Acho que o guarisapo e o Walter, por terem experiência real em submarinos, poderiam dar a opinião deles sobre o assunto. Talves assim possamos ter uma idéia de qual modelo a Marinha pode adotar.
Abraços!!!
Boa tarde à todos.
Alcantara, vou postar aqui um e-mail de um camarada (atualmente na reserva da MB), ex-submarinista, e diga-se de passagem, um submarinista de escol, que sintetiza meu pensamento á respeito, da atual concorrência p/ escolha de submarinos.
Sua opnião, me permita, ainda que pretenciosamente não seja a de uma tomada de posição a favor deste ou daquele projeto, acaba por se posicionar no que tange a opção russa. Somente pelo tamanho dos comentários à respeito do tipo Amur.
Sei, e eu mesmo já comentei aqui que a MB já tomou sua decisão, em função de um sem fim de motivos que extrapolam em muito a simples comparação de propostas técnicas...(...)
Minha torcida era para uma proposta otimizada para a MB de um modelo russo da família Lada/Amur. No entanto, parece que o caminho tomado foi outro...
Mas enfim, aí está o post do colega Leonan editado na HP "Iça o Dois!" mantida pelo Almirante(R1) Rui Capetti, ex-submarinista e ex-comandante de submarinos.
" Em 2005, vem acontecendo um tanto longe da mídia nacional uma concorrência internacional da MB para a aquisição de algumas tecnologias fundamentais para os futuros submarinos da Classe S-MB-10 de 2.500 ton, Projeto SNAC-1.
Entretanto, o maior interesse está em absorver desde já a tecnologia da construção de casco para os Submarinos Nucleares Brasileiros de Ataque - SNB, Projeto SNAC-2. Esta é a peça que falta nessa longa história iniciada nos anos 70.
Participam da concorrência o novo grupo industrial alemão TKMS e a ARMARIS / DCN francesa.
O Estaleiro HDW (Howaldswerke-Deutsche Werft GmbH), famoso por seus IKLs, foi adquirido em janeiro de 2005 pelo tradicional grupo industrial alemão ThyssenKrupp Werften AG, vindo a formar então o novo TKMS (ThyssenKrupp Marine Systems Group), que também engloba a sueca Kockumus.
Como a Alemanha até hoje encontra-se impedida de produzir submarinos nucleares, não detém tecnologia para cascos com tal finalidade. O modelo atual alemão é o IKL-214, mas foi oferecido ao Brasil a tecnologia de um IKL-209 aperfeiçoado com AIP, a um custo menor, de US$ 240 milhões.
Já os franceses oferecem a tecnologia do famoso Scorpene, que é convencional com AIP mas com casco derivado do nuclear, a um custo de US$ 360 milhões. Ele permitiria a absorção de tecnologia para o submarino nuclear e traria outras vantagens.
O Scorpene possui AIP com autonomia de 50 dias e emprega mísseis anti-navio Exocet SM-39, que podem destruir grandes alvos navais ou em terra a até 50 km de distância. Possui ainda torpedos pesados de nova geração Black Shark, da italiana Finmeccanica. Pesa somente 1.500 ton.
Um projeto convencional diesel-elétrico russo muito interessante e que parece estar "correndo por fora" é o Projeto 1650 de 4ª Geração de nome AMUR, variante para exportação do Projeto 677, conhecido como Lada.
Em 2005, foi comissionado pela Marinha da Rússia o S-100 Sankt Petersburg, dando nome à nova classe do Lada. Ele tem comprimento de 72 metros e peso máximo de 2.700 ton.
Seu maior modelo de exportação, o Amur Type 1.850 (especificações) tem 68 metros e seu peso cheio e submerso é de 2.600 ton, praticamente igual ao pretendido para o S-MB-10, com 67 metros e 2.500 ton.
O AMUR possuirá sistema AIP e será muito mais sofisticado e silencioso que os submarinos da classe Kilo, já considerados dos mais silenciosos hoje. Outra vantagem é o maior diâmetro do casco, o que facilitará adaptações futuras.
Diz-se que sua principal habilidade é atingir diferentes alvos com uma salva de mísseis. Possui os mísseis antinavio e anti-submarino KLUB-S de cruzeiro com lançamento vertical e os STALLION com alcance entre 50 e 120 km. Mas nada se compara ao torpedo supercavitante SHKVAL, que é temido mundo à fora.
Os mísseis de cruzeiro hipersônicos KLUB-S atuais são os SS-NX-27 e trazem muitas novidades sobre os antigos SS-N-21. Existem 3 versões, uma para ataque a navios, outra para alvos em terra, e outra para ir atrás de submarinos.
Todos pesam 1 ton. Os de versões antinavio e para ataque terrestre possuem alcances de 220 e 300 km, respectivamente. O anti-submarino alcança 50 km.
Existe um Amur nos Admiralty Shipyards com final de construção suspenso, aguardando verbas de uma Marinha estrangeira que se interesse pelo projeto."
Walter
Fortaleza-CE