Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Qua Dez 04, 2013 2:44 am
Comparem o valor solicitado (eles nem sabem para quê) pela Agência Espacial Brasileira e os gastos da empresa Space-X, que em cerca de 10 anos desenvolveu um excelente foguete na classe das 10 toneladas em órbita baixa e que deverá em breve estar capacitado a levar cargas e talvez até astronautas para a ISS.Programa prevê dez lançamentos e R$ 900 mi/ano até 2020
Para muitos, plano é irrealista, uma vez que a agência espacial não tem nem quadro próprio de funcionários
O Estado de S.Paulo - 01 de dezembro de 2013 | 2h 07
O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.
Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.
"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.
Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
Fracassa lançamento de satélite brasileiro em parceria com a China
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MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A KELAN (CHINA)
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Fracassou nesta segunda-feira a tentativa de colocar em órbita o satélite CBERS-3, o quarto lançado pelo programa de observação da Terra que o Brasil mantém em parceria com a China.
Informações preliminares apontam uma falha no foguete que efetuou o lançamento. Ainda não se sabe o que provocou o problema.
O lançamento, realizado na base de Taiyuan, no sul da China, aconteceu no horário previsto, à 1h26 desta segunda-feira, no horário de Brasília.
Inicialmente, as informações eram de que tudo ocorrera bem. Mas cerca de uma hora depois do lançamento, os responsáveis chineses informaram que o satélite não entrou em órbita.
O clima é de frustração na delegação brasileira que viajou para acompanhar o lançamento. Entre eles, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp.
O custo do lançamento foi de US$ 15 milhões. O modelo do foguete chinês utilizado foi o Longa Marcha 4B. Esse modelo já fez 34 lançamentos de satélites com 100% de sucesso.
Não tenho acompanhado a situação. Em que sentido ele foi "cagado"?Skyway escreveu:Esse CBERS-3 não era pra ter existido mesmo, projeto todo cagado do início ao fim!
Tomara que o CBERS-4 tenha mais sorte.
Um satélite sozinho pra dar conta de uma demanda imensa como essa? Todos os municípios brasileiros? Isso tem cheiro de lorota ou promessa de alguem que nem sequer parou pra considerar as tecnicalidades da situação.irlan escreveu:Alguém anda acompanhando a licitação sobre a compra do satélite que levará internet a todos o municípios do Brasil?, porque a internet aqui no RJ tá cara pra caramba.¬¬
Ele era pra ter sido lançado em 2010, mas o Brasil teve muita dificuldade em desenvolver alguns componentes e também em adquirir outros. Aí estava com lançamento previsto para o final do ano passado...mas uma falha no sistema elétrico atrasou mais ainda. Conseguiram deixar o bicho pronto pra operação agora no final desse ano, e ai o buscapé chinês engasga pela primeira vez e acaba de vez com essa novela.Cross escreveu:Não tenho acompanhado a situação. Em que sentido ele foi "cagado"?Skyway escreveu:Esse CBERS-3 não era pra ter existido mesmo, projeto todo cagado do início ao fim!
Tomara que o CBERS-4 tenha mais sorte.
10º lançamento em 2020:LeandroGCard escreveu:Vejam que pretensão :
Comparem o valor solicitado (eles nem sabem para quê) pela Agência Espacial Brasileira e os gastos da empresa Space-X, que em cerca de 10 anos desenvolveu um excelente foguete na classe das 10 toneladas em órbita baixa e que deverá em breve estar capacitado a levar cargas e talvez até astronautas para a ISS.Programa prevê dez lançamentos e R$ 900 mi/ano até 2020
Para muitos, plano é irrealista, uma vez que a agência espacial não tem nem quadro próprio de funcionários
O Estado de S.Paulo - 01 de dezembro de 2013 | 2h 07
O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.
Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.
"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.
Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
http://www.spacenews.com/article/letter ... penditures
O pessoal da AEB quer R$5,4 bilhões (cerca de 2,5 bilhões de dólares) até 2020. A maior parte disso acabaria sendo gasta para lançar pequenos satélites experimentais usando foguetes comprados da Ucrânia, e mais uma pequena parte para desenvolver foguetinhos nacionais com capacidade de colocar menos de meia tonelada em órbita, que serviriam ninguém sabe dizer para quê. Sem esquecer é claro de pagar o lançamento de um satélites de comunicações adquirido, projetado, construído e lançado na Europa. Até mesmo um engenheiro antigo do IAE já deu declarações afirmando que nem adiantaria colocar mais dinheiro no PEB, pois não há gente capacitada para gastá-lo de forma produtiva .
Por comparação, a Space-X gastou na casa de 1 bilhão de dólares em 10 anos, e com seu foguete atual que pode colocar mais de 13 ton em órbita já efetuou 6 lançamentos bem sucedidos e espera pedidos somando o valor de US$ 5 bilhões até 2017. É claro que eles contam com a base tecnológica, industrial e comercial já existente no setor espacial americano, mas nós também não começamos a trabalhar em atividades espaciais ontem.
http://money.cnn.com/2013/06/05/investi ... ace-x-ipo/
Por estas e outras é que eu já disse antes e volto a afirmar: A única solução viável para o Programa Espacial Brasileiro é ENCERRAR SUAS ATIVIDADES IMEDIATAMENTE, redistribuir o pessoal técnico que quiser por universidades e centros de pesquisa que se proponham a recebê-los, dispensar sumariamente todo o resto e esquecer o assunto por pelo menos 4 ou 5 anos. E depois recomeçar tudo do zero, com outro pessoal que não traga vícios (podemos inclusive contratá-los no exterior como consultores) e que tome como referência o que se faz no mundo hoje em termos de atividades espaciais, e não o que o Brasil planejava fazer 30 anos atrás e ainda se sinta comprometido em um abraço de afogados com uma país da antiga URSS que hoje enfrenta sérias dificuldades em todos os níveis.
Leandro G. Card
Quanto mais o setor privado participar, melhor.Duka escreveu:Talvez, a médio prazo, a solução para nosso programa espacial passe pela Visiona.
A Visiona tem um propósito muito específico, coordenar a aquisição do SGB. Fora isso ela tem muito pouco a acrescentar ao panorama espacial brasileiro, pois nem sequer produziremos satélites deste tipo no horizonte previsível.Duka escreveu:Talvez, a médio prazo, a solução para nosso programa espacial passe pela Visiona.
Então tá então... .Dependência ameaça o Brasil no espaço
Análise: Roberto Godoy - O Estado de S.Paulo - 10 de dezembro de 2013
O Programa Espacial Brasileiro, maduro de 53 anos, sofre com a falta de recursos. Com as dotações adequadas, as agências do País construiriam seus próprios veículos lançadores, ofereceriam serviços e ganhariam dinheiro em um mercado internacional estimado em US$ 30 bilhões. Com dinheiro curto, resta amargar por 10 anos a tragédia de agosto de 2003, quando a explosão de um dos motores do VLS-1/V03 na plataforma da base de Alcântara, no Maranhão, matou 21 técnicos e transformou em metal esturricado o objetivo de uma geração inteira de pesquisadores. De 1994 até o desastre de 2003, o governo havia investido magros R$ 73 milhões no projeto do foguete de quatro estágios, 50 toneladas e possibilidade de colocar sua carga útil no espaço a até mil quilômetros de distância. O caso da China era visto ontem à noite, no meio da Defesa, como alerta para os riscos da dependência. Militares assinalaram que a área é prioritária na agenda de assuntos estratégicos da presidente Dilma Rousseff.