
Por cerca de 25 anos, seu principal armamento AA eram os mísseis SeaCat, que em 1976 quando o primeiro navio da classe foi incorporado já eram armas obsoletas.
A titulo de comparação, durante este período o padrão de míssil SAM embarcado no continente sul americano era o Áspide, operado nas MEKO-360 argentinas e nas classes Lupo de algumas marinhas regionais no pacifico, estando o míssil italiano uma geração a frente do Sea Cat.
Somente com o MODFRAG que a situação foi melhorada,depois de quase 30 décadas de deficiência, com a incorporação de versões mais modernas do ASPIDE na Classe Niterói.
Ainda sobre nossa falta de preocupação com meios AA, fica o registro das corvetas, que embora sejam navios com deslocamentos próximos aos de fragatas leves jamais receberam qualquer míssil de SAM em seu projeto e somente com a classe Barroso receberam armamento AA de tubo próximo ao estado da arte.