Novo Programa Nuclear?

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Guilherme
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#136 Mensagem por Guilherme » Ter Jul 10, 2007 3:11 pm

Ótima notícia. Esses 130 milhões ao ano não sairiam mais do orçamento da Marinha.




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Morcego
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#137 Mensagem por Morcego » Ter Jul 10, 2007 3:45 pm

Guilherme escreveu:Ótima notícia. Esses 130 milhões ao ano não sairiam mais do orçamento da Marinha.


é mas o governo segura 200 MI por ano; se levarmos em conta qeu mesmo assima MB destina ainda 50 MI por ano teremos 170, seria melhor que as verbas não sofressem contingência.


MAS POWWS que que eu to reclamando TA BEM MELHOR QUE NADA.




WalterGaudério
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#138 Mensagem por WalterGaudério » Ter Jul 10, 2007 3:50 pm

orestespf escreveu:Não sei se alguém já postou em algum tópico...

Lula libera R$ 1 bi para Marinha terminar projeto nuclear

Plantão | Publicada em 10/07/2007 às 14h33m
Ricardo Galhardo - O Globo

IPERÓ (SP) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, no Centro Experimental Aramar, da Marinha, em Iperó, no interior de São Paulo, a liberação de recursos para a conclusão do projeto nuclear da Marinha, que constrói no local o reator nuclear que pode movimentar um submarino brasileiro ou mesmo gerar energia elétrica.

Lula anunciou que vai liberar para o projeto da Marinha R$ 130 milhões por ano nos próximos oito anos, o que dá um total de R$ 1,040 bilhão nesse período. Desde 1979, o projeto do reator nuclear brasileiro já consumiu US$ 1,1 bilhão (mais de R$ 2 bilhões), dos quais US$ 900 milhões do Orçamento da Marinha. No entanto, segundo o almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha, a força gostaria que o dinheiro fosse liberado em seis anos, antecipando a conclusão do projeto. Lula ficou de estudar se era possível.

O comandante da Marinha disse que atualmente a Marinha tem um orçamento de R$ 1,4 bilhão de orçamento anual, dos quais R$ 200 milhões são contigenciados. Em dez anos, segundo o almirante Moura Neto, a União contigenciou R$ 2,190 bilhões da Marinha. Com isso, segundo o almirante, a Marinha não "vem podendo cumprir com seu dever constitucional" de proteger o país como deveria.

Lula estava em Iperó acompanhado pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, pelos comandantes das três Armas, e pelo ministro Mangabeira Unger, secretário de Planejamento Estratégico de Longo Prazo. Unger fez a estréia como ministro de Lula.


Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/0 ... 714375.asp


Acho que agora vai!!!!

E de fato isso pode influenciar outras "coizinhas" que vão aparecer daqui a pouco.

Parabéns para todos nós, o SNB não será uma conquista da MB, mas de todos vcs que pagaram impostos esses anos todos.

BRAVO ZULU
Alte. Álvaro Alberto.

E obrigado pela boa notícia tio Orestes.

sds

Walter




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A-29
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#139 Mensagem por A-29 » Ter Jul 10, 2007 4:02 pm

Não levem a mal, mas a palavra do Lula em um discurso vale pouco mais que nada.

Enquanto não sair a lei com o crédito complementar já para este ano, o orçamento do ano que vem e a listagem dos recursos contingenciados no orçamento, reservo-me o direito de ficar com o pé atrás.




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#140 Mensagem por WalterGaudério » Ter Jul 10, 2007 4:04 pm

A-29 escreveu:Não levem a mal, mas a palavra do Lula em um discurso vale pouco mais que nada.

Enquanto não sair a lei com o crédito complementar já para este ano, o orçamento do ano que vem e a listagem dos recursos contingenciados no orçamento, reservo-me o direito de ficar com o pé atrás.


No problem. Pero, nunca havíamos chegado tão perto desse ponto. Vamos aguardar realmente. Vamos aguardar tb o desfecho do affair F-16BR.

sds

Walter




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#141 Mensagem por WOOBOHEHEHE » Ter Jul 10, 2007 4:07 pm

Fico muito feliz com esta notícia!
No entanto o fato de serem R$ 130 milhões por ano, me preocupa, vai saber se daqui a um ou dois anos não vão achar uma desculpa para contigenciar a grana!
E tem outra coisa, as nossas reservas internacionais, corrijam-me se eu estiver enganado, estão próximas dos 200 bilhões, pergunto: QUE BOSTA QUE ESTE PRESIDENTE TEM NA CABEÇA PARA NÃO QUERER LIBERAR R$ 1 BILHÃO DE UMA SÓ VEZ? Não dá para entender!


Bom, pelo menos saiu alguma coisa.




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alex
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#142 Mensagem por alex » Ter Jul 10, 2007 4:10 pm

Vamos esperar o Talharim e seu diario oficial, gente. :roll:




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#143 Mensagem por Morcego » Ter Jul 10, 2007 4:11 pm

alex escreveu:Vamos esperar o Talharim e seu diario oficial, gente. :roll:


ELE TA ONLINE, ehaheah derepente EHAHEAH.




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Marino
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#144 Mensagem por Marino » Ter Jul 10, 2007 4:16 pm

Quero chamar a atenção para uma coisa: os recursos a serem liberados são para o término do programa nuclear, o reator mais a fábrica de gás, que ainda está em escala laboratorial.
O sub nuclear é decisão a ser tomada em mais alguns anos.
Mas não há dúvida que, se os recursos forem liberados realmente, isto vai acarretar decisões complementares a serem tomadas a curto prazo na MB.
Estas decisões vão moldar o futuro da Força.
Vamos aguardar.




orestespf
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#145 Mensagem por orestespf » Ter Jul 10, 2007 5:19 pm

Respeito aqueles que desconfiam das últimas notícias, até porque se baseam no "passado" de nossas FFAA e dos últimos governo. Um pouco de ceticismo não faz mal.

Porém alguns membros do DB vêm "cantando a pedra" de algum tempo pra cá. Estamos falando que haverá disponibilidade orçamentária, que existe um plano de reaparelhamento das três forças e que existe uma "boa vontade" deste governo com as forças armadas.

Foi dito também que a idéia é comunalidade dos meios disponíveis nas três forças, bem como o uso de verbas de forma racional, produzindo um sistema de defesa mais eficiente e profissional.

Além disso, sabemos que as mudanças não ocorrem da noite para o dia, o que estamos vendo é fruto de um planejamento realizado tempos atrás e cujas ações já implementadas vêm assumindo sua forma agora.

Não se faz forças armadas apenas comprando equipamentos, principalmente adquirindo aquisições de oportunidade. Estes últimos às vezes são necessários para não deixar lacunas "temporais" nas forças, mas sempre deixam o país tecnologicamente defasado, impedindo o acesso aos equipamentos no estado-da-arte e o uso de doutrinas e técnicas de combate "mais modernas".

As FFAA brasileiras sempre estiveram atentas a isso e sabem que não precisam apenas comprar. Precisam de um planejamento logístico e estratégico de médio e longo prazo. Difereciam equipamentos de ocasião de um sistema de armas completo. E neste último caso, é preciso ser adquirido em pacotes com começo, meio e fim, ou seja, precisa se planejado durante toda a sua vida útil.

As forças armadas brasileiras têm se mostrado maduras e racional, fazendo planejamentos adequados à realidade brasileira e pensando em um sistema de defesa, têm procurado a troca de informações e a comunalidade e cada vez mais, a valorização das indústrias locais.

Este somatório de ações conjuntas têm conseguido alguns resultados positivos e que despertaram interesse e apoio do governo. Não só apoio "verbal", mas apoio financeiro.

As coisas estão aí, claras pra quem quiser ver. A sub nuclear da MB é fruto de um planejamento e não é apenas um projeto isolado. E como diz o Marino: "esta decisão implicará em ações complementares e paralelas que mudarão o rumo da MB em curto prazo".

Não vou detalhar muito, mas se levarmos em consideração que o sub nuclear é "o objetivo maior" a ser atingido, é porque as "etapas intermediárias" terão investimento e êxito em seus desenvolvimentos. Ou seja, existe um "pacote de ações" planejadas em curso e que serão levadas adiante. Parece-me mesmo um processo sem volta.

Parabéns a MB pelas suas realizações! Parabéns ao povo brasileiro!


Saudações,

Orestes


PS: a FAB está seguindo o mesmo caminho, aparentemente "meio perdida", mas está indo muito bem.




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Pedro Gilberto
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#146 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Jul 10, 2007 5:34 pm

Marino escreveu:Quero chamar a atenção para uma coisa: os recursos a serem liberados são para o término do programa nuclear, o reator mais a fábrica de gás, que ainda está em escala laboratorial.
O sub nuclear é decisão a ser tomada em mais alguns anos.
Mas não há dúvida que, se os recursos forem liberados realmente, isto vai acarretar decisões complementares a serem tomadas a curto prazo na MB.
Estas decisões vão moldar o futuro da Força.
Vamos aguardar.


Olá Marino,
caso confirmado essa liberação de R$ 130 mi/ano para o programa nuclear este valor se soma ao orçamento do Centro (de R$ 34 mi) durantes os próximos anos, ou, digamos, os 130mi são para o Centro e esse valor do orçamento pode ser redirecionado para outras areas ?

[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
PRick

#147 Mensagem por PRick » Ter Jul 10, 2007 6:32 pm

Pedro Gilberto escreveu:
Marino escreveu:Quero chamar a atenção para uma coisa: os recursos a serem liberados são para o término do programa nuclear, o reator mais a fábrica de gás, que ainda está em escala laboratorial.
O sub nuclear é decisão a ser tomada em mais alguns anos.
Mas não há dúvida que, se os recursos forem liberados realmente, isto vai acarretar decisões complementares a serem tomadas a curto prazo na MB.
Estas decisões vão moldar o futuro da Força.
Vamos aguardar.


Olá Marino,
caso confirmado essa liberação de R$ 130 mi/ano para o programa nuclear este valor se soma ao orçamento do Centro (de R$ 34 mi) durantes os próximos anos, ou, digamos, os 130mi são para o Centro e esse valor do orçamento pode ser redirecionado para outras areas ?

[]´s


Isto quer dizer que teremos Scorpene´s ao invés de Tipo 214? Por exemplo? :lol: :lol:

[ ]´s




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#148 Mensagem por Marino » Ter Jul 10, 2007 6:33 pm

Pedro Gilberto escreveu:
Marino escreveu:Quero chamar a atenção para uma coisa: os recursos a serem liberados são para o término do programa nuclear, o reator mais a fábrica de gás, que ainda está em escala laboratorial.
O sub nuclear é decisão a ser tomada em mais alguns anos.
Mas não há dúvida que, se os recursos forem liberados realmente, isto vai acarretar decisões complementares a serem tomadas a curto prazo na MB.
Estas decisões vão moldar o futuro da Força.
Vamos aguardar.


Olá Marino,
caso confirmado essa liberação de R$ 130 mi/ano para o programa nuclear este valor se soma ao orçamento do Centro (de R$ 34 mi) durantes os próximos anos, ou, digamos, os 130mi são para o Centro e esse valor do orçamento pode ser redirecionado para outras areas ?

[]´s

Este orçamento, que estava sendo retirado dos recursos da MB, pode ir para outras aplicações.




Editado pela última vez por Marino em Ter Jul 10, 2007 6:34 pm, em um total de 1 vez.
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#149 Mensagem por Marino » Ter Jul 10, 2007 6:34 pm

Da UOL:

Lula admite atraso e destina R$ 1 bi a projeto nuclear da Marinha
Reuters
Em São Paulo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira a destinação de recursos para a conclusão do projeto nuclear da Marinha, dirigido à propulsão de um submarino e também à geração de energia comercial.

O presidente admitiu que o programa brasileiro de propulsão nuclear de um submarino sofreu paralisações, inclusive em sua gestão.

"É verdade que este projeto esteve parado durante um determinado tempo, é verdade que no nosso primeiro mandato nós tivemos que dedicar os primeiros quatro anos para consertar o país, para arrumar a casa", disse Lula.

Neste segundo mandato, o presidente afirma que assumiu o compromisso com o ministro da Defesa, Waldir Pires, de concluir o projeto.

As declarações foram dadas durante visita de Lula ao Centro Experimental Aramar da Marinha, localizado em Iperó (120 quilômetros a oeste de São Paulo) onde são realizadas as pesquisas.

O local é responsável por desenvolver o programa nuclear da Marinha, que tem como objetivo criar propulsores nucleares para submarinos. Sua principal vantagem é a maior autonomia em relação aos motores a diesel, de acordo com informação da Marinha.

A pesquisa de um submarino com propulsão nuclear é realizada desde 1979 no Brasil e, após ter altos e baixos na destinação dos recursos, já correu o risco de ser interrompida. Faz parte do projeto a produção de urânio enriquecido (combustível para a energia nuclear) em escala industrial para atender também às usinas nucleares de Angra.

Lula reiterou que a energia nuclear faz parte da matriz nuclear do país e que Angra 3 será concluída. "Se for necessário construir mais, nós vamos construir, até porque é uma energia limpa", afirmou o presidente.




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#150 Mensagem por Marino » Ter Jul 10, 2007 7:32 pm

Entrevista do Pres. Lula trascrita do defesanet:

Entrevista concedida pelo presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, após visita ao
Centro Experimental Aramar,
do Centro Tecnológico da Marinha
Iperó-SP, 10 de julho de 2007


Defesa @ Net

Jornalista: Esse projeto pode servir de embrião para a geração de energia elétrica ao País?
Presidente: Olha, eu acredito que esse projeto pode ser embrião para tudo que nós precisarmos do ponto de vista de energia nuclear e do ponto de vista de produção de energia. É verdade que este projeto esteve parado durante um determinado tempo, é verdade que no nosso primeiro mandato nós tivemos que dedicar os primeiros quatro anos para consertar o País, para arrumar a Casa, mas é verdade também que, desde a primeira conversa que eu tive com o ministro Waldir Pires, eu assumi o compromisso de que nós vamos colocar os recursos necessários para que a gente possa concluir esse projeto. É um projeto que necessita de 130 milhões de reais durante oito anos, quem sabe, se pudermos colocar um pouco mais, poderemos antecipar.

Jornalista: Ele está atrasado, não é?
Presidente: Ele está atrasado.

Jornalista: Quanto tempo?
Presidente: Não sei há quanto tempo. O dado concreto é que nós já poderíamos estar muito mais avançados. Eu acho que agora nós temos condições de concluir esse projeto e o Brasil pode se dar ao luxo de ser um dos poucos países do mundo a dominar toda a tecnologia do ciclo de enriquecimento de urânio e, a partir daí, eu penso que nós seremos muito mais valorizados enquanto nação, enquanto a potência que queremos ser.

Jornalista: O que existe aqui já pode ser um passo para fazer uma usina nuclear em São Paulo?
Presidente: Veja, o que existe aqui é um passo extraordinário do avanço tecnológico do conhecimento do nosso pessoal. O que nós precisamos é garantir que, do que temos hoje, nós só temos que colocar dinheiro para dar os avanços necessários. Nós temos profissionais, nós temos gente competente, nós temos conhecimento. Agora, se estava faltando o dinheiro, não vai faltar mais porque nós vamos colocar o dinheiro necessário. Por que não sonhar grande e dizer que nós queremos chegar até a possibilidade de ter um submarino nuclear?

Jornalista: Agora, Presidente, para ser viável produzir em escala industrial tem que ter demanda para usinas de geração de energia atômica. O seu projeto energético prevê a construção de novas usinas?
Presidente: Prevê. O Conselho Nacional de Política Energética decidiu que a energia nuclear vai fazer parte da matriz, mais do que nós já temos. Nós vamos concluir Angra III e, se for necessário construir mais, nós vamos construir, até porque é uma energia limpa, está provado que hoje nós temos segurança e está provado que o Brasil não pode parar. Nós temos algumas questões para produzir energia: nós temos a eólica, nós temos a hídrica, nós temos biomassa, nós temos a diesel, nós temos a carvão. E a energia nuclear é uma energia já testada e aprovada no Brasil, é segura, nós detemos tecnologia, por que não aproveitar? Obviamente que nós vamos sempre utilizar aquilo que for economicamente mais viável para o País e, hoje, com a hídrica, nós temos um potencial extraordinário. Vocês viram que ontem foi liberada a licença prévia do rio Madeira para fazer Santo Antônio e Jirau. Nós estamos agora no processo de estudar Belo Monte e vamos tentar utilizar todo o potencial de energia hídrica que temos, porque ambientalmente ela é correta e pode ser muito mais barata. Vamos utilizar todo o nosso potencial, e o potencial nuclear é um deles.

Jornalista: No caso de um acidente, o senhor acredita que em Angra há possibilidade de uma evacuação rápida?
Presidente: Deixe eu lhe dizer uma coisa. Primeiro, não há nenhuma possibilidade de acontecer um acidente no Brasil como aconteceu em Chernobyl. Segundo, as experiências que nós temos com a energia nuclear, tipo Angra, não têm dado acidente. Eu não acredito, porque nós temos conhecimento, temos tecnologia, temos gente altamente qualificada para fazer o processo. Agora, nenhum de nós está livre de nada. Eu não estou livre de sair daqui e acontecer alguma coisa comigo daqui a seis metros, ou seja, se ficarmos pensando assim, nós não fazemos absolutamente nada.

Jornalista: Presidente, o presidente Bush se reaproxima agora da América Latina, com uma nova política. O Brasil também passa a ingressar numa nova fase de aproximação, através de uma política energética, via Angra, e também uma política estratégica militar, que é justamente a construção do submarino nuclear?
Presidente: Veja, nós não temos nenhum compromisso com o presidente Bush. O Bush se aproxima da América Latina porque é um erro alguém não se aproximar da América Latina. A nossa determinação é brasileira, com a determinação do Estado brasileiro, da Marinha brasileira, de que vamos utilizar todo o nosso conhecimento para fazer aquilo que nós soubermos fazer, pensando no Brasil. Eu estou convencido de que um país precisa ter capacidade de investimento em ciência e tecnologia. Depois de visitar uma instalação como esta, você sai daqui convencido de que muitas vezes nós temos que perguntar a nós mesmos: será que quando você vai discutir um investimento de 130 milhões para terminar as nossas experiências, você poderia utilizar a palavra gasto? Será que não seria importante discutir quanto nós vamos gastar por não termos investido no tempo certo, na hora certa, para termos as coisas prontas no momento certo?

Então, eu acredito que o Brasil tem tudo para se transformar definitivamente num Estado soberano, seja no reparo que nós temos que fazer nas nossas Forças Armadas, tornar a equipar as nossas Forças Armadas, preparar o Brasil para ter todo conhecimento do ciclo do urânio, porque isso é levado em conta. São poucos os países que têm a competência que tem o Brasil, e por que não utilizar essa inteligência que está disponível, formada por nós, para produzir coisas para nós? E, ao mesmo tempo, o Brasil precisa ser um exemplo do mundo na questão da produção energética.

Eu estou convencido de que o exemplo que nós estamos dando aqui, não apenas na questão nuclear, onde temos o sistema mais moderno do mundo mas, sobretudo, se a gente levar em conta a produção de biocombustíveis, o Brasil – na minha opinião, isso será inexorável – será uma grande potência energética nos próximos 20 anos no mundo.

Jornalista: Ontem, no “Café com o Presidente” o senhor mandou recado para quem? Para o Chávez?
Presidente: Eu mandei o recado para todo mundo, o recado é para todo mundo. Ninguém vai segurar o Brasil de cumprir com o papel histórico que ele tem que cumprir. O que eu disse, na verdade, é que o Brasil não será subserviente para atender os interesses dos outros, sem levar em conta os interesses do próprio Brasil. Nós temos condições de nos transformar numa grande potência energética e não vamos abrir mão disso.

Jornalista: Presidente, o senhor vai reconduzir o ministro Silas Rondeau ao cargo?
Presidente: Não. Até foi engraçado porque eu estava em Bruxelas quando alguém me perguntou, e eu fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando ministro por mim. Veja, eu nem pensei nisso, eu acho que o Silas foi injustiçado. Agora, tem um processo em andamento, nós vamos aguardar para ver o que acontece com o processo.

Jornalista: O fato de ter negociado com o pessoal da Infraero, o pessoal dos aeroportos de São Paulo e do Rio, aproveitando que o Ministro está aqui do seu lado, não foi abrir um precedente para que novos pedidos sejam feitos daqui para a frente?
Presidente: No dia em que deixar de haver pedidos, nós não viveremos numa democracia.

Jornalista: Sim, mas num tipo de chantagem como essa?
Presidente: Não é chantagem. Tem a data-base do pessoal da Infraero. Se houve erros cometidos da nossa parte ou da parte deles foi não termos negociado há dois meses, há três meses. Agora, sempre é tempo de negociar. Nós achamos que era possível atender aquilo que era importante para eles, eles aceitaram, e para nós é o que importa, e que os aeroportos funcionem bem daqui para a frente.




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