Juniorbombeiro escreveu:São as duas empresas hoje que tem a linha mais completa e a maior fatia de mercado. Scania e Volvo focam nos caminhões maiores, Iveco e Ford tem menos participação no mercado, a Agrale garimpou sua participação nos menores. Com o critério de licitação por menor preço somado a requisitos não tão específicos, que podem ser atendidos por veículos de linha com poucas modificações, fica difícil competir contra essas duas.
Me parece então falta de gestão e de foco do MD nesta perspectiva.
Estava olhando agora as cinco armas do EB e mais as áreas de logística e material bélico, e me arrisco a dizer que praticamente mais da metade da frota hoje de caminhões do EB é formada por Constalation e Worker e seus derivados. O pouco que sobra é formado por MB, e em alguns segmentos específicos por outras marcas.
Na minha opinião, deveria haver no mínimo uma segmentação por áreas a fim de propiciar melhores chances das empresas para o mercado militar. Caso contrário, vamos ficar na mão de apenas duas fornecedoras enquanto as demais acabam ficando desestimuladas de competir e até mesmo de oferecer novos e melhores produtos por aqui.
Neste caso, a Agrale, como única empresa nacional de verdade deveria ser privilegiada de alguma forma, como atestado na lei que regula atualmente a BID. Eles fabricam veículos de 500 kgs a 22 toneladas de peso bruto, salvo engano. Assim, no que fosse possível, o MD deveria envidar junto a empresa, após consulta e elaboração de requisitos junto as ffaa's, de toda uma família de veículos nesta faixa para que a empresa desenvolva-os dentro dos critérios requeridos pelo MD, a fim de equipar todas as ffaa's. Isso garantiria sua sobrevivência e ainda ajudaria em exportações, e mesmo no desenvolvimento de novos produtos para o mercado civil.
Além disso, como já havia colocado antes aqui, o MD deveria ao menos fazer um esforço para que todos os veículos adquiridos fossem minimamente adaptados ao tipo de serviço que irão prestar. Digo isso em relação aos muitos caminhões existentes que apesar de normalmente operarem fora de estrada, não tem nenhum preparo para isso ou simplesmente são versões civis compradas do jeito que saíram da fábrica. É gastar dinheiro duas vezes a meu ver. Uma para comprar e outra para consertar os estragos do uso indevido destes veículos. E isso apesar da industria já oferecer caminhões adaptados aos esforços do trabalho fora do asfalto. Mais uma falta de critério das ffaa's nesta área.
Mas quem sabe um dia a gente começa a fazer as coisas diferentes. Afinal, como já dizia o ditado, o barato as vezes sai caro.
Alguma hora, principalmente em defesa, o pessoal vai ter que se tocar disso.
O exemplo da Ucrânia está aí para todo mundo ver. Sorte a deles que eles tem um puta parque industrial militar, e uma enorme herança material dos idos tempos soviéticos.
Nos aqui infelizmente não temos a mesma sorte.
abs