Pressões Nucleares sobre o Brasil

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1366 Mensagem por Túlio » Sex Dez 10, 2010 7:14 pm

O DB não é uma PESSOA, mas uma SOMA DE PESSOAS! Se algum nível então baixou, foi o das pessoas que o compõem. Recorrente isso, quando começam a falar algo que não nos agrada, a culpa é sempre do DB: devem então haver espaços bem melhores, sugiro que os achem e se registrem lá, nos poupando as chorumelas de sempre. :roll: 8-]

Aliás, sobre BAIRRISMO, quando me viram perder as estribeiras ao ver meus conterrâneos (e eu próprio, às vezes) apodados como nativos do berço da veadagem no Brasil, supostamente o RS? Meu time chamado de GAYMIO? Vou esquentar? Eu não, oras. É uma brincadeira e como tale a trato. Mas se aparecer num Rodeio ou Solenidade Oficial Gaúcha um sujeito fantasiado de cowboy a zoação vai ser geral, podem apostar. E não vai desfilar, pois temos nossa própria tradição e a mantemos. Também não vai entrar num CTG pela mesma razão. O tale de cowboy que vá achar um Saloon para ele. É assim aqui, somos pequenos, temos pouco mas nos orgulhamos do que somos e temos... :wink: 8-]




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1367 Mensagem por prp » Sáb Dez 11, 2010 12:27 am

VOcês não tem noção o quanto o Brasil é uno, hoje moro em Tabatinga, fim do mundo, tão distante de tudo que dá até medo, mas o povo aqui é brasileiro, parece que estou em uma cidade visinha a minha, em minas, a cultura é exatamente a mesma, com algumas nuances, muito poucas por sinal.
Se vê o tanto que nossa cultura é uniforme quando atravessamos a rua e deparamos com Letícia, cidade colombiana, Letícia e Tabatinga cresceram juntas, porém parece que ao por o pé em solo colombiano entramos em outro mundo, tudo muda, não é só a língua, 'basicamente tudo, a forma de falar, de agir, de pensar, de se portar, tudo basicamente tudo muda.

Então senhores, bairrismo não tem lugar aqui, pois somos um só, uno e indivisível.
Ou seja, qualquer um tem o direito de falar o que quiser de qualquer estado da UNIÃO, desta forma não estamos criticando os outros, mas sim fazendo uma autocrítica, cabe ao morador do estado corrigi-lo ou endossar a crítica.
Pelo menos é o que penso.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1368 Mensagem por Túlio » Sáb Dez 11, 2010 9:42 am

Exatamente! Tudo é BRASIL, todos somos BRASILEIROS! Se um Estado da União, por esta ou aquela razão, manteve e conservou melhor suas tradições, ele não está à parte dos outros por isso, paga taxas ao governo central como todos os outros, contribui na forma da lei e não chia. Não muito, ao menos. Porém até nisso é igual aos Gaúchos, Sergipanos, Paulistas, Cariocas, Mineiros, Matogrossenses, Paraenses, Alagoanos e tantos outros que nos fazem ser o que somos. A gente chia mas paga...

A ALTERNATIVA: o que seria, em termos mundiais, uma República do Rio Grande do Sul, uma República de São Paulo ou uma República do Maranhão? Talvez até chegassem a ser algo, mas algo MUITÍSSIMO menor e menos importante globalmente que um todo chamado BRASIL!

Aliás, lembro de um texto que li há muitos anos, no qual o autor, em tom de gozação, propunha que o Brasil se dividisse e cada País resultante se tornaria rico isoladamente. O Sul se uniria e teria em si todo um vasto potencial turístico, além do agribusiness, já à época indo de vento em popa, e a forte industrialização; O Sudeste fazendo o mesmo, tendo o vasto potencial turístico do RJ, a megaindústria Paulista e a capacidade agropecuária de Minas; o Centro-Oeste com o vasto potencial energético, turístico e agrícola; o Nordeste entraria para a OPEP, nadando em petrodólares, além do vastíssimo potencial turístico de suas praias; o Norte teria de povoar desenvolver a Amazônia, já à época de conhecida riqueza mineral e agrícola, além de seu enorme potencial turístico. Foi uma brincadeira do autor, claro, mas muito engenhosa para demonstrar seu ponto de vista: qual a constante entre todos os novéis 'países'? O TURISMO! O artigo era sobre isso, como desenvolvemos pouco o vasto potencial que temos nessa área. Melhoramos em alguma kôza mas quanto ainda poderia ser feito, não parecia justo a ele nem parece justo a mim que Paris sozinha receba mais turistas num ano do que o Brasil inteiro, daí ele fez o divertido e interessante texto, no qual fica subjacente uma segunda mensagem: UNIDOS SOMOS MAIS FORTES!

E é assim que tem que ser, digo eu. 8-]




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1369 Mensagem por Tupi » Sáb Dez 11, 2010 9:49 am

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Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1370 Mensagem por alcmartin » Sáb Dez 11, 2010 12:16 pm

Show de bola, PRP e Tulio...[009]




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1371 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Dez 11, 2010 12:25 pm

Também não é muito dificil, tentem vir a Portugal e passem a fronteira para ver se não muda tudo...a arquitectura, a culinária, a lingua, a forma e ser e estar na vida, etc.

O Brasil é o Brasil, pode haver diferenças regionais, como em qualquer país, mas é isso e mais nada. Já lidei com Brasileiros desde Vitória até a de Florinópolis e garanto-vos que as diferenças eram minimas (ok, os de Florinópolis eram loiros e os de Vitória não, mas era só isso).




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1372 Mensagem por FOXTROT » Sáb Dez 25, 2010 10:08 pm

terra.com.br

Aben defende política nuclear de Estado que seja sustentável
25 de dezembro de 2010

O presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Edson Kuramoto, eleito para um novo mandato, defendeu em entrevista à Agência Brasil que o País não tenha políticas nucleares "de governo", e sim uma política "de Estado" que seja sustentável e de longo prazo.

"O Brasil tem que ter um programa nuclear que dê continuidade ao desenvolvimento tecnológico do país nessa área, de forma sustentável. Para que isso ocorra, é necessário que nós tenhamos uma política de Estado e não de governo".

Ele disse ser importante preservar a capacitação tecnológica adquirida pelo País ao longo dos 30 anos do programa nuclear brasileiro. A interrupção do programa até a retomada da construção da Usina Nuclear Angra 3 foi, para ele, prejudicial ao País.

Kuramoto disse que a descontinuidade do programa fez "o Brasil perder o bonde da história" no desenvolvimento da tecnologia nuclear. "Hoje, vivemos uma situação propícia para que se retome o programa nuclear brasileiro sustentável, sem descontinuidade", afirmou.

Edson Kuramoto destacou ainda a necessidade de que sejam concluídos alguns empreendimentos do setor, para os quais os investimentos envolvidos chegam a R$ 2,5 bi. Entre eles, está a segunda fase do ciclo de enriquecimento do urânio. A primeira etapa do processo foi concluída pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município fluminense de Resende.

Investimento na medicina nuclear
Outro projeto que não pode sofrer descontinuidade, para o presidente da Aben, é o do reator multipropósito brasileiro, iniciado este ano. "Com a conclusão desse projeto, o Brasil se tornará autossuficiente na produção de radioisótopos, principalmente do molibdênio 99". Esse elemento radioativo é usado na medicina nuclear.

O Brasil importa 100% da demanda interna de molibdênio 99. Atualmente, são feitos no país mais de 3 milhões de procedimentos na área da medicina nuclear. A Aben quer participar da comissão interministerial que iniciou estudos sobre a reestruturação do programa nuclear brasileiro, que ainda não foram concluídos. A entidade considera importante que seja mantido o cronograma de construção das usinas nucleares para permitir à indústria nacional investir na área nuclear com tranquilidade.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1373 Mensagem por Túlio » Dom Jan 09, 2011 3:19 pm

Wikileaks: Jobim impediu inspeções mais amplas na área nuclear


09 de janeiro de 2011 • 10h14 • atualizado às 10h17

Telegramas divulgados pelo Wikileaks indicam que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, barrou a adesão total do Brasil ao Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que permitiria inspeções mais abrangentes no País, ao contrário do desejo do Ministério das Relações Exteriores. O Brasil aderiu apenas a "acréscimos" do tratado. Em 2009, o ministro disse ao então embaixador americano Clifford Sobel que toda discussão sobre as inspeções nucleares deveria ser feita por intermédio dele, e não do Itamaraty, de acordo com o Wikileaks. Jobim ainda impediu um encontro entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o cientista Dalton Ellery Barroso, pesquisador do Centro Tecnológico do Exército. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Barroso é autor de um livro que desvenda o funcionamento de uma ogiva americana. A AIEA investigava se ele conseguiu as informações sobre a bomba com um cientista estrangeiro ou se testou a explosão em laboratório - ambos os casos são violações ao tratado. Segundo a reportagem, o Itamaraty tentou facilitar o encontro, mas Jobim vetou essa possibilidade. Um relatório da Defesa dizia à agência que Barroso obteve informações que circulavam livremente na internet e as completou com seus próprios cálculos. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares impede que países participantes do acordo e que não tenham armas nucleares as criem.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1374 Mensagem por Marino » Dom Jan 09, 2011 3:21 pm





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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1375 Mensagem por Túlio » Seg Jan 10, 2011 7:44 am

Bueno, cupincha véio, a notícia era do dia e estava no tópico correto, ou seja, falava de PRESSÕES NUCLEARES SOBRE O BRASIL e de ações tomadas em relação a isso, quem está de qual lado... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1376 Mensagem por varj » Seg Jan 10, 2011 10:32 am

Ceder a pressões neste campo e ceder a nossa soberania em um terrível cenário mundial que infelizmente esta se despontando a passos largos.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1377 Mensagem por Marino » Seg Jan 10, 2011 10:41 am

Túlio escreveu:Bueno, cupincha véio, a notícia era do dia e estava no tópico correto, ou seja, falava de PRESSÕES NUCLEARES SOBRE O BRASIL e de ações tomadas em relação a isso, quem está de qual lado... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Vc está correto, mas quando se trata de bater no "Itamaraty do B", pq o verdadeiro ITAMARATY é o do Barão, eu puxo a fila. :evil: :evil: :evil:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1378 Mensagem por Marino » Qua Jan 12, 2011 11:27 am

O que Dilma pode fazer pela relação com os EUA
Peter Hakim - Presidente Emérito e Membro Do Inter-American Dialogue (diálogo interamericano)
Com um índice de aprovação de 87% quando deixou o cargo, em 1.º de janeiro, o presidente
Lula, claro, não deve ter errado muito. De fato, nos seus oito anos de poder o desempenho da economia
brasileira foi o melhor em mais de uma geração, em pouco afetada pela crise financeira global. A
pobreza e a desigualdade diminuíram drasticamente. O prestígio e a influência internacionais do Brasil
cresceram vertiginosamente. O balanço, contudo, não foi perfeito. As relações com os EUA - que
continuam de importância fundamental para o Brasil - começaram com uma nota bastante positiva
quando o então presidente eleito Lula se encontrou com o presidente George W. Bush no Salão Oval,
em 2002. Mas se deterioraram nos últimos anos e hoje estão bastante estremecidas, com Lula e seus
assessores dividindo a culpa com as autoridades americanas em Washington.
Recompor as relações deterioradas será um desafio enorme. A nova presidente, Dilma Rousseff,
sabe disso e já fez alguns gestos, embora modestos, no rumo certo. Em entrevista ao jornal The
Washington Post, em dezembro, ela enfatizou a alta prioridade de estabelecer laços mais estreitos com
os EUA, reconhecendo implicitamente que nem tudo vai bem entre os dois países. E se distanciou do
governo Lula ao criticar a recente abstenção do Brasil em votação na ONU que condenou o Irã pelas
penas de apedrejamento e outras violações dos direitos humanos. Ao mesmo tempo, porém, não deu
nenhuma indicação de outras mudanças nas relações Brasil-Irã.
O Irã não é o único aspecto do contencioso EUA-Brasil. Não importa quão habilmente Dilma
administre a política externa, nos próximos anos essas duas nações com visão global devem colidir
numa série de questões. Com políticas e agendas que refletem diferentes interesses, prioridades e
enfoques dos assuntos internacionais, com certeza elas vão se confrontar em muitas áreas. Nos
assuntos regionais, o Brasil irritou profundamente os EUA no ano passado, quando se opôs
agressivamente ao tratado militar americano com a Colômbia. As diferenças de posição a respeito de
Honduras ainda alimentam um impasse nas relações hemisféricas. Os dois países têm visões
divergentes também quanto a como lidar com Cuba e raramente coincidem sobre como tratar a
Venezuela. É em questões globais, no entanto, que têm emergido os conflitos mais intensos.
Washington está exasperado com a persistente defesa, pelo Brasil, do programa nuclear do Irã.
Muitos elementos da ligação Brasil-Irã preocupam os EUA (incluindo a aparente indiferença brasileira à
repressão interna no Irã, seu apoio a grupos terroristas e suas implacáveis ameaças a Israel). Mas a
questão central que divide Brasil e EUA são as respectivas avaliações quanto a se o Irã está ou não em
via de produzir armas atômicas e o que fazer a esse respeito. Não existe maior obstáculo do que esse à
melhoria das relações entre os dois países.
Os EUA aguardam do governo Dilma ao menos alguns sinais de ceticismo quanto às afirmações
do Irã de que seu programa se destina apenas a usos civis da energia nuclear. As perspectivas de
recomposição das relações bilaterais são tênues se o Brasil não se dispuser, pelo menos, a considerar
seriamente as reiteradas evidências de que o Irã está incrementando sua capacidade de construir armas
nucleares. Os EUA poderiam ter encarado de modo mais positivo as negociações de Brasil e Turquia
com o Irã, em maio, se as entendessem como uma maneira de encorajar o Irã a cumprir as resoluções
da ONU relativas ao seu programa atômico, em vez de um esforço para pôr fim às sanções contra Teerã.
A recente sugestão do embaixador Tom Shannon de que EUA e Brasil já haviam resolvido em grande
parte suas divergências no caso do Irã foi um exagero diplomático. Essa questão, na verdade, não está
resolvida e continua sendo prioritária na agenda de Washington.
O próprio programa nuclear brasileiro pode vir a se tornar também um tema do contencioso
bilateral. Poucas pessoas em Washington se preocupam com a possibilidade de o Brasil desenvolver
armas nucleares. Mas as autoridades americanas estão apreensivas com a possibilidade de as ações
brasileiras debilitarem os esforços globais para conter a proliferação das armas nucleares - não apenas
por defender o Irã, mas também por se recusar a endossar as emendas ao Tratado de Não Proliferação
(TNP) e a abrir as suas instalações nucleares a inspeções mais profundas da ONU.
De forma ideal, o desenvolvimento nuclear deveria ser uma área de cooperação entre os EUA e
o Brasil. O acordo firmado há três entre Washington e Índia poderia servir de modelo para transferência
de tecnologia americana ao Brasil - isso se o governo Dilma estiver disposto a ser mais favorável a
iniciativas no âmbito da não proliferação nuclear.
E existem outras áreas promissoras para a colaboração americano-brasileira. Políticas de
comércio global e bilateral, questões de segurança regional, energia e mudanças climáticas, bem como a
governança das organizações internacionais, são algumas delas. Em quase todas essas áreas, no
entanto, é incerto se as duas nações continentais vão acabar cooperando ou se chocando - ou uma
coisa e outra, em alguns aspectos.
Entretanto, independentemente do quão produtivamente os dois países cooperarem nesses e em
outros desafios, no que se refere ao Brasil, Washington estará muitíssimo atento às questões que
envolvem a proliferação das armas nucleares. O que mais importa para os EUA é como o Brasil
conduzirá seus próprios projetos nucleares e que posição e ações adotará na ONU, ou em outros foros,
com relação ao TNP e ao programa atômico iraniano. É isso que o governo Dilma deverá ter em mente
se pretende uma relação mais estreita com os EUA.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1379 Mensagem por Luiz Bastos » Qua Jan 12, 2011 4:07 pm

Espero que a Dilma não caia nessa baba de quiabo americana. Eles são lindos :evil:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1380 Mensagem por Centurião » Qua Jan 12, 2011 9:23 pm

O acordo firmado há três entre Washington e Índia poderia servir de modelo para transferência
de tecnologia americana ao Brasil - isso se o governo Dilma estiver disposto a ser mais favorável a
iniciativas no âmbito da não proliferação nuclear.
Hahahahahahahahahahahahaaha! São piadistas. A Índia é aquela que aderiu ao TNP e não possui armas? Mesmo se a Índia tivesse entrado nessa eu passaria essa oportunidade, afinal os EUA têm armas também.




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