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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 12:30 pm
por JL
FCarvalho escreveu:JL escreveu:1-) 7-) Complexo de vira-latas, vou falar o seguinte do jeito que vai este governo, esta mentalidade nacional da lei da vantagem em detrimento do próximo, nem cachorro a gente vai ser no futuro, estamos a caminho de ser ratos que entram nas latas de lixo.
JL, penso que os ratos que temos, ou que seremos, não estão fuçando nas latas de lixo, mas na verdade, em nossos bolsos e mentes. Desde há muito.
E não temos nem cães, e nem gatos que possamos utilizar para caçá-los. Ou eliminar suas influências danosas sobre nós.
Talvez, quem sabe, se um dia houver quem venha nos caçar por aqui, sendo cães ou ratos, tenhamos ao menos a hombridade de, ainda que de maneira fugaz, tentar nos comportar como homens.
Aí quem sabe um dia nós mudemos as coisas por aqui. Ou então, alguém que não somos nós, venha mudar as coisas, ainda que a contragosto nosso.
Ultimamente torço por esta última alternativa.
abs.
É a velha mania nacional de somente se colocar a tranca depois que o ladrão entrou, quando um dia precisarem das armas vão notar o quanto a defesa foi negligenciada e aí não vai adiantar.
E por falar em incidentes e em nuclear, um off topic, só para lembrar. Ninguém fala ou se preocupar com a usina nuclear de Angra dos Reis, um reator lá da década de 70 e ainda funcionado. Se um dia acontecer uma "Samarco nuclear" aí eu quero ver. O projeto nuclear de geração de energia brasileiro é um exemplo da nossa realidade.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 12:31 pm
por JT8D
LeandroGCard escreveu:JT8D escreveu:A Amazul não divulga detalhes das suas atividades por motivos óbvios. Conheço pessoas que trabalham lá e sei que o projeto está em andamento. A tecnologia dos reatores nucleares para submarinos tem uma maturação lenta, não há necessidade de alterações frequentes. Se até o FX, que era muito mais simples, levará uns 20 anos para sair, o sub nuclear pode ser concluído também.
Abs,
JT
Em 2009 achava-se que o reator poderia começar a ser testado em 2010:
Fonte:
http://brasilpotencianuclear.blogspot.c ... rinha.html
Em 2015 já se falava em concluir o Labgene só lá para 2017:
Fonte:
https://www.ipen.br/portal_por/portal/i ... campo=2016
E isso ainda era em março de 2015, quando se acreditava que a crise poderia já começar a ser superada em 2016. Hoje se sabe que ela não terminará antes do final do governo Dilma e o PT dificilmente fará próximo o presidente, que terá problemas enormes para tentar começar uma recuperação de nossa economia. Só em crescimento da dívida pública até lá se espera um valor mínimo de 1 TRILHÃO de reais (sem falar do montante de quase 3 Trilhões atuais), e a menos que se invente alguma mágica vamos ter que pagar por isso pelos próximos 50 anos pelo menos, com sorte. Até lá, falar em dinheiro para coisas supérfluas e politicamente complicadas como submarinos nucleares vai ser bem complicado. Um monte de outros programas menos polêmicos e mais urgentes, como refinarias, exploração de petróleo e geração de energia, está sendo simplesmente abandonado.
Veja bem, eu sou plenamente a favor do submarino nuclear, acho que o programa deveria ser mantido apesar de qualquer outra coisa. Mas isso sou eu, o Brasil infelizmente pensa diferente.
Leandro G. Card
A situação realmente é difícil e eu não quero "impor" meu otimismo a ninguém. Essa atitude é mais uma opção pessoal minha.
Por incrível que pareça, o projeto do sub nuclear tem resistido bravamente às inúmeras crises ao longo de todos esses anos. O resultado dessas crises tem sido atrasos, mas não a descontinuidade do programa. Bem ou mal, um núcleo de técnicos extremamente experientes e capacitados tem sido mantido e, como um organismo em estado latente, o projeto sobrevive e vai acumulando conhecimento. Não é incomum que programas complexos sofram grandes atrasos, mesmo em países de economia saudável e mesmo com verbas abundantes. Pesquisa e desenvolvimento é uma atividade árdua, que requer persistência e continuidade, o que não é fácil se de conseguir na era imediatista em que vivemos. Matar o projeto não vai resolver nossos problemas atuais, só vai contribuir para perpetuá-los. É apenas a minha opinião.
Abs,
JT
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 12:53 pm
por Clermont
LeandroGCard escreveu:Veja bem, eu sou plenamente a favor do submarino nuclear, acho que o programa deveria ser mantido apesar de qualquer outra coisa. Mas isso sou eu, o Brasil infelizmente pensa diferente.
Duas curiosidades:
1) Podemos dizer que a cúpula da Marinha, REALMENTE QUIS o submarino nuclear? Ou foram só alguns almirantes? Quando a Marinha quis o
Minas Gerais ela praticamente extorquiu Juscelino Kubitschek. Quando alguém sugere o fim do Serviço Militar Obrigatório, o Exército usa de todo seu peso institucional e "lobby" para arrancar de eventuais candidatos presidenciais a promessa de que não vão tentar mexer nesta "vaca sagrada". Acaso a Marinha alguma vez usou esta fúria e determinação para conseguir apoio político para o sub nuc?
Se a Marinha, REALMENTE QUISESSE o sub nuc, sacrificando todo o resto (porta-aviões velhos, "Skyhawks" velhos, escoltas usadas, mais fuz nav) o Brasil teria avançado mais?
2) Nos anos 1980-1990 se falava muito num tipo de "submarino nuclear de pobre", naves com "propulsão independente da atmosfera", AIP se não me engano. Em que pé está esta tecnologia nos dias atuais? Ela poderia ser uma opção para o Brasil?
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:00 pm
por JT8D
Clermont escreveu:LeandroGCard escreveu:Veja bem, eu sou plenamente a favor do submarino nuclear, acho que o programa deveria ser mantido apesar de qualquer outra coisa. Mas isso sou eu, o Brasil infelizmente pensa diferente.
Duas curiosidades:
1) Podemos dizer que a cúpula da Marinha, REALMENTE QUIS o submarino nuclear? Ou foram só alguns almirantes? Quando a Marinha quis o
Minas Gerais ela praticamente extorquiu Juscelino Kubitschek. Quando alguém sugere o fim do Serviço Militar Obrigatório, o Exército usa de todo seu peso institucional e "lobby" para arrancar de eventuais candidatos presidenciais a promessa de que não vão tentar mexer nesta "vaca sagrada". Acaso a Marinha alguma vez usou esta fúria e determinação para conseguir apoio político para o sub nuc?
Se a Marinha, REALMENTE QUISESSE o sub nuc, sacrificando todo o resto (porta-aviões velhos, "Skyhawks" velhos, escoltas usadas, mais fuz nav) o Brasil teria avançado mais?
2) Nos anos 1980-1990 se falava muito num tipo de "submarino nuclear de pobre", naves com "propulsão independente da atmosfera", AIP se não me engano. Em que pé está esta tecnologia nos dias atuais? Ela poderia ser uma opção para o Brasil?
Não posso falar em nome da MB, mas apenas como um observador atento dos fatos, posso afirmar com certeza absoluta que o sub nuclear nunca foi unanimidade entre os almirantes, mesmo quando a situação era muito melhor que a atual.
Abs,
JT
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:14 pm
por LeandroGCard
JT8D escreveu:A situação realmente é difícil e eu não quero "impor" meu otimismo a ninguém. Essa atitude é mais uma opção pessoal minha.
Por incrível que pareça, o projeto do sub nuclear tem resistido bravamente às inúmeras crises ao longo de todos esses anos. O resultado dessas crises tem sido atrasos, mas não a descontinuidade do programa. Bem ou mal, um núcleo de técnicos extremamente experientes e capacitados tem sido mantido e, como um organismo em estado latente, o projeto sobrevive e vai acumulando conhecimento. Não é incomum que programas complexos sofram grandes atrasos, mesmo em países de economia saudável e mesmo com verbas abundantes. Pesquisa e desenvolvimento é uma atividade árdua, que requer persistência e continuidade, o que não é fácil se de conseguir na era imediatista em que vivemos. Matar o projeto não vai resolver nossos problemas atuais, só vai contribuir para perpetuá-los. É apenas a minha opinião.
Abs,
JT
Sabe, amigo JT8D, a questão é que não dá para ser otimista com a situação do programa hoje. Tudo bem que o pessoal do reator ainda está lá, bravamente se mantendo ativo para tentar colocá-lo pelo menos para realizar os testes (que deveriam ter começado 5 anos atrás - o que se tem feito desde então?) e provavelmente estudando muito para se manterem atualizados com pelo menos a teoria de reatores, de forma a algum dia, se forem chamados, poderem tentar desenvolver um sucessor para o RENAP11/50 (que convenhamos, tem concepção de 20 anos atrás). Imagine por exemplo um engenheiro que projetou um único avião 20 anos atrás, se daqui a dez anos fosse chamado a projetar outro - ele teria como superar estes 30 anos de defasagem na sua experiência de projetos? Mas vamos imaginar que de alguma forma, sim.
O casco também poderemos desenvolver, este é o escopo do contrato com a DCNS. No mínimo os franceses poderiam nos passar um projeto praticamente pronto, e faríamos apenas as adaptações necessárias para encaixar nele os nossos sistemas.
Mas e o resto? Só casco e reator não fazem um submarino nuclear operacional. Quem faria o motor elétrico (o do Labgene veio da França), os sistemas eletrônicos de controle, sensores, sistemas de armas, e etc...? Para os Scorpène-BR tudo isso vem da França, mas dificilmente eles poderiam fornecer para um sub nuclear de um país que não pertença ao clube das grandes potências. E por mais que se fale que sim, hoje ninguém no Brasil está pensando seriamente em desenvolver tudo isso, simplesmente não há verba sequer para pagar os salários dos engenheiros que poderiam fazê-lo, se for possível encontrar algum.
Então como vai ser? Vamos comprar todo o "recheio" do nosso sub nuclear na França também? Eles vão poder vender apesar das pressões internacionais que com certeza surgiriam (lembra dos Mistral para a Rússia)? Desenvolver tudo o que seria preciso não é coisa que se possa fazer em um ou dois anos, se quiséssemos mesmo ter um sub nuclear pronto em 2025 a maior parte já teria que estar sendo desenvolvida hoje. Só para dar um exemplo, quando a Petrobrás quis desenvolver sondas de perfuração de alta profundidade o programa demorou 10 anos para dar resultado, e isso com verbas praticamente ilimitadas. Para um sub nuclear serão necessários muito mais componentes, muito mais complexos. Quem está indo atrás disso? Quando o programa de construção de submarinos foi relançado lá em 2008 previa-se que estas coisas começariam a ser desenvolvidas aqui, e até agora não se fez praticamente nada. Daqui para a frente será muito mais difícil ainda que se comece. E a cada ano que passa a coisa vai ficar mais e mais difícil (a derrocada de nossa indústria não está dando mostras de ser interrompida).
Então, infelizmente, não consigo sequer imaginar que se possa construir um sub nuclear no Brasil em qualquer prazo previsível. E temo sim que a simples insistência nisso inviabilize até a construção de subs convencionais após os Scorpène-BR. E isso apesar de todo o esforço e todo o gasto feito para mais uma vez tentar absorver tecnologias que permitissem isso.
É uma grande pena, mas é só mais um dos muitíssimos exemplos do processo de decadência nacional em que estamos agora metidos. E que ainda não se vê sequer tentativas de resolver.
Leandro G. Card
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:18 pm
por LeandroGCard
Clermont escreveu:2) Nos anos 1980-1990 se falava muito num tipo de "submarino nuclear de pobre", naves com "propulsão independente da atmosfera", AIP se não me engano. Em que pé está esta tecnologia nos dias atuais? Ela poderia ser uma opção para o Brasil?
Os sistemas AIP, mesmo os mais avançados e ainda em desenvolvimento, não podem ser nem de longe comparados à propulsão nuclear.
O que eles fazem é prolongar o tempo de submersão do submarino por bastante tempo, até algumas semanas, mas EM VELOCIDADE EXTREMAMENTE BAIXA e com consumo mínimo de energia. Servem para o sub se esconder e ficar de tocaia em algum lugar onde o inimigo será obrigado a passar, ou para ele tentar se manter escondido após um ataque.
Mas não permitem a mesma capacidade de deslocamento para ir atrás dos alvos, que é a grande característica da propulsão nuclear para submarinos.
Leandro G. Card
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:24 pm
por Clermont
JT8D, LeandroGCard, obrigado pelas respostas.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:27 pm
por JT8D
LeandroGCard escreveu:JT8D escreveu:A situação realmente é difícil e eu não quero "impor" meu otimismo a ninguém. Essa atitude é mais uma opção pessoal minha.
Por incrível que pareça, o projeto do sub nuclear tem resistido bravamente às inúmeras crises ao longo de todos esses anos. O resultado dessas crises tem sido atrasos, mas não a descontinuidade do programa. Bem ou mal, um núcleo de técnicos extremamente experientes e capacitados tem sido mantido e, como um organismo em estado latente, o projeto sobrevive e vai acumulando conhecimento. Não é incomum que programas complexos sofram grandes atrasos, mesmo em países de economia saudável e mesmo com verbas abundantes. Pesquisa e desenvolvimento é uma atividade árdua, que requer persistência e continuidade, o que não é fácil se de conseguir na era imediatista em que vivemos. Matar o projeto não vai resolver nossos problemas atuais, só vai contribuir para perpetuá-los. É apenas a minha opinião.
Abs,
JT
Sabe, amigo JT8D, a questão é que não dá para ser otimista com a situação do programa hoje. Tudo bem que o pessoal do reator ainda está lá, bravamente se mantendo ativo para tentar colocá-lo pelo menos para realizar os testes (que deveriam ter começado 5 anos atrás - o que se tem feito desde então?) e provavelmente estudando muito para se manterem atualizados com pelo menos a teoria de reatores, de forma a algum dia, se forem chamados, poderem tentar desenvolver um sucessor para o RENAP11/50 (que convenhamos, tem concepção de 20 anos atrás). Imagine por exemplo um engenheiro que projetou um único avião 20 anos atrás, se daqui a dez anos fosse chamado a projetar outro - ele teria como superar estes 30 anos de defasagem na sua experiência de projetos? Mas vamos imaginar que de alguma forma, sim.
O casco também poderemos desenvolver, este é o escopo do contrato com a DCNS. No mínimo os franceses poderiam nos passar um projeto praticamente pronto, e faríamos apenas as adaptações necessárias para encaixar nele os nossos sistemas.
Mas e o resto? Só casco e reator não fazem um submarino nuclear operacional. Quem faria o motor elétrico (o do Labgene veio da França), os sistemas eletrônicos de controle, sensores, sistemas de armas, e etc...? Para os Scorpène-BR tudo isso vem da França, mas dificilmente eles poderiam fornecer para um sub nuclear de um país que não pertença ao clube das grandes potências. E por mais que se fale que sim, hoje ninguém no Brasil está pensando seriamente em desenvolver tudo isso, simplesmente não há verba sequer para pagar os salários dos engenheiros que poderiam fazê-lo, se for possível encontrar algum.
Então como vai ser? Vamos comprar todo o "recheio" do nosso sub nuclear na França também? Eles vão poder vender apesar das pressões internacionais que com certeza surgiriam (lembra dos Mistral para a Rússia)? Desenvolver tudo o que seria preciso não é coisa que se possa fazer em um ou dois anos, se quiséssemos mesmo ter um sub nuclear pronto em 2025 a maior parte já teria que estar sendo desenvolvida hoje. Só para dar um exemplo, quando a Petrobrás quis desenvolver sondas de perfuração de alta profundidade o programa demorou 10 anos para dar resultado, e isso com verbas praticamente ilimitadas. Para um sub nuclear serão necessários muito mais componentes, muito mais complexos. Quem está indo atrás disso? Quando o programa de construção de submarinos foi relançado lá em 2008 previa-se que estas coisas começariam a ser desenvolvidas aqui, e até agora não se fez praticamente nada. Daqui para a frente será muito mais difícil ainda que se comece. E a cada ano que passa a coisa vai ficar mais e mais difícil (a derrocada de nossa indústria não está dando mostras de ser interrompida).
Então, infelizmente, não consigo sequer imaginar que se possa construir um sub nuclear no Brasil em qualquer prazo previsível. E temo sim que a simples insistência nisso inviabilize até a construção de subs convencionais após os Scorpène-BR. E isso apesar de todo o esforço e todo o gasto feito para mais uma vez tentar absorver tecnologias que permitissem isso.
É uma grande pena, mas é só mais um dos muitíssimos exemplos do processo de decadência nacional em que estamos agora metidos. E que ainda não se vê sequer tentativas de resolver.
Leandro G. Card
Tudo isso tem sido desenvolvido. Mas não espere a divulgação de relatórios na imprensa. Com o processo de enriquecimento foi a mesma coisa. Aparentemente não tínhamos absolutamente nada e quando foi divulgado já estava tudo pronto. Esse é o problema com projetos com esse nível de confidencialidade. Os envolvidos não podem ficar fazendo oba-oba e nem rebater críticas. Então quem sabe não pode falar nada, e os que são contra podem ficar à vontade para dizer o que quiserem.
Abs,
JT
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 1:45 pm
por LeandroGCard
JT8D escreveu:Tudo isso tem sido desenvolvido. Mas não espere a divulgação de relatórios na imprensa. Com o processo de enriquecimento foi a mesma coisa. Aparentemente não tínhamos absolutamente nada e quando foi divulgado já estava tudo pronto. Esse é o problema com projetos com esse nível de confidencialidade. Os envolvidos não podem ficar fazendo oba-oba e nem rebater críticas. Então quem sabe não pode falar nada, e os que são contra podem ficar à vontade para dizer o que quiserem.
JT
Pode até ser, mas acho extremamente improvável.
Tudo o que se refere a sistemas nucleares em si é de fato muito sigiloso, isso é natural. Mas estou falando de coisas que não tem nenhum envolvimento nuclear direto, e que as empresas envolvidas estariam sim divulgando informações, no mínimo para mostrar sua proficiência em engenharia, como fazem com a CV-3, o MAN-1 e etc... . Haveria maquetes em feiras, boletins para a imprensa e etc... .
Na verdade eu acreditaria que um dia teremos um sub nuclear se estivesse vendo alguém se mexer para um dia projetarmos e construirmos sub's convencionais APÓS os Scorpène-BR, livres da obrigação de adquirir os sistemas principais na França que fazem parte do contrato destes. Neste caso haveria pelo menos a perspectiva de uma escala mínima de produção que justificasse os investimentos.
Mas para apenas um sub nuclear, que a própria marinha já disse que será apenas um protótipo, sem previsão séria de lançamento e sem que se diga o que virá depois? Duvido. Este é o mesmo caminho que seguiu o programa do VLS, com tudo feito pela própria Força Aérea dentro do INPE e sem a criação de escala que permitisse o envolvimento mínimo da indústria. E o resultado já sabemos qual foi.
Leandro G. Card
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 2:05 pm
por ABULDOG74
Olá camaradas, gostaria de entender essa sangria para redução(ou propaganda aniquilatória) com relação ao CFN??É a única força de soldados profissionais do Brasil(a Brigada PQDT é de alistados POR 01 ANO também).
Nossos soldados:
1º- São selecionados por concurso(de caráter eliminatório em suas etapas);
2º- O recrutamento deles dura 04 MESES(DOIS MESES SENDO TOTAL INTERNADO E OS ÚLTIMOS DOIS DE SEMI-INTERNATO;ISTO É; SÓ INDO PRA CASA AOS FINAIS DE SEMANA);
3º- Seu tempo de serviço obrigatório é de 03 ANOS(DO QUAL NO SEGUNDO ANO ELE FAZ PROVA INTERNA PARA INICIAR A CARREIRA) ;
4º- Desde recruta o FN é treinado para liderar(INCLUSIVE A CADA SEMANA NO RECRUTAMENTO UM RECRUTA VIRA "XERIFE"/LÍDER DO PELOTÃO);
5º- O recrutamento do país inteiro é concentrado em dois grandes centros de recrutas(RJ e DF), COM ISSO PADRONIZADO;
6º- Um SD-FN TEM CONHECIMENTO MÍNIMO DE TODO MATERIAL E ARMAMENTO ORGÂNICO de um PelFuzNav(INCLUSIVE OPERAÇÕES RÁDIOS TAMBÉM);
7º- Com essa padronização, soldados que não estão em unidades operacionais servindo podem rapidamente ser realocados.
Queríamos que todos os soldados brasileiros fossem profissionais, mas deixar muito de nossas fronteiras a cargo somente de TIRO DE GUERRA e soldados com pouca experiência ; é no mínimo temerário.
Aos críticos:
Procurem saber a história de um soldado e verão a qualidade de sua forja.
ADSUMUS
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 2:20 pm
por Marechal-do-ar
ABULDOG74, por mim todos os soldados no Brasil seriam profissionais, o CFN tem os melhores soldados do Brasil, mas não é disso que estão falando.
O CFN tem como missão primária o desembarque, mas não existe desembarque bem sucedido sem o apoio de porta aviões e vai ser duro de um porta aviões chegar sem escoltas.
Enfim, o CFN é uma munição muito boa e cara mas não tem arma para dispara-la.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 2:45 pm
por Túlio
Marechal-do-ar escreveu:ABULDOG74 escreveu:Olá camaradas, gostaria de entender essa sangria para redução(ou propaganda aniquilatória) com relação ao CFN??É a única força de soldados profissionais do Brasil(a Brigada PQDT é de alistados POR 01 ANO também).
Nossos soldados:
1º- São selecionados por concurso(de caráter eliminatório em suas etapas);
2º- O recrutamento deles dura 04 MESES(DOIS MESES SENDO TOTAL INTERNADO E OS ÚLTIMOS DOIS DE SEMI-INTERNATO;ISTO É; SÓ INDO PRA CASA AOS FINAIS DE SEMANA);
3º- Seu tempo de serviço obrigatório é de 03 ANOS(DO QUAL NO SEGUNDO ANO ELE FAZ PROVA INTERNA PARA INICIAR A CARREIRA) ;
4º- Desde recruta o FN é treinado para liderar(INCLUSIVE A CADA SEMANA NO RECRUTAMENTO UM RECRUTA VIRA "XERIFE"/LÍDER DO PELOTÃO);
5º- O recrutamento do país inteiro é concentrado em dois grandes centros de recrutas(RJ e DF), COM ISSO PADRONIZADO;
6º- Um SD-FN TEM CONHECIMENTO MÍNIMO DE TODO MATERIAL E ARMAMENTO ORGÂNICO de um PelFuzNav(INCLUSIVE OPERAÇÕES RÁDIOS TAMBÉM);
7º- Com essa padronização, soldados que não estão em unidades operacionais servindo podem rapidamente ser realocados.
Queríamos que todos os soldados brasileiros fossem profissionais, mas deixar muito de nossas fronteiras a cargo somente de TIRO DE GUERRA e soldados com pouca experiência ; é no mínimo temerário.
Aos críticos:
Procurem saber a história de um soldado e verão a qualidade de sua forja.
ADSUMUS
ABULDOG74, por mim todos os soldados no Brasil seriam profissionais, o CFN tem os melhores soldados do Brasil, mas não é disso que estão falando.
O CFN tem como missão primária o desembarque, mas não existe desembarque bem sucedido sem o apoio de porta aviões e vai ser duro de um porta aviões chegar sem escoltas.
Enfim, o CFN é uma munição muito boa e cara mas não tem arma para dispara-la.
Concordo com ambos, senão vejamos:
CFN - Tropa concursada, logo PRO; só que nossa necessidade/capacidade de projeção de poder, bueno, é sodas...
EB - Tropa conscrita, praticamente inútil em um conflito.
Assim, como já falei várias vezes, o correto seria chamar os FNs para refazer o EB.
Claro, impossível...
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 4:06 pm
por JL
Em casa que não tem pão todo mundo briga e ninguém tem razão.
Mas aqui todos tem uma parte da razão.
Post do Leandro, minucioso nos detalhes. Somente acrescento, que se na atualidade o Brasil fosse um berço de submarinos convencionais, como é a Alemanha, França, Suécia e Japão, com os seus próprios projetos e soluções nacionais. Aí eu acreditaria no submarino nuclear porque bastaria resolver as questões específicas deste navio, mas isto não é a realidade.
Quanto ao JT8D admiro o seu otimismo, mas se você observar o que o Leandro colocou e também o meu parágrafo acima, você pode perceber que o problema não esta no interior do programa do sub nuclear e sim na base industrial necessária para que ele exista.
Quanto aos comentários do ABULDOG74, os fuzileiros são o máximo, são uma força de elite. São o fruto de uma marinha projetada com base na teoria de obter excelência em todos os campos da guerra naval. Mas de todos os campos da guerra naval o mais barato é a parte do armamento que equipa os fuzileiros é o que tem menor custo, creio que todo o armamento dos fuzileiros não chega ao custo de uma só escolta. Por isto a marinha conseguiu, se houvessem verbas ilimitadas, vejam ilimitadas a marinha também conseguiria outros pontos do poder naval. Mas não tem e não terá tão cedo. Assim meu caro fuzileiro como fechou o Marechal vocês são munição cara, sem arma para disparar. Se um dia, espero que nunca chegue vocês forem a uma guerra, vocês irão como uma tropa terrestre.
bem como é uma força pequena comparada ao Exército e singular. Conseguiu um alto patamar de qualidade. Pena que esta ,
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 8:21 pm
por Olinda
Não discordo disso colega. O que eu quis dizer é que a FAB foi muito criticada por muitos aqui por ter sido mais "pés no chão" em relação a seus programas. Hoje a FAB está praticamente toda renovada, e conseguiu dar um salto de décadas em relação a capacidade operacional. Escolheu o caça que ofereceu melhor financiamento, e menores custos operacionais, mesmo não sendo o super caça que muitos queriam. Nas entrevistas com os responsáveis pelo FX, era notável a preocupação em relação aos custos operacionais, inclusive já vi entrevista que um oficial falar que amanhã poderemos ter dificuldades financeiras, e isso poderá afetar a operacionalidade da Força, caso o caça escolhido tivesse custos operacionais alto.
Enquanto isso, a MB se embreagou com o otimismo pelo qual passava nosso país naquela época, e seus tomadores de decisão não tiveram a mesma visão estratégica da FAB. Deixaram passar boas oportunidades de navios que foram disponibilizados no mercado, simplesmente porque "a MB não iria mais operar sucatas", e que "compras de oportunidade estão descartadas". Só de cabeça, lembro das 4 T-22 Block III desativadas pelo Reino Unido. Tiveram também fragatas holandesas. Todas sucatas, na visão megalomaníaca da MB.[/quote]
Não acho que a MB foi otimista de mais.
Por que a FAB não escolheu caças usados após os cancelamentos do FX?[/quote]
Pq o GF escolheu: o Mirage 2000C[/quote]
E o GF escolheu o que para a MB?
A culpa dos erros e acertos não são totalmente da MB e da FAB.
Se o GF não escolhece o Mirage 2000C para a FAB, ela teria recursos para comprar caças?
É exatamente oque ocorre com a MB. A FAB e MB cometem os mesmos erros e acertos, não vejo diferença.
É como falaram. A FAB tem a EMBRAER, se houvesse um estaleiro tipo a EMBRAER os navios da MB estariam sendo modernizados, como foi feito com o F-5[/quote]
A MB fez um planejamento ideal, com 30 escoltas, 2 PA, 48 caças, 4 NPM, 15 S-BR, 6 S-BR etc sem levar em conta a factibilidade financeira para adquirir e manter tudo isso. Se isso não é ser muito otimista...
O que disso foi aprovado até agora? 4 S-BR e 1 SN-BR.
Qual o plano atual?[/quote]
Não sei.
Mas qual era o plano B da FAB, caso o GF não escolhesse o caça do FX?
O GF aprovou o projeto na mesma proporção para a FAB 36 caças.
O KC-390 é diferente por causa da Embraer. Os MI-35 não estavam nos planos da FAB.
Tem os P3 para a FAB e os classe Macae para a MB.
Quando as fragatas começarem a dar baixa, o GF vai comprar fragatas usadas. Parece que não conhece os políticos brasileiros.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Qui Fev 25, 2016 10:01 pm
por Bolovo
Olinda escreveu:Os MI-35 não estavam nos planos da FAB.
Só dizem isso porque ganhou o russo. Meu caro, houve uma concorrência e ele venceu. Ponto final.
"O poderoso helicóptero russo foi o escolhido em um concurso que também envolveu os modelos Agusta A-129 Mangusta e o Eurocopter EC 665 Tiger."
http://airway.uol.com.br/aves-da-fab-ah ... -amazonia/