FCarvalho escreveu: ↑Sáb Abr 06, 2024 4:12 pm
Olá @cabeça de martelo
Me corrijas se estiver errado, mas, sobre as tropas paraquedistas europeias, olhando a lista disposta por ti, me parece que existem de fato poucas unidades tipo infantaria, no sentido lato do termo, em relação a estas tropas, com muitas das unidades sendo na realidade muito especializadas neste ou naquele tipo de tarefa específica, e não um tropa que poderia oferecer, grosso modo, capacidade massiva de operações aéreas, como por exemplo se vê na Bda Inf Pqdt do exército por aqui.
Na verdade, se interpretei corretamente, tirando alguns raras exceções de países que ainda mantém brigadas, e não apenas subunidades em nível btl para baixo, o que temos hoje no continente são resquícios de tropas que outrora formavam uma massa efetiva capaz de propor e realizar ações aerotransportadas, como os russos, por exemplo, ainda são capazes de fazer hoje.
Obviamente que tirando os rescaldos do desinvestimento em defesa que ocorreu de forma célere e em curtíssimo prazo no póos-1989, é possível observar que a missão paraquedista militar na Europa se transformou mais em uma especialidade a mais do que propriamente em missão e forma de desdobramento de tropas no TO. A diminuição cada vez maior do número de tropas a nível maior que batalhão, novamente, cito o exemplo da nossa bda pqd, aparentemente deixou os europeus sem muitas alternativas para empregar este tipo de infantaria de forma mais encorpada que não em missões de assalto tipo Ranger ou comandos, que necessariamente precisam de discrição e sigilo em suas atividades.
Dito isto, fico me perguntando se amanhã a OTAN precisasse lançar uma quantidade maior que uma subunidade a fim de colaborar com o desdobramento de tropas, por exemplo, no leste europeu em ação real, ou mesmo na Ucrânia, se haveria condições para tanto a fim de oferecer alternativas factíveis de inserção de tropas aéreas "atrás das linhas inimigas", como o povo gosta de falar, e posteriormente juntar-se a outras tropas ou abrir caminhos a elas.
Se não estou enganado, hoje apenas ingleses, franceses e italianos possuem de fato tropas a nível brigada capazes de operar em tal nível se necessário na Europa. Os demais países, se muito, podem desdobrar um btl, e olhe lá. Nada mais. As outras tropas concorreriam para reforço ou emprego em missões muito específicas tipo ranger ou comandos, que não necessitam intervenções massivas, fosse o caso.
Enfim, creio que lançar qualquer coisa como um btl pqdt, com os requisitos e necessidades componentes que há, é muito difícil de ser feito sem obviamente ser notado. Mas, por outro lado, a capacidade de lançar tropa em quantidade e qualidade necessário a desdobramentos maiores que btl também é algo que teria que ser pensado. Os erros e acertos russos nos primeiros dias da guerra na Ucrânia devem estar sendo bem estudados até agora, creio.
Desde o fim da primeira Guerra Fria, os Exército Europeus foram reduzidos muitas vezes a metade do que foram em tempos e com isso levou a uma redução do tamanho das Tropas Paraquedistas nos ditos Exércitos. Não podes esquecer que muitos países europeus são de pequena dimensão ou com pouca população. Portugal com 10 milhões de habitantes é considerado um país de média dimensão na Europa e por cá os Paras são uma miragem do que foram em tempos.
Até 93, o Corpo de Tropas Paraquedistas pertencia à FAP e tinham uma unidade de escalão Brigada, formada por:
Batalhão de Paraquedistas N.º 11 (BP11), da Base Operacional de Tropas Paraquedistas N.º 1 (BOTP1)
Batalhão de Paraquedistas N.º 21 (BP21), da Base Operacional de Tropas Paraquedistas N.º 2 (BOTP2);
Batalhão de Paraquedistas N.º 31 (BP31), da Base Escola de Tropas Paraquedistas (BETP);
Grupo Operacional de Apoio e Serviços (GOAS), da BOTP2;
Grupo Operacional Aeroterrestre, da BETP;
Companhia Anticarro, da BOTP1;
Companhia de Morteiros Pesados, da BOTP2;
Companhia de Comunicações, da BOTP1.
Depois quando foram transferidos para o Exército houve uma expanção, já que a desculpa inventada à pressão pelo Exército/Governo era que a dita tropa no Exército seria expandida e melhorada:
A "minha" BAI (Brigada Aerotransportada Independente) era constituída por:
1º Batalhão de Infantaria Aerotransportada (1º BIAT), do Regimento de Infantaria N.º 15;
2º Batalhão de Infantaria Aerotransportada (2º BIAT), da Área Militar de S. Jacinto;
3º Batalhão de Infantaria Aerotransportada (3º BIAT), do Regimento de Infantaria N.º 3;
Grupo de Artilharia de Campanha, do Regimento de Artilharia N.º 4;
Batalhão de Apoio e Serviços, do Regimento de Infantaria N.º 15;
Companhia Anticarro, da Área Militar de S. Jacinto;
Esquadrão de Reconhecimento, do Regimento de Cavalaria N.º 3;
Companhia de Engenharia, da Escola Prática de Engenharia;
Bataria de Artilharia Antiaérea, do Regimento de Artilharia Antiaérea N.º 1;
Companhia de Transmissões, no Aeródromo Militar de Tancos.
Observação: Existia ainda o Batalhão de Apoio Aeroterrestre que estava diretamente dependente do
Comando de Tropas Aerotransportadas, não integrando a BAI.
Hoje em dia devido aos enormes cortes que sofreram os Paraquedistas já não temos nem Corpo nem Brigada, estando as unidades PQ inseridas numa Brigada que integra as restantes Tropas Especiais e sub-unidades de apoio do Exército normal.
A BrigRR é constituída por:
Centro de Tropas de Operações Especiais, em Lamego - Força de Operações Especiais
Regimento de Comandos na Serra da Carregueira (Queluz) - Batalhão de Comandos
Regimento de Paraquedistas, no Polígono Militar de Tancos - Batalhão de Formação e Batalhão Operacional Aeroterrestre
Regimento de Artilharia N.º 4, em Leiria - Grupo de Artilharia de Campanha
Regimento de Cavalaria N.º 3, em Estremoz - Esquadrão de Reconhecimento
Regimento de Infantaria N.º 1, em Beja - usada para formação pelo Exército e para treino pela BrigRR
Regimento de Infantaria N.º 1, em Tavira (destacamento) - usada para formação pelo Exército e para treino pela BrigRR
Regimento de Infantaria N.º 10, em Aveiro - 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista
Regimento de Infantaria N.º 15, em Tomar- 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista
Para além dos britânicos, franceses e italianos, ainda tens os alemães, espanhóis e polacos com Brigadas Paraquedistas. Os Belgas estão como nós:
Special Operations Regiment
Headquarters and Staff Company, carrying the traditions of the 4th Commando Battalion in Heverlee.
Special Forces Group, carrying the traditions of the 1st Paratroopers Battalion in Heverlee.
2nd Commando Battalion Para Commando, in Flawinne.
3rd Paratroopers Battalion Para Commando, in Tielen.
6th Communication and Information Systems Group, in Peutie.
Paratroopers Training Centre, at Schaffen Air Base.
Commando Training Centre, in Marche-les-Dames.