http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior ... %20OrienteMinistério iraquiano
Documentos divulgados pelo WikiLeaks não contêm "surpresas"
por Lusa Hoje
O Ministério dos Direitos Humanos iraquiano afirmou hoje que os documentos secretos norte-americanos divulgados pelo 'site' WikiLeaks não contêm "surpresas", numa primeira reacção oficial à publicação dos documentos sobre a guerra no Iraque.
"Os documentos não foram uma surpresa para nós, pois já tínhamos mencionado vários dos factos referidos, incluindo o que se passou na prisão de Abu Ghraib, assim como outros casos implicando as forças norte-americanas", declarou o porta-voz do ministério, Kamel al-Amine, à agência noticiosa francesa AFP.
"Não ficámos surpreendidos com as informações que acabam de ser divulgadas, esse número (de 109.000 vítimas da guerra entre 2003 e 2009) é próximo do que foi anunciado pelo Ministério da Saúde iraquiano", adiantou.
Segundo o porta-voz, "houve numerosas mortes e casos de vítimas enterradas sem que a sua morte fosse registada, o governo da época ainda não tinha o controlo da situação".
Kamel al-Amine citou vários exemplos conhecidos de uma implicação das forças norte-americanas ou da antiga empresa de segurança privada norte-americana Blackwater na morte de civis.
Mas recusou responder a uma questão da AFP sobre os abusos cometidos pelas forças iraquianas contra prisioneiros e sobre os quais o exército norte-americano "fechou os olhos", segundo o WikiLeaks.
Apesar dos protestos dos Estados Unidos, o WikiLeaks divulgou perto de 400.000 documentos secretos do exército norte-americano sobre a guerra, mencionando nomeadamente "mais de 300 casos de tortura e de violência cometidos pelas forças da coligação sobre prisioneiros" e mais de um milhar de abusos por parte das forças iraquianas.
Segundo os documentos divulgados pelo WikiLeaks e citados pela Al-Jazira, o exército norte-americano "encobriu" casos de tortura de detidos pelas autoridades no Iraque, onde também centenas de civis foram mortos em barreiras de controlo dos aliados nas estradas.
Os documentos abarcam o período de 01 de Janeiro de 2004 a 31 de Dezembro de 2009, após a invasão norte-americana de Março de 2003 que derrubou o regime de Saddam Hussein.
Revelam que o conflito causou 109.032 mortos naquele período, 60 por cento dos quais civis, ou seja, 66.081 pessoas.
Iraque - Noticias de Guerra
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
A medicina evoluiu muito.Nibelhein escreveu:Túlio escreveu:Sempre é bueno recordar...![]()
Ah, alguém sabe que música é esta? Gostei muito.
Até que não acho um número tão grande pro tempo que ficaram lá, ainda mais em guerra assimétrica que você não sabe quem e aonde está seu inimigo, quanto a música é uma versão remixada da música Lux Aeterna do Clint Mansel, pessoalmente prefiro a versão original.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Pois é, hoje em dia qualquer ignorante semi-analfabeto ou analfabeto pode virar presidente, basta uma massa de ignorantes se identificar com ele. Será que vocês sabem de quem estou falando??????P44 escreveu:Clermont escreveu: Só mesmo ignorantes como Bush Jr. e seus "neocons" tinham a certeza do contrário. Agora, todos eles estão aposentados, vivendo confortáveis em suas casas, ou gozando de benefícios de empresas particulares para as quais, agora, muitos estão trabalhando. Já ouvi falar que Bush pretenderia lançar um autobiografia.
Aprendeu a escrever, finalmente...?
ah não, espera...existem os "ghost-writers"...

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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Os Estados Unidos, nesta última década, já somam mais de 5 mil mortos e somado aos feridos são cerca de 90 mil.
Os cerca de 95 mil soldados, cada um com sua família, 95 mil lares e portanto, quase meio milhão de cidadãos americanos impactados diretamente com a guerra, contanto suas famílias.
Uma guerra não causa prejuízo apenas financeiro e militar para o país que perde seus soldados, mas o coletivo na nação sofre, a cultura muda, as pessoas são impactadas, cria-se um clima geral de medo e violência.
Não é atoa que nos EUA é um dos países culturalmente mais violentos do mundo. A população é violenta e a polícia é violenta (já que também é povo).
Todo ano, nas escolas e universidades acontece pelo menos um desastre de um cara "doidão" atirando em todo mundo.
Os americanos estão ficando "doidões". A violência, de uma forma direta (nas ruas) ou indireta, originada no medo instalado em suas famílias enlouquece os cidadãos. E isso é sempre prejudicial para o povo em qualidade de vida, seja nos EUA, em Israel e Palestina ou em ditaduras como Coréia do Norte.
abraços]
Os cerca de 95 mil soldados, cada um com sua família, 95 mil lares e portanto, quase meio milhão de cidadãos americanos impactados diretamente com a guerra, contanto suas famílias.
Uma guerra não causa prejuízo apenas financeiro e militar para o país que perde seus soldados, mas o coletivo na nação sofre, a cultura muda, as pessoas são impactadas, cria-se um clima geral de medo e violência.
Não é atoa que nos EUA é um dos países culturalmente mais violentos do mundo. A população é violenta e a polícia é violenta (já que também é povo).
Todo ano, nas escolas e universidades acontece pelo menos um desastre de um cara "doidão" atirando em todo mundo.
Os americanos estão ficando "doidões". A violência, de uma forma direta (nas ruas) ou indireta, originada no medo instalado em suas famílias enlouquece os cidadãos. E isso é sempre prejudicial para o povo em qualidade de vida, seja nos EUA, em Israel e Palestina ou em ditaduras como Coréia do Norte.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Seu comentário além de preconceituoso e sem o mínimo de bom senso é o típico do q se tem visto na campanha do inescrupuloso candidato da oposição...Left Hand of God escreveu:Pois é, hoje em dia qualquer ignorante semi-analfabeto ou analfabeto pode virar presidente, basta uma massa de ignorantes se identificar com ele. Será que vocês sabem de quem estou falando??????P44 escreveu:
Aprendeu a escrever, finalmente...?
ah não, espera...existem os "ghost-writers"...
É, 80% da população do país deve ser de ignorantes, igual aos números de aprovação do mandato do atual Presidente da República.
Mas para sorte do país o povo IGNORANTE não é BURRO e, sobretudo, tem MEMÓRIA, sabe q tipo de "diferença" fez o governo do "PHD" q o antecedeu. Hoje estamos a caminho de nos tornármos um país de classe média e o povo IGNORANTE corroborá nas urnas sua opção entre esses distintos projetos de poder em pauta no segundo turno.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
A verdade desnuda no Iraque

Como de costume, os árabes sabiam. Sabiam tudo das torturas em massa, do promíscuo assassinato de civis, do escandaloso uso do poderio aéreo contra casas de famílias, dos impiedosos mercenários estadunidenses e britânicos, dos cemitérios de mortos inocentes. Todo o Iraque o sabia. Porque eles eram as vítimas.
Só nós podíamos fingir que não sabíamos. Só nós no Ocidente podíamos rechaçar cada acusação, cada afirmação contra os estadunidenses ou britânicos, pondo algum digno general – vem à mente o porta-voz militar estadunidense Mark Kimmitt e o terrível chefe do estado maior conjunto Peter Pace – a nos rodear de mentiras. Se encontrássemos um homem que tinha sido torturado nos diziam que era propaganda terrorista, se descobríssemos uma casa cheia de crianças mortas num bombardeio aéreo norteamericano também era propaganda terrorista, ou “dano colateral”, ou uma simples frase: “não temos informação disso”.
Desde o começo sabíamos que sempre tinham. E o oceano de memorandos militares que se revelou este sábado voltou a demonstrá-lo. A Al Jazeera chegou a extremos para rastrear as famílias iraquianas cujos homens e mulheres foram assassinados em detenções estadunidenses – eu identifiquei uma porque a reportei em 2004, o veículo crivado de balas, os dois jornalistas mortos, até o nome do capitão local estadunidense – e foi o The Independent em edição dominical o primeiro a alertar ao mundo sobre as hordas de pistoleiros indisciplinados que eram levados a Bagdá para proteger diplomatas e generais. Esses mercenários, que abriram caminho assassinando, nas cidades do Iraque, insultaram-me quando eu lhes disse que estava escrevendo sobre eles, ainda em 2003.

É sempre tentador desacreditar uma história dizendo que “não há nada de novo”. A idéia da “velha história” é usada pelos governos para esfriar o interesse jornalísticos, pois serve para encobrir a inatividade jornalística. E é certo que os repórteres já viram antes algo assim. A “evidência” da participação iraniana na fabricação de bombas no sul do Iraque foi filtrada pelo Pentágono para Michael Gordon, do New York Times, em fevereiro de 2007. A matéria prima, que agora podemos ler é muito mais duvidosa que a versão gerada pelo Pentágono. Por todo o Iraque havia material militar da guerra Irã-Iraque de 1980-1988, e a maioria dos ataques contra os estadunidenses foram levados a cabo nesta etapa por insurgentes sunitas. Por certo os informes que sugerem que a Síria permitiu a travessia de insurgentes por seu território são corretos. Falei com famílias de terroristas suicidas palestinos cujos filhos chegaram ao Iraque a partir do Líbano, por meio da cidade libanesa de Majdal e depois pela cidade do norte da Síria, Aleppo, para atacar os estadunidenses.
No entanto, embora escrita em linguagem militar sucinta, aqui está a evidência da vergonha estadunidense. É um material que pode ser usado por advogados em juízo. Se 66.081 – me encantou este “81” – é a cifra mais alta disponível de civis mortos, então a cifra real é infinitamente mais alta, pois este registro só corresponde aos civis dos quais os estadunidenses tiveram informação. Alguns foram levados ao necrotério em Bagdá em minha presença e foi o oficial encarregado quem me disse que o Ministério da Saúde iraquiano havia proibido os médicos de praticar necropsias dos civis levados por soldados estadunidenses. Por que se deu essa ordem? Teria algo a ver com os 1300 informes independentes estadunidenses sobre tortura nos postos policiais iraquianos?
Eu, no entanto, suspeito que esta revelação massiva de material da guerra do Iraque tenha sérias implicações para jornalistas e exércitos. Por que diabos se envia equipes de repórteres para investigar crimes de guerra, reunindo-se com “gargantas profundas” militares se, em seguida, quase meio milhão de documentos secretos vão acabar flutuando numa tela de computador?
Ainda não chegamos ao fundo da história de Wikileaks e, melhor, suspeito que há ainda vários soldados estadunidenses implicados nessa última revelação. Quem sabe se não chega ao mais alto escalão? Em suas investigações, por exemplo, a Al Jazeera encontrou um extrato de uma coletiva de imprensa de rotina do Pentágono em novembro de 2005. Peter Pace, o nada inspirador chefe de estado maior conjunto, informa aos jornalistas como os soldados devem reagir ante o tratamento cruel de prisioneiros, assinalando com orgulho que o dever de um soldado estadunidense é intervir caso encontre evidência de tortura. Depois a câmera se move em direção da figura muito mais sinistra do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, que de pronto interrompe quase num murmúrio, para a grande consternação de Pace: “Não acredito que você queira dizer que os soldados estejam obrigados a detê-la fisicamente. Seu dever é reportá-la”.

Desde então a significação deste comentário – cifradamente sádico a seu modo – perdeu-se nos jornais. Mas agora o memorando secreto Frago 242 traz muito mais luz sobre essa coletiva de imprensa. Enviada presumivelmente pelo general Ricardo Sánchez, a instrução aos soldados é: “Suposto que o informe inicial confirme que as forças estadunidenses não tiveram a ver com o abuso contra os detidos, não se realizará maior investigação, a menos que o alto comando o ordene”. Abu Ghraib ocorreu sob a supervisão de Sánchez no Iraque. Foi também Sánchez, por certo, quem não pôde explicar-me durante uma coletiva de imprensa por que seus homens mataram os filhos de Saddam Hussein em Mosul, em vez de capturá-los.
A mensagem de Sanchez, segundo parece, deve ter tido a aprovação de Rumsfeld. Do mesmo modo, o general David Petraeus – tão amado pelos jornalistas estadounidenses– foi supostamente responsável pelo dramático aumento nos ataques aéreos ao longo de dois anos: de 229 sobre o Iraque em 2006 para 1447 em 2007. Resulta interessante que os ataques aéreos dos Estados Unidos no Afeganistão tenham sido elevados em 172% desde que Petraeus assumiu o comando militar da região.
Tudo isso torna ainda mais assombroso que o Pentágono agora se escandalize porque a Wikileaks poderia ter sangue nas mãos. O Pentágono tem estado manchado de sangue desde que deixou cair uma bomba atômica sobre Hiroshima em 1945, e para uma instituição que ordenou a invasão ilegal em 2003 – por acaso a cifra de civis mortos não foi ali de 66 mil, segundo suas próprias contas, de uns 109 mil registrados? – torna-se ridículo afirmar que Wikileaks é culpada de homicídio.
A verdade, é claro, é que se este vasto tesouro de informes secretos tivesse demonstrado que a quantidade de mortos era muito menor do que a aquilo que a imprensa informava, que os soldados estadunidenses nunca toleraram a tortura por policiais iraquianos, que raras foram as vezes em que dispararam em civis detidos e sempre levaram os mercenários assassinos a juízo, os generais estadunidenses teriam entregue esses expedientes à imprensa sem peso algum nas escadarias do Pentágono. Não só estão furiosos porque se rompeu o segredo ou porque se tenha derramado sangue, mas também porque pegaram-lhes dizendo as mentiras que sempre souberam que diziam.
Tradução: Katarina Peixoto
Fonte: Cartamaior via Plano Brasil.

Como de costume, os árabes sabiam. Sabiam tudo das torturas em massa, do promíscuo assassinato de civis, do escandaloso uso do poderio aéreo contra casas de famílias, dos impiedosos mercenários estadunidenses e britânicos, dos cemitérios de mortos inocentes. Todo o Iraque o sabia. Porque eles eram as vítimas.
Só nós podíamos fingir que não sabíamos. Só nós no Ocidente podíamos rechaçar cada acusação, cada afirmação contra os estadunidenses ou britânicos, pondo algum digno general – vem à mente o porta-voz militar estadunidense Mark Kimmitt e o terrível chefe do estado maior conjunto Peter Pace – a nos rodear de mentiras. Se encontrássemos um homem que tinha sido torturado nos diziam que era propaganda terrorista, se descobríssemos uma casa cheia de crianças mortas num bombardeio aéreo norteamericano também era propaganda terrorista, ou “dano colateral”, ou uma simples frase: “não temos informação disso”.
Desde o começo sabíamos que sempre tinham. E o oceano de memorandos militares que se revelou este sábado voltou a demonstrá-lo. A Al Jazeera chegou a extremos para rastrear as famílias iraquianas cujos homens e mulheres foram assassinados em detenções estadunidenses – eu identifiquei uma porque a reportei em 2004, o veículo crivado de balas, os dois jornalistas mortos, até o nome do capitão local estadunidense – e foi o The Independent em edição dominical o primeiro a alertar ao mundo sobre as hordas de pistoleiros indisciplinados que eram levados a Bagdá para proteger diplomatas e generais. Esses mercenários, que abriram caminho assassinando, nas cidades do Iraque, insultaram-me quando eu lhes disse que estava escrevendo sobre eles, ainda em 2003.

É sempre tentador desacreditar uma história dizendo que “não há nada de novo”. A idéia da “velha história” é usada pelos governos para esfriar o interesse jornalísticos, pois serve para encobrir a inatividade jornalística. E é certo que os repórteres já viram antes algo assim. A “evidência” da participação iraniana na fabricação de bombas no sul do Iraque foi filtrada pelo Pentágono para Michael Gordon, do New York Times, em fevereiro de 2007. A matéria prima, que agora podemos ler é muito mais duvidosa que a versão gerada pelo Pentágono. Por todo o Iraque havia material militar da guerra Irã-Iraque de 1980-1988, e a maioria dos ataques contra os estadunidenses foram levados a cabo nesta etapa por insurgentes sunitas. Por certo os informes que sugerem que a Síria permitiu a travessia de insurgentes por seu território são corretos. Falei com famílias de terroristas suicidas palestinos cujos filhos chegaram ao Iraque a partir do Líbano, por meio da cidade libanesa de Majdal e depois pela cidade do norte da Síria, Aleppo, para atacar os estadunidenses.
No entanto, embora escrita em linguagem militar sucinta, aqui está a evidência da vergonha estadunidense. É um material que pode ser usado por advogados em juízo. Se 66.081 – me encantou este “81” – é a cifra mais alta disponível de civis mortos, então a cifra real é infinitamente mais alta, pois este registro só corresponde aos civis dos quais os estadunidenses tiveram informação. Alguns foram levados ao necrotério em Bagdá em minha presença e foi o oficial encarregado quem me disse que o Ministério da Saúde iraquiano havia proibido os médicos de praticar necropsias dos civis levados por soldados estadunidenses. Por que se deu essa ordem? Teria algo a ver com os 1300 informes independentes estadunidenses sobre tortura nos postos policiais iraquianos?
Eu, no entanto, suspeito que esta revelação massiva de material da guerra do Iraque tenha sérias implicações para jornalistas e exércitos. Por que diabos se envia equipes de repórteres para investigar crimes de guerra, reunindo-se com “gargantas profundas” militares se, em seguida, quase meio milhão de documentos secretos vão acabar flutuando numa tela de computador?
Ainda não chegamos ao fundo da história de Wikileaks e, melhor, suspeito que há ainda vários soldados estadunidenses implicados nessa última revelação. Quem sabe se não chega ao mais alto escalão? Em suas investigações, por exemplo, a Al Jazeera encontrou um extrato de uma coletiva de imprensa de rotina do Pentágono em novembro de 2005. Peter Pace, o nada inspirador chefe de estado maior conjunto, informa aos jornalistas como os soldados devem reagir ante o tratamento cruel de prisioneiros, assinalando com orgulho que o dever de um soldado estadunidense é intervir caso encontre evidência de tortura. Depois a câmera se move em direção da figura muito mais sinistra do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, que de pronto interrompe quase num murmúrio, para a grande consternação de Pace: “Não acredito que você queira dizer que os soldados estejam obrigados a detê-la fisicamente. Seu dever é reportá-la”.

Desde então a significação deste comentário – cifradamente sádico a seu modo – perdeu-se nos jornais. Mas agora o memorando secreto Frago 242 traz muito mais luz sobre essa coletiva de imprensa. Enviada presumivelmente pelo general Ricardo Sánchez, a instrução aos soldados é: “Suposto que o informe inicial confirme que as forças estadunidenses não tiveram a ver com o abuso contra os detidos, não se realizará maior investigação, a menos que o alto comando o ordene”. Abu Ghraib ocorreu sob a supervisão de Sánchez no Iraque. Foi também Sánchez, por certo, quem não pôde explicar-me durante uma coletiva de imprensa por que seus homens mataram os filhos de Saddam Hussein em Mosul, em vez de capturá-los.
A mensagem de Sanchez, segundo parece, deve ter tido a aprovação de Rumsfeld. Do mesmo modo, o general David Petraeus – tão amado pelos jornalistas estadounidenses– foi supostamente responsável pelo dramático aumento nos ataques aéreos ao longo de dois anos: de 229 sobre o Iraque em 2006 para 1447 em 2007. Resulta interessante que os ataques aéreos dos Estados Unidos no Afeganistão tenham sido elevados em 172% desde que Petraeus assumiu o comando militar da região.
Tudo isso torna ainda mais assombroso que o Pentágono agora se escandalize porque a Wikileaks poderia ter sangue nas mãos. O Pentágono tem estado manchado de sangue desde que deixou cair uma bomba atômica sobre Hiroshima em 1945, e para uma instituição que ordenou a invasão ilegal em 2003 – por acaso a cifra de civis mortos não foi ali de 66 mil, segundo suas próprias contas, de uns 109 mil registrados? – torna-se ridículo afirmar que Wikileaks é culpada de homicídio.
A verdade, é claro, é que se este vasto tesouro de informes secretos tivesse demonstrado que a quantidade de mortos era muito menor do que a aquilo que a imprensa informava, que os soldados estadunidenses nunca toleraram a tortura por policiais iraquianos, que raras foram as vezes em que dispararam em civis detidos e sempre levaram os mercenários assassinos a juízo, os generais estadunidenses teriam entregue esses expedientes à imprensa sem peso algum nas escadarias do Pentágono. Não só estão furiosos porque se rompeu o segredo ou porque se tenha derramado sangue, mas também porque pegaram-lhes dizendo as mentiras que sempre souberam que diziam.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Texto do Robert Fisk,né ??? Baita repórter, tenho um livro dele.
Salu2.
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"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Mas que foi que eu fiz?????? Eu nem mencionei nomes.....Enlil escreveu:Seu comentário além de preconceituoso e sem o mínimo de bom senso é o típico do q se tem visto na campanha do inescrupuloso candidato da oposição...Left Hand of God escreveu: Pois é, hoje em dia qualquer ignorante semi-analfabeto ou analfabeto pode virar presidente, basta uma massa de ignorantes se identificar com ele. Será que vocês sabem de quem estou falando??????
É, 80% da população do país deve ser de ignorantes, igual aos números de aprovação do mandato do atual Presidente da República.
Mas para sorte do país o povo IGNORANTE não é BURRO e, sobretudo, tem MEMÓRIA, sabe q tipo de "diferença" fez o governo do "PHD" q o antecedeu. Hoje estamos a caminho de nos tornármos um país de classe média e o povo IGNORANTE corroborá nas urnas sua opção entre esses distintos projetos de poder em pauta no segundo turno.


Pensem num cara sujo, num cara corrupto.marcelo l. escreveu:Hamid Karzai, admitiu que recebeu malas de dinheiro do Irã, mas disse que isso foi feito de forma mais transparente possível, já que precisava para cobrir despesas do palácio presidencial, e ainda disse que os EUA fazem pagamentos semelhantes
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Os outrora defensores da civilização ocidental não se fazem presentes no tópico atualmente por quê?
Quando vejo cenas como essas mostradas pelo Francoorp no post supra, tenho absoluta convicção, de que os soldados Norte Americanos, Ingleses ou da OTAN são alvos legitimos em qualquer lugar do planeta, eles representam países que são dirigidos por governos ordinários, a escoria da humanidade, esses dirigentes têm as mãos sujas de sangue inocente e um dia (que seja em breve) vão pagar por seus crimes
.
Quando vejo cenas como essas mostradas pelo Francoorp no post supra, tenho absoluta convicção, de que os soldados Norte Americanos, Ingleses ou da OTAN são alvos legitimos em qualquer lugar do planeta, eles representam países que são dirigidos por governos ordinários, a escoria da humanidade, esses dirigentes têm as mãos sujas de sangue inocente e um dia (que seja em breve) vão pagar por seus crimes

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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Infelizmente a escumalha de direita que inventou esta guerra, mentindo com todos os dentes que tinha na boca á comunidade internacional, vai safar-se.
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Olha essa foto do moleque com a perna decepada. Que coisa mais filha da puta. Fiquei revoltado.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Para os mandantes desses crimes não haverá nenhum Julgamento de Nuremberga, a canalha protege-se toda uma á outra...
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Re: Iraque - Noticias de Guerra
Basta ver que o capacho que apadrinhou a "Cimeira das Lajes" que deu luz verde á guerra, tendo servido os cafés e lambido o traseiro ao busheco e ao caniche blair, é hoje o Presidente da Comissão Europeia...
http://grandefabrica.blogspot.com/2008/ ... lajes.html
A 16 de Março de 2003, faz hoje cinco anos, José Manuel Durão Barroso, então Primeiro-ministro de Portugal recebeu na Base das Lajes, o Presidente americano e os Primeiros-ministros, do Reino Unido e Espanha, para realizarem a cimeira que ficou conhecida, como a "Cimeira da Guerra".
A cimeira extraordinária sobre o Iraque reuniu na base aérea das Lajes, nos Açores, o presidente norte-americano, George W. Bush, e os primeiros-ministros britânico, Tony Blair, e espanhol, Jose Maria Aznar, que lançaram um ultimato ao ditador iraquiano: 24 horas para se desarmar voluntariamente.
“Ou o Iraque se desarma ou é desarmado pela força”, afirmou George W. Bush, no decorrer da Cimeira.
Apesar de ter sido ignorado pela maioria da imprensa internacional, o anfitrião José Manuel Durão Barroso, Primeiro-ministro de Portugal, debitou alguns sound bites, para consumo interno, quando questionado sobre se Portugal ao acolher a reunião ficaria com responsabilidades acrescidas numa eventual guerra, afirmou que: "A responsabilidade é inteiramente do ditador Saddam Hussein. É dele a responsabilidade de não ter respeitado durante anos o direito internacional e de ter violado repetidas vezes as resoluções das Nações Unidas".
Durão Barroso assinalou ainda, que a cimeira das Lajes oferecia "a última oportunidade para uma solução política" para a crise iraquiana.
Três anos depois, Durão Barroso declarou ter agido com base em informações que "não foram confirmadas: que havia armas de destruição maciça" no Iraque.
Os restantes dirigentes na cimeira teriam outro tipo de informação, segundo notícias divulgadas no último ano.
O New York Times cita um memorando secreto britânico sobre um encontro dos dois políticos a 31 de Janeiro na Casa Branca, revelando que Bush e Blair constataram que nenhuma arma de destruição maciça tinha sido encontrada no Iraque pelos inspectores da ONU e que o presidente norte-americano referiu a possibilidade de provocar um confronto sacrificando, por exemplo, um avião de vigilância norte-americano pintado com as cores da ONU.
De acordo com o New York Times, Bush informou Blair em Janeiro de 2003 que estava decidido a invadir o Iraque mesmo sem uma resolução da ONU e sem que alguma arma de destruição maciça tivesse sido encontrada.
Foi exactamente isso que aconteceu, os Estados Unidos da América e o Reino Unido, invadiram impunemente o Iraque a 20 de Março, à rebelia do direito internacional, sem que a ONU tivesse proferido qualquer nova resolução ou que os inspectores da Organização das Nações Unidas tivessem encontrado qualquer arma de destruição maciça.
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