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Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Abr 09, 2011 10:05 pm
por gribel
DELTA22 escreveu:Eu acho que ToTs são importantes sim, mas dentro daquilo que temos capacidade de absorver, como disse o JP, e de empregar na prática em prazos mínimos, para que o conhecimento não se perca.
Não adianta querer ToT do processador do computador de bordo do caça XYZ, se aqui mal mal aprendemos a fazer CI no "brinco" para rastreio de gado... Temos que cair na real quanto à isso.
[]'s a todos.
Não sabia que a situação é tão ruim assim. Onde está o pessoal técnico que as grandes universidades cospe todo semestre?
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Abr 09, 2011 10:11 pm
por DELTA22
Uhh... Se fosse assim tão fácil...
[]'s!
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Abr 09, 2011 11:03 pm
por LeandroGCard
gribel escreveu:Não sabia que a situação é tão ruim assim. Onde está o pessoal técnico que as grandes universidades cospe todo semestre?
Esta eu sei. Uma minoria está dando aula nas mesmas universidades, e uma maioria esmagadora está preenchendo planilhas Excel de compras e assinando cartões de ponto em empresas que só fabricam, trazendo praticamente todos os projetos prontos lá de fora ou no máximo copiando alguma coisa e mudando só a aparência para dizer que é nova.
Não adianta nada formar mestres e doutores excelentes nas unversidades se o modelo econômico, a burocracia e a falta de infra-estrutura do país não permitem que as empresas possam disputar mercados com com produtos inovadores, por absoluta falta de competitividade do país.
Leandro G. Card
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Abr 09, 2011 11:10 pm
por Justin Case
LeandroGCard escreveu:gribel escreveu:Não sabia que a situação é tão ruim assim. Onde está o pessoal técnico que as grandes universidades cospe todo semestre?
Esta eu sei. Uma minoria está dando aula nas mesmas universidades, e uma maioria esmagadora está preenchendo planilhas Excel de compras e assinando cartões de ponto em empresas que só fabricam, trazendo praticamente todos os projetos prontos lá de fora ou no máximo copiando alguma coisa e mudando só a aparência para dizer que é nova.
Não adianta nada formar mestres e doutores excelentes nas unversidades se o modelo econômico, a burocracia e a falta de infra-estrutura do país não permitem que as empresas possam disputar mercados com com produtos inovadores, por absoluta falta de competitividade do país.
Leandro G. Card
Amigos,
Se posso adicionar algo...
Um dos requisitos para ter competitividade e disputar mercados com produtos inovadores é obter tecnologia de ponta.
Fazer "mais do mesmo", ou investir em algo que já deixou o estado da arte há muito, pode trazer alguns empregos ou encomendas de caráter temporário, mas não agrega muito no longo prazo.
Abraços,
Justin
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Sáb Abr 09, 2011 11:31 pm
por knigh7
LeandroGCard escreveu:gribel escreveu:Não sabia que a situação é tão ruim assim. Onde está o pessoal técnico que as grandes universidades cospe todo semestre?
Esta eu sei. Uma minoria está dando aula nas mesmas universidades, e uma maioria esmagadora está preenchendo planilhas Excel de compras e assinando cartões de ponto em empresas que só fabricam, trazendo praticamente todos os projetos prontos lá de fora ou no máximo copiando alguma coisa e mudando só a aparência para dizer que é nova.
Não adianta nada formar mestres e doutores excelentes nas unversidades se o modelo econômico, a burocracia e a falta de infra-estrutura do país não permitem que as empresas possam disputar mercados com com produtos inovadores, por absoluta falta de competitividade do país.
Leandro G. Card
Concordo com vc Leandro, mas acrescento que no Brasil há um certo déficit de interesse do empresariado em P&D, mesmo, não causado por apenas por esse fatores que você citou.
O brasileiro em geral é flexível, mas não é disciplinado, é bem prático, não tem nada de teórico. Caracteristicas como essas atuam contra uma cultura de P&D.
O que o Estado tem de fazer é deixar de atrapalhar (porque o Estado atrapalha bastante). Mas não acho ele que deva ficar dando muletas para o sujeito ou organizacão andar. Isso acomoda bem como favorece um ambiente para a atuacão de não aptos.
É claro que a quase totalidade dos países que produzem muita P&D o Estado tem grande responsabilidade por isso. Mas não creio que se o Estado Brasileiro disponibilizar um aumento de forma muito expressiva o Brasil se torne um grande player nessa àrea por causa da cultura daqui.
Eu acho que a gente tem de fazer mais aquilo que se tem vocacão. E não ficar malhando em ferro frio.
O Brasil é a receita de Portugal com continente africano misturado no liquidificador. Não estou depreciando.
Talvez você como engenheiro discorde. Mas eu tenho uma forte conviccão sobre esse ponto.
Abracos
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Dom Abr 10, 2011 11:31 pm
por LeandroGCard
knigh7 escreveu:Concordo com vc Leandro, mas acrescento que no Brasil há um certo déficit de interesse do empresariado em P&D, mesmo, não causado por apenas por esse fatores que você citou.
O brasileiro em geral é flexível, mas não é disciplinado, é bem prático, não tem nada de teórico. Caracteristicas como essas atuam contra uma cultura de P&D.
O que o Estado tem de fazer é deixar de atrapalhar (porque o Estado atrapalha bastante). Mas não acho ele que deva ficar dando muletas para o sujeito ou organizacão andar. Isso acomoda bem como favorece um ambiente para a atuacão de não aptos.
É claro que a quase totalidade dos países que produzem muita P&D o Estado tem grande responsabilidade por isso. Mas não creio que se o Estado Brasileiro disponibilizar um aumento de forma muito expressiva o Brasil se torne um grande player nessa àrea por causa da cultura daqui.
Eu acho que a gente tem de fazer mais aquilo que se tem vocacão. E não ficar malhando em ferro frio.
O Brasil é a receita de Portugal com continente africano misturado no liquidificador. Não estou depreciando.
Talvez você como engenheiro discorde. Mas eu tenho uma forte conviccão sobre esse ponto.
Abracos
Amigo Knigh7,
Meu trabalho do dia-à-dia é justamente disseminar novas tecnologias na indústria, faço isso há uns 20 anos, e já implantei soluções (ou prestei serviços com elas) para as mais diversas empresas brasileiras ou instaladas no Brasil, que vão da Brinquedos Bandeirante à Embraer e às grandes montadoras de automóveis, passando por fábricas de componentes, de sistemas eletrônicos, de material de laboratório, utilidades domésticas e quase tudo o mais o que se possa imaginar.
Nestes anos todos o que notei foi que a grande maioria das empresas realmente tenta desenvolver um novo produto se percebe que pode entrar em algum novo mercado onde terá como disputar em pé de igualdade com os concorrentes nacionais e internacionais. Acompanhei muitos esforços para criar novas máquinas, equipamentos e bens de consumo inovadores, quando as condições econômicas eram adequadas à competitividade da empresa nacional, e vi muito empresário gastar bastante dinheiro por conta própria nestas tentativas. Geralmente o maior empecilho não está na falta de vontade, mas sim na de experiência sobre como funciona esta história de P&D focada no mercado e não na teoria.
Mas para que estas iniciativas sejam tomadas é preciso que o empresário possa fazer as contas e perceber que tem alguma possibilidade de apresentar seus produtos no mercado com o mínimo de condições em termos de preço (qualidade em geral não é mais problema, exceto em mercados muito específicos). E isto não é possível quando nosso câmbio está muito defasado, os impostos são maiores do que jamais foram, os custos básicos (de energia, transporte, etc...) são muito mais altos que a média mundial e a burocracia toma toda a energia da administração. Por isso critico tanto as ações do governo brasileiro, ele não precisaria investir mais do que investe em Universidades e centros de pesquisa, e nem mesmo adianta muito fornecer financiamento à pesquisa. O que as empresas precisam é de um país sério que não penalize o investimento produtivo em favor do financeiro, e que simplifique a vida das empresas para que elas possam se concentrar na sua atividade, e não em atender fiscais e advogados que batem na porta quase todo dia.
Se o governo simplesmente trabalhasse direito as empresas faria o resto sozinhas. Levaria tempo, pois teriam muito o que aprender, mas se as condições forem favoráveis a iniciativa elas mesmas tomam, eu já vi isso acontecer muitas vezes ao longo destes anos todos, quando as condições permitiram.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Seg Abr 11, 2011 6:29 am
por Booz
Em suma Leandro, perante sua exposição fica patente duas coisas que seriam o "começo do imprescindível" para lutramos por um lugar ao sol da P&D.
- fomento expressívo nos cursos técnicos (mas impossível sem a base do básico e fundamental).
- desonerar a cadeia que leva aos investimentos de P&D
Só para exemplificar o primeiro item:
um aluno de curso técnico (curso mesmo não arremedos de cursos) custa uma pequena fortuna para sua formação. No entanto, em cursos de química por exemplo, a falta de reagentes básicos (somente importados) deixa um hiato nas mãos dos professores que tem que freqüêntemente improvisar.
Quanto aos investimentos de P&D, apesar de existirem linhas próprias de financiamento (difícilimas de ser conseguidas tamanha a burocracia e jusros estratosféricos), os impostos incidentes são os mesmos de qualquer outra cadeia de produção. Ou seja, tanto faz o empresário adqüirir uma caixa de Lego com isntruções de montagem quanto começar a desenvolver o próprio Lego que os tributos devidos serão os mesmos (em alguns maior devido ao tempo de desenvolvimento).
Ora, empresário quer retorno ou não sobrevive. Se pode auferir lucro montando plantas de produtos já desenvolvidos - e testados - que danem royalties e desenvolvimento. Pagará muito menos e se arriscará menos ainda.
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Seg Abr 11, 2011 8:30 am
por NovaTO
Justin Case escreveu:LeandroGCard escreveu:Esta eu sei. Uma minoria está dando aula nas mesmas universidades, e uma maioria esmagadora está preenchendo planilhas Excel de compras e assinando cartões de ponto em empresas que só fabricam, trazendo praticamente todos os projetos prontos lá de fora ou no máximo copiando alguma coisa e mudando só a aparência para dizer que é nova.
Não adianta nada formar mestres e doutores excelentes nas unversidades se o modelo econômico, a burocracia e a falta de infra-estrutura do país não permitem que as empresas possam disputar mercados com com produtos inovadores, por absoluta falta de competitividade do país.
Leandro G. Card
Amigos,
Se posso adicionar algo...
Um dos requisitos para ter competitividade e disputar mercados com produtos inovadores é obter tecnologia de ponta.
Fazer "mais do mesmo", ou investir em algo que já deixou o estado da arte há muito, pode trazer alguns empregos ou encomendas de caráter temporário, mas não agrega muito no longo prazo.
Abraços,
Justin
Caro Justin,
Só acrescentaria que não adianta obter tecnologia de ponta e não ser capaz de aplica-los. Ou mesmo manter essas tecnologias atualizadas.
[]'s
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Seg Abr 11, 2011 12:54 pm
por LeandroGCard
jp escreveu:Em suma Leandro, perante sua exposição fica patente duas coisas que seriam o "começo do imprescindível" para lutramos por um lugar ao sol da P&D.
- fomento expressívo nos cursos técnicos (mas impossível sem a base do básico e fundamental).
- desonerar a cadeia que leva aos investimentos de P&D
Só para exemplificar o primeiro item:
um aluno de curso técnico (curso mesmo não arremedos de cursos) custa uma pequena fortuna para sua formação. No entanto, em cursos de química por exemplo, a falta de reagentes básicos (somente importados) deixa um hiato nas mãos dos professores que tem que freqüêntemente improvisar.
Quanto aos investimentos de P&D, apesar de existirem linhas próprias de financiamento (difícilimas de ser conseguidas tamanha a burocracia e jusros estratosféricos), os impostos incidentes são os mesmos de qualquer outra cadeia de produção. Ou seja, tanto faz o empresário adqüirir uma caixa de Lego com isntruções de montagem quanto começar a desenvolver o próprio Lego que os tributos devidos serão os mesmos (em alguns maior devido ao tempo de desenvolvimento).
Ora, empresário quer retorno ou não sobrevive. Se pode auferir lucro montando plantas de produtos já desenvolvidos - e testados - que danem royalties e desenvolvimento. Pagará muito menos e se arriscará menos ainda.
Na verdade a simples desoneração da cadeia de P&D não vai ter quase nenhum efeito. No máximo faria algumas multinacionais trazerem alguns estudos para serem feitos aqui, que depois seriam incorporados aos seus produtos mundiais. Isto já acontece na área automobilística, GM, FIAT, Ford e VW até desenvolvem alguma coisa em termos de design e estrutura básica de automóveis em nosso país, mas para as partes mais críticas como mecânica, eletrônica, etc... , os projetos continuam vindo de fora.
A questão na verdade é mais grave. Se for apenas para atender o mercado local brasileiro (que representa apenas cerca de 2% do mercado mundial), jamais haverá escala de produção que justifique investimentos a menos de setores muito pouco intensivos em inovação, como alimentos ou matérias primas. No máximo produtos de médio nível tecnológico, como cosméticos ou perfumes (nem mesmo remédios valeria a pena desenvolver aqui). E além deste problema da escala existe o famoso Custo-Brasil e a elevada defasagem cambial, fatores que não só tornam a já difícil disputa pelo mercado global praticamente impossível como facilitam a vinda de produtos estrangeiros para cá. São problemas estruturais da economia brasileira, que se não forem resolvidos ou compensados de alguma forma simplesmente levarão à transformação das empresas de manufaturados brasileiras em simples importadoras ou no máximo montadoras de empresas estrangeiras, processo que já está acontecendo cada vez mais rápido.
Neste cenário, P&D servem para quê exatamente? Para desenvolver produtos que jamais serão fabricados? Ou que serão apropriados por empresas estrangeiras que levarão sua produção para onde lhes for mais conveniente? Somente quando estes gargalos básicos da nossa economia foram resolvidos é que as empresas nacionais começarão a pensar em P&D, e apenas depois disso acontecer por alguns anos é que começarão realmente a fazer falta os técnicos especializados, engenheiros e doutores que tanto se fala em formar. Hoje simplesmente não há quase empregos para eles, e os que aparecem são para sub-utilizar completamente suas verdadeiras capacidades.
Existem é claro uma ou outra exceção a este cenário, mas são cada vez em menor número e tem cada vez mais dificuldades em se manter como exceções. Os produtos que trago para o Brasil são cada vez mais adquiridos apenas por filiais de multinacionais instaladas aqui. As empresas verdadeiramente brasileiras parecem estar desistindo do jogo.
Leandro G. Card
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 8:52 am
por brisa
AV-RE40, o missil anti navio da AVIBRAS.....olha o MAN-1 aí gente....
Reparem tambem o Vant Falcão da Avibras.
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 9:41 am
por NovaTO
Belas fotos, teria VANT Falcão?
[]'s
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 9:42 am
por thelmo rodrigues
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 10:10 am
por Oziris
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 10:19 am
por thelmo rodrigues
Ao fundo existe uma placa com algumas informações.Dá para ler "SISTEMA PROPULSIVO AV-RE-40". Tomara que 40 não tenha nada a ver com o alcance.Os colegas que puderem ir podiam postar aqui para nós uma foto daquela placa.
Re: Mssilhouse do Brasil
Enviado: Qua Abr 13, 2011 10:23 am
por crubens
Será que é só o motor do bicho !?!?!?