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Economia



2006-04-13 - 00:00:00

Navios - Entrega à Marinha só no início de 2007
Motores atrasam dois patrulhões

Os primeiros dois navios-patrulha oceânicos (os NPO 2000, conhecidos como ‘patrulhões’) só poderão ser entregues à Marinha em Março e Junho de 2007. Fica assim comprometido o prazo contratual de Maio de 2006 para a entrega da primeira embarcação, assinado no tempo de Paulo Portas.

Os ‘patrulhões’, que estão a ser construídos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, foram alvo recentemente de um ‘estranho’ episódio: dois motores (W26) que chegaram da fábrica italiana da Wartsilang (empresa escolhida pelo anterior ministro da Defesa para fornecer os motores para as embarcações) revelaram uma série de impurezas que afectavam os circuitos de arrefecimento da água.

Segundo apurou o CM, essas impurezas eram limalhas de ferro que se encontravam espalhadas no interior do sistema de refrigeração dos motores. Responsáveis dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo confirmaram que as máquinas não estavam em condições, mas adiantaram que o fabricante assumiu todas as responsabilidades e vai limpar integralmente os motores, “sem qualquer custo adicional”.

Os estaleiros afastaram a possibilidade de qualquer tipo de sabotagem e atribuem o incidente a uma falha no controlo de qualidade da fábrica italiana. Os defeitos nos motores apenas foram detectados em testes realizados em Portugal e imediatamente assumidos pelo fabricante. Os motores – que já estavam instalados – serão agora desmontados.

OS NAVIOS DE PAULO PORTAS

Os dez navios-patrulha (dois destinados ao combate à poluição) foram encomendados por Paulo Portas aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. No passado dia 1 de Outubro teve lugar a cerimónia de flutuação dos dois primeiros cascos dos NPO (baptizados de Viana do Castelo e Foz) e tudo parecia correr bem até à montagem dos motores vindos de Itália.

A construção dos NPO, de cinco lanchas de fiscalização costeira e de um navio polivalente logístico, implica um investimento de 680 milhões de euros até 2014, e encontra-se ao abrigo da Lei de Programação Militar. Em Junho de 2007 deverá ser entregue o segundo patrulha à Armada, seguindo-se, em 2008 e 2009, as entregas dos navios de combate à poluição.

Miguel Alexandre Ganhão

Charlie Golf escreveu:Isso é com o nosso conterrâneo JLRC.

Diga-se que são sempre bem-vindos...

Charlie Golf escreveu:Isso é com o nosso conterrâneo JLRC.

Diga-se que são sempre bem-vindos...

JLRC escreveu:

Charlie Golf escreveu:Isso é com o nosso conterrâneo JLRC.

Diga-se que são sempre bem-vindos...

Não digam que não sou vosso amigo.....

pt escreveu:Esta questão das “desculpas” sobre a questão dos motores, fez-me lembrar um caso ocorrido há uns anos.

Ocorreu em Portugal um “apagão” e metade do país ficou praticamente às escuras.

Depois de vários inquéritos, e de muitas pessoas terem sido responsabilizadas pelo problema, desde acusações a funcionários incompetentes, acusações a quem estruturou a rede da EDP, e ao facto de haver muito pontos fracos na estrutura de distribuição de energia, que foi pensada (é preciso lembrar) exactamente para evitar apagões, chegou-se a uma conclusão no mínimo curiosa:

A administração da EDP veio à televisão em directo e a cores, explicar aos cidadãos, que afinal não havia funcionários da EDP desleixados, afinal não havia uma rede mal feita e mal cuidada. Afinal não havia situações previsíveis de problemas provocados por redes de cabos de alta tensão do tempo dos cabos de isolamento a óleo e alcatrão (cabos dos anos 30).

Afinal, segundo a EDP, a culpa de metade do país ter ficado às escuras, era de uma cegonha, que teve o azar de apanhar um choque eléctrico num cabo aéreo de muito alta tensão.

Como a administração da EDP, que culpou uma cegonha, agora também parece que estamos perante uma situação idêntica.

No caso, a Cegonha coitada morreu, e pagou com a vida, o despautério de ter deixado cinco milhões de portugueses às escuras (a desavergonhada).

Evidentemente os problema eram na origem aqueles que tinham sido apontados, mas com o relatório, todos os incompetentes e todos os desleixados ficaram de consciência tranquila, porque afinal, aquilo não era culpa do desleixo e da falta de vergonha. Afinal a culpa era de um Cegonha.

Também na altura, muitos vieram falar da facilidade com que em Portugal se atacam as entidades oficiais, quando os relatórios (feitos por essas mesmas entidades) vêm provar que a culpa afinal é de outrém, de preferência algum animal ou alguma coisa inerte que não se possa defender.

= = =

Neste estranho caso, as notícias vindas a público, parecem afirmar mais uma vez que ninguém tem culpa de coisa nenhuma, perante mais um “caso da vida”, que estas coisas como sabemos, “acontecem”.

Agora a culpa foi “mandada” para cima da limalha de ferro, que por acaso, como a cegonha, também não pode falar para nos explicar se pode ou não ser verdade.

Uma boa desculpa não evita prejuizos, e acima de tudo uma boa desculpa não resolve o problema. Se não fosse tão normal neste nosso Portugal as entidades oficiais resolverem os problemas com desculpas, eu não desconfiava e não duvidada. Infelizmente a realidade é cruel, e não há a mais pequena razão para acreditar em quem faz da mentira e da desculpa um negócio.

O facto indesmentível porém, é que a República Portuguesa, terá o seu mais importante programa naval de construção de navios militares desde 1930, atrasado em um ano.

Uns afirmaram que há razões políticas, económicas ou financeiras, outros dizem-me que é por causa da limalha de ferro.

Sinceramente, acho que preferia que tivessem culpado alguma Cegonha incauta.
Treta por treta, a treta da Cegonha é mais engraçada.


Cumprimentos

P44 escreveu: Esta questão das “desculpas” sobre a questão dos motores, fez-me lembrar um caso ocorrido há uns anos.

Ocorreu em Portugal um “apagão” e metade do país ficou praticamente às escuras.

P44 escreveu:Depois de vários inquéritos, e de muitas pessoas terem sido responsabilizadas pelo problema, desde acusações a funcionários incompetentes, acusações a quem estruturou a rede da EDP, e ao facto de haver muito pontos fracos na estrutura de distribuição de energia, que foi pensada (é preciso lembrar) exactamente para evitar apagões, chegou-se a uma conclusão no mínimo curiosa:

A administração da EDP veio à televisão em directo e a cores, explicar aos cidadãos, que afinal não havia funcionários da EDP desleixados, afinal não havia uma rede mal feita e mal cuidada. Afinal não havia situações previsíveis de problemas provocados por redes de cabos de alta tensão do tempo dos cabos de isolamento a óleo e alcatrão (cabos dos anos 30).

Afinal, segundo a EDP, a culpa de metade do país ter ficado às escuras, era de uma cegonha, que teve o azar de apanhar um choque eléctrico num cabo aéreo de muito alta tensão.

P44 escreveu:Como a administração da EDP, que culpou uma cegonha, agora também parece que estamos perante uma situação idêntica.

No caso, a Cegonha coitada morreu, e pagou com a vida, o despautério de ter deixado cinco milhões de portugueses às escuras (a desavergonhada).

P44 escreveu:Evidentemente os problema eram na origem aqueles que tinham sido apontados, mas com o relatório, todos os incompetentes e todos os desleixados ficaram de consciência tranquila, porque afinal, aquilo não era culpa do desleixo e da falta de vergonha. Afinal a culpa era de uma Cegonha.

P44 escreveu:O facto indesmentível porém, é que a República Portuguesa, terá o seu mais importante programa naval de construção de navios militares desde 1930, atrasado em um ano.

Rui Elias Maltez escreveu:Eu também assinaria o texto que o PT publicou no Forum Defesa, sem reservas.

Mas a questão por mim e por outros levantada mantêm-se:

Será que se justifica um ano (12 meses), para que o motores sejam desmontados, limpos e remontados, e depois instalados nos 2 navios?

Não estamos a falar em 2 semanas ou em 2 meses.

Em Junho de 2007 deverá ser entregue o segundo patrulha à Armada, seguindo-se, em 2008 e 2009, as entregas dos navios de combate à poluição.